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2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Resumos Principios de Farmacologia Conceitos Farmacologia: é a ciencia que estuda os farmacos Faramacocinetica: é o que o organismo faz ao farmaco e consiste nas etapas de absorçao, distribuiçao, metabolismo e excreçao ou eliminaçao do farmaco. Farmacodinamica: é o que o farmaco faz ao organismo. São os efeitos bioquimicos e fisicos e mecanismos de açao dos farmacos. Farmacoterapia: uso de medicamentois para prevenir e tratar doenças. Ensaios clínicos No primeiro estágio, a molécula é descobertas ou pode ser criada em laboratório ou ainda pode ser uma “mistura” dos dois, ou seja, pode ser descoberta e modificada. Ocorre o estudo físico-químico da molécula. De seguida, é feito o estudo em animais e, apos dados de segurança e eficácia, os fármacos são libertados para estudos em humanos. Num segundo estágio, passa-se para os ensaios clínicos em humanos, distribuídos por 4 fases: Fase I Estudos iniciais no homem Normalmente as pessoas são saudáveis e jovens Estudo da segurança e das características farmacocinéticas e farmacodinâmicas da substância ativa Fase II É feita a demonstração num maior número de pessoas Envolve estudos clínicos com pessoas que apresentam a doença para o qual o fármaco é considerado eficaz Determinação da dose/volume adequado e qual a melhor forma de apresentação da molécula (comprimido, injetado, etc.) Determinar por onde é eliminado, se fica no organismo, etc. Fase III Estudo realizado num número de doentes ainda maior Esta fase pode englobar pessoas de varias cidades, ou até Países Realizam-se antes do fármaco ser comercializado Determinar o balanço da eficácia/segurança a curto e longo prazo Essa maior amostragem fornece informações sobre efeitos adversos incomuns ou raros Se estes resultados forem satisfatórios, passa-se para a fase seguinte. Fase IV Quando há mais benefícios do que riscos, são introduzidos no mercado. É também a fase da farmacovigilância para se perceber o efeito da molécula em pessoas com características diferentes e não tao escolhidas, Deteção de reações adversas raras. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Placebo: é como se denomina um medicamento inerte, sem principio ativo e que apresenta efeitos terapeuticos devido aos efeitos fisiologicos da crença do paciente de que está a ser tratado. É o grupo que serve de controlo. Efeito placebo: a administraçao de medicamentos pode produzir alem do efeito farmacologico um efeito adicional: o “efeito placebo” que é um efeito psicologico que depende da fé ou da confiança que o paciente tem no medicamento, na unidade de saude ou na pessoa que o orienta. O estudo clinico é duplamente cego, isto é, nem o invididuo em questao nem o medico sabem quem está no grupo controle ou placebo. Variabilidade na resposta a fármacos A avaliação do tempo de latência (tempo que a molécula demora a fazer efeito), duração e intensidade de ação dos fármacos conduz a observação de uma importante realidade acerca do efeito farmacológico: a sua variabilidade. Podemos ter pessoas a quem não faz efeito e a outras a quem pode até levar à morte. As principais formas de avaliar os efeitos dos fármacos são: tempo de latência, duração do efeito, intensidade do efeito. Tipos de variação na ação dos fármacos: Variação farmacocinética: a concentração do fármaco no local de ação +e diferente do normal e ocorre por diferenças na absorção, distribuição, metabolização e/ou excreção do fármaco Variação farmacodinâmica: O organismo responde de forma diferente à concentração normal de fármaco. Quantitativas: a intensidade ou a duração do efeito é alterada Qualitativas: o efeito do fármaco é diferente do efeito terapêutico esperado (reações idiossincrásicas), geralmente causadas por diferenças genéticas ou imunológicas. Fontes de variabilidade: Intrinsecas – não-modificaveis (idade, peso, genes, etc) Extrinsecas – modificaveis (ambientais/culturais, dieta, tabaco, polimedicaçao, etc) 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Terapia medicamentosa Gravidez Pode haver a teratogenia devido a : - barreira hematoencefalica pouco desenvolvida - imaturidade metabolica, - imaturidade renal, - reduzida ligaçao dos farmacos às proteinas plasmaticas - etc. Na classificação do potencial teratogéneo (A, B, C, D, X), o D significa que existe evidencia de risco fetal em humanos. Idade Pediatria Nos extremos de vida, há maior risco de variações na sensibilidade farmacodinâmica com o desenvolvimento de reações idiossincrásicas. As crianças tem funções fisiológicas pouco desenvolvidas por isso é que certos medicamentos não podem ser consumidos até aos 12 anos. Quanto à absorção percutânea: A pele na criança é mais fina havendo mais absorção das substâncias. Quanto à absorção oral: - O pH gástrico é mais elevado, há maior esvaziamento gástrico e do peristaltismo. -Os mecanisnos de absorção são mais lentos ou seja os niveis plasmaticos são atingidos lentamente. - Reduzida produção de ácidos biliares -Imaturidade enzimatica e alteraçoes da microflora provocam diferenças na biodisponibilidade dos fármacos. Para alem disso, o teor de agua corporal é maior, a concentraçao de proteinas plasmaticas é menor, logo a % de farmaco livre é maior e a barreira hematoencefálica está incompleta (toxicidade central) Quanto à metabolização: - Tem uma imaturidade microssomal hepatica que leva ao aumento do tempo de semi-vida dos farmacos. Quanto à eliminação: -elevada imaturidade renal -imaturidade na capacidade metabolica hepatica por diminuta atividade enzimatica, conjugaçao e excreçao biliar. Geriartria -aumento do tecido adiposo -diminuiçao da massa muscular e densidade ossea -diminuiçao do volume plasmatico e da agua total -diminuiçao da concentraçao de albumina plasmatica - diminuiçao da funçao renal e hepatica, -diminuiçao do fluxo sanguineo -diminuiçao da sensibilidade dos barorrecetores (menor adaptaçao aos anti-hipertensores. Apresenta com frequencia hipotensao postural) - sensibilidade diminuida dos termorrecetores (suscetivel de sofrer hipotermia provocada por exemplo por barbitúricos e antidepressivos.) -aumento do pH gastrico, diminuiçao da motilidade GI e diminuição da area de absorçao. Quanto ao metabolismo: A atividade das enzimas microssomais hepáticas diminui com a idade. Quanto à eliminação: O ritmo de filtração glomerular descai a partir dos 20 anos. O idoso tem resposta diminuida ao stress, a regulação dos niveis sanguineos de glicose, pH, pressão, frequencia de pulso e consumo de oxigenio é deficiente. As alteraçoes da homeostasia podem levar ao aumento da sensibilidade aos farmacos e surgimento de efeitos adversos. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Ciclo geral dos fármacos Este ciclo pode ser esquematizado na seguinte figura: A biodisponibilidade é influenciada pela via de administração. É a taxa na qual a extensão pela qual o princípio ativo (fármaco ou metabolito) entra na circulação geral, adquirindo assim acesso ao local de ligação. Esta depende de certos fatores, incluindo como o fármaco é produzido e qual a sua indicação, propriedades físico-químicas, etc. A curva de biodisponibilidade serve de marca para uma certa substancia, É a fração da dose que atinge o seu local de ação. A janela terapêutica é a área (ou faixa) entre a dose eficaz mínima e a dose máxima permitida. Corresponde a uma faixa plasmática aceitável no qual os resultados terapêuticos são positivos. Quanto maior for a dose administrada, maior será a concentração plasmática. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Farmacocinética As fases da farmacocinética são: 1. Absorção 2. Distribuição 3. Biotransformação 4. Eliminação Analisando cada etapa mais ao pormenor temos então: 1. Absorção Descreve a rapidez e a extensãocom que um fármaco abandona o local de administração. Esta fase não existe caso a administração seja feita na corrente sanguínea. São vários os processos de travessia das barreiras biológicas: Difusão passiva -Efetua-se de acordo com um gradiente de concentração ou eletroquímico -Não implica consumo de energia -Ocorre de uma área de maior concentração para menor concentração -Não é saturável -Não é inibido por outras moléculas -Não é fortemente influenciado por variações de temperatura Difusão facilitada -Utiliza um constituinte da membrana como transportador -É limitado pela disponibilidade do transportador -Não requer gasto de energia -Ocorre a favor do gradiente de concentração -É saturável -Há possibilidade de competição entre moléculas semelhantes Transporte ativo -Requer gasto de energia -Contra gradiente de concentração -Há moléculas transportadores -Transporte saturável -Sensível a variações de temperatura -Pode ser para a substância entrar ou sair -Pode ser bloqueada por inibidores metabólicos Endocitose/exocitose -Permite que macromoléculas possam atravessar a membrana celular -Importante ao nível das paredes dos capilares e intestino. -A exocitose ´importante para a extrusão de xenobióticos das células e libertação de neurotransmissores. -Transporte ativo Os fatores que podem influenciar a absorção são: Área de absorção Tempo de contacto Intimidade de contacto Intensidade de irrigação Espessura da estrutura absorvente (da mucosa) 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre 2. Distribuição Depois de entrar na circulação, o fármaco distribui-se através dos tecidos do organismo. Normalmente esta é irregular devido às diferenças nos locais de ligação dos tecidos, as variações regionais no pH e diferenças na permeabilidade membranas celulares. A taxa de entrada de um fármaco num tecido depende da taca do fluxo sanguíneo para o tecido e áreas mais vascularizadas alcança equilíbrio com o sangue mais rapidamente que áreas pouco perfundidas, a menos que barreiras de difusão através de membranas sejam um passo de taxa limitante. Por exemplo, os efeitos no cérebro são muito mais rápidos. 