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ADMINISTRAÇÃO DE PRODUTOS E SERVIÇOS Gisele Lozada Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 A238 Administração de produtos e serviços [recurso eletrônico] / Organizadora, Gisele Lozada. – Porto Alegre : SAGAH,2016. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-69726-63-0 1. Administração - Produtos. 2. Administração – Serviços. 3. Sistemas de produção. I. Lozada, Gisele. CDU 658.64 A produção com ferramenta estratégica Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Analisar o conceito de estratégia e sua hierarquia. � Entender a estratégia de produção, seu conteúdo e processo. � Identificar as prioridades estratégicas e suas principais influências. Introdução A organização necessita definir onde deseja chegar e, a partir des- te ponto, estabelecer quais as ações necessárias para que este ob- jetivo seja atingido, que corresponde à definição de sua estratégia. Este contexto é também praticável às funções organizacionais, como a produção, que possui importante papel e por isso necessita estar vinculada à estratégia. Uma vez definida a estratégia organizacional, a produção se posiciona em seu contexto, norteada por seus objetivos de desempenho, os quais irão definir como contribuir para a estraté- gia e a competitividade. Neste texto, você vai estudar a estratégia e seus diferentes níveis hierárquicos, onde se encontra inserida a estratégia de produção que, por meio de seus objetivos, influências e prioridades, contribui para a estratégia global da organização. Estratégia A palavra estratégia vem do grego στρατηγία (stratēgia), que significa “a arte de liderar uma tropa”, também fazendo forte referência a figuras como co- mandante, general, chefe, e outras fortes influências da filosofia militar. Atu- almente, estratégia corresponde a uma expressão largamente utilizada no am- biente corporativo, representando um conceito amplo que engloba e organiza diversos aspectos, na intenção de promover determinado resultado. Definir e assumir uma estratégia significa que a organização fez uma es- colha, tomou uma decisão que representará seu objetivo central, e para o qual deverá adotar atitudes viabilizadoras, tornando realidade aquilo que foi proje- tado. A empresa assume um compromisso que deverá ser colocado em prática através de suas ações e decisões, praticadas em diversos níveis da organi- zação. E para que estas decisões estejam alinhadas, é definida a estratégia, correspondendo ao padrão universal que deve ser aplicado as ações e decisões de seus integrantes, permitindo que os objetivos sejam atingidos. Decisões são tomadas o tempo todo, nos mais variados cenários e circuns- tâncias, das mais simples às mais complexas. No ambiente corporativo, temos diferentes funções, que são desempenhadas por diversas pessoas, como, por exemplo, o gerente. Ele toma diversas decisões durante a realização de suas atividades, podendo estas ser ou não consideradas estratégicas. Uma decisão estratégica é geralmente dotada dos seguintes aspectos: � É significativa para a estratégia, possuindo efeito abrangente (mesmo que relacionada a uma parte específica da organização, promove im- pactos no conjunto maior); � Determina a posição da organização no ambiente em que está inserida; � Permite a aproximação da empresa a seus objetivos de longo prazo. Estratégia corresponde ao padrão universal de ações e decisões que alinha as funções organizacionais e posiciona a organização em seu ambiente, com a intenção de atingir os objetivos de longo prazo. É importante lembrar que a relação entre produção e estratégia é muito forte e estreita, considerando que os três papéis principais da produção são apoiar, implementar e impulsionar a estratégia, o que a coloca na condição de seguidora, executora e líder da estratégia. E para que estes papéis sejam de fato exercidos pela produção, são traçados os objetivos de desempenho que irão definir como a produção pode contribuir para a estratégia. Ou seja, é estabelecida uma estratégia de produção para que as decisões envolvidas no processo produtivo estejam alinhadas à estratégia global da organização, viabilizando seu atingimento. Administração