Prévia do material em texto
2021.1 – MED UNIFTC Melissa Cristina | Thaís Silva Turma A – TUT 03 Caso Clínico: Apresentamos o caso de um menino de 4 anos e 12,5 kg atendido em o Pain Management Center do Seattle Children’s Hospital. O paciente foi admitido no serviço médico por aumento circunferência abdominal associada a uma diminuição na produção de fezes. A dor resultante levou ao aumento do uso de opióides antes admissão hospitalar. O paciente nasceu prematuramente e com o diagnóstico de EB distrófica grave logo após o nascimento. O menino estava familiarizado com a equipe devido a acesso a cuidados médicos relacionados à colocação de tubo de gastrostomia e complicações relacionadas, lise da membrana esofágica / intestinal, necrosante enterocolite, tratamento de infecções cutâneas frequentes, crônicas distensão abdominal e constipação intratável. Na última visita ao atendimento, um tubo retal foi colocado em um esforço para minimizar a constipação crônica. O menino era tolerante a opioides no nascimento e desde então recebendo opioides crônicos para dor relacionada à EB, suas complicações, e o desconforto dos cuidados de rotina, incluindo trocas de curativos e banhos. Antes desta admissão, seu regime de medicação analgésica incluiu metadona 12,5 mg por gastrostomia (PG) a cada 6 horas, hidromorfona 2 a 4 mg PG a cada 4 horas, naloxona 2,5 mg PG a cada 6 horas e gabapentina 300 mg PG a cada 6 horas. O regime terapêutico incluiu polietilenoglicol 17 g PG a cada 8 horas, metoclopramida 1,25 mg PG a cada 6 horas e simeticona. Apesar deste regime, ele sofria de distensão crônica relacionado à constipação e subsequente desconforto abdominal. A naloxona enteral foi iniciada 3 anos antes em um esforço para melhorar a função GI no contexto de uso crônico de opioides. Este medicamento foi bem tolerado e clinicamente parecia fornecer alguma função melhorada. Com o tempo, o aumento da dosagem ocorreu devido ao aumento das necessidades de opióides, crescimento do paciente, e tentativas contínuas de melhorar a função intestinal. Naloxona era inicialmente prescrito com 0,1 mg de PG a cada 6 horas, mas a dosagem tem foi aumentado de forma constante para 2,5 mg PG a cada 6 horas ao longo dos 3 anos de tratamento. No entanto, conforme a dosagem necessária aumentou, a aparente utilidade deste medicamento diminuiu. Dosagem acima de 2,5 mg PG a cada 6 horas resultou em aumento da necessidade de medicação para dor sem melhora na função GI. Isso foi atribuído a absorção enteral e distribuição sistêmica do medicamento, incluindo entrada para o sistema nervoso central. No momento desta admissão, o diagnóstico principal de constipação induzida por opióides foi confirmada após um completo checkout e consideração de causas alternativas do paciente sintomas. Posteriormente, a equipe de gerenciamento de dor selecionou tratamento com metilnaltrexona na esperança de minimizar o antagonismo da analgesia opióide nos receptores centrais, ao mesmo tempo que reverte os efeitos do agonismo do receptor opioide periférico sobre a função intestinal. Metilnaltrexona foi aprovada para uso por via subcutânea injeção, mas estávamos preocupados com o risco significativo de lesão e infecção, dadas as manifestações cutâneas graves desta criança de EB. A administração enteral foi escolhida para minimizar este risco, com dosagem inicial de 2 mg de PG diariamente (0,16 mg / kg). A naloxona era inicialmente reduzido para 1,2 mg, em vez de descontinuado imediatamente, Apesar desta precaução de desmame com naloxona, o paciente foi notavelmente sedado, mas prontamente desperto durante as primeiras 12 horas após a iniciação da metilnaltrexona. Felizmente, ele não experimentou depressão respiratória e não exigiu suplementação oxigênio. Dois dias após o início da metilnaltrexona, a naloxona foi parado. Neste momento, a necessidade de opioide do paciente tinha começou a diminuir. Embora a função intestinal fosse ainda limitado com a necessidade contínua de um tubo retal, não houve evidência de abstinência de opióides, distúrbio gastrointestinal ou aumento desconforto. O paciente agora pesa 14,8 kg. Com 200 mg de metilnaltrexona por dia, sua leve distensão abdominal crônica tinha resolvido e ele não tinha mais nenhuma admissão para distensão abdominal e dor. Porém a motilidade colônica parecia ser tornando mais difícil de reter o tubo no lugar. Durante os ensaios sem o tubo, o paciente teve evacuações espontâneas. Infelizmente, um dia após a remoção do tubo retal, ele desenvolveu distensão abdominal devido à retenção significativa de gases. Infelizmente, não houve mais melhora de sua capacidade de gerenciar o gás relacionado ao intestino. Observação: 1- O paciente faz uso de uma terapia analgésia forte. Utiliza dois opidoides. 