3. Biotransformação É o processo de alteração química do medicamento no organismo. O fígado é o principal mas não o único local de metabolismo do fármaco. Quanto a substancia administrada é inativa e um metabolito ativo é produzido, o componente administrado é denominado pró-farmaco visto que precisa de ser metabolizado para ser farmacologicamente ativo. Duas fases são responsáveis por esta etapa: Fase I Fase II Oxidação Redução Hidrolise Representam o primeiro estágio de Biotransformação. Os produtos metabólicos formados podem sofrer uma reação da fase II antes da eliminação. Conjugação Os subprodutos do fármaco ou os intermediários formados por reações da fase I combinam-se com um substrato para originar um produtor de adição ou conjugação. Os metabolitos formados a partir desta fase, são em geral inativos e como são mais polares, são mais prontamente excretados pelos rins e fígado do que aqueles derivados de reações da fase I. São reações que facilitam a eliminação. Os fatores que podem influenciar a Biotransformação são: Fatores genéticos Indução ou inibição de enzimas metabolizantes Doenças hepáticas Má nutrição Idade Etc. 4. Eliminação É o processo pelo qual um fármaco ou um metabolito é eliminado do organismo sem alterações suplementares da sua forma química Via renal o Principal órgão de excreção o Responsável pela eliminação de substâncias hidrossolúveis Via biliar o Pela bílis o Ciclo entero-hepático: quando sofre secreção biliar e reabsorção do intestino 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Via pulmonar o Para anestésicos voláteis, pelo ar expirado Glandulares o Embora a eliminação via leite materno possa não ser importante para a mãe, para o lactante pode ocorrer o contrário. A farmacocinética usa modelos para prever e quantificar medicamentos e as suas concentrações em fluidos do organismo bem como as mudanças nestas concentrações com o tempo. Modelo unicompartimental: a substancia dissolve-se da mesma forma pelo organismo Modelo bicompartimental: a irrigação não é toda igual, logo o fármaco não é distribuído da mesma forma. Cinéticas de ordem 0 e de ordem 1 Os fenómenos envolvidos nos diferentes passos do ciclo geral dos fármacos podem apresentar 2 modos de variação ao longo do tempo Cinética não linear ou de ordem 0 o Os processos ocorrem a velocidade constante o Independente da concentração do fármaco Cinética linear ou de ordem 1 o Velocidade proporcional à concentração de fármaco o Processo exponencial Tempo de semi-vida: tempo necessário para a concentração plasmática do fármaco ou a sua concentração no organismo apresentar um decréscimo de 50% Se semi-vida – tomar mais vezes, doses menos espaçadas Se semi-vida – Tomar menos vezes, doses mais espaçadas (mais pratico) 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Vias de administração de fármacos Tópica ou local Sistémica Numa área mais ou menos localizada (por exemplo, creme) Vias entéricas Vias parentéricas São vias em que a absorção se faz através da parede do tubo digestivo Oral (efeito de 1ª passagem) Sublingual Retal (reduz efeito de 1ª passagem) São vias em que a absorção se faz fora do tubo digestivo Endovenosa Intramuscular Subcutânea Inalatória Dérmica O efeito de primeira passagem significa que em primeiro o fármaco passa no fígado, o que diminui a biodisponibilidade. Segurança e eficácia dos fármacos. Mecanismos gerais de ação dos fármacos A ação dos fármacos pode ser mediada por recetores ou não mediada por recetores. Mediada por recetores Não mediada por recetores Um recetor é um componente macromolecular funcional do organismo, envolvido direta e especificamente na sinalização química entre células e/ou dentro de uma mesma molécula. Um fármaco é capaz de alterar a taxa a que uma reação orgânica se processa e liga-se a um recetor. Ação de um fármaco sobre o recetor modula funções ou não cria efeitos (agonista ou antagonista) Mecanismos inespecíficos Fenómenos físico-químicos 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Em relação às mediadas por recetores, existem vários tipos: Recetor intracelular - Controlam a transcrição génica - Substancia lipofílicas capazes de atravessar a membrana citoplasmática - Efeitos produzidos em consequência da síntese alterada de proteínas - Tem inicio lento mais efeitos mais duradouro Recetor ligado a canal iónico - Controla a entrada e saída de iões - Efeito desencadeado mais rapidamente (em milissegundos) mas com menor duração - Denominados recetores ionotrópicos Recetor ligado a proteína G - Determina a formação de 2º mensageiros que irão executar o efeito celular - Mais lento que o ionotrópico - Duas vias chave são controladas por estes recetores: Via da AMPc Via da fosfolipase C/trifosfato de inositol/diocilglicerol Recetor ligado a enzimas - Forma ativa do recetor é a forma fosforilada responsável pela execução do efeito celular (por ex.: recetores para a insulina) As características do recetores são as seguintes: Sensibilidade o O recetor poderá ser mais ou menos sensível a um fármaco. No caso de ser muito sensível ao fármaco, uma baixa concentração do mesmo, originara estimulação do recetor. Seletividade o O recetor apenas consegue ser estimulado por um conjunto de fármacos para os quais é seletivo. Saturabilidade o Existe um número constante de recetores funcionais, que podem ser ocupados. Especificidade o A resposta da estimulação de um determinado recetor é sempre a mesma, pois a resposta é determinada pelo mecanismo de transdução que é posto emmarcha e não pela molécula ligada ao recetor. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Agonista e Antagonista Considerando os seguintes fármacos: Fármaco 1 Fármaco 2 Ambos têm de se ligar a um recetor biológico. Neste caso, considera-se que o fármaco 1 vai ativar esse recetor e que o fármaco 2 o vai bloquear. Sendo assim, o fármaco 1 é agonista (têm resposta semelhantes aos substratos naturais, ou seja, ativam os produtos) e o fármaco 2 é antagonista (tem um efeito contrario ao agonista). Noutra situação: Fármaco A Fármaco B Temos estes dois fármacos e um recetor biológico e neste caso, o fármaco A ativa completamente o recetor desencadeando uma resposta máxima Agonista Total O fármaco 2 por sua vez, ativa parcialmente esse recetor Agonista parcial Conceitos: Ocupação o É a proporção de recetores ocupados Ka o KA é numericamente igual à concentração de fármaco para a qual metade dos recetores se encontram ocupados o Constante da reação inversa /constante da reação direta 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Afinidade o Descreve a tendência recíproca entre o fármaco e o recetor o Uma elevada afinidade traduz-se numa elevada ocupação dos recetores, mesmo com baixas concentrações de fármaco o A localização da curva ao longo do eixo das abcissas permite tirar conclusões acerca da afinidade de um agonista Eficácia o Capacidade de um agonista, uma vez ligado ao recetor, produzir uma resposta, depende do fármaco e do tecido AGONISTAS TOTAIS = 1 AGONISTAS PARCIAIS ] 0 , 1 [ ANTAGONISTAS = 0 o EFICÁCIA INTRÍNSECA Capacidade de um só complexo fármaco-recetor produzir uma determinada resposta biológica. Depende apenas do fármaco e da sua interação com o recetor. Por exemplo: B – Agonista parcial e mais afinidade A, C, D – agonista total e mesma eficácia A – é a melhor de todas para usar na terapêutica 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Eficácia VS Segurança Dose eficaz 50 – Dose de fármaco necessária para produzir um efeito específico em 50 % dos indivíduos. Dose letal 50 – Dose de fármaco necessária para produzir a morte em 50 % dos indivíduos. Índice terapêutico – Razão entre LD50 e ED50 Quanto maior for o índice terapêutico, mais seguro será o fármaco para o uso clínico. Inclinação da Curva o A inclinação da curva refere-se à velocidade com que o efeito aumenta, com o aumento da dose. o Se a curva for muito inclinada, indica-nos que, a um pequeno aumento da dose, corresponde um grande aumento do efeito (escassa margem de segurança) Antagonista o Fármaco que reduz o efeito produzido por um outro fármaco, geralmente um agonista o Isoladamente não produz qualquer efeito Antagonismo competitivo o Agonista e antagonista ligam-se ao mesmo recetor de forma mutuamente exclusiva o Competem para o mesmo local de ligação o Ligam-se a diferentes locais do recetor que se sobrepõem parcialmente o Ligam-se a diferentes locais do recetor mas, a ligação do antagonista promove alterações no local de ligação do agonista, impedindo a sua ação O antagonismo competitivo ainda pode ser: Reversível o É possível reverter o antagonismo por aumento d concentração do agonista 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Irreversível o Na ausência de recetores de reserva, o aumento da concentração do agonista não reverte o antagonismo O antagonismo não competitivo acontece quando o Agonista e antagonista podem ligar-se (ao mesmo recetor) em simultâneo e a ligação do antagonista reduz ou impede a ação do agonista. Entre estes destacam-se: Antagonismo químico o O antagonista interage quimicamente com o