de produtos e serviços106 Hierarquia da estratégia As organizações, na prática, possuem diferentes características, apresentando diversos tamanhos e estruturas, adequadas ao seu tipo de negócio, que pode representar maior ou menor grau de complexidade. Neste contexto, a estra- tégia é definida em função da organização e seu negócio, bem como as dife- rentes funções que o constituem (Ver Figura 1). A fim de direcionar as ações e decisões de forma mais apropriada em cada parte da organização, a estratégia é segmentada em três níveis: � Estratégia corporativa: orienta e conduz a organização em seu am- biente, composto por aspectos econômicos, sociais e políticos. Inclui decisões voltadas ao próprio negócio e seu posicionamento (como tipo de negócio, atuação, investimentos, entre outros), definindo da missão e objetivos globais, bem como o posicionamento da organização, con- siderando suas forças e fraquezas; � Estratégia de negócios: voltada para cada uma das unidades de negócio, definindo missão e objetivos individuais, e também estabelecendo o posicionamento da organização no mercado, onde estão inseridos seus consumidores e concorrentes; � Estratégia funcional: visa traduzir os objetivos do negócio em termos apropriados para cada função organizacional (produção, marketing, finanças, pesquisa e desenvolvimento, entre outros), auxiliando no entendimento dos papéis de cada função, bem como sua contribuição para os objetivos estratégicos do negócio, a fim de conduzir suas ações em seu ambiente, que corresponde ao negócio. 107A produção com ferramenta estratégica Figura 1. Hierarquia da estratégia. Fonte: Adaptada de Teixeira et al. (2014, p. 58). Este cenário demonstra não só um comportamento hierárquico, mas também ressalta a importante relação que as estratégias apresentam entre si: a estratégia de negócios representa importante influência no ambiente em que a estratégia funcional atua, enquanto que a estratégia corporativa corresponde a um importante elemento do contexto em que a estratégia de negócios está inserida, conforme demonstrado na Figura 2. Administração de produtos e serviços108 Figura 2. O ambiente estratégico. Produção e estratégia A função produção entende o sistema produtivo como uma rede de processos e operações, hierarquicamente distribuídas. Avaliando a organização sob este prisma, é possível perceber que ela é constituída de diversas áreas, departa- mento ou unidades (micro-operações) que formam um conjunto maior, cor- respondendo a operação total da organização (macro-operação). Estas ope- rações se inter-relacionam e, assim como a estratégia, formam um modelo hierárquico. A macro-operação possui objetivos e estratégias globais, que conectam e direcionam suas partes integrantes, e para as quais as micro-operações des- tinam seus esforços. Contudo, em função das atividades e responsabilidades específicas desempenhadas por cada departamento ou unidade, surge natu- ralmente a necessidade do desenvolvimento de objetivos específicos, que via- bilizem a efetiva contribuição de cada parte frente à estratégia global. Estes objetivos serão representados pelas estratégias da micro-operação, que auxi- liarão na tomada de decisão da macro-operação. 109A produção com ferramenta estratégica Estratégia de produção Dentre as funções que constituem a organização, a produção ocupa papel de destaque e, logo, a estratégia por ela adotada corresponde a uma importante contribuinte da estratégia global. A estratégia de produção possui a mesma natureza hierárquica da estratégia, que é estendida para a função produção. Sua definição inclui o estabelecimento de um padrão de decisões e ações que determinarão papéis, objetivos e atividades a serem desempenhadaspor cada elemento ou parte, de forma a contribuir para a estratégia, sendo realizada em dois níveis, conforme a Figura 3: � Macro-operação: estabelece plano destinado para a produção, voltado para a estratégia de negócios da organização; � Micro-operação: estabelece planos para cada parte da produção, vol- tados para a estratégia de produção do negócio. Figura 3. Estratégia de operação nos níveis da macro-operação e micro-operação. A relação entre as