2- O paciente foi admitido por aumento de circunferência abdominal associada a diminuição de fezes. 3- Recebeu opioides crônicos para à dor. Conceito Os opioides constituem a base do tratamento da dor. Opioides são fármacos naturais, semissintéticos ou sintéticos que produzem efeitos tipo morfina. Esses fármacos são divididos em classes químicas com base na sua estrutura química. No protocolo de tratamento de dor os opióides estão reservados a dor de moderada à grave. Dor • Dor é definida pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) como “uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a dano tecidual real ou potencial”. A dor aguda tem início súbito e duração limitada, com causa e localização temporoespacial bem estabelecidas. Há uma correlação nítida do nexo entre o estímulo/causa e o efeito/dor. Apresenta função de sinalização biológica, motivando comportamento de luta, fuga ou proteção da área afetada. Frequentemente está associada a respostas autonômicas, fisiopatológicas e psicológicas, induzidas por estímulos nóxicos provenientes de lesão e/ou de enfermidade somática e visceral. Dor crônica, em geral não cursa com disfunção ou lesão do sistema nervoso central ou periférico, mas eventualmente pode apresentar um componente neuropático; ela persiste além do tempo esperado de resolução da lesão inicial e, normalmente, não se identifica uma causa definida para o quadro. Þ A dor envolve uma integração entre a via de condução do estimulo com o córtex somatosensorial; O ser humano tem a capacidade de somatizar a partir do estimulo neuronal e modular a percepção da sensação de dor. Þ A dor é a percepção da sensação nociceptiva no córtex somatosensorial. Farmacologia OPIOIDES OPIOIDES o Receptores Opioides: Þ Os efeitos mais importantes dos opioides são mediados por três famílias de receptores, designadas comumente µ (mi), κ (capa) e δ (delta). Cada família de receptores apresenta uma especificidade diferente para os fármacos com os quais ela se liga. A propriedade analgésica dos opioides é mediada primariamente pelos receptores μ, que modulam respostas nociceptivas térmicas, mecânicas e químicas. Os receptores κ no corno dorsal também contribuem para a analgesia modulando a resposta à nocicepção química e térmica. As encefalinas interagem mais seletivamente com os receptores δ na periferia. Os três receptores opioides são membros da família de receptores acoplados à proteína G e inibem a adenililciclase. Eles também estão associados a canais iônicos, aumentando o efluxo pós-sináptico de K+ (hiperpolarização) ou reduzindo o influxo pré- sináptico de Ca2+, impedindo, assim, o disparo neuronal e a liberação do transmissor. o Componentes da via de Dor: Þ Nocicepção é a detecção de um estímulo nociceptivo, ou seja, estímulo capaz de ativar vias específicas de dor. Þ Nocicepção: condução fisiológica do estimulo a partir do neurônio aferente primário (nociceptor) até o corno dorsal da medula espinhal onde o neurônio aferente primário realiza a primeira sinapse com o neurônio de segunda ordem que segue ate o tálamo, realiza uma nova sinapse e os neurôniosseguintes vão levar a informação ate o córtex que é onde ocorre a integração com o sistema somatosensorial, ou seja, é onde temos a percepção da dor - intensidade, local, modulação, tanto pra sentir quanto para reduzir a percepção dolorosa. Neurônio aferente primário nociceptivo (nociceptor) Neurônio de segunda ordem Corno dorsal da medula Tálamo Córtex o Modulação descendente – Controle da Dor: O corpo possui potentes analgésicos endógenos - endorfinas, encefalinas - são polipeptídios que reduzem a percepção nociceptiva, ou seja, reduzem as informações que vão chegar ate o córtex. • A informação nociceptiva é ascendente e o controle da dor é uma resposta a essa sensação dolorosa então é uma via descendente. • O SNC produz e libera algumas substancias que vão reduzir essa transmissão nociceptiva e consequentemente reduzir a intensidade daresposta que vai chegar ate o córtex. ð