Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TA826 QUÍMICA DE LIPÍDIOS ★ INTRODUÇÃO ○ Lipídios são substâncias de origem animal, vegetal ou microbiana, insolúveis em água mas solúveis em solventes orgânicos ○ óleo é líquido na temperatura ambiente e gordura está no estado sólido, semi-sólido ou plástico ○ Azeite é oriundo de frutos ★CONFORMAÇÃO ESTRUTURAL DOS ÁCIDOS GRAXOS E TRIACILGLICERÓIS ○ Ácidos graxos insaturados possuem ligação dupla, deixando a molécula na forma cis quando naturais ○ Ácidos graxos trans foram hidrogenados, fazendo com que ocorra torção das moléculas, impactando no ponto de fusão e diversas outras propriedades ○ De cadeia curta possuem de 4 a 8 átomos, média de 10 a 14 e longa de 16 a 24 átomos ○ C16:0 (ácido palmítico) e C18:0 (esteárico) são os mais importantes em relação a gorduras do leite ○ C18:2 (ácido linoléico), C18:3 (alfa-linolênico) e C18:1 (oléico) são os ácidos graxos essenciais ○ Estão sempre esterificados formando os triacilglicerois ○ Na biossíntese ocorre um esterificação, liberando água ○ Óleo de gordura bruto possui 98 a 110 triacilglicerois ★ÓLEOS E GORDURAS VEGETAIS ○ Distribuição de ácidos graxos distinta ○ Manteiga de cacau possui ácidos graxos saturados, já linhaça possui mais insaturados ○ Gorduras mais duras possuem maior teores de saturados, e mais líquido possui mais insaturados ○ Óleo de coco: óleo mais saturado dentre as gorduras naturais ○ Óleo de palma: possui quantidades equivalentes entre ambos os tipos ○ Canola: menor teor de ácidos graxos saturados (óleo muito leve) ○ Presença de alfa-linolênico com alta concentração no óleo de milho, soja, girassol ○ Regioespecificidade ■ Natural durante a biossíntese na esterificação ■ Insaturados são esterificados preferencialmente na posição sn-2, procurando proteger contra a rancificação ■ posições sn-1 e sn-3 são preferenciais por saturados com uma facilidade de acesso, já que não são propensos a oxidação ■ Cada fonte também tem um padrão de identidade específico da sua composição de triacilgliceróis ★GORDURA DO LEITE ○ A gordura compartimentada em glóbulos com membrana de fosfolipídeos e proteínas na fase contínua do leite ○ Triacilgliceróis como compostos maioritários, mas também outros lipídeos ○ Glóbulo de gordura muito rica com estrutura complexa ○ Separação física do leite por um composto próprio com capacidade emulsificante ○ 98,3% de triacilglicerol como composto principal ○ Ácidos graxos no leite ■ 400 AG diferentes em pequenas quantidades, porém a grande maioria com número par de carbonos e cadeia linear ■ 51% dos ácidos graxos saturados sendo palmítico e esteárico ■ alguns ácidos graxos de cadeia curta que garantem característica de aroma ★ LIPÍDIOS MINORITÁRIOS ○ Durante o processamento de refino, alguns podem atrapalhar o processamento posterior do produto ○ Monoacilgliceróis e Diacilgliceróis ■ Resultantes da hidrólise de triacilgliceróis liberam ácidos graxos livres ■ Os AGL são indesejáveis em processos de refino mais intensos, necessitando de óleos brutos com baixa concentração destes ■ Possuem ação emulsificante que trazer complicações no refino ○ Fosfolipídios ■ Lecitina , importante na degomagem ■ Colina, inositol, serina e etanolamina ■ Precisam ser retirados devido ao problema de coloração e reversão de cor, além no refino ■ Obtenção industrial de lecitina ○ Esteróis ■ Colesterol de origem animal o qual pode trazer problemas de saúde como problemas cardiovasculares ■ Fitoesteróis em óleos vegetais ■ Análogos químicos ao colesterol são os fitoesteróis, com cada gordura apresentando teores específicos desses compostos ■ Competem com o colesterol e são absorvidos preferencialmente ao colesterol animal, sendo o último eliminado ○ Tocoferóis e tocotrienóis ■ Devem ser mantidos no óleo até o fim do processo ■ Presença de um anel fenólico e uma cadeia saturada ou insaturada ■ Atividade antioxidante natural nos óleos e gorduras ■ Grupos substituintes podem gerar outras 2 espécies desses compostos ■ Atividade de vitamina E (porcentagem a partir do alfa-tocoferol) ■ Recuperados no final de processo de refino ○ Pigmentos ■ Carotenóides e clorofila, precisam ser retirados durante o processo de refino devido ao impacto negativo na qualidade sensorial e aplicação ■ Agentes pró-oxidantes ○ Ceras ■ Compostos frequentes em óleos oriundos de semente ■ Estéres de alto peso molecular, sendo uma proteção contra a desidratação e perda de umidade ■ Deve ser removido ○ Compostos odoríferos ■ Aldeídos, cetonas, produtos de hidrólise os quais podem causar aroma desagradável ★RANCIDEZ LIPÍDICA ○ Única forma de alteração que impacta nutricionalmente, sensorialmente e tecnologicamente ○ Degradação em Óleos e Gorduras ■ Triacilgliceróis podem sofrer uma hidrólise (química ou enzimática) e a oxidação pelo oxigênio, causando a rancidez ★RANCIDEZ HIDROLÍTICA ○ Relacionada a hidrólise dos triacilgliceróis liberando ácidos graxos e