operações revela a conexão de seus objetivos estraté- gicos, onde cada componente contribui para a os objetivos estratégicos do nível superior ao seu. Esta estrutura também é marcada pelas relações exis- tentes entre clientes e fornecedores internos da organização. Neste sentido, a estratégia de produção possui dois propósitos fundamentais, aplicáveis a cada uma das unidades: Administração de produtos e serviços110 � Contribuir de forma direta para os objetivos estratégicos do nível hie- rárquico superior. � Auxiliar as outras funções organizacionais a realizarem sua contri- buição para a estratégia. Leia mais sobre a estratégia de produção na obra Estratégia de operações (SLACK; LEWIS, 2009). A estratégia de produção possui ainda dois aspectos importantes: con- teúdo e processo. O conteúdo da estratégia de produção é representado por políticas, planos e comportamentos que formam um conjunto de regras se- guidas pela produção, determinando o padrão de decisões e ações, que de- terminarão papéis, objetivos e atividades. Já o processo da estratégia de produção corresponde ao método utilizado para determinação da estratégia e o estabelecimento das decisões. Estas questões, uma vez estabelecidas, de- terminarão as estratégias específicas que norteiam a tomada de decisões da função produção, no decorrer de suas atividades. Ainda no que diz respeito ao conteúdo da estratégia de produção, ela pode apresentar as seguintes perspectivas: � Partindo de cima para baixo: a partir da estratégia corporativa. � Partindo de baixo para cima: a partir das experiências e aprendizado operacional. � Partindo dos requisitos do mercado: a partir dos requisitos de mercado. � Partindo dos requisitos de produção: a partir da exploração da capaci- dade de recursos. Prioridades estratégicas A função produção possui cinco objetivos de desempenho para os quais volta suas atenções na intenção de cumprir seus papéis básicos na organização, apoiando, implementando e impulsionando a estratégia. Estes objetivos, quando atingidos, geram vantagens e contribuem para a competitividade or- ganizacional. 111A produção com ferramenta estratégica Porém, o atingimento destes objetivos não depende exclusivamente da produção e seus esforços. Eles também são influenciados, em determinadas circunstâncias, por fatores externos à função produção, tornando alguns ob- jetivos relativamente mais importantes para a organização ou suas operações, promovendo a determinação de prioridades em seus objetivos de desempenho e, consequentemente, sua estratégia de produção. Estas influências são divi- didas em três categorias, conforme abaixo e Figura 4: � Consumidor � Concorrentes � Ciclo de vida do produto/serviço Figura 4. Influências da estratégia de produção. Fonte: Adaptada de Slack et al. (2006, p. 77). A influência do consumidor A empresa possui várias fontes de influência em seu processo de determi- nação de prioridades para a produção, conforme demonstrado na Figura 4. Porém, de todas as possíveis influências, uma possui maior relevância: o con- sumidor. Esta importância se dá pelo fato de que o cliente tem o poder de gerar impactos diretos e imediatos à organização e suas funções. É importante lembrar que o consumidor representa um elemento funda- mental para as organizações, representando a razão de existir de qualquer ne- gócio, seja qual for seu tamanho ou segmento. Sem clientes as empresas nem mesmo existiriam. É para o cliente que as empresas destinam seus produtos e serviços, almejando satisfazer as necessidades e desejos dos clientes, supe- rando seus concorrentes e até mesmo promovendo a fidelização. Portanto, é possível afirmar que o cliente é o foco da produção. Administração de produtos e serviços112 A fim de lidar com a influência do consumidor, a produção busca avaliar seus cinco objetivos de desempenho sob a ótica do cliente, definindo como prioridades os aspectos que forem mais valorizados pelo consumidor. Assim a empresa aumenta suas chances de satisfazer as necessidades e desejos do cliente, oferecendo produtos ou serviços que mais se aproximam de suas ex- pectativas (ou até mesmo as superam), aumentando a qualidade percebida e apreciada pelo