Neurotransmissores envolvidos no controle descendente da dor: serotonina, endorfina, noradrenalina, acetilcolina, etc. Por utilizar essa via que a gabapentina tem ação opióide, e os opióides são analgésicos. Estratégias para o controle da dor: ð Intervenções não farmacológicas: cirurgias, acupuntura, musicoterapia, eletroterapia. ð Intervenções farmacológicas: anestésicos locais, opióides, antidepressivos, anticonvulsivantes, corticoides, AINEs. A escolha dessas intervenções vai depender: ð Do tipo de dor envolvida (inflamatória, neuropática, etc.) ð Da intensidade da dor ð Da duração do estímulo doloroso Analgésicos: ð Não opióides: utilizado para dor mais branda (aspirina), crônicas (pregabalina) ð Opióides: utilizado para dor moderada a intensa (morfina) o Circuito nociceptivo: 1- Transdução dos sinais: impulso é recebido pelos nociceptores e transformado em potencial de ação – estímulo elétrico. 2- Transmissão: impulso é conduzido até a medula espinhal 3- Modulação descendente: na medula espinhal o impulso é modulado antes de chegar a níveis superiores do SNC 4- Percepção central: impulso é integrado e percebido como dor Características dos nociceptores: Nociceptores são terminações nervosas livres que detectam estímulos nocivos, com alto limiar. o Tipos de fibras aferentes: ð Aβ: consiste em fibras de condução rápida, que respondem com baixo limiar à estímulos mecânicos e que são ativadas por toque leve, vibração ou movimento de pelos. ð Aδ: inclui fibras que conduzem o impulso com velocidade intermediária e respondem a estímulos de frio, calor e mecânicos de alta intensidade. ð Fibras C: conduzem o impulso lentamente, fazem sinapses na medula espinal e respondem, tipicamente, de modo multimodal; são capazes de produzir potenciais de ação em resposta ao calor, temperatura morna, estímulos mecânicos intensos ou irritantes químicos (nociceptores polimodais) Via excitatória– vai levar o estímulo ao para o córtex somatosensorial 1- Estimulo doloroso é transduzido e segue até chegar à medula; 2- Quando chega até a terminação do neurônio aferente primeiro no corno dorsal da medula abre canais de cálcio dependentes de voltagem, onde vai ter o influxo de cálcio e consequentemente a liberação de vesículas contendo os neurotransmissores (principalmente glutamato e neuropeptídios - CGRP e substância P) que vão ativar o neurônio secundário; 3- Os neurotransmissores vão se ligar ao neurônio secundário para despolarizar a membrana pós- sináptica e dar continuidade no estimulo elétrico, eles fazem isso via receptores inotrópicos (canais iônicos) e metabotrópicos (receptores acoplados à proteína G); 4- Essas ligações despolarizam a membrana pós- sináptica que atinge o limiar de ativação, abrem os canais de sódio dependentes de voltagem, tem um grande influxo de sódio e deflagram o estimulo ao longo do neurônio secundário ate o tálamo. Via inibitória No corno dorsal da medula espinhal tem as substancias que foram liberadas pela modulação central (norepinefrina, GABA, encefalinas e endorfinas). Primeiro, ocorre a ativação dos receptores – alfa 2, GABAB e miopióide – e consequente bloqueio dos canais de cálcio, esse bloqueio reduz o influxo de cálcio e por consequência vai ter uma menor liberação de vesículas com neurotransmissores na fenda sináptica e uma menor ativação do neurônio secundário, reduzindo a informação que vai chegar no córtex. Os mesmos receptores do neurônio primário existem no neurônio secundário, mas vão ter uma resposta diferente em cada, no neurônio secundário eles ativam canais de potássio fazendo com que o potássio saia da célula, gerando uma hiperpolarização nessas membranas, ou seja para esse neurônio ser ativado – atingir o limiar de ativação – vai ser mais difícil. Ligação de neurotransmissores: ð Alfa 2 adrenérgicos ð GABA – receptores GABAB ð Endorfinas e encefalinas- receptores miopióides Analogia com a aula de AINES A analgesia provocada por um AINE é aquela provocada pela reduçãoo a produção de substâncias álgicas, que estimulam os nociceptores. Já os opióides modulam a transmissão, agem direto na sinapse. o Fisiopatologia da dor: O estimulo químico, térmico, mecânico ou a produção de substancias pró-algicas aumentam o influxo de cálcio, despolarizam a membrana, abrem canais de sódio, atigem o potencial de ação e essa transmissão eletric vai sendo conduzida ao longo da via de transmissão. Sensibilização