formando diacilgliceróis ou monoacilglicerol ○ Os dois últimos possuem campo hidroxila livre, tornando-os ótimos emulsificantes (minimizar a formação deles) ○ Hidrólise química: catalisada por ácidos na presença de água ■ Taxa de hidrólise aumenta com a elevação da temperatura ■ Na fritura e processamento de alimentos ocorre a transferência de água e ácidos para óleo catalisa a reação ■ Inibição: eliminação de água, uso de temperaturas amenas, evitar fritura prolongada e evitar uso prolongado de óleo ○ Hidrólise enzimática: catalisada por enzimas na presença de água ■ Lipases em fontes oleaginosas, alimentos ou oriundas de microrganismos ■ Leite, sementes e frutos ■ Trituração das fontes oleaginosas libera a ação das lipases ■ O efeito pode ser minimizado por inativação de enzima ○ Óleos de palma e de farelo de arroz podem sofrer hidrólise espontânea devido a uma carga acentuada e ativa de lipases ■ Perda quase total de triacilgliceróis ao longo do tempo ■ 70% de formação de AGL ao longo do tempo em farelo de arroz ★RANCIDEZ OXIDATIVA ○ Auto-oxidação associada a formação de compostos indesejáveis sensorialmente ○ Fenômeno relacionado a ácidos graxos insaturados ○ Perda sensorial e nutricional em relação a estrutura dos ácidos graxos ○ Quanto maior a quantidade de insaturações maior a reatividade dos ácidos graxos ○ Mecanismo de radicais livres e velocidade da oxidação aumenta com o número de duplas ligações ○ Velocidade: composição em ácidos graxos, concentração de pró-oxidantes, teores de antioxidantes, presença de oxigênio e condições de armazenamento ○ AUTO-OXIDAÇÃO ■ Reação em cadeia dividida por etapas, classificada por consumo de oxigênio ● Primeira fase: baixa velocidade ● Segunda fase: alta velocidade e consumo de O2 ● Terceira fase: percepção da alteração de odor e sabor ○ Oxidação Primária: Hidroperóxidos ■ Elemento de ativação (luz, metais ou elementos pró-oxidantes como pigmentos) ocorre a liberação de um átomo de hidrogênio ■ Formação de AG insaturado instável, passando a ser um radical ■ Reage com O2 incorporando na estrutura e forma ROO na fase de propagação ■ ROO- rouba um hidrogênio de outro AG, formando um radical R reagindo com o oxigênio ■ Reação em cadeia ■ Formação do hidroperóxido ROOH ○ Oxidação Secundária: Produtos de degradação ■ ROOH instável sofre uma cisão podendo ser homolítica ou heterolítica ■ Na fase de terminação podem serformados compostos poliméricos (ROR, ROOR), monoméricos e compostos voláteis ou não voláteis ■ Compostos secundários estáveis impactam negativamente nos óleos e gorduras ○ Cinética da Oxidação ■ Iniciação ● há uma pequena formação de hidroperóxidos e sem formação de produtos de oxidação ● Diminuição de AG insaturados ■ Propagação ● formação de hidroperóxidos aumenta e começa a formação de produtos de oxidação ● Roubo dos átomos hidrogênios dos ácidos graxos intactos ■ Terminação ● Hidroperóxidos instáveis passam pela cisão formando os produtos secundários ■ Consumo de oxigênio crescente, elevado na propagação e contínua na terminação ● Final da fase de propagação os hidroperóxidos começam a degradar ● Nota sensorial muito baixa na terminação ○ Auto-oxidação é impossível de evitar, mas possível de retardar ○ Boas práticas de armazenamento, refino e fabricação ○ Antioxidantes ■ Primários: ● tocoferol presente naturalmente nos óleos e gorduras ● Sintéticos podem ser BHA, BHT, TBHQ tem sido bastante questionados com potencial de alergenicidade ● No brasil alguns ainda são utilizados em produções industriais ● Capturam radicais livres ■ Secundários: ● Ácido cítrico, ácido ascórbico, EDTA e lecitina ● Impedem pró-oxidantes HISTÓRICO E TENDÊNCIAS NA ÁREA DE LIPÍDEOS ★Aspectos Nutricionais dos Lipídios ○ Fonte de energia e de ácidos graxos essenciais ○ Manutenção da temperatura corporal ○ Transporte e absorção de vitaminas lipossolúveis ○ Componente de estruturas das células ○ Precursores de hormônios ○ Maior sensação de saciedade ★ Influência dos Óleos e gorduras na Indústria de Alimentos ○ Indústria de óleos e produtos a base de óleos com diferentes aplicações ○ Indústria que utiliza a gordura em sua formulação, como chocolate, sorvete, fritura ○ Banha foi a primeira gordura a ser comercializada ○ Azeite é um óleo histórico ○ Banha passou a ser substituída pelos óleos vegetais, desenvolvendo as indústrias de extração e refino dos óleos vegetais ○ Embalagens metálicas mascaravam a coloração de alguns óleos, apesar de proteger contra contaminação ○ Clarificação e winterização = duas etapas que passaram a evoluir muito ao longo dos anos, quando as embalagens passaram de metal para plástico ○ 1º Desafio tecnológico: melhora da etapa de refino, óleos refinados estáveis, melhor aceitação sensorial ○ Dificuldade na produção de óleos e gorduras em indústrias para recheios, panificação, margarinas ■ Precisam ser formulados com produtos semi-sólidos e não líquidos, sendo uma grande dificuldade