agonista o Impede a ligação do agonista ao recetor Antagonismo fisiológico o O antagonista interfere na resposta produzida apos a ligação do agonista ao recetor o Produz um efeito oposto ao do agonista por mecanismos diferentes Antagonismo farmacocinético o O antagonismo faz diminuir a concentração do agonista no seu local de ação por alteração da sua farmacocinética Número de recetores e resposta O número de recetores pode variar: UPREGULATION (aumento da sensibilidade) o Uma hipoestimulação prolongada no tempo (uso prolongado de um antagonista), pode levar a um aumento do número e densidade dos recetores o O uso de um agonista depois da retirada súbita de um antagonista, pode levar a uma resposta exagerada (devido ao grande número de recetores entretanto expressos) DOWNREGULATION (dessensibilização) o Uma hiperestimulação prolongada no tempo (estimulação crónica), pode levar a uma diminuição do número de recetores. o Forma de proteção do organismo contra uma excessiva exposição a um agonista (mecanismo de tolerância) 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Sistema nervoso Autónomo Neurotransmissores: são mediadores químicos no influxo nervoso. São libertados pela estimulação nervosa. Há uma condução nervosa que vai gerar um potencial de ação que vai levar à libertação de um neurotransmissor nos terminais nervosos levando à transmissão nervosa. Esta ai ativar os recetores, provocando uma ação no órgão efector. Intervenção farmacológica As ações farmacológicas advém da alteração da: Condução axonal Transmissão nervosa Fenómenos intracelulares no órgão efector Sistema nervoso Autónomo Regula: Músculo liso Secreções exógenas e certas secreções endógenas Frequência e força cardíaca Metabolismo energético Sistema nervoso periférico S.N. Somático (controlo voluntario consciente) S.N. Autonomo (controlo involuntario) S.N. simpático (luta e fuga) S.N. Parassimpatico (repouso e digestão) S.N. Simpático •neuronios pré-ganglionares emergentes dos nervos espinais torácicos e lombares •neuronios pré-ganglionares curtos •neurónios pós-ganglionares longos •ganglios localizados nas cadeias paravertebraias em cada um dos lados da medula espinal S.N. Parassimpatico •nerónios pré-ganglionares emergentes dos nervos cranianos e das razies epsinais sacrais. •nerónios pré-ganglionares longos (vao quase até ao orgao alvo) •neuronios pos-ganglionares curtos •ganglios muitas vezes localizados na propria parede do orgao efetor 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre _____________________________________________________________________________ Tipos de recetores do SN. Simpatico Recetores nicotinicos nos ganglios; estão ligados a canais ionicos envolvidos na transmissao rapida do sinal Recetores adrenérgicos α e β nos orgaos efetores Neurotransmissores do SN. Simpatico Acetilcolina dos neuronios pré- ganglionares Norepinefrina dos neuronios pós-ganglionares Tipos de recetores do SN. Parassimpatico Recetores nicotinicos nos ganglios; estão ligados a canais ionicos envolvidos na transmissao rapida do sinal Receotres muscarínicos nos orgaos efetores Neurotransmissores do SN. Parassimpatico Acetilcolina dos neuronios pré e pós-ganglionares 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Sistema nervoso Simpático – Transmissão adrenérgica A farmacologia adrenérgica envolve o estudo de agentes que atuam sobre vias mediadas por catecolaminas: Dopamina Noradrenalina (norepinefrina) Adrenalina (epinefrina) Isoprenalina Síntese de catecolaminas São sintetizadas pela oxidação de aminoácidos de tirosina e essa síntese ocorre basicamente nas terminações nervosas simpáticas. A síntese de epinefrina predomina nas células da medula supra-renal enquanto os neurónios adrenérgicos produzem, em maior parte, NE. A primeira etapa é feita pela enzima tirosina hidroxilase que constitui a etapa que limita a velocidade de síntese (pelo produto final). Nos tecidos que produzem epinefrina, a NE é entãometilada pela feniletanolamina-N- metiltransferase, principalmente existente na medula supra-renal. Depois de induzir resposta, os neurotransmissores sofrem processo de recaptação neuronal ou extraneuronal Captação e degradação das catecolaminas Uptake I ou neuronal o Recaptação ativa da NE pela NET para o interior do neurónio. Uma parte da NE é recaptada para as vesiculas sinápticas pela VMAT, outra é degradada pela MAO Uptake II ou extraneuronal o Captação das catecolaminas para as células não neuronais, onde são degradadas pela COMT. Para aumentar o efeito da NA, bloquear MAO e COMT que são inibidores dos neurotransmissores ou inibir a recaptação. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Localização dos recetores adrenérgicos Funções dos diferentes recetores Tipo de recetores Função Agonistas Antagonistas Recetores α1 Vasoconstrição Midríase Glicogenólise hepática Relaxamento do músculo liso GI Aumenta [Ca2+ intracelular] Fenilefrina oximetazolina Prazosina Tansulina Recetores α2 Regulação negativa da neurotransmissão Agregação plaquetaria Inibição da secreção de insulina Vasoconstrição Clonidina Iombina Recetores β1 Estimulação cardíaca Relaxamento intestinal Secreção amilase salivar Dobutamina Propranolol Atenolol Timaptol Recetores β2 Vasodilatação Broncodilatação (aumento da frequência e capacidade respiratória) Regulação positiva da neurotransmissão Glicogenólise hepática Relaxamento GI e uterino Tremor Salbutamol Salmeterol Propranolol Butoxamina Afinidade agonista-recetor 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Derivados da crivagem do centeio Ergotamina/Dihidroergotamina: Ação: Produz constrição dos vasos sanguíneos, através da estimulação dos recetores adrenérgicos alfa, já que são agonistas parciais. Indicações: Tratamento de cefaleia vascular incluindo enxaqueca Farmacocinética: Absorção de forma variável Distribuição: Atravessa a barreira hemato-encefálica e placenta Reações adversas e efeitos colaterais: Tonturas, taquicardia, enfarte de miocárdio, náuseas, vómitos, dores abdominais, dores musculares,… Monitorização: Avaliar frequência, duração e localização da cefaleia crónica. Durante a crise aguda avaliar tipo e localização da dor, antes 60 min. e após a administração Ergonovina (ergometrina) Prevenção de hemorragia pós-parto ou pós aborto causado por atonia ou involução uterina. Ação: Estimula diretamente os músculos liso vasculares e uterinos. Efeitos terapêuticos: Contração uterina. Bloqueio dos recetores da 5- hidroxitriptamina. Primordialmente ocitócica. Farmacocinética: Bem absorvida após administração oral ou IM Reações adversas e efeitos colaterais: Tonturas, cefaleias, zumbidos, dores torácicas, náuseas, vómitos. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Relaxantes neuromusculares Os relaxantes musculares podem ser de ação central ou periférica. Relaxantes musculares de ação direta A toxina botulínica é um complexo proteico purificado, de origem biológica, obtido a partir da bactéria Clostridium botulinum. O Clostridium botulinum é uma bactéria anaeróbia, que em condições apropriadas à sua reprodução, cresce e produz sete serotipos diferentes de toxina – conhecidos como A, B, C1, D, E, F e G. Dentre esses, o serotipo A é o reconhecido cientificamente como o mais potente e o que proporciona maior duração de efeito terapêutico. A sua administração por injeção intramuscular em músculo patologicamente Hipercontraído é o tratamento de eleição em várias formas de distonias focais, como por exemplo: Distonias faciais: blefarospasmo, distonia cervical, hemispasmo facial Espasticidade do membro superior (punho e mão) associados a AVC Incontinência urinaria Acalásia É ainda responsável pelos sinais e sintomas do botulismo (intoxicação alimentar). Como se pode ver na figura, quando aplicada em pequenas doses, ela bloqueia a liberação de acetilcolina (neurotransmissor responsável por levar as mensagens elétricas do cérebro aos músculos) e, como resultado, o músculo não recebe a mensagem para contrair. http://pt.wikipedia.org/wiki/Bact%C3%A9ria http://pt.wikipedia.org/wiki/Clostridium_botulinum http://pt.wikipedia.org/wiki/Acetilcolina 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Porem, o uso dos bloqueadores neuromusculares está restrito a algumas situações clinicas, em que a paralisia completa da musculatura é exigida nos doentes, e nas seguintes situações: Entubação endotraqueal Ventilação mecânica (anestesia geral e cuidados intensivos) Quantos à classificação dos bloqueadores, podem ser despolarizantes ou não despolarizantes. Bloqueador Despolarizante (não competitivo) Succinilcolina - É o único relaxante muscular despolarizante em uso. - Provoca despolarização das fibras musculares, não seguida de repolarizaçao. - É resistente à acetilcolinesterase mas é rapidamente degrada pela pseudocolinesterase plasmática. - pode originar fasciculações (espasmos musculares breves, finos e irregulares visíveis sob a pele), estando descritos casos de insuficiência renal por mioglobinúria relacionada com a liberação de mioglobina pelas células musculares esqueléticas, durante as fasciculações. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Não despolarizantes (bloqueio competitivo dos recetores nicotínicos) Não são absorvidos por via oral e não penetram no SNC uma vez que são altamente hidrossolúveis. A sua forma de atuação é idêntica para todos os bloqueadores competitivos. Apresentam afinidades diferentes para outros recetores colinérgicos. D- Tubocurarina - É o primeiro relaxante muscular utilizado. - Pode aturar também nos recetores nicotínicos dos gânglios vegetativos (menor afinidade), com maior atividade nos gânglios parassimpáticos (provocando taquicardia). - Induz libertação de histamina das células mastocitárias. - Pode provocar hipotensão, prurido, espasmo brônquico, pelo que tem entrado em desuso. Pancurónio - Foi o primeiro fármaco a ser desenhado e sintetizado posteriormente. Tem estrutura química esteroide. - Antagoniza os recetores muscarínicos do nó sinoauricular - Inibe a recaptação neuronial de noradrenalina, dando origem a taquicardia e hipertensão. Vecurónio - Quimicamente semelhante ao pancurónio. - Ação paralisante muscular durante 10 a 30 min. - Sem efeitos adversos cardiovasculares significativos. Atracúrio - Duração de ação e tempo de latência idênticas ao vecurónio. - Nas doses clinicas, não interfere com o S.N. Autónomo, mas pode provocar libertação transitória de histamina. - Depuração não enzimática – decomposição espontânea a pH 7,4 e 37ºC. -Parece ser seguro mesmo em altas doses. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Tempo de latência e duração do efeito dos bloqueadores neuromusculares São Dose-Dependente: Dose tempo latencia Potencia Tempo latência Então, para um início de ação rápida, basta a dose de fármaco mas aumenta também a probabilidade de AR e a duração do efeito. Resumindo os efeitos dos bloqueadores neuromusculares não despolarizantes: Relaxantes musculares de ação central Estes relaxantes tem indicação no tratamento da espasticidade associada a diferentes lesões do SNC, nomeadamente, esclerose múltipla, traumatismos cranianos e/ou medulares, acidentes vasculares cerebrais. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Entre eles, temos: Baclofeno - Agonista dos recetores GABA B - Deprime a transmissão nervosa a nível da medula espinal - Administrado por via oral ou via intratecal Tizanidina - Agonista dos recetores alfa-2 adrenérgicos que exerce a sua ação sobretudo a nível da espinal medula Outros: Ciclobenzaprina,tiocolquicosido Estimulantes musculares – toxicidade Glicina o Neurotransmissor inibitório, importante na medula espinal Estricnina o Antagonista competitivo da glicina Toxina tetânica o Inibe a libertação de glicina na medula espinal o Pode levar a hiperexcitabilidade e espasmos musculares. Sistema Dopaminérgico O Sistema Dopaminérgico é o conjunto de neurorecetores da dopamina. A distribuição tecidual da dopamina, faz-se por dois compartimentos celulares: neuronial e extraneuronal. Os neurónios pós-ganglionares simpáticos armazenam dopamina, como precursora da noradrenalina, ou armazenada em vesículas (em que não há hidroxilação), desempenhando neste caso papel como substância ativa na neurotransmissão. Existem, no mínimo, cinco recetores diferentes de dopamina que podem dividir-se em duas subfamílias segundo suas propriedades farmacológicas: D1, D2L, D2S, D3, D4, D5 D1 e D5 – acoplados negativamente à adenilciclase (Gi/o) (família D1-like) D2, D3,D4 – acoplados positivamente à adenilciclase e fosfolípase C (G s/q) (família D2- like) Recetores periféricos: D1 – Estrutura vasculares, renais e intestinais D2 – localização pré-juncional. Terminais neuronais simpáticos vasculares, cardíacos e renais. Aparelho justaglomerular – controlo negativo da secreção de renina. D3 e D4 – Menor expressão mas existentes no epitélio renal e intestinal. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Principais efeitos Funções cerebrais da dopamina no SNC Controlo da atividade motora Controlo da secreção hipofisária Ingestão alimentar Aprendizagem e memória Organização de funções mentais superiores Doença de Parkinson O Parkinsonismo possui uma etiologia diversa, mas sempre relacionada com a perturbação da neurotransmissão dopaminérgica nigroestriada. 1% dos indivíduos com mais de 65 anos podem sofrer de uma forma idiopática neurodegenerativa – Doença de Parkinson. As características são: Bradicinésia, Rigidez muscular, Perturbações da postura e da marcha, Trémulo de repouso. Os sintomas surgem após depleção de 80% dos níveis de dopamina no estriado, o que significa que embora as primeiras manifestações da doença surjam após os 55 anos, a patologia inicia- se antes. A perturbação da função motora condiciona a rotina do doente comunicação, atividades diárias, nutrição,…) 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Pode ainda ocorrer depressão e demência parkinsónica. A imobilidade nos estádios avançados da doença aumenta o risco de mortalidade por pneumonia e embolismo pulmonar Para além disso, a perturbação do S.N.autonomo condiciona o aparecimento de outros sintomas: Seborreia frontal Híper-hidrose e hipersalivaçao Retenção urinária Disfagia Obstipação Disfunção erétil 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Divisão clássica da terapêutica Anticolinérgicos Percursores da Dopamina 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Dopaminomiméticos 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Adjuvantes da dopamina Agonista dos recetores da Dopamina Antiparkinsonianos 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Sedativos, hipnóticos e tranquilizantes Sedativos Fármacos que produzem diminuição da excitação e agitação psicomotora, sem que haja indução do sono Tranquilizantes Fármacos que exercem um efeito semelhante aos sedativos, tendo maior seletividade na ação calmante, ansiolítica e corretora da tensão emocional, com menor capacidade de provocar sonolência Hipnóticos Fármacos que facilitam a instalação do sono (dependendo do estado do paciente), podendo provocar sedação, confusão ou excitação paradoxal. Podem ser usados em casos de: Ansiedade Reclamações verbais e queixas frequentes Efeitos somáticos com taquicardia, sudorese, distúrbios gastrointestinais Interferência com a atividade normal, com frequentes interrupções nas tarefas, e precipitação nas atitudes Outras manifestações: Fobias Pânico Depressão ansiosa Sono Estado de inconsciência, em que o individuo pode ser despertado. A sua falta prejudica a saúde: sistema imunológico, funcionamento do SNC, aprendizagem e crescimento celular. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre A insónia, não é uma doença mas sim um sintoma. Pode ocorrer em diferentes fases do sono. Os sintomas são fadiga, irritabilidade, perda da memória. Pode ter uma classificação: Transitoria: circunstancial Sub-aguda: 1 a 3 semanas Crónica: mais de 3 semanas Um sono satisfatório é independente do número de horas dormidas. As principais causas de insónia são: Stress, depressão, ansiedade Dores ocasionais ou cronicas Efeitos colaterais de fármacos Uso de cafeina e álcool Alterações no ciclo circadiano Alterações comportamentais Alterações fisiológicas e patológicas As formas de evitar a insónia são: Horário constante: dormir/acordar Relaxado e tranquilo ao deitar Mesmo local e banho quente Exercícios regulares Evitar dormir em excesso, sestas, café, álcool, fumo, refeições pesadas, etc. Outros distúrbios do sono podem ser: Mioclonia noturna Apneia do sono Sonambulismo Sonolência excessiva Narcolepsia Terror noturno 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Farmacoterapia da ansiedade e insónia Fármaco Exemplos Efeitos Mecanismo de ação Benzodiazepinas (BDZ) São exemplos: - Diazepam, triazolam, lorazepam, nitrazepam, etc. - Redução da ansiedade -redução da agressividade - Sedação - Indução/manutenção do sono - Redução do tónus muscular - Efeito anticonculsivante - Pode diminuir tensão arterial e aumentar o débito cardíaco - Diminuem a secreção do trato digestivo - Atuam em sítios alostéricos dos recetores GABA- A no SNC, facilitando a abertura de canais de iões Cl- (inibitórios) - não atuam na ausência de GABA. Indicações terapêuticas Tranquilizantes benzodiazepínicos Usos terapêuticos - Pré-anestésicos: BDZ de curta duração - Tratamento de ansiedade: BDZ de longa duração - Indutor do sono: BDZ de curta duração - Insónia matutina: BDZ de média duração - Espasticidade cronica: BDZ de longa duração - Síndrome de abstinência: BDZ de longa duração - Partilham muitas das ações dos sedativos e hipnóticos, tendo menor capacidade de desenvolver o aparecimento do sono. - Depende da avaliação do quadro clinico. - Uso tem de estar limitado no tempo. Classificação - BDZ tranquilizantes - BDZ hipnóticas - BDZ antiepiléticas - BDZ pré-anestésicas Farmacocinética e ações laterais Farmacocinética Vs. Classificação Antagonistas de recetores BDZ As diferenças entre as diferentes BDZ dependem de: - Rapidez de absorção - Duração de ação - Metabolização - Intensidade de efeitos - São bem absorvidos por via oral -Duração do efeito varia em função do metabolito formado FLUMAZENIL - Antagoniza a ligação do BDZ no sítio alostérico do recetor GABA A - Útil na reversão da sobredosagem em pequenas doses continuas - Pode precipitar síndrome de abstinência e pacientes crónicos BETA-CARBONILAS - Competem pelos sítios específicos do BDZ (na ausência de BDZ) - Provocam efeitos contrários (ansiogénicos, convulsivantes, etc.) - Utilizados somente em investigação. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Agonistas serotonérgicos (Azapironas) Buspirona - Tratamento da perturbação de ansiedade generalizada - Agonista parcial - Atua em recetores pre-sinapticos - Efeitos ansiolíticos demoram alguns dias - Não produz sedação ou incoordenação Zolpidem Zaleplon, eszopiclone, zolpidem - Compostos que não sendo BDZ, ativam os mesmos recetores e possuem as mesmas ações. - Desprovidos de efeitos ansiolíticos e com efeito sedativos pouco marcados.