periférica: ð Alodinia: percepção de estímulos normalmente inócuos são percebidos como dolorosos ð Hiperalgesia: quando estímulos de alta intensidade são percebidos como mais dolorosos do que o habitual no local de lesão (zona de hiperalgesia primária). Opioides o Histórico: Ópio: palavra derivada do grego e significa suco. Por que foi obtido do suco da papola (Papaver somniferum). • 4000 a.C. Sumérios: primeira referencia escrita • 3400 a.C. Assirios, babilônios e egípcios conheciam o efeito eufórico do ópio. (suco da papola era condiredada uma droga de abuso, com efeito de bem- estar) • Egípcios foram os primeiros a realizarem o opio com ação analgésica, uso do ópio para extrações dentárias. • Papiro de Ebers (1550 a.C.): tratamento de cefaleias, sedação • Árabes: controle de disenterias Exemplos de opioides: Morfina (alcaloide de origem natural - protótipo), codeína, papaverina, tebaína e entre outros. “Os efeitos analgésicos dos opioides são tão poderosos porque eles mimetizam um sistema endógeno de modulação da dor” – encefalinas. Até 1972não sabia ao certo como os opoioides atuavam, ate que ensaios farmacológicos mostraram que analoxona revertia o papel analgésico da morfina. Um ano depois foram descobertos os receptores e em 1975 foi descoberta avia endógena de modulação. Subtipos de receptores de opióides, suas funções e afinidades com peptídeos endógenos Analgésicos opioides, seus efeitos nos diferentes receptores, suas doses, potencial ora, duração da analgesia e eficácia o Opioides Endógenos: Exógenos mimetizam os opioides endógenos. Participam da manutenção da homeostasia corporal; são neuromoduladores da resposta a estímulos externos • Modulação sensorial: analgesia; • Modulação hormonal: inibem hipotálamo – adeno- hipófise - córtex supra renal: ↓ níveis de corticoides; • Modulação gastrointestinal, plexos entéricos; • Recompensa e motivação: vias dopaminérgicas; • Humor (euforia, tranquilidade), ansiedade, emoção • Cognição: aprendizagem e memória • Regulação da temperatura corporal. o Mecanismo de ação central dos opioides: 1- Impede a liberação de neurotransmissores: (o fármaco exógeno se liga no mesmo receptor que as encefalinas e endorfinas, o receptor MIOPIOIDE e o efeito do neurônio aferente primário é bloquear canais de cálcio, reduzindo o influxo e a liberação de neurotransmissores) 2- Reduz as respostas neuronais pós-sinapticas: (Os opioidesse ligam a receptores miopioides do neurônio secundário o que leva a abertura dos canais de potássio, hiperpolarização, redução da ativação dos canais de sódio e consequentemente diminui a geração do potencial de ação). o Mecanismo do efeito periférico dos opioides: Inibição da adenilato ciclase: A imagem representa a região onde o estímulo doloroso ativa a via. Geralmente o sensibilizador (prostaglandina) se liga ao seu receptor, que acoplado a proteína G do tipo S (Gs), ativa a adenatociclase (AC), que converte ATP em AMPciclico, que por sua vez ativa a PKA e PKC que vão fosforilar os canais de sódio (lado direito) e os canais de potássio (lado esquerdo). Nos canais de sódio PKA e PKC vão provocar abertura, aumentando o influxo, e nos canais de potássio vão reduzindo a saída da célula, fazendo com que ele se acumule ali dentro. O aumento desses dois íons positivos vai promover a despolarização da célula, ou seja, a propagação do estímulo doloroso fica mais fácil, o nociceptor é ativado mais facilmente. Quando o opióide se liga ao receptor MIOPIOIDE periférico, que se liga a proteína G do tipo I (Gi) vai haver uma inibição da adenatociclase, ou seja, não vai ter a ativação de AMPc, de PKA, PKC, não vai facilitar o influxo de sódio nem impedir a saída de potássio. Como resultado, tem-se uma diminuição da sensibilização do nociceptor, a consequência disso é que a transmissão do impulso estará diminuída. o Hiperpolarização do neurônio aferente primário: Acontece também no nociceptor, porém, alguns receptores miopioides, quando ativados pelos fármacos opioides, ao invés de liberarem a subunidade alfa da proteína Gi e ela se ligar a adenatociclase, esse receptor libera a subunidade beta e gama, que vão se ligar a PI3K-Akt que vão ativar a enzima óxido nítrico sintetase, que sintetiza óxido nítrico (NO). A grande quantidade de NO em um nociceptor leva a ativação de guanilatociclase (Gc) que converte GTP em GNPc, que ativa PKG, que por sua