para a indústria ■ Não pode ser atendida por gordura de origem animal ■ Perfis tecnológicos específicos e distintos ■ Resistência térmica, mecânica e semi-sólidos ○ Indústria base de óleos vegetais refinados os quais precisam ser reformados para que se possa usar na indústria técnica e nas indústrias com aplicações tecnológicas ○ Desenvolvimento Tecnológico: questões tecnológicas, nutricionais e regulatórias ■ Formação de gorduras trans e saturadas ★HIDROGENAÇÃO ○ Hidrogenação Parcial ■ Começou nos EUA na década de 20 e no Brasil na década de 50 ■ Uso de óleos de baixo valor agregado para serem transformados em gorduras técnicas/ shortenings ■ Direcionado para margarina, depois fritura e aplicação em outras indústrias tecnológicas ■ Baixo custo, processo simples tecnologicamente, rápido e gorduras sob medida e com alta estabilidade oxidativa ■ Contribuição real dos ácidos graxos na alimentação ■ Definição técnica: adição catalítica assistida de hidrogênio às duplas ligações entre carbonos, saturando a gordura ■ Definição prática: processos de modificação de óleos e gorduras para converter óleos líquidos em produtos semi-sólidos ou sólidos ● Aumentar a estabilidade oxidativa dos mesmos ● Maior funcionalidade tecnológica e aplicabilidade das bases lipídicas obtidas ■ Hidrogenação efetuada até o shortening/semi-plástica com maior teor de isômeros trans, sendo a gordura com maior aplicabilidade ■ Segue até que todas as duplas ligações são saturadas, e obtém-se uma gordura sólida com alto ponto de fusão (totalmente hidrogenada) ● Não pode ser aplicado em qualquer alimento devido a alta temperatura de fusão (maior que a temperatura corporal) ■ Aumento do ponto de fusão até 43ºC - trazendo resistência térmica e mecânica ■ Composição de shortenings na década de 90 (2000): altos teores de ácidos graxos C18:1 (trans) ■ Determinadas aplicações possuiam variáveis graus de ácidos graxos trans (sopas e caldos, biscoitos pães e bolachas) ■ 2006: compilado dos estudos de ácidos graxos trans relacionados a malefícios a saúde cardiovascular ○ ÁCIDOS GRAXOS TRANS ■ Efeitos adversos sobre o perfil lipídico sanguíneo, aumentando o colesterol LDL e diminuindo o HDL ■ Efeito negativo do AGT na razão LDL/HDL é maior do que da gordura saturada ■ Recomendações: não consumir gorduras trans, ou limite máximo inferior a 1% do total de calorias ingeridas diariamente (2,2 g) ■ 3 unidades de biscoito recheado, 3 colheres de margarina ou 1 fatia de bolo ○ Legislação ■ 1992: estudos diferenciando trans e saturada ■ 1995: minimizar ingestão de gorduras trans ■ 1997: AGT computados como saturados ■ 1999: quantidade de AGT incluída em rótulos de produtos ■ 2003: resolução da ANVISA ■ 2012: RDC 54 compatibilizar a redução da gordura saturada ■ 2015: banimento de gorduras parcialmente hidrogenadas em alimentos pelo FDA ■ 2017: proibição de gorduras parcialmente hidrogenadas no Brasil ○ Redução gradual da presença de ácidos graxos em produtos industrializados ○ Em 2023 a gordura trans dos alimentos industrializados será completamente banida ○ Indústria de margarina em transição, panificação e biscoitos, mas ainda há 70% do mercado atual de gorduras técnicas representados por opções zero-trans ○ Versões trans ainda permanecem para aplicações específicas, apesar de possuírem as zero-trans também ★ FRACIONAMENTO ○ Restrição de matérias-primas que podem ser fracionadas ○ Cristalização dirigida seguida por uma filtração separando a estearina (fase sólida) e oleína (fase líquida) ○ Estearina é rica em TAG saturados e TAG insaturados ○ Feita com óleo de palma apenas ○ Não supre todo a necessidade da indústria,e algumas tecnologias precisam de gorduras mais específicas ★ INTERESTERIFICAÇÃO ○ Não promove a isomerização de duplas ligações, não afeta o grau de saturação e forma novas triacilgliceróis ○ Óleos vegetais totalmente hidrogenados com óleos líquidos ○ Gorduras de ponto de fusão intermediário com óleos líquidos ou gorduras com diferentes perfis de plasticidade ○ Interesterificação Química ■ ácidos graxos hidrolisados com um catalisador de metóxido de sódio de forma randomizada até que o equilíbrio termodinâmica seja atingido ■ Distribuição regioespecífica natural dos triacilgliceróis ■ Não há indícios de fazer mal a saúde ■ Reduzir AGT, mas aumentar os AG saturados ○ Ácidos Graxos saturados ■ Problema associado com ingestão em excesso aumentando LDL colesterol, triacilgliceróis plasmáticos e risco de doenças cardiovasculares ■ Cada ácido graxo pode apresentarum efeito específico no metabolismo ○ Legislação ■ 2000: limite para ingestão diária de gordura saturada ■ 2006: AAC limitar ingestão de gordura saturada a níveis inferiores a 7% das calorias diárias totais ■ 2007: FDA: 1g de gordura saturada/porção ■ 2010: ANVISA alimentos com quantidade elevada de gordura saturada ■ 2012: BRASIL definição para redução de saturados ★ TECNOLOGIA DE ORGANOGÉIS ○ Processo de