Embriologia humana

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 Os processos a serem estudados e vistos ocorrem após a gastrulação, um processo de grande 
importância durante a gestação onde o disco embrionário passa a ser trilamiar ao invés de bilamiar. 
Sendo assim, ele é composto por três camadas germinativas: 
 Ectoderma 
 Mesoderma 
 Endoderma 
 
No processo de gastrulação, as células irão migrar para outros lugares do corpo, originando os 
folhetos embrionários que posteriormente formarão os órgãos e tecidos do embrião. Ou seja, caso 
ocorra algum erro durante esse momento, poderá ocasionar má formação do tecido ou do órgão. 
Outro evento característico e de grande importância que ocorre antes da neurulação é a 
formação da notocorda, também chamado de processo notocordal. 
: 
 Algumas células migram cefalicamente do nó e fossetas primitivos, formando um cordão 
celular mediano, chamado de processo notocordal. Esse processo cresce até a placa 
précordal entre o ectoderma e o endoderma. 
 As camadas do ectoderma e do endoderma que foram fusionadas formam a membrana 
orofaríngea, que se localiza na futura cavidade da boca (oral) 
 A notocorda dá certa rigidez ao embrião por definir o seu eixo, serve como base para o 
desenvolvimento do esqueleto axial e indica a futura área dos corpos vertebrados 
 A coluna vertebral do embrião será formada ao redor da notocorda 
 Quando os corpos vertebrados são formados, a notocorda se degenera e desaparece 
 Figura 1- Formação de disco embrionário trilamiar. Fonte: Embriologia básia, 8°ed 
 
Embriologia 
 
1. : 
O processo de neurulação corresponde à formação da placa neural e pregas neurais, e com o 
fechamento das pregas, será formado o tubo neural. 
: 
 Primeiramente, a placa neural quando se encontra alongada corresponde em comprimento à 
notocorda subjacente. Dorsalmente, irá parecer com a notocorda e o mesoderma adjacente a 
ela. Já analisando cefalicamente, irá parecer com o nó primitivo. Ela irá alongar no plano 
longitudinal e afinar no transversal. 
No 18° dia de desenvolvimento, será formada a plana neural no ectoderma. A placa neural 
invagina-se, assim, forma o sulco neural longitudinal e meridiano, com pregas neurais em 
ambos os lados. As pregas neurais vão ser mais proeminentes na extremidade cefálica do 
embrião, constituindo os primeiros sinais que o encéfalo está sendo desenvolvido 
O nó primitivo irá induzir que a placa comece a ser formada, assim, as células ectodérmicas 
diferenciam-se em uma espessa placa chamada de neuroectoderma 
A placa neural irá formar-se primeiramente na extremidade cefálica do embrião e depois irá 
diferenciar-se na região craniocaudal 
Durante a 4° semana, a placa neural irá sofrer um dobramento, e assim, irá formar o tubo 
neural. Além disso, as bordas laterais da placa neural dão origem às células da crista neural 
(possuem grande destaque durante a formação do tubo neural e ao migrarem para dentro do 
embrião irão formar diversas estruturas) 
A porção cranial expandida da placa neural irá dar origem ao cérebro e a porção caudal irá 
dar origem à medula espinhal 
A neurulação primária estará completa quando ocorrer o fechamento do neuroporo caudal. 
 
 
 Figura 2-Crescimento da placa neural e regressão da linha primitiva. Fonte: Larsen Embriologia Humana,5°ed. 
A formação do tubo neural pode ser também de forma caudal, esse processo irá receber o 
nome de neurulação secundária. Nela, terá a condensação das células do broto em uma 
massa denominada cordão medular, que posteriormente irá sofrer cavitação e forma o lúmen 
que irá se fundir com o canal neural do tubo neural mais cranial. As células da crista neural 
surgem no teto do tubo neural e migram para que seja possível formar os gânglios espinais da 
 
 
cauda. As células laterais do broto da cauda sofrem segmentação para que formem os 
somitos da região caudal. 
A extremidade caudal da notocorda cresce em direção das regiões: sacral, coccígea e broto 
da cauda 
A neurulação secundária tem fim por volta da 8° semana de desenvolvimento. 
 