vez fosforila canais de potássio, promovendo a saída de potássio, isso significa uma hiperpolarização no aferente primário. o Efeitos Farmacológicos: • Analgesia: dor associada a lesão, inflamação e câncer, mais efetivos na dor contínua que na aguda e intermitente. • Euforia: bem-estar e contentamento � importante componente da analgesia em pacientes com dor crônica: diminui medo, ansiedade, sofrimento • TGI: diminuição da motilidade gástrica (esvaziamento); diminui HCl ; diminui secreções biliares, pancreáticas e intestinais: redução da propulsão, aumento da reabsorção de água: constipação. • Liberação de histamina por mastócitos: prurido, vasodilatação, hipotensão, broncoconstrição • Hipotensão e bradicardia • Depressão respiratória: os opoiodes tem a capacidade de reduzir a quimiossensibilidade do bulbo ao CO2 e a frequência respiratória. o Tolerância: Estado de adaptação à exposição contínua a determinado fármaco ou substância induz a diminuição de seu efeito, no caso do opioide ao efeito analgésico, sendo necessário um aumento da dose deste para se alcançar o efeito desejado. No caso dos opioides a resistência está relacionada à alteração do acoplamento das proteínas G excitatórias dos receptores opióides, que se da pela internalização dos receptores opioides (que naturalmente ficam na periferia), ou seja, o acumulo intracelular de fosfato (que esta ligado a fração intracelular do receptor), com o passar do tempo, a proteína Beta-Arrestina 2 se liga ao receptor sinalizando a internalização do receptor miopioide, isso faz com que a célula tire o receptor intracelular e precise de mais fármaco para que os mesmos efeitos analgésicos aconteçam. o Dependência: Estado de adaptação ao uso crônico de determinado fármaco ou substância, que se manifesta por um quadro de abstinência após a interrupção aguda, rápida redução da dose, diminuição dos níveis séricos sanguíneos ou administração de um antagonista desta substância. A função homeostática é desregulada. • Uma das vias de alteração homeostática é a dopaminérgica (via de recompensa), onde a liberação de dopamina se torna mais intensa com a utilização do opióide. ð Física: relacionada à tolerância – síndrome de abstinência ð Psicológica: desejo mórbido pela droga. Dependência física o Opioides naturais: CODEINA – MORFINA ð Na imagem a seguia a codeína esta representada à esquerda e morfina à direita. ð A codeína é sitetizda partir da molécula de morfina com uma metilação, e é certa de 10 vezes menos potente que a morfina, e cerca de 10% da coeina metabolizada é transformada em morfina. ð A codeína deve ser usada apenas para dor moderada. o Opioides Sintéticos: METADONA ð Usada no tratamento de dependência química e tratamento da dor; depois é retirada lentamente do paciente. ð A síndrome de abstinência com metadona é mais suave, mas mais longa. ð Proporciona o alívio prolongado da dor: 1/2vida de 24h e efeito analgésico de até 8 horas. ð A metadona é um opioide sintético, eficaz por via oral, com potência equianalgésica variável comparada à da morfina, e a conversão entre os dois fármacos não é linear. ð Causa menos euforia. FENTANIL ð Altamente lipossolúvel; ð 100x mais potente do que a morfina; ð Biodisponível a partir de diversas vias de administração; ð O uso é restrito ao ambiente hospitalar; ð Apresenta rápido início de ação e curta duração (15- 30 min). TRAMADOL ð Fármaco Dual (possui dois ou mais mecanismos de ação). Tem afinidade com os receptores miopioides mas também é um inibidor da recaptação de serotonina e norepnefrina, noradrenalina. ð É utilizado no manejo da dor moderada ou moderadamente intensa. ð Dose excessiva ou interações com outras medicações, como ISCS, IMAO e antidepressivos tricíclicos, podem causar toxicidade no SNC, manifestada por excitação ou convulsões. o Indicações Clínicas; • Dor aguda e crônica associada com lesão tecidual, inflamação, infecção e câncer • Pré-operatório: reduz dose de anestésico, ansiolítico • Infarto do miocárdio: analgesia, vasodilatação, bradicardia • Câncer: via oral facilita administração prolongada, componente afetivo • Cirurgia abdominal e torácica: via epidural, preserva função motora Dependência: agonistas µ fracos de longa duração Ex: metadona o Tratamento da dor lombar: Trechos de artigos que mostram que os opioides podem ser usados no tratamento da dor lombar. • Revisão de 15 ensaios clínicos