cliente. Estes aspectos, após serem identificados, se consti- tuirão nos chamados fatores competitivos, para os quais a empresa volta seus esforços e objetivos, definindo seu posicionamento no mercado. Aquilo que é mais valorizado pelo cliente, passa a ser priorizado pela organização. A operação buscará a excelência naquilo que o consumidor mais valoriza. Se o baixo preço é o mais importante para o cliente, a organização irá buscar a eficiência de seu custo; se o cliente deseja produtos isentos de erros, a pro- dução dará ênfase em seu desempenho de qualidade; se a velocidade na en- trega for determinante para o cliente, o objetivo da rapidez será priorizado pela organização; e assim, sucessivamente, conforme demonstrado na Figura 5. Figura 5. Relação entre os fatores competitivos e os objetivos de desempenho da produção. Fonte: Adaptada de Slack et al. (2006, p. 78). A performance da função produção com relação a seus objetivos de de- sempenho determina o grau de atendimento da organização às exigências de seus clientes, representadas pelos fatores competitivos. Estes fatores são ob- servados pela organização, e traduzidos em aspectos que possam ser absor- 113A produção com ferramenta estratégica vidos pela produção, definindo suas prioridades em razão das necessidades sinalizadas pelos clientes. Neste contexto, surge o conceito dos objetivos qualificadores e ganha- dores de pedidos. O entendimento destas duas modalidades auxilia na deter- minação das prioridades, verificando a importância relativa dos objetivos de desempenho frente aos fatores competitivos, e, assim, categorizando-os. Critérios qualificadores são aqueles considerados preliminares: o cliente determina um nível mínimo de desempenho a ser apresentado pela produção frente aos fatores competitivos, e a empresa precisa apresentar resultado igual ou superior para que possa integrar o grupo de potenciais fornecedores. Se ela não atingir, estará automaticamente fora do processo, o que demonstra a importância de conhecê-los e atendê-los. Uma vez qualificada, a empresa ingressa em uma nova fase, agora mar- cada pelos critérios ganhadores de pedidos: são aqueles que viabilizam o fechamento de um negócio, sendo considerados como fator chave pelo cliente. Conhecer estes critérios e aumentar o desempenho da produção para os mesmos amplia as possibilidades da empresa em aumentar o número de pe- didos ou fechar novos negócios. A influência dos concorrentes O cliente representa o principal fator na determinação das prioridades da produção e sua estratégia, porém, não é o único. Os concorrentes também ocupam importante papel neste contexto, igualmente influenciando a prio- rização dos objetivos de desempenho da produção. O comportamento dos concorrentes, suas características marcantes e seus diferenciais representam fatores que devem ser observados pela organização, para que esta se coloque em condições de equivalência. Contudo, isso não significa que a empresa precise apresentar exatamente os mesmos atributos de seus concorrentes. Ela precisa conhecê-los e avaliá- -los, decidindo o que priorizar, que pode ser um fator totalmente diferente, mas que garanta à organização um diferencial capaz de fazer frente àquele atributo apresentado por seu concorrente. Neste contexto, é importantesalientar que a conduta dos concorrentes nem sempre é refletida de forma imediata no comportamento do consumidor, que pode ainda não demonstrar variações. No entanto, pode ser necessário que a empresa promova ajustes nos objetivos de desempenho de sua produção, Administração de produtos e serviços114 definindo novas prioridades. Assim, pode-se antecipar a uma situação que potencialmente afetará o comportamento do consumidor posteriormente. Este cenário demonstra a importância do conhecimento e monitoria dos concor- rentes pela organização, para que ela possa se manter competitiva. A influência do ciclo de vida Outro importante fator a ser considerado pela empresa corresponde ao ciclo de vida do produto ou serviço que ela pretende oferecer. Este é um aspecto que poderá influenciar o comportamento tanto dos consumidores quanto dos concorrentes, e, assim, interferir também na priorização