-Não induzem tolerância nem efeito rebound. -usados como hipnóticos (aumentam a duração do sono e diminuem o tempo de e latência) Barbitúricos Barbital, fenobarbital, amobarbital, ciclobarbital, hepatarbarbital, tiopental, metoexital - Profundas depressões do SNC e do centro respiratório. - Hipnose com encurtamento do REM. - Anestesia rápida e menos profunda que os anestésicos gasoso - Em doses anestésicas, são anticonvulsionantes. - Diminuição da pressão e pulso, -aumentam secreção biliar, estimulam síntese de proteínas. - São substituídas pelas BDZ porque induzem o aparecimento de intolerância e causam dependência física, tem sintomas muito severos de abstinência, tem baixa margem de segurança. -Potenciam a ação do GABA por prolongaram o tempo de abertura do canal de cloro. - Em doses altas, tem efeito GABA-mimético direto. - O efeito não é mediado completamente pelo GABA. Farmacocinética - Boa absorção entérica - Sais sódicos utilizados por via endovenosa - Ligação a proteínas variável - Ionização depende do pH do meio Biotransformação é variável - Excreção urinaria, dependendo do pH (a alcalinização aumenta a ionização e por consequência a excreção) - Duração e término da ação dependem da redistribuição Biotransformação e excreção. Toxicidade e feitos colaterais -muito bem tolerados mas Podem provocar: Depressão central excessiva e morte Respostas idiossincráticas Estabelecimento de dependência Outros - Anti-histamínicos: Sedativos - Melatonina: Tratamento da insónia - Antidepressivos 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Sinais e sintomas de intoxicação por depressores (BDZ e Barbitúricos) Sonolento, ainda responde a perguntas Semicomatoso, responde a estímulos: dor Comatoso, não responde a estímulos mas ainda não apresenta depressão respiratória Comatoso, depressão respiratória com cianose e deficiência circulatória : choque Efeitos indesejáveis por depressores: BDZ : tolerância e dependência, sedação, ataxia, “ressaca”, amnésia anterógrada Barbitúricos: tolerância e dependência, depressão respiratória, sedação, “ressaca”, privação de sono REM Buspirona: náusea, dores de cabeça e tontura. A instalação do efeito é lenta. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Alterações reumatismais Gota e hiperuricemia Epidemiologia A artrite gotosa é a forma de doença articular inflamatória mais comum nos homens, com idade superior a 40 anos. O excesso de ácido úrico pode levar à formação de cristais que vão levar a essa inflamação. Os valores de referência são: Mulher: 3,4- 7mg/dl Homem: 2,4 – 5,7 mg/dl Etiologia As principais causas de hiperuricemia são: 1. Aumento da produção de urato Este aumento pode ser causado por um elevado consumo de alimentos ricos em purinas e frutose, por fatores hematológicos, pela medicação, pela genética ou outros, como o consumo de álcool, obesidade, etc. 2. Diminuição da excreção de urato Esta diminuição pode ser causada pela medicação, fatores renais, fatores metabólicos/endócrinos ou outros, como a obesidade, exposição ao chumbo, etc. Apresentação clínica A gota é uma desordem heterogénea que pode progredir através de 4fases clínica se não ocorrer uma intervenção adequada: Hiperuricemia assintomática Os níveis de urato são superiores (> 7mg/dL nos homens e mulheres na pós- menopausa e>6mg/dL nas mulheres na pré-menopausa) mas não apresentam sintomas de gota, nefrolitíase ou cálculos renais Gota aguda/ recorrente Uma crise aguda de gota decorre de uma resposta inflamatória intensa À deposição de cristais de urato monossódico nas articulações e em alguns tecidos moles (tendões e/ou cartilagens). A crise de gota acontece segundo os seguintes passos: 1. e 2. Cristais de ácido úrico são fagocitados pelos leucócitos 3. Fagossoma funde-se com o lisossoma. Libertam-se metabolitos ácidos (acido lático) que agravam a deposição de cristais. As enzimas lisossomais não são capazes de degradar os cristais fagocitados. Os fagolisossomas acabam por romper. 4. Há destruição celular e agravamento do processo inflamatório. Os locais mais afetados são os cotovelos, punhos, mãos, joelhos e pés. Gota intercrítica (sem sintomas) Apos recuperação de uma crise aguda, o paciente entra numa fase assintomática da doença. Corresponde ao intervalo entre as crises agudas. Gota Cronica “tufosa” Os tofos encontram-se normalmente apos 10 a 20 anos de gota crónica não controlada. Os locais mais comuns de desenvolvimento de tofos são as articulações do cotovelo, mãos, joelhos e pés. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Manifestações clínicas As manifestações são típicas de um processo inflamatório, com uma limitação adicional da liberdade de movimento, que pode ser maior ou menor consoante a sua localização e intensidade. Terapêutica farmacológica Fármaco Tratamento Funcionamento Mecanismo de ação Indicações clinicas Efeitos adversos Interações e precauções de utilização Alopurinol Gota e hiperuricemia -diminuição da síntese de ácido úrico. - É um análogo da hipoxantina, uma molécula percursora do ácido úrico. Inibe a xantina oxidase, que promove a síntese de acido úrico. Usado como fármaco de 1ª linha para conseguir a diminuição dos níveis de urato em estados crónicos de gota; em pacientes com gota cujo nível urinário de acido úrico num dieta livre de purinas excede os 600- 700mg; em cálculos renais recorrentes; em insuficientes renais e quando os níveis séricos de urato estão extremamente elevados. - Crises agudas de artrite gotos podem ocorrer no início do tratamento, quando os cristais de urato estão a ser removidos dos tecidos e os níveis plasmáticos são inferiores aos normais. -intolerância GI, - Depressão da medula óssea - hepatotoxicidade e nefrite intersticial - Reação alérgica - Inibe o metabolismo do probenecide e de anticoagulantes orais. - Administração do alopurinol e mercatopurinas implica normalmente a redução da dose do quimioterápico. Colquicina Gota e hiperuricemia. Efeitos anti- inflamatórios Tem origem natural (usado em doses baixas). Não é inibidor da sínteses de acido úrico, apenas suprime a crise aguda de gota. Inibe a mobilidade dos macrófagos e não há propagação do processo inflamatório. Quando administrado por via oral, a sua absorção é rápida. - Nas crises agudas de artrite gotosa, é usada na dose inicial de 0,6 a 1,2mg, seguida de 0,6mg a cada duas horas ate alívio sintomático ou aparecimento de diarreia. 8mg em 24hpodem ser fatais. - É útil na prevenção da recorrência de crises agudas de artrite gotosa em pacientes a fazer terapêutica hipouricemiante. Em alternativa, pode ser administrada a indometacina. - Efeitos GI e até renais e hepáticos 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Indometacina Anti- inflamatório não esteroide Para alem de inibir a sínteses das PGs, inibe a fagocitose dos cristais de acido úrico. Comummente usado no tratamento inicial da gota em substituição da colquicina. Corticosteroide s Sistémicos Anti- inflamatório São exemplos: Prednisona, prednisolona, triancinolona. São mais potentes. A usar apenas se os outros não resultarem Muitos efeitos adversos. Os uricosúricos aumentam a eliminação do ácido úrico pela urina. São ácidos orgânicos fracos que competem com outros ácidos orgânicos para os mecanismos de reabsorção tubular. Artrite reumatoide (AR) Epidemiologia Mais comum nas mulheres, com incidência anual muito variável. Alem dos fatores genéticos, os fatores ambientais também afetam a incidência e gravidade da AR. Etiologia A AR é uma doença crónica, inflamatória e autoimune. Existe um desequilíbrio das citocinas. No espaço sinovial os macrófagos secretam citocinase outros mediadores pró-inflamatórios, como o fator de necrose tumoral (TNF), NO, interleucinas e PGs. Na AR, o TNF é a citocina major da cascata inflamatória. Os processos homeostáticos do organismo produzem citocinas anti-inflamatórias, mas não em quantidade suficientes para debelar o processo inflamatório instalado. Os fibroblastos e macrófagos produzem protéases que provocam desgaste da cartilagem. Os osteoblastos são ativados e induzem a destruição óssea. Fisiopatologia Pode surgir a qualquer idade, mas mais frequentemente entre os 25 e os 55 anos de idade. É gradual, com fadiga, limitação do movimento nas primeiras horas do dia, dor muscular difusa, perda de apetite e fraqueza. Com a progressão da doença desenvolve-se dor articular. Terapêutica farmacológica Os objetivos desta são: Alívio da dor Redução da inflamação Proteção das estruturas articulares Preservação funcional Controlo do envolvimento sistémico 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Aines Provocam alívio sintomático mas não controlam a progressão da doença Corticosteroides Possuem potente ação anti-inflamatória e reduzem os sinais e sintomas da AR. Podem ser usados por via intra-articular Modificadores da ação da doença reumatismal Fármacos que suprimem a atividade da doença: Metotrexato: é citotóxica. Inibe a dihidrofolato-reutase, enzima essencial para a síntese das purinas e das pirimidinas. A proliferação celular é afetada, afeta a reparação e replicação dos ácidos nucleicos. Causa depressão da medula óssea, pode causar mucosite e pneumonia. É necessária uma monitorização ais frequente e um hemograma (pelo menos uma vez por mês) Sais de ouro Terapias imunomoduladoras Imunossupressores (leflunomida, ciclofosfamida, azatioprina, ciclosporina) Induzem efeitos tóxicos graves e por isso são reservados para situações resistentes aos outros agentes. As reações adversas mais importantes são as