randomizados (n=5540) • Comparou opioides com placebo ou outros medicamentos, usados por curto tempo em adultos com dor lombar crônica. Tramadol (5 estudos; 1378 participantes) superou o placebo no controle de dor e função. • Morfina, di-hidromorfina, oxicodona e tapentadol (6 estudos; 1887 participantes) superaram o placebo em dor e função. o Interação Medicamentosa: Estão ligadas ao aumento da possibilidade de depressão do SNC ou depressão respiratoria. o Efeitos Adversos: ð SNC • Sedalçao: afeta funções corticais = dificuldade de concentração e sonolencia. • Náusea e vômitos: estimulação direta da zona deflagradora quimiorreceptora para âmese (bulbo, área postrema); • Miose: ativação de receptores mi e receptores kapa: ação exitatoria nervo parasimpático; sinal de intoxicação importante; • Euforia: elevação do humor, diminui a ansiedade= sentimento de tranquilidade • Disforia: ansiedade desagradavel e desânimo. ð Pele: • Rubor e alergia: liberação de histamina por degranulação de mastócitos (morfina) ð Efeitos cardíacos: • Hipotensão ortostatica e deasmio (histamina; vasodilatação periférica. Caso Clínico Um jovem de 18 anos é levado ao serviço de emergência depois de ter sido encontrado irresponsivo na rua. Encontra-se letárgico e não responde a perguntas. Recebeu uma ampola de dextrose por via intravenosa, sem resultado. Durante o exame, sua frequênciacardíaca é de 60 bpm e a frequência respiratória é de 8 por minuto e superficial. Suas pupilas estão puntiformes e não reativas. Há diversas marcas de trajeto intravenoso em seus braços bilateralmente. O médico da emergência conclui que o paciente teve uma dosagem excessiva (overdose) de drogas. Questões: 1- Qual é o diagnóstico mais provavél? Overdose por opioides (fármacos opioides ou heroína). 2- Qual é a medicação mais aporpriada para essa condição? Metadona (antagonista de opioide). 3- Além de suas acões terapéuticas, quais outros efeitos podem produzir esse medicamento? Depressão respiratória, náusea, sedacão, alergia, desmaio, síndrome de abstinência e entre outros. 4- Qual das seguintes afirmações com relação à metadona está correta? a) A metadona é uma excelente escolha para analgesia na maioria dos pacientes, pois tem poucas interações entre fármacos. b) A potência equianalgésica da metadona é similar à da morfina. c) A duração da analgesia por metadona é muito mais curta do que a meia-vida de eliminação. d) O metabólito ativo da metadona se acumula em pacientes com disfunção renal. Resposta correta = C. A duração da analgesia é muito mais curta do que a meia-vida de eliminação, levando ao perigo de acúmulo e aumento do potencial de depressão respiratória e morte. A potência equianalgésica da metadona é extremamente variável, com base em muitos fatores, sendo altamente recomendável que apenas profissionais muito familiarizados com metadona devam prescrevê-la. As interações de fármacos associadas com metadona são numerosas, devido às múltiplas enzimas hepáticas que a biotransformam. A metadona não tem metabólitos ativos, o que a torna uma opção para pacientes com disfunção renal. 5- Qual dos seguintes opioides é o menos lipofílico? a) Fentanila. b) Metadona. c) Meperidina. d) Morfina Resposta correta = D. A morfina é a menos lipofílica dentre os opioides listados. Fentanila, metadona e meperidina são opioides muito lipofílicos. 6- Qual das seguintes afirmações com relação à metadona está correta? a) A metadona é uma excelente escolha para analgesia na maioria dos pacientes, pois tem poucas interações entre fármacos. b) A potência equianalgésica da metadona é similar à da morfina. c) A duração da analgesia por metadona é muito mais curta do que a meia-vida de eliminação. d) O metabólito ativo da metadona se acumula em pacientes com disfunção renal. Resposta correta = C. A duração da analgesia é muito mais curta do que a meia-vida de eliminação, levando ao perigo de acúmulo e aumento do potencial de depressão respiratória e morte. A potência equianalgésica da metadona é extremamente variável, com base em muitos fatores, sendo altamente recomendável que apenas profissionais muito familiarizados com metadona devam prescrevê-la. As interações de fármacos associadas com metadona são numerosas, devido às múltiplas enzimas hepáticas que a biotransformam. A metadona não tem metabólitos ativos, o que a torna uma opção para pacientes com disfunção renal.