dos objetivos de de- sempenho da produção. Os produtos e serviços passam por diversas e distintas etapas, partindo do momento de sua disponibilização pela empresa até atingir o ponto em que os clientes não mais se interessam em adquiri-los. Estes estágios possuem carac- terísticas específicas, que representam diferentes desafios para a organização, em várias de suas funções, como produção e venda. É importante salientar que neste tema a participação do marketing re- presenta contribuição de grande valor para a produção. Um dos renomados autores da área de marketing – Kotler (1995), sinaliza quatro características importantes a respeito dos produtos e serviços: � Produtos e serviços possuem vida limitada. � As vendas passam por quatro estágios, que representam diferentes desafios. � Os lucros variam nos diferentes estágios do ciclo de vida. � Os produtos e serviço existem diferentes estratégias a cada etapa do ciclo de vida. As características e duração de cada estágio variam de acordo com o pro- duto ou serviço, mas em geral são demonstradas pela variação do volume de vendas em quatro principais etapas: introdução, crescimento, maturidade e declínio, conforme ilustrado pela Figura 6. � Introdução: corresponde ao momento em que o produto/serviço é lan- çado no mercado, apresentando ainda baixo volume e crescimento de vendas. 115A produção com ferramenta estratégica � Crescimento: corresponde ao momento em que o produto/serviço é aceito pelo mercado, apresentando rápido crescimento no volume de vendas. � Maturidade: corresponde ao momento em que o produto/serviço co- meça a atender às necessidades do mercado, apresentando máximo pa- tamar de vendas, que logo depois inicia movimento de redução. � Declínio: corresponde ao momento em que o produto/serviço começa a atender totalmente às necessidades do mercado, e as vendas passam a apresentar declínio. Figura 6. O ciclo de vida dos produtos e serviços. Fonte: Adaptada de Slack et al. (2006, p. 82). Cada etapa do ciclo de vida do produto ou serviço exige diferentes estra- tégias, que envolvem questões voltadas a diversas funções organizacionais, como marketing, finanças, compras e produção, entre outras. Com relação à produção, as variações provocadas pelos diferentes estágios implicam na necessidade de adaptação das operações e seus objetivos, que apresentarão significativas mudanças à medida que o produto ou serviço avança em seu ciclo de vida, na direção da maturidade. O Quadro 1 exibe alguns dos fatores normalmente afetados pelos estágios do ciclo de vida, e as principais varia- ções por eles apresentadas. Administração de produtos e serviços116 Fonte: Adaptado de Slack et al. (2006, p. 82). Fator Introdução Crescimento Maturidade Declínio Volume de vendas Baixo Crescimento rápido Alto e estável Em declínio Consumi- dores Inovadores Adotantes pioneiros Massa do mercado Atrasados Concorrentes Poucos ou nenhum Número crescente Número estável Número em declínio Principais objetivos de desempenho Flexibilidade e qualidade Velocidade, confiabilidade e qualidade Custo e con- fiabilidade Custo Quadro 1. Efeitos do ciclo de vida dos produtos e serviços. Áreas de decisão estratégica Outra questão a ser considerada, no que tange às influências relativas à pro- dução, diz respeito às áreas de decisão da organização. Além de determinar as prioridades dos objetivos de desempenho, a estratégia de produção também estabelece a direção global das decisões que serão tomadas nas principais áreas de decisão, que estão voltadas para dois blocos estratégicos específicos: estrutura e infraestrutura: � Estratégia estrutural: influenciam as atividades de projeto, definindo limites de atuação. � Estratégia infraestrutural: influenciam atividades de planejamento, controle e melhoria, estabelecendo o desempenho de utilização dos li- mites definidos pela estrutura. 