 
 Figura 3-Neurulação secundária em seres humanos. Fonte: Larsen Embriologia Humana, 5°ed. 
Caso não ocorra o fechamento correto do tubo neural, o cérebro não irá se desenvolver, 
causando problemas como a anencefalia 
: 
 A anencefalia é uma doença que ocorre quando não houve o fechamento de maneira correta 
da extremidade anterior do tubo neural durante a fase da neurulação, podendo ser dividida 
em meroacrania e holocrania. 
 Meroacrania: Crânio e cérebro anterior são afetados, permanecendo algumas funções 
vegetativas. 
 Holocrania: A falha de fechamento encontra-se na parte posterior do cérebro e dos 
ossos do crânio. 
 A anencefalia resulta na ausência total ou parcial do cérebro, ou seja, o embrião terá o 
encéfalo, mas ele não estará completamente presente (Ele terá o tronco encefálico, cerebelo, 
diencéfalo e partes do telencéfalo no geral) 
 Um fator bastante influente para a ocorrência de anencefalia durante a gestação, é a 
deficiência de ácido fólico durante a gestação, sendo assim, é aconselhado que as mulheres 
fizessem uso dele antes e durante a gravidez para que pudesse diminuir as chances de 
ocorrência 
 Grande parte dos recém-nascidos que possuem anencefalia morrem dias ou semanas após o 
parto. 
 
Figura 4-Demonstração de uma criança com anencefalia. Fonte: https://www.news-medical.net/health/Anencephaly-Abnormal-
Development-of-Brain-and-Skull-(Portuguese).aspx 
1. : 
 Somitos: Estruturas periódicas de células que surgem nas regiões posteriores que dão 
origem a diversas estruturas do corpo humano. 
 Os somitos são originados por meio do mesoderma paraxial 
 Esse surgimento de somitos é gradual e chamado de somitogênese. 
 Os somitos são formados por 3 partes (compartimento) depois de formados: 
 Miótomo: Irá formar a musculatura das costas 
 Esclerótomo: Irá formar as vértebras e cartilagens 
 Dermiótomo: Músculo esquelético e a derme das costas 
A liberação e geração dos somitos é controlada pelo relógio molecular. 
A região posterior irá receber sinais do FGF e Wnt para que a partir de então os somitos 
sejam formados 
 
2. : 
 A organogênese acontece entre a 4° e 8° semana de gestação. 
 Corresponde a maior parte do desenvolvimento embrionário 
 Principais estruturas internas e externas são formadas 
: 
 Os dobramentos sofridos pelo embrião farão com que tenha um disco embrionário cilíndrico 
 O dobramento irá ocorrer no plano meridiano e no plano horizontal, isso ocorre por conta do 
rápido crescimento do embrião. Sendo que a velocidade de crescimento lateral do embrião 
será diferente do crescimento latitudinal. 
 O dobramento das extremidades cefálica, caudal e lateral irão ocorrer simultaneamente. 
Sendo que as duas primeiras vão produzir pregas 
 Prega cefálica: O encéfalo em desenvolvimento cresce para dentro da cavidade 
amniótica, depois o prosencéfalo é projetado cefalicamente, sendo assim, ultrapassa a 
membrana bucofaríngea (orofaríngea). O septo transverso, o coração primitivo, celoma 
pericárdio e a membrana bucofaríngea irão se deslocar para a superfície ventral. Outro 
ponto que a prega cefálica irá influenciar é a disposição do celoma embrionário. 
https://www.news-medical.net/health/Anencephaly-Abnormal-Development-of-Brain-and-Skull-(Portuguese).aspx
https://www.news-medical.net/health/Anencephaly-Abnormal-Development-of-Brain-and-Skull-(Portuguese).aspx
 
 Prega caudal: É resultante do crescimento da parte distal do tubo neural 
 
 No dobramento longitudinal é formado o intestino anterior que vai ficar localizado entre o 
encéfalo e o coração primitivo 
 O septo transverso dará origem ao tendão central do diafragma 
 O dobramento caudal irá formar o intestino posterior, que ao se dilatar formará a cloaca 
 Pregas laterais: É o resultado do rápido crescimento da medula espinhal e dos somitos. 
O crescimento desses dois irá fazer o dobramentolateral esquerdo e direito, dando um 
formato cilíndrico 
 Agora terá um tubo do sistema digestório e um do sistema nervoso. 
 O intestino médio será formado a partir do momento que possui a parede abdominal 
 Pedículo vitelino irá ligar o intestino médio e o saco vitelino 
 Região umbilical: liga o âmnio com a superfície ventral 
 Cordão umbilical: É formado pelo pedículo do embrião
 Figura 5- Dobramento da extremidade encefálica do embrião. Fonte: 
https://www. famema.br/ensino/embriologia/organogenese.php 
 Figura 6- Dobramento caudal.Fonte: 
https://www.famema.br/ensino/embriologia/organogenese.php 
https://www.famema.br/ensino/embriologia/organogenese.php
 