modificação lipídica não-convencional estruturação de fases lipídicas-líquidas ○ Rede de gordura cristalina substituída pela formação de géis moleculares ○ Agentes estruturantes de baixo peso molecular com qualquer natureza (comum ser lipídica) ○ Sistemas semi-sólidos, onde a fase oleosa é imobilizada por uma rede tridimensional auto-sustentada do estruturante ○ Obtenção de gorduras com características plásticas, redução de tor de AGS, alto teor de AG poliinsaturados e zero trans ○ Mecanismo de Estruturação ■ Self-assembly (auto-organização molecular); ● Monoestearato de sorbitana, ceramidas, monoacilgliceróis, fitoesteróis, ceras e etilcelulose ■ Partículas cristalinas ● ácidos graxos, ácidos dicarboxílicos ■ Sistemas híbridos de ambos os mecanismos gera mais resistência térmica e maior rigidez da rede formada ○ Tecnologia de Organogéis ■ Temperatura, concentração do estruturante ■ Interação com outros componentes e método de incorporação ■ Fase lipídica ○ Obtenção de Organogéis ■ Mistura da fase imobilizada e estruturantes ■ Aquecimento 80°C ■ Agitação por 3 minutos com agitador magnético ■ Resfriamento sob temperatura controlada ■ Organogel ○ Aplicação de Organogéis em Alimentos ■ Produção de organogéis de óleo de soja estruturado com diferentes ceras, visando a substituição de gorduras saturadas e trans em alimentos ■ Desenvolvimento de produto análogo a margarina com aplicação de organogel a base de azeite de oliva e cera de girassol ■ Shortenings com organogel de óleo de canola e cera de candelila para produção de cookies com teor reduzido de ácidos graxos saturados ○ Limitações ■ Modificação de processos tecnológicos pré-estabelecidos, manutenção de características sensoriais típicas dos produtos ■ Estruturação efetiva com baixas concentrações de agentes moleculares ■ Questões regulatórias, resistência térmica, mecânica e migração de óleo ■ Oxidação ○ Vantagens em Potenciais ■ Uso de estruturantes GRAS ■ Simplificação de processos tecnológicos pré-estabelecidos ■ Produtos low sat, low fat e zero trans ■ Produtos enriquecidos em ácidos graxos omega 3 e 9 ■ Redução de custo da base lipídica PROPRIEDADES FÍSICAS DOS ÓLEOS ★PONTO DE FUSÃO E COMPORTAMENTO TÉRMICO ○ Diferenciar ácidos graxos saturados, cis e trans de mesmo tamanho de cadeia ○ A quantidade de carbonos faz aumentar a temperatura de fusão ○ Quanto maior o número de insaturações MENOR o ponto de fusão ○ Trans possui um ponto de fusão bem mais elevado que cis chegando próximo do saturado ○ Triacilgliceróis ■ óleos e gorduras são misturas complexas deles, e a partir da sua composição há um ponto de fusão diferente para cada um deles ■ Agrupar triacilgliceróis por saturação: ● triinsaturados: -30 a 5ºC(baixo ponto de fusão por serem insaturados, conferem brilho) ● monossaturados: -5 a 25ºC (um ácido graxo saturado = faixa de ponto de fusão para cremosidade, aeração de ar) ● dissaturados: 20 a 40ºC (dois ácidos graxos saturados = conferem estrutura física em temperatura ambiente, resistência térmica e mecânica ) ● trissaturados: 30 a 75ºC (3 ácidos graxos saturados = ponto de fusão bastante amplo, podendo variar por cadeia curta e longa) dureza, cerosidade, elevada resistência térmica e mecânica ■ monossaturados e triinsaturados, causam maior ponto de fusão no óleo de palma e manteiga de cacau ■ Já a alta quantidade de trissaturados e dissaturados em óleo de soja e girassol tem um baixo ponto de fusão ○ Comportamento térmico ■ Fenômenos térmicos relacionados às mudanças de entalpia e transições de fases das diversas misturas de triacilgliceróis que compõe os óleos e gorduras ■ Cristalização: processo exotérmico concentra volume e libera energia ● diminuir temperatura ● Ordenação, empacotamento das moléculas de triacilgliceróis ■ Fusão: processo endotérmico expande o volume e absorve energia ● Aumentar temperatura ● Desordenação das moléculas ★CRISTALIZAÇÃO DE ÓLEOS E GORDURAS ○ Rede cristalina em uma matriz oleosa líquida ○ Níveis hierárquicos da cristalização ■ Molécula de triacilglicerol ⇒ cristais ⇒ aglomerados cristalinos ⇒ rede cristalina ⇒ gordura ○ Nucleação: Formação de núcleos de cristalização com tamanho estável e estabilidade termodinâmica ■ Um núcleo é o menor cristal que pode existir em uma solução de determinada temperatura e concentração. A formação de núcleos a partir da fase líquida requer organização das moléculas em um reticulado cristalino de tamanho crítico a partir da superação de uma barreira energética ○ Crescimento dos cristais: consolidação da rede cristalina, aglomeração dos cristais ■ Rede cristalina relacionada a uma fase sólida dispersa em uma fração de óleo líquido ■ Núcleos cristalinos formados crescem pela incorporação de moléculas triacilglicerólicas provenientes da camada de líquido ■ Velocidade de crescimento cristalino é diretamente proporcional ao sub-resfriamento e varia inversamente com a viscosidade do sistema ■ Maior o grau