117A produção com ferramenta estratégica A diferenciação e relação entre as estratégias estrutural e infraestrutural podem ser mais facilmente compreendidas se compararmos a empresa a um computador: o hardware estabelece os limites de sua capacidade, enquanto que o software define sua potencialidade de utilização desta capacidade. Um melhor software permite maior aproveitamento do potencial do hardware, e ambos são necessários para o funciona- mento do computador, que pode ser melhor ou pior em razão delas. Em resumo, podemos considerar que o investimento nestas áreas tem a capacidade não só de influenciar, mas também de ampliar o potencial das operações. Contudo é importante lembrar que estes fatores possuem uma im- portante relação: as melhores e mais caras estruturas (instalações e tecno- logias, por exemplo) somente serão eficazes se estiverem acompanhadas da infraestrutura adequada, que definirá o funcionamento das atividades produ- tivas, promovendo os resultados que a estrutura permite. 1. Estabelecer o padrão global de deci- sões e ações a serem adotados, bem como o papel, objetivos e atividades da produção corresponde a definição de: a) Estratégia b) Decisão estratégica c) Hierarquia estratégica d) Estratégia corporativa e) Estratégia de Produção 2. A estratégia é definida em função da organização e seu negócio, bem como das diferentes funções que a constituem. Buscando direcionar ações e decisões, a estratégia é divi- dida nos seguintes níveis hierárquicos: a) Apoio, implementação e impul- sionamento da estratégia. b) Estratégia de negócio e funcional. c) Estratégia de produção da macro- -operação e micro-operação. d) Corporativo, de negócio e funcional. e) Objetivos qualificadores e ganha- dores de pedidos. 3. Dentro da perspectiva estratégica da organização é correto afirmar que: a) A estratégia de produção de cada unidade possui como único pro- pósito a intenção de contribuir para os objetivos estratégicos do nível superior na hierarquia. b) O processo da estratégia corres- ponde ao conjunto de diretrizes que a produção escolhe seguir. Administração de produtos e serviços118 c) A definição das prioridades dos objetivos de desempenho da pro- dução ocorre de maneira interna à organização, sem que o am- biente possua qualquer influência neste processo. d) A estratégia de operações define os objetivos de desempenho mais significativos, mas deixa que cada área de decisão da pro- dução estabeleça sua direção, de forma individual. e) A estratégia de operações possui como propósitos contribuir para os objetivos estratégicos do nível superior e auxiliar outras funções da organização desempenhar sua contribuição para estratégia. 4. O estabelecimento de prioridades da produção frente aos seus obje- tivos de desempenho possui como influência: a) Os consumidores, de forma indivi- dual ou coletiva. b) Consumidores, concorrentes e ciclo de vida do produto/serviço. c) Concorrentes e competidores. d) Apenas o ciclo de vida do pro- duto/serviço. e) Custo e qualidade. 5. Os objetivos de desempenho da pro- dução possuem importância relativa para a organização em dadas circuns-tâncias, que a partir disso estabelece prioridades. Neste contexto, é correto afirmar: a) Fatores qualificadores e ga- nhadores de pedidos estão relacionados à influência que os concorrentes nos objetivos de desempenho. b) A forma como a organização reage a mudanças está direta e exclusivamente relacionada às in- fluências do cliente nos objetivos de desempenho. c) Critérios ganhadores de pedidos podem não ser os principais fatores determinantes da compe- titividade, mas contribuem para ela de alguma forma. d) Critérios ganhadores de pedidos são aqueles que contribuem diretamente para a realização de um negócio. e) O ciclo de vida dos produtos/ serviços é composto por duas etapas: introdução e declínio. 119A produção com ferramenta estratégica KOTLER, P. Administração de marketing. São Paulo: Atlas, 1995. SLACK, N. et. al. Administração da produção. ed. compacta. São Paulo: Atlas, 2006. SLACK, N.; LEWIS, M. Estratégia de operações. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. TEIXEIRA, R. et al. Estratégia de produção: 20 artigos clássicos para aumentar a competi- tividade da empresa. Porto Alegre: Bookman, 2014. Leitura recomendada ANTUNES, J. et al. Sistemas de produção: conceitos e práticas para projetos e gestão da produção enxuta. Porto Alegre: Bookman, 2008. Administração de produtos e serviços120 Conteúdo:
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