 
Figura 7- Dobramento de embriões.Fonte: https://www.famema.br/ensino/embriologia/organogenese.php 
3. : 
 A placenta é constituída pela decídua basal (tecido materno) e pelo cólon viloso (tecido 
originário do embrião), possui uma forma discoide que é determinada pela área circular do 
córion viloso 
 Ao fim da gestação a placenta mede aproximadamente 20cm de diâmetro, 3cm de 
espessura e possui 500g 
 Responsável pela nutrição do embrião, trocas gasosas, remoção de excretas do embrião e 
produz hormônios de grande importância para o mantimento da gestação como por exemplo o 
HCG, estrógeno e progesterona 
 Sua grande superfície placentária facilita transporte de substancias. Água, gases, hormônios 
esteroides e ureia são transportados por difusão simples, já a glicose é transportada por 
difusão facilitada 
 Vitaminas, aminoácidos e lipídios são internalizados por transporte ativo 
 Sinciotrofoblasto: Na segunda semana, são invadidas pelo citotrofoblasto, que irá formar 
vilosidades primárias. Na terceira semana são penetradas pelo mesoderma 
extraembrionário, originando as vilosidades secundárias. Posteriormente, ainda na terceira 
semana vão surgir vasos sanguíneos no mesoderma, chamados de vilosidades terciárias
 Citotrofoblasto: Nos vilos mais distais, ele ultrapassa o sinciciotrofoblasto, formando uma 
camada que circunda o córion. Os vilos que possuem citotrofoblasto são chamados de vilos 
de ancoragem
: 
 Refere-se ao conjunto de Sinciotrofoblasto, citotrofoblasto e mesoderma extraembrionário. 
 
https://www.famema.br/ensino/embriologia/organogenese.php
 
Figura 8- Placenta.Fonte: https://www.biologianet.com/embriologia-reproducao-humana/placenta.htm 
4. 
 Cerca de 3% da ocorrência de gêmeos ocorre de maneira natural. 
 No caso de morte de algum gêmeo durante a gestação, o outro poderá morrer por embolia. 
Além disso, se a pressão de um deles cai drasticamente, o outro acaba entrando em risco, 
podendo sofrer insuficiência cardíaca ao tentar preencher os dois sistemas circulatórios de 
uma vez 
 Gêmeos monozigóticos ou idênticos: São aqueles que se formam a partir da divisão de um 
único embrião inicial. As composições genéticas desses gêmeos são idênticas, e além disso 
podem compartilhar nenhuma, algumas ou todas as membranas fetais dependendo do 
momento que o embrião inicial se dividiu para formar os gêmeos 
 Gêmeos dizigóticos ou fraternos: São originados a partir de dois ovócitos distintos, liberados 
durante o mesmo ciclo menstrual. Eles se implantam separadamente e se desenvolvem em 
membranas fetais separadas 
 
 Figura 9-Tipos de gemeos. Fonte:Larsen Embriologia Humana,5°ed.
https://www.biologianet.com/embriologia-reproducao-humana/placenta.htm
 Gêmeos siameses: Gêmeos formados pela divisão de um disco bilamiar, eles irão dividir o 
mesmo âmnio. Em alguns casos, quando esses gêmeos não podem se separar totalmente, 
recebem o nome de gêmeos siameses 
 
Figura 6-Gêmeos siameses. Fonte:Larsen Embriologia Humana,5°ed. 
5. 
 
BIOLOGIA NET. Placenta. Disponível em: https://www.biologianet.com/embriologia-reproducao-
humana/placenta.htm. Acesso em: 10 nov. 2020. 
FAMEMA . Organogênese (parte 1). Disponível em: 
https://www.famema.br/ensino/embriologia/organogenese.php. Acesso em: 10 nov. 2020. 
MONTANARI, Tatiana. Embriologia: Texto, atlas e roteiro de aulas práticas. 1. ed. Porto Alegre:Edição 
do autor, 2013. 
MOORE, Keith; PERSAUD, T.v.; TORCHIA, Mark. Embriologia básica . 8. ed. Brasil: Elsevier, 2013. 
SCHOENWOLF, G. et al. Larsen Embriologia Humana. 5. ed. Brasil: Elsevier, 2016. 
SANTANA, Marcos Vinícius; CANÊDO, Fernanda; VECCHI, Ana Paula. Anencefalia: Conhecimento e 
opinião dos médicos ginecologistas-obstetras e pediatras de Goiânia. Bioética, Brasília , v. 24, n. 2, 
p. 374-385, mai./2016. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1983-
80422016000200374&script=sci_arttext. Acesso em: 10 nov. 2020. 
Vídeos da aula 4 dada pelo professor Rodrigo Fonseca. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?time_continue=4&v=9xO0SORGzRw&feature=emb_title