hepáticas. Antagonistas o TNF-α O TNF- α é uma citocina pró-inflamatória que promove respostas inflamatórias importantes na patogénese da AR. Pacientes com AR têm elevados números de TNF- α no fluido sinovial. Esse facto está associado à erosão óssea. Os seus antagonistas destinam-se a uso restrito hospitalar e só devem ser prescritos a doentes com formas refratárias aos tratamentos clássicos e implicam a adesão a protocolos restritos de avaliação. Os 3 fármacos aprovados para a AR são: etanercept, infliximab, adalimumab O sufixo “-mab” refere-se aos anticorpos monoclonais (contra TNF) Imunossupressores seletivos anti- citocinas Anacinra, abatacept, rituximab (anticorpo monoclonal, importante no tratamento de linfomas e para processos inflamatórios), tocilizumab (anticorpo monoclonal) Não se pode iniciar a terapêutica se: Infeção ativa Infeção recorrente ou alto risco de infeção Cirurgia Contraindicações: Infeção ativa Administração de vacinas vivas História recente de neoplasia maligna Insuficiência cardíaca congestiva Gravidez Doença desmielinizante Etc 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Anti-inflamatórios não esteroides A sensação de dor pode ser modificada: Eliminação da causa Diminuição sensibilidade dos nociceptores o Anestésicos locais, analgésicos Diminuição condução nociceptiva o Anestésicos locais Inibição da perceção de dor o Anestésicos, opióides Alteração da resposta emocional à dor Os AINES encontram-se entre os medicamentos mais prescritos. Esta classe heterógena de fármacos inclui a aspirina e vários outros agentes inibidores da ciclo-oxigenase (COX), seletivos ou não. A ativação da enzima fosfolipase A2, em resposta a vários estímulos, hidrolisa os fosfolípidos da membrana, liberando ácido araquidónico no citoplasma. Este, por sua vez, serve de substrato para duas vias enzimáticas: ciclo-oxigenase e lipo-oxigenase. Pela via COX é gerada PG que estimula a formação de vários prostanóides e diversas PG e tromboxano A2. Pela via da lipo-oxigenase, formam-se leucotrienos. Evidenciou-se a existência de duas isoformas da enzima COX: COX1 e COX2: COX1 o Expressa de forma (constitutiva (constante) o Essencial para a manutenção do estado fisiológico normal de muitos tecidos o Proteção da mucosa GI o Controle do fluxo sanguíneo renal o Homeostasia o Respostas autoimunes o Funções pulmonares e do SNC, cardiovasculares e reprodutivas COX2 o Induzida nas inflamações por vários estímulos (cmo citocina) o Origina PG indutoras, que contribuem ao desenvolvimento do edema, dor, rubor, febre e hiperalgesia. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre As enzimas COX desempenham um importante papel na homeostasia cardiovascular. As plaquetas contem apenas a COX1. O Tromboxano A2 sintetizado primariamente nas plaquetas pela atividade da COX1, causa agregação plaquetaria, vasoconstrição e proliferação de células musculares lisas. De outra parta, a síntese de Prostaciclina mediada pela atividade da COX2 contrapõem esses efeitos. É um potente vasodilatador e exerce uma importante atividade antiplaquetária. As consequências do bloqueio da COX1 no trato GI são a inibição da proteção da sua mucosa e o aumento da secreção ácida, podendo levar à erosão, ulceração, perfuração ou hemorragia. A probabilidade de ocorrência de ulcera ou sangramento aumenta com o uso em doses altas ou prolongadas do AINE, administração concomitante de corticosteroides e/ou anticoagulantes, tabagismo, bebidas alcoólicas e idade avançada. Por outro lado, a inibição seletiva da COX2 pode induzir a redução relativa da produção endotelial de Prostaciclina, enquanto a produção plaquetaria de TXA2 não é alterada. Pode aumentar o risco de trombose. A COX 2 é constitutiva nos rins: por isso não são recomendados para pacientes com insuficiência renal 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Indicação dos AINES Na reumatologia o Tratamento de curta duração Crises dolorosas das artroses Artrites Lesões articulares reumáticas o Tratamento de longa duração Reumatismo inflamatório crónico Artroses dolorosas e incapacitantes Outras o Como analgésicos e antipiréticos o Afeções O.R.L. o Afeções estomatológicas o Em traumatologia, ginecologia, urologia, cirurgia vascular, oncologia o AAS com função antiagregante plaquetário; AVC e trombose Ações farmacológicas dos AINES Os diferentes grupos de AINEs exibem uma estrutura molecular variada e são usualmente classificados de acordo com o seu grupo funcional. Temos então: •Derivados do ácido salicílico o AAS, acetilsalicilato de lisina, diflunisal, trisilicato de magnésio e colina • Derivados do ácido acético o Indometacina, diclofenac, aceclofenac, sulindac, etodolac, fentiazac, tolmetina, protacina • Derivados do ácido propiónico o Ibuprofeno, naproxeno, cetoprofeno, fenoprofeno, flurbiprofeno, pirprofeno, carprofeno, ác. tiaprofénico, oxaprozim •Derivados pirazolónicos: o Fenilbutazona, oxifenilbutazona, azapropazona • deve-se, em parte, à diminuição da prostaglandina mediadora, que é responsável pela elevação do ponto de ajuste hipotalâmico para o controlo da temperatura, causando febre. Logo, reduz a temperatura corporal. Efeito antipirético • a redução das prostaglandinas vasodilatadoras (PG2, prostaciclina) ; há menos edema Efeito anti-inflamatorio • menor sensibilização das terminações nervosas nociceptivas a mediadores da inflamação Efeito analgésico 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre •Oxicans o Piroxicam, tenoxicam, droxicam, isoxicam •Ácidos fenâmicos, fenamatos ou derivados do ácantranílico o Ácido mefenâmico, ácido flufenâmico, ácido tolfenâmico, ácido etofenâmico, etofenamato, meclofenamato de sódio •Inibidores seletivos da COX-2 o Nimesulide, meloxicam , celecoxibe Aspirina e salicilatos Propriedades gerais - Ácidos fracos - Inibem a síntese deprostaglandinas - Podem diminuir a produção de radicais livres - Podem alterar a concentração do AMPc celular Farmacocinética Ácido acetilsalicílico - Atividade antipirética e analgésica -Rapidamente absorvido: Estômago e intestino delgado - Pico plasmático máximo entre 1-2 horas - A pH superior a 3,5 apresenta menor irritação Gástrica - Rapidamente hidrolisado - Eliminação renal - Alcalinização da urina leva excreção de salicilato livre - Em doses elevadas apresenta absorção passiva e ativa - Em doses anti-inflamatórias (>4gr/dia) tem ½ vida >12 horas Efeito analgésico - Eficaz na dor moderada (Musculares, vasculares, pósparto, artrites e bursites) Efeito antipirético - Não afeta a temperatura normal - Reduz temperaturas elevadas - “Dissipação” de calor por vasodilatação Mecanismo de ação na febre associada ao processo infecioso 1 - Produção de prostaglandinas no SNC (pirogénios) 2 - Interleucina 1: produz efeito hipotalâmico com aumento de Temperatura a) A aspirina bloqueia a produção de prostaglandinas induzidas pelos pirogénios b) Bloqueia a resposta do SNC à interleucina 1 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Efeito sobre as plaquetas - Reduz a hemóstase - Inibe a agregação plaquetaria pela inibição da síntese de tromboxano Usos clínicos - Utilizada para tratamento de dor moderada - Não é ativa em: dor aguda visceral; abdómen; pericardite; cólica renal - AAS combinado com alguns opióides, é usado para controlar certo tipo de dores oncológicas. Em doses elevadas (efeito anti-inflamatório) é usada para tratamento de: 1 - Febre reumática 2 - Artrite reumatoide 3 - Outras doenças inflamatórias Efeitos adversos - Irritação gástrica -Reduz a produção de prostaglandinas citoprotectoras - Gastropatia erosiva - Vertigens - Interfere com a eliminação de ácido úrico (em doses < 2g) -Em doses > 4 g/dia diminui o nível de uratos (<2,5 mg/dl) - Durante ou depois da infeção viral nas crianças, existe o risco de Síndroma de Reye, devendo usar-se nesta situação o paracetamol e/ou ibuprofeno Diflunisal - Derivado do ácido salicílico - Atividade analgésica e anti-inflamatória - Atividade antipirética mínima Usos clínicos - Dores - Osteoartrite - Artrite reumatoide Ibuprofeno - Derivado do ácido propiónico - Rapidamente eliminado - Elevada ligação a proteínas - Menor incidência de efeitos gastrointestinais (hemorragias) - Atividade anti-inflamatória reduzida pela associação com a aspirina Contra-indicações - Polipose nasal - Angioedema - Sensibilidade à aspirina: espasmo brônquico Efeitos colaterais - Efeitos Gastrointestinais - Tinitus - Dores de cabeça 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Naproxeno - Eliminação urinária - O AAS compete com o naproxeno para a ligação a proteínas. - Aumenta o tempo de protrombina - Efeitos gastrointestinais mais reduzidos Flubiprofeno - Derivado do ácido propriónico - Atinge concentrações elevadas no líquido sinovial - Largamente metabolizado - Eficácia semelhante à aspirina Usos clínicos - Espondilite anquilosante - Artrite reumatoide - Osteoartrite Cetoprofeno - Derivado do ácido propiónico -Atividade inibitória da cicloxigenase e lipoxigenase - Rapidamente absorvido - Metabolismo hepático (completo) - Eficácia semelhante a outros AINES Usos clínicos - Artrite reumatóide - Osteoartrite Diclofenac - Potente inibidor da cicloxigenase Atividade anti-inflamatória Analgésica Antipirético - Rápida absorção (oral) ; ½ vida de 1-2 horas - Acumulação no líquido sinovial - Maior atividade inibitória sobre a cicloxigenase (> que o naproxeno) Usos clínicos - Artrite reumatóide - Osteoartrite - Dor músculo-esquelética Efeitos adversos - Úlcera gástrica - Hemorragia gastrointestinal - Distúrbios