de resfriamento maior a velocidade do crescimento cristalino ○ Superesfriamento ■ Diminuição gradual de temperatura forma núcleos de cristalização dos triacilgliceróis de maior ponto de fusão ■ Núcleo de cristalização precisa crescer para se tornar estável, entrando na fase de crescimento cristalino pela incorporação de moléculas ○ Processo que envolve AGITAÇÃO, TAXA DE RESFRIAMENTO e TEMPERATURA DE ESTABILIZAÇÃO mas principalmente a composição química ○ Fatores associados ■ Fenômeno que tem um impacto muito grande na indústria lipídica ■ Plasticidade, espalhabilidade ★CONTEÚDO DE GORDURA SÓLIDA -SFC ○ Relação de gordura sólida/líquida de uma gordura a uma temperatura específica ○ Expressa em porcentagem onde 0% é totalmente líquida e 100% é totalmente sólida ○ Perfis de sólidos ■ Curva de sólidos de como ocorre a fusão ■ Rede cristalina vai sendo destruída, aumentando a fração de gordura líquida ■ Dureza: resistência mecânica da gordura ■ Resistência térmica: faixa de fusão principal, gorduras que se fundem rápido possuem uma BAIXA resistência térmica ■ Cerosidade: se há sólidos nessa faixa de temperatura ■ Plasticidade: resistência térmica da gordura ● Baixa plasticidade = perda de sólidos em uma pequena faixa de temperatura (manteiga de cacau, óleo de coco) ● Alta plasticidade = redução do conteúdo de sólidos em uma ampla faixa de temperatura de forma gradual (blends, interesterificadas) ■ Principais temperaturas: ● 10ºC: indica firmeza e espalhabilidade do produto em temperaturas de refrigeração ● 15 - 20ºC: resistência da margarina e creme à exsudação de óleo ● 33 - 35ºC: perfil de fusão na temperatura corporal; textura e propriedades de liberação de sabor e aroma na boca ● T> 35ºC: percepção sensorial de cerosidade (guarda-chuva) ■ Óleo de palma● Intermediário em plasticidade com perfil de fusão bastante adequado ● Teor de sólidos acima de 40ºC bom para recheio de biscoitos ● Teor de sólidos depois da temperatura corporal auxilia na estrutura dos produtos durante a comercialização ■ Manteiga de cacau ● Mudança abrupta numa pequena faixa de temperatura ● Alto teor de sólidos no começo em uma alta temperatura ● Sem teor de sólidos na temperatura corporal (bom para chocolate) ○ Sebo e manteiga de cacau: ■ Manteiga: alta dureza, baixa resistência térmica e baixa cerosidade ■ Sebo: menor dureza, mais resistência térmica e alta cerosidade ○ Produto de panificação: baixa cerosidade, porém estrutura (uso médio) ○ Sorvete: teor de sólidos em baixa temperatura, mas também com fusão completa na temperatura corporal ○ Margarina varia de acordo com o seu uso , e também pode precisar de modificações ○ Aromas ★POLIMORFISMO ○ Sólidos de mesma composição podem existir em mais de uma forma cristalina ○ Propriedade física resultante de diferentes empacotamentos das moléculas de triacilgliceróis ○ Formação de diferentes estruturas cristalinas unitárias, resultantes de diversos empacotamentos moleculares ■ Alfa (hexagonal) = muito instável, primeira forma de empacotamento e passa para o beta prima ■ beta prima (ortorrômbica) = um pouco mais organizado, com empacotamento arranjado e estabilidade intermediária (propriedades) ■ beta (triclínica) = maior nível de organização, mais rígido e mais estável ○ Temperatura de fusão aumenta com o aumento da estabilidade, quanto mais estável maior a energia requerida ○ Processo irreversível de forma menos estável para a mais estável dependendo da temperatura e tempo (para voltar para a fase anterior deve ser fundida) ○ O mesmo óleo pode apresentar diferentes pontos de fusão de acordo com a sua forma estrutural podendo ser útil para formulação de produtos ○ Estabilização polimórfica ■ Grau de homogeneidade dos triacilgliceróis (quanto mais heterogêneo, maior é a estabilização em beta-prima) ■ Altos teores de ácido palmítico favorecem a estabilização em beta-prima (óleo de palma será sempre estabilizado em beta-prima) ■ Coexistência de diferentes polimorfismo e óleo líquido ■ Formulação, velocidade de resfriamento e nível de agitação afetam o polimorfismo final ○ Forma cristalina: diferentes características para aplicação ■ B-prima: macias, muito funcionais, espalhabilidade e aeração (produtos de panificação e confeitaria, margarina e emulsionados ● óleo de palma, gordura de palmiste, óleo de coco, gorduras hidrogenadas e interesterificadas, gordura do leite ■ B: cristais granulares mais duros e arenosos com baixo potencial de aeração (chocolate, cobertura, nutella, massa folhada) ● manteiga de cacau, óleo de canola, óleo de girassol, óleo de amendoim e banha, óleo de soja ○ Manteiga de Cacau ■ Muito homogênea, altamente polimórfica ■ B1 (34-36ºC) ■ Chocolate temperado na forma B2 trazendo estabilidade, mas também cremosidade ■ Fat bloom: migração da rede cristalina e de óleo líquido deixando uma aparência esbranquiçada ★MICROESTRUTURA ○ Informações sobre o estado, qualidade, forma, tamanho, relação espacial e interação entre todos os componentes da rede cristalina ○ Microestrutura e propriedades físicas e sensoriais ○ Dimensões cristalinas: o tamanho dos cristais e variabilidade de tamanho ○ Morfologia: forma do cristal ○ Densidade cristalina: percentual de cristais na rede e como estão distribuídos ○ Distinção de amostras ■ Quando maior que 30 um ter mais arenosidade, tem mais chance de aumentar os cristais e ser perceptível sensorialmente ★CONSISTÊNCIA ○ Aspecto funcional importante das gorduras plásticas, que são misturas de cristais de gordura sólida e óleo líquido ○ Fatores relacionados: proporção de gordura sólida, número, tamanho e tipo de cristais ■ Viscosidade ■ Tratamento térmico e trabalho mecânico ○ Quando poucos cristais e de maiores tamanhos são redes fracas pouco duras e pouco consistentes ○ Muitos cristais pequenos possui alta densidade e alta consistência com alta resistência mecânica ○ Medida por um cone em velocidade fixa classificando as gorduras pelo YIELD VALUE ■ Propriedades de dureza e espalhabilidade ■ Vai de muito macia (quase fluída), macia e plástica (espalhável = margarina), dura e pouco dura (pouco espalhável) e muito dura (manteiga de cacau) ○ Estruturante consegue modular a consistência da gordura ○ Efeitos de composição ■ No óleo de palma rico em ácido palmítico e ácido oléico (com 35% triacilgliceróis simétricos) ■ Na manteiga de cacau é rico em triacilgliceróis dissaturados simétricos pelo fato do saturado estar no meio ■ Pontos de fusão muito próximos, porém a consistência é muito diferente entre ambos ■ O óleo de palma possui cristais grandes e perceptíveis, enquanto a manteiga de cacau possui cristais pequenos ● Quanto menor e mais numeroso a quantidade de cristais, mais dura será a gordura ■ Manteiga de cacau B e óleo de palma é B-prima REFINO DE ÓLEOS VEGETAIS ★Matéria-prima ⇒ armazenamento ⇒ extração ⇒ degomagem ⇒ desacidificação ⇒ Clarificação ⇒ Desodorização ★Óleo Bruto: Composição ○ Triacilgliceróis (97%) ○ Produtos de decomposição dos TAG, AGL, fosfolipídeos, esteróis, tocoferóis e tocotrienóis, pigmentos, proteínas, carboidratos, ceras, hidrocarbonetos e metais ○ Retirar AGL que podem comprometer o óleo do aspecto de qualidade e sensorial, ○ Retirar fosfolipídeos para poder transportar o óleo com qualidade e evitar problemas no refino e produção de lecitina ○ Retirar pigmentos e minerais ○ Manter esteróis e tocoferóis, os quais são antioxidantes ★Óleos de semente como canola, girassol, amendoim soja possuem baixos teores de AGL e altos teores de fosfolipídios ★Óleos de fruto como de palma e palmiste possui um teor maior de AGL e um menor de fosfolipídios devido a organização tecidual e a retenção de água ★Caroteno e clorofila varia de acordo com a fonte ★ Sementes cuidadas e bem armazenadas possuem um menor teor de AGL ★Óleo de Palma ○ Carga enzimática muito ativa com hidrólise espontânea ○ Será removida e descompartimentada no processo de esmagamento para extração ○ Formação de AGL mais intensa ★ TAG é um óleo neutro, mas que na presença de água ocorre a hidrólise parcial gerando AGL indesejáveis ★ ★PROCESSO DE REFINO ○ Objetivo de remover produtos indesejáveis presentes no óleo bruto ○ redução do nível de pigmentos ○ preservação de tocoferóis e tocotrienóis ○ Reduzir a perda de TAG e proteger o óleo contra degradação ○ Conjunto de processo que visam transformar os óleos brutos em óleos comestíveis ○ Tipos de Refino ■ Escolha depende do teor de AGL e teor de fosfolipídios ■ Abordagem para retirada de AGL deve ser feita de forma que preserve o teor de TAG ■ Refino Químico: Óleos com baixos teores de AGL (0,3 -1,0) e altos teores de fosfolipídeos (1 -3) ● Óleos provenientes de sementes ● Em baixos teores pode ser usado soda para serem neutralizados e retirados ● Para retirar os fosfolipídeos é realizado o condicionamento para retirar a maior parte, e junto com a neutralização auxiliana retirada o resto ■ Refino físico: Altos teores de AGL (2 - 5) e baixos teores de fosfolipídeos (0,05 - 0,1) ● óleos provenientes de fruto, óleo de farelo de arroz ● Com altos teores de AGL, a soda pode saponificar o óleo neutro e portanto é preciso ser feita a destilação dos AGL separando-os fisicamente ● O teor de fosfolipídio deve ser bem baixo pois não haverá uma etapa para retirada para o resto de fosfolipídeos além da destilação ○ REFINO QUÍMICO ■ Degomagem clássica (padrão, mantendo um teor de fosfolipídeo residual) ■ AGL removidos por neutralização a partir da reação com soda ■ Componentes voláties removidos por desodorização ■ Refino de óleos provenientes de sementes oleaginosas ■ Questão ambiental: uso de água, descarte de sabão e perda de óleo neutro ■ Baseado no processo de desacidificação ou neutralização de AGL ● óleo de algodão possui gocipol e precisa ser obrigatoriamente ser refino químico pois o composto só será removido na neutralização ■ PROCESSOS: degomagem, neutralização, clarificação e desodorização ○ REFINO FÍSICO ■ Etapa de degomagem efetiva ■ AGL e componentes voláteis removidos por destilação ■ Refino dos óleos de palma e palmiste, óleos com altos teores de AGL ■ Questão ambiental: não utiliza água, não gera sabão e menor perda de óleo neutro ■ Baseado na destilação dos AGL ■ PROCESSOS: degomagem, clarificação ou branqueamento e destilação ★DEGOMAGEM ○ Fosfolipídios compõem as gomas que precisam ser retiradas ■ Causam escurecimento durante todo o processo de refino ○ Objetivo de retirada de fosfolipídeos e substâncias coloidais (gomas) ○ Transporte e armazenamento do óleo, produção de lecitina e preparação do óleo bruto para refino (diminuição das perdas de óleo neutro no refino e pré-tratamento para neutralização) ○ Fundamento do processo de degomagem: hidratação dos fosfolipídios e sua separação física, possibilitando a estocagem e transporte do óleo ○ DEGOMAGEM CLÁSSICA ■ Degomagem com água, efetiva apenas para fosfolipídios hidratáveis ■ Utilizada principalmente para refino químico ■ Produção de lecitina grau alimentar ■ Fosfolipídios não hidratáveis são mantidos no óleo ■ 2% de água em relação ao teor de óleo ■ Quanto maior a quantidade de água, maior a perda de óleo neutro por hidrólise ■ Temperatura: 70 a 80ºC e tempo de 20 a 30 min ■ Teor final de fosfolipídios no óleo: 80 a 200 ppm ■ Evitar a formação de AGL por hidrólise ○ DEGOMAGEM ÁCIDA ■ Candidata a refino físico devido a alta eficiência na retiragem de fosfolipídios ■ Variante do processo clássico que utiliza ácido para degomagem mais efetiva ■ Hidratação total dos fosfolipídios ■ Ácidos grau alimentício: crítico e fosfórico ■ Não produz lecitina padrão devido a presença de ácidos ■ Redução muito mais efetiva, com teor de 5 a 30 ppm e em geral <10 ppm ■ Temperatura: 65 a 70º C com 20 a 30 min ■ 50 a 85% de solução ácida + 2% de água ■ Utilizada principalmente em ração animal ○ DEGOMAGEM ENZIMÁTICA ■ Conversão de fosfolipídios em AGL e lisofosfolipídios ■ Fosfolipases clivam/ hidrolisam um ácido graxo, tornando o livre e a molécula de fosfolipídio vira um lisofosfolipídeo (polaridade diferenciada, que hidrata mais facilmente e portanto facilita degomagem) ■ Teor final < 10 ppm ■ Temperaturas amenas, especificidade da enzima e rendimento ■ Ajuste de pH ⇒ Reação enzimática ⇒ Separação de gomas ■ pH 4,5 em temperatura a 40ºC com tempo de contato de 2 a 4 horas ■ Agitação intensa ★REFINO QUÍMICO - NEUTRALIZAÇÃO ○ COMO OCORRE? ■ Remoção de ácidos graxos livres, por meio da obtenção de sabão ■ NaOH + R-COOH ⇒ H2O + R- COONa = Formação de borras alcalinas (sabão) ■ Em óleos muito ácido, o excesso de NaOH pode fazer com que ocorra a reação de saponificação que ocorre com triacilglicerol ● Gera glicerol e sais de sódio de ácido graxo (sabão) ● Não se faz essa reação em óleos ricos em AGL, pois a perda pode ser muito grande ■ Desacidificação, refino cáustico ou alcalino: solução alcalina de hidróxido de sódio diluída adicionada ao óleo para neutralização de ácidos graxos livres ■ Sistema de refino contínuo ou descontínuo ■ Outros compostos parcialmente eliminados: fosfolipídios (por meio do condicionamento) e pigmentos (adsorvidos no sabão) ○ CONDICIONAMENTO ■ Eliminação de fosfolipídios residuais ■ Pré-tratamento com solução de ácido fosfórico ou ácido cítrico (promovem a hidratação de fosfolipídios não hidratáveis que ficaram depois da degomagem) ■ Pré-aquecido a 70-90ºC ■ Teores de ácido 0,02% em relação da massa de óleo ■ Hidratação e separação de fosfolipídios residuais ■ Formação de gomas removidas por centrifugação juntamente com a borra de neutralização ■ Quase uma degomagem ácida ○ NEUTRALIZAÇÃO ■ Parâmetros: teor de AGL por análise titulométrica ■ Excesso de solução de NaOH para ser uma neutralização efetiva ■ Grau de Baumé ou concentração comum (g/L) para o NaOH ■ Tempo de contato na retenção e centrifugação retirando o óleo para lavagem e a borra (sabão + gomas) ■ 12 a 18 ºBé ■ Calculando a neutralização: ● %NaOH =[ (%AGL x 0,142) + %Excesso]/[%NaOH/100] ■ Quantidade de solução de hidróxido de sódio com concentração de 14ºBé para neutralizar um óleo de soja degomado com 0,75% de AGL, considerando um excesso de 0,12% ■ Quanto menor o teor de AGL menor a concentração da soda ■ Reator de Neutralização ● Tempo de permanência de 15 minutos ● Início: 30 a 35º C ● Aquecimento: 70 a 75 ºC ● Câmaras de separação para que caso ocorra saponificação em uma delas o sabão pode ser retirado sem contaminar as outras câmaras ■ Deve-se evitar saponificação do óleo e formação de emulsões ■ Fatores que afetam a reação: concentração da solução alcalina, temperatura de reação e tempo de contato ■ Centrífuga de borra ● Separação do sabão e descarregado para o tanque de borra ● Sabões no óleo neutro após a centrifugação deve ser de no máximo 200 mg/kg e pode ser removido na lavagem posteriormente ● Grande quantidade de sabão pode indicar superdimensão da neutralização ○ LAVAGEM ■ Água para lavagem do óleo neutralizado: 10 a 15% em relação ao peso do óleo ■ Única ou dupla: teor de sabão (abaixo de 200 é única e acima é dupla) ■ Água abrandada ou condensado (não pode conter minerais e metais devido ao fator pró-oxidante ■ Aquecimento entre 80 a 95ºC da água, mistura antes da centrífuga de lavagem ■ Descarte da água com sabão ○ SECAGEM ■ Recebe o óleo lavado em um secador a vácuo ■ Eliminação da água residual do óleo ○ Splitting: recuperação das borras alcalinas usadas em indústrias químicas que reagem com ácido sulfúrico formando AGL para utilizar em indústria química e cosméticos ★CLARIFICAÇÃO ○ Tratamento que visa a parcial ou completa remoção ou destruição dos pigmentos que conferem cor aos óleos ○ Bleaching = classificação; branqueamento; adsorção e purificação do óleo para desodorização ○ Carotenóides, clorofilas, produtos de degradação de proteína e carboidratos ○ Gossipol em óleos de algodão e hemoglobina em gordura de origem animal ○ Também remove: sabão, metais, compostos sulfurados, AGL, umidade, fosfolipídios e pesticidas ○ Demanda de mudança de embalagem, e novas sugestões de diminuir a intensidade da clarificação de hoje em dia devido a perda de compostos funcionais no processo ○ Perda decarotenos, tocoferóis e tocotrienóis ○ Determinação da cor ■ Colorímetro lovibond ■ AOCS ○ Processo de adsorção caracterizado por um fenômeno físico-químico que envolve transporte de pigmentos (soluto adsorvido) para a superfície adsorvente ○ Mecanismos: adsorção física + adsorção química ○ Curva de redução de cor: redução de cor em concentração com o agente clarificante (cor residual que não consegue retirar mesmo com altos teores de agente clarificante) ○ Argilas clarificantes ou Adsorventes ■ Terras naturais, terras ativadas ou sílicas ■ ácido-ativada por chuvas ou tratamento com ácido sulfúrico ■ Diferentes estruturas de poros - moléculas de adsorbatos serão retidas de acordo com as suas dimensões características (pigmentos, compostos como metais e sulfurados, residuais acabam sendo retidos) ■ Ligação química entre as moléculas adsorvidas e as argilas ■ Parâmetro de Seleção: acidez titulável (quanto maior a acidez, maior a capacidade adsorção), pH, umidade, tamanho de partícula e retenção de óleo ● Adsorção: área superficial, sítios ativos na superfície (ácido sulfúrico e ácido clorídrico que seriam quimicamente retidos), tamanho dos poros, acidez e umidade (velocidade de clarificação máxima enquanto maior for a liberação de água) ● Filtrabilidade: tamanho de partícula ● Retenção de óleo: menor tamanho de partícula (retenção de óleo neutro ■ Terra Clarificante Natural ● Argilas naturais derivadas de lavas vulcânicas ● Silicatos de cálcio, magnésio e alumínio ● Umidade de 14 a 17% ● Retenção de 30% de óleo ● Usada para óleos facilmente clarificados como coco e banha ● Menor custo por não precisar de tratamento ● Não são ácidas (hidrólise de TAG não ocorre) ■ Terra Ativada ● Tratamento feito por ácido clorídrico ou sulfúrico ● Alta acidez e capacidade de adsorção ● Menor tamanho de partícula (clarificação eficiente, mas problema de retenção de óleo) ● Umidade de 10 a 18% com alto custo ● Eleva o teor de ácidos graxos livres devido a presença de umidade e acidez ● óleos de difícil clarificação: palma, soja e canola ○ Tipo de argila e concentração influencia no processamento de clarificação ○ Parâmetros de processo ■ Teor de argila: impurezas, eficiência (mínima dose para redução desejada), tipo de adsorvente e tipo de óleo, geral (0,15 - 3% m:m) ■ Temperatura: mistura da terra em baixa temperatura (~70ºc), porcesso (90-120ºC) com menor viscosidade de óleo e maior atividade da terra ● Vácuo para proteger o óleo da oxidação e aumento da temperatura aumenta o teor de ácidos graxos livres ■ Tempo: terra libera água ligada e adsorver os compostos, 15 a 30 min no tanque ■ Umidade: essencial em baixos níveis (10 - 18%), adsorção de pigmentos é máxima quando toda a água é removida e evitar formação de AGL durante o processo ■ Filtração: configuração dos equipamentos (o óleo é mais suscetível a oxidação na etapa final da clarificação) ● Filtro horizontal, vertical ( 2 a 4 filtros hoje em dia) ○ Resíduos do Processo de Clarificação ■ Argila com 25 a 75% de óleo: material a ser descartado em aterros próprios ■ Grande propensão a oxidação devido ao encontro do óleo poliinsaturado com os minerais da argila, pode gerar combustão espontânea ■ Deve ser enterrada ★DESODORIZAÇÃO ○ Processo de destilação por arraste de vapor em altas temperaturas e alto vácuo ○ Reduzir o conteúdo de ácidos graxos livres a valores mínimos ○ Destruir peróxidos presentes para melhorar a estabilidade do óleo ○ Melhorar a cor pela destruição de pigmentos termossensíveis ○ Remover compostos sulfurosos de baixa volatilidade e compostos com sabor e odor indesejável ○ Clorofila não é eliminada na desodorização ○ Voláteis