gastrointestinais - Aumento das transaminases Sulindac Circulação entero-hepática com 12-16 horas de duração Usos clínicos Similares a outros AINES Efeitos adversos mais graves - Trombocitopenia - Agranulocitose - Sindroma nefrótico - Colestase hepática 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Piroxicam -Analgésico de longa duração ( ½ vida de 40-80 horas) - Rápida absorção - Efeitos gastrointestinais (20%) - Eliminado sob a forma de conjugado com o ácido glucurónico Efeitos adversos -Rash -Fotossensibilidade - Em doses > 20 mg/dia aumenta a incidência de úlcera péptica Usos Clínicos - Espondilite anquilosante - Osteoartrite - Artrite reumatoide Anti-inflamatórios esteroides Paracetamol (acetaminofeno) - Derivado para-aminofenólico Fraco inibidor das COX periféricas e bom inibidor das COX do hipotálamo. Destituído de ação anti-inflamatória, sendo por isso menos eficaz na dor devida à inflamação. Não provoca os efeitos produzidos pelos AINES: irritação digestiva, não interfere com a agregação plaquetária, nem com a eliminação de ácido úrico, não tem interações com anticoagulantes orais e não tem efeitos metabólicos apreciáveis Toxicidade hepática surge apenas com doses elevadas. Em concentrações elevadas (±10g), pode provocar toxicidade hepática por depleção da glutationa hepática e produção de metabolito tóxico o Tratamento intoxicação: N-acetilcisteína Metamizol (dipirona) O seu mecanismo de ação é combinado a nível central e periférico, mas tem ação seletiva na inibição da síntese das prostaglandinas a nível do cérebro. Assim, tal como o paracetamol, o metamizol é um inibidor mais potente da COX cerebral que da periférica. Indicações terapêuticas: o Dor intensa aguda o Dor espasmódica marcada (cólica das vias biliares, rins e vias urinárias inferiores) o Febre alta resistente a outros antipiréticos o Dor tumoral 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Clonixina Ação analgésica, anti-inflamatória e antipirética Mal estudada do ponto de vista clínico e a informação existente é escassa. Não têm vantagens terapêuticas reconhecidas sobre outros analgésicos e/ou anti-inflamatórios e por isso deve ser preterido nas decisões terapêuticas. Efeitos adversos dos antipiréticos Paracetamol o São raras. Estão descritas doenças hematológicas, rashes e pancreatite após utilização prolongada. Na intoxicação o risco de insuficiência hepática é elevado, a insuficiência renal também é possível. Metamizol o Agranulocitose, leucopenia, trombocitopenia, reações de hipersensibilidade com choque. Pode ocorrer síndrome de Stevens- Johnson e síndrome de Lyell. Têm sido descritas também alterações renais com oligúria ou anúria, proteinúria e nefrite intersticial. Conceitos gerais: As glândulas supra-renais são responsáveis pela síntese de várias hormonas de natureza esteroide: Zona glomerular -> mineralocorticóide (aldosterona) Zona fascicular -> glicocorticóides (cortisol, corticosterona) Zona reticular -> Hormonas sexuais (ex. testosterona) Cada hormona da hipófise anterior é regulada por um fator de libertação específico do hipotálamo. O controlo de libertação desses fatores é realizado por mecanismos de retroalimentação. FATOR DE LIBERTAÇÃO DA CORTICOTROPINA secretado pelo hipotálamo regula a libertação hipofisária de ACTH (corticotrofina) ACTH secretado pela hipófise anterior regula a libertação de glicocorticoides pelo córtex da supra renal A ACTH estimula a síntese e a libertação de glicocorticoides do córtex suprarrenal (p. ex hidrocortisona, androgénios) A libertação de mineralocorticóides (aldosterona) do córtex da suprarrenal é controlada pelo sistema de renina-angiotensina. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Esteroides Os esteroides são lípidos altamente especializados derivados do colesterol. A estrutura básica é composta por 17 átomos de Carbono dispostos em 4 anéis ligados entre si. Os esteroides podemser: Naturais Sintéticos Corticosteroides Esteroides do córtex suprarrenal e análogos de síntese o Glicocorticoides (ações metabólicas e anti-inflamatórias) Cortisol o Mineralocorticóides (regulação do equilíbrio eletrolítico) Aldosterona Estão envolvidos: • Metabolismo dos hidratos de carbono, proteínas, lípidos e purinas • Equilíbrio hidroeletrolítico • Funções do sistema cardiovascular, rim, músculo, sistema nervoso Mecanismo de Ação - Uma vez que a transcrição génica é demorada, os seus efeitos demoram sempre algumas horas a manifestar-se - Muitos genes são afetados, nomeadamente os das ciclo-oxigenases, os das colagenases e aumento da síntese de mediadores com propriedades imunossupressoras - Quando se administram corticosteroides exógenos estamos a aumentar os níveis de controlo hormonal de acordo com as possíveis exigências orgânicas - Os glucocorticoides são análogos da hormona humana cortisol - Têm efeitos largamente idênticos aos dessa hormona, mas são administrados frequentemente em doses muito superiores às fisiológicas Glicocorticoides Mecanismo de ação Os glicocorticoides ligam-se a recetores citoplasmáticos, que depois são transferido para o núcleo modificando a transcrição de RNAm. Este processo leva à alteração da síntese de proteínas específicas. EFEITOS METABÓLICOS Sobre os hidratos de carbono: o Estimulam a formação de glicose, inibem a sua captação e utilização periférica e promovem o armazenamento como glicogénio Sobre as proteínas: o catabolismo, do anabolismo Sobre os lipídios: o redistribuição da gordura com mobilização periférica e acumulação central (tronco, face, pescoço); aumento do colesterol plasmático 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre AÇÕES REGULADORAS - Sobre o hipotálamo e a hipófise anterior: ação de retroalimentação negativa, resultando em diminuição da libertação dos glicocorticoides endógenos - Sobre os eventos vasculares: vasodilatação reduzida, diminuição da exsudação de líquidos - Sobre os eventos celulares: Nas áreas de inflamação aguda: do influxo e da atividade dos leucócitos Nas áreas de inflamação crónica: da atividade nas células mononucleares, proliferação de vasos sanguíneos, fibrose Nas áreas linfoides: expansão das cels T e B e ação das cels T secretoras de citocinas - Sobre os mediadores inflamatórios e imunes: na produção e ação das citocinas, incluindo muitas interleucinas, TNF da produção de IgG Aumento da síntese da lipocortina-1, que é importante na retroalimentação negativa do hipotálamo e da hipófise anterior, podendo exercer ações anti-inflamatórias da inflamação crónica e nas reações auto-imunes Deterioração da cicatrização e nos aspectos protetores da resposta inflamatória Bloqueio da indução mediada pela vitamina D3 do gene da osteocalcina nos osteoblastos e modificação da transcrição dos genes da colagenase Os glucocorticoides diferem entre si pela: atividade e duração de ação Grau de atividade mineralocorticóide co-existente Seleção terapêutica pela duração de ação: Ação curta ou intermédia o Tratamentos de urgência o Tratamentos de substituição Ação prolongada o Tratamentos crónicos O tratamento prolongado pode provocar atrofia adrenal. A suspensão abrupta pode provocar insuficiência aguda da suprarrenal, hipotensão e até a morte. A retirada da medicação pode muitas vezes estar associada a febre, mialgias, artralgias, rinite, conjuntivites e perda de peso. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Efeitos adversos Cushing Iatrogênico Frenação do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal Supressão da resposta imunitária e inflamatória Supressão da síntese de glicocorticóides endógenos Osteoporose eosteonecrose Hiperglicemia e glicosúria Miopatia Redução massa muscular nos membros Supressão do crescimento Balanço nitrogenado negativo Úlcera péptica Efeitos oculares (cataratas, glaucoma) Efeitos sobre o SNC (euforia, insónia, nervosismo, psicose maniaco-depressiva) Edema e hipocalemia Alteração na distribuição da gordura corporal Aumento da suscetibilidade a infeções Interação medicamentosa Os AINEs aumentam o risco de hemorragias e ulceração gástrica. Rifampicina acelera o metabolismo dos corticosteroides com a consequente redução do efeito terapêutico Antiepilépticos (carbamazepina, barbitúricos e fenitoina) aceleram o metabolismo dos corticosteroides com a consequente redução do efeito terapêutico Antidiabéticos Anti-hipertensores Diuréticos (acetazolamida, tiazidas ou diuréticos da ansa) aumentam o risco de hipocaliémia Utilização clinica de corticosteroides Insuficiência suprarrenal Edema cerebral e aumento da pressão intracraniana Lúpus eritematoso Distúrbios dermatológicos (psoríase, dermatites) Distúrbios GI (colite ulcerosa, doença de Crohn) Hepatopatias Esclerose múltipla Doenças oculares com componente inflamatório ou alérgico Distúrbios pulmonares Doenças reumáticas e articulares Choque Transplantes 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Glucocorticoides exógenos No deflazacorte, fármaco de uso sistémico com menor potência anti-inflamatória que a prednisona, verificou-se que não apresenta ação mineralocorticóides e que modifica em menor grau o metabolismo do cálcio e dos hidratos de carbono, provavelmente pela sua menor potência como anti-inflamatório. Hidrocortisona Padrão para comparação com outros esteroides o Indicações: Reações de hipersensibilidade Doença inflamatória do intestino Doença reumática Doença da pele o Efeitos tóxicos surgem após: Suspensão de terapêutica brusca Uso contínuo de doses elevadas Betametasona 20 a 25 vezes mais potente que a hidrocostisona Longa duração de ação o Indicações: Doenças inflamatórias e alérgicas Edema cerebral Processos inflamatórios no globo ocular e ouvidos Dexametasona 20 a 25 vezes mais potente que a hidrocostisona Longa duração de ação o Indicaçoes: Alem das outras indicações referidas são utilizadas no adulto com síndrome adrenogenital e em certos casos de hirsutismo na mulher. Prednisona, prednisolona, metilprednisolona • Reduzida atividade mineralocorticoide • Aumentada atividade glucocorticoide Dexametasona e Betametasona • Atividade mineralcorticoide suprimida 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Metilprednisolona Atividade glucocorticoide 5 vezes superior à hidrocortisona Atividade mineralocorticóides pouco relevante Absorvido lentamente (não é indicado por efeitos imediatos) o Indicações: Doenças inflamatórias e alérgicas Edema cerebral Doenças reumáticas Prednisolona Atividade glucocorticoide 4 vezes superior à hidrocortisona Atividade mineralocorticóides pouco relevante o Indicações Reações de hipersensibilidade Doença inflamatória do intestino Doença reumática Doença de pele Prednisona Atividade glucocorticoide 4 vezes superior à hidrocortisona Atividade mineralocorticóides pouco relevante o Indicações: Síndrome nefrótica Asma Como Anti-inflamatório Como imunossupressor Deflazacorte Parece poupar o metabolismo do osso e dos glícidos Menor potência anti-inflamatória do que os outros corticosteroides Não é clara a relação risco/beneficio o Indicações: Controlo de doenças inflamatórias e alérgicas Edema cerebral Doença reumática em doentes idosos e crianças Precauções na utilização Tomas repartidas Toma única matinal – diminui a atrofia da glândula suprarrenal Toma única em dias alternados - diminui o risco de infeção Terapêutica tópica Utilização transitória Iniciar com doses baixas Pequenos incrementos Na utilização prolongada fazer redução gradual da dose (“desmame”) Vigilância2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Corticosteroides tópicos Os corticosteroides tópicos têm como campo eletivo de utilização, o combate aos sinais e sintomas das situações inflamatórias da pele. A sua utilização deve reservar-se às situações em que outras medidas com menor risco associado se tenham revelado ineficazes. A sua utilização no prurido deve reservar-se para as situações onde este surja comprovadamente como efeito secundário atribuível ao processo inflamatório São exemplos: Hidrocortisona, Metilprednisolona, Butirato de Clobetasona, Valerato de Betametasona, Butirato de Hidrocortisona e Propionato de Clobetasol Se no eczema a utilização dos corticosteroides tópicos é inquestionável, a verdade é que há todo um conjunto de situações que desaconselham a sua utilização: Na presença dum processo infecioso concomitante Nas lesões ulceradas ou secundariamente infetadas, onde podem até contribuir para o seu agravamento Na urticária, onde são desprovidos de valor terapêutico Na acne vulgaris Na rosácea, onde são até contra-indicados 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Sangue Constituição Hemácias (células anucleadas com 120 dias de duração) Leucócitos (granulócitos, linfócitos e monócitos) Plaquetas Sais, proteínas e hidratos de carbono Avaliação da função plaquetaria Avaliação da função plaquetaria Tempo de sangria Teste da picada na orelha, técnica de Duke (sangra de 2 a 9 minutos). Se aumentar o tempo de sangramento, significa que há falta de fatores de coagulação, mas principalmente de plaquetas. Avaliação do sistema de coagulação plasmática Tempo de protrombina (PT) - Tempo necessário para que a coagulação ocorra - Normal é de 12 segundos -avalia a via extrínseca e a comum - Na monitorização dos anticoagulantes orais Tempo de tromboplastina parcial ativada (APTT) - Utilizado para monitorizar e controlar os efeitos da heparina - Avalia a via intrínseca e a comum da cascata -normal é de 36 a 48 segundos INR (International Normalized Ratio) Corresponde à razão entre o PT do paciente e o PT de referência. A variação normal é entre 0,9 e 1,2. Um INR prolongado pode traduzir: Deficiência dos fatores I, II, V, VII e X Deficiência de vitamina K Terapêutica com anticoagulantes ou com heparina em doses elevadas Preconizam-se os valores de INR: INR entre 2-3: profilaxia da trombose venosa INR entre 2-4: tratamento do acidente tromboembolico e prevenção das tromboses recidivantes INR entre 3-4,5: profilaxia de acidentes tromboembolicos arteriais e próteses valvulares cardíacas mecânicas O INR deve ser avaliado no dia antes da cirurgia, no dia e no dia seguinte. Se não se fizer estes procedimentos, há risco de hemorragias. 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Hemóstase A hemóstase normal é um equilíbrio entre processos pró-coagulantes, anticoagulantes e fibrinolíticos nos vasos sanguíneos. Os danos na parede dos vasos iniciam uma serie complexa de eventos envolvendo plaquetas, células endoteliais e proteínas da coagulação que resultam na formação de um coágulo plaqueta-fibrina. Entram em jogo 3 processos, sendo estes a vasoconstrição, agregação plaquetaria e a coagulação. Os anticoagulantes fisiológicos e os sistemas fibrinolíticos são ativados pelos produtos da cascata da coagulação impedindo a formação de m coágulo indesejado. Cascata de coagulação Via intrínseca ou de contacto Todos os fatores necessários estão presentes em circulação e a reação inicial é o contacto com superfícies carregadas negativamente. Via extrínseca ou dependente do fator tecidual Ativada na sequência de uma lesão vascular Se existirem desordens na coagulação podemos querer: Reduzir a coagulação: através de anticoagulantes, antiagregantes plaquetarios, trombolíticos Facilitar a coagulação: através da reposição dos FC VII, IX e Vitamina K e inibidores do plasminogénio 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Anticoagulantes O tratamento anticoagulante tem por finalidade opor-se ao aparecimento de trombos ou à sua recidiva. Os principais são: Heparina Anticoagulantes orais Heparinóides Hirundinas Todos bloqueiam a sequência da coagulação, reduzindo a deposição de fibrina mas com diferentes mecanismos Também são utilizados no tratamento e profilaxia (prevenção) das patologias tromboembólicas. Podem ser divididos em anticoagulantes de: Ação direta: imediata e curta duração, interferindo com a formação da trombina. Por ex: Heparina , Dabigatrano etexilato Ação indireta: indireta e prolongada, interferindo com a formação da protrombina. Por exemplo: antivitaminicos K, rivaroxibano 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Anticoagulantes orais - Antagonistas da vitamina K (a vitamina K é essencial para a síntese hepática de certos fatores de coagulação) Um desses antagonistas é a Varfarina. A Varfarina inibe a vitamina K. O efeito é monitorizado com provas de coagulação (determinação da INR). Para reverter o seu efeito, tem de se parar a sua administração ou administrar atas doses de vitamina K. Utilização clínica: Prevenção/tratamento do tromboembolismo venoso Prevenção/tratamento do embolismo pulmonar Prevenção do tromboembolismo em doentes com outros problemas Contra indicações: Gravidez Hemorragia cerebral ou intraocular recente Ulcera GI Hipertensão grave Heparina - Anticoagulante de uso parentérico, com início de ação imediato, mas duração de ação curta. Existe em abundância nos pulmões, fígado e intestino. Mecanismo de ação: - inibe a conversão de fibrinogénio em fibrina - Impede a adesão das plaquetas ao colagénio Há dois tipos de heparina: De peso molecular elevado (Não faccionada): heparinato de cálcio, infusão de heparina sodica De baixo peso molecular Dalteparnina, enoxaparina sódica, nadroparina de cálcio, reviparina sódica Tem resposta anticoagulante mais previsível, um tempo de semivida superior, requerem apenas uma injeção diária, melhor biodisponibilidade Não é absorvida por via oral: Não atravessa a placenta nem aparece no leite. Metabolização hepática. Utilização clínica: Anticoagulante de escolha quando se pretende efeito imediato Tromboses venosas profundas Embolismo pulmonar e arterial periférico Tratamento de mulheres grávidas Efeitos adversos: Hemorragias e trombocitopenia 2º Ano de Fisioterapia, 1º semestre Contraindicações: Pacientes com problemas de sangramento Hipertensão severa Úlceras Doenças hepáticas ou renais Cirurgias cerebrais, oculares e da coluna Heparinoides ou glicosaminoglicanos Estruturalmente semelhantes à heparina Hirundinas - Hirundina nativa – polipéptido segregado pela sanguessuga - Produzida por tecnologia da DNA recombinante - Inibidores específicos e seletivos da trombina (ligação forte e irreversível) Antiagregantes plaquetarios Inibem a formação de trombos, porque diminuem a agregação plaquetaria. Entre estes destaca-se o ácido acetilsalicílico, mas existem outros como a ticlopidina, copidogrel, triflusal. Acido acetilsalicílico Reduz o risco de eventos vasculares como enfarte do miocárdio e AVC Inibe a ação da enzima cicloxigenase, impedindo a formação do tromboxano A2 pelas plaquetas (reduz a agregação plaquetaria). É a terapêutica de primeira linha Tienopiridinas (ticlopidina e copidogrel) Impedem a ligação do fibrinogénio às plaquetas ativadas após interação com a glicoproteína plaquetaria IIb/IIIa. Fibrinólise É um processo concomitante à coagulação. Apos reparação vascular é necessário eliminar grande parte do coágulo de fibrina. Dentro do coágulo temos a plasmina que tem como percursor o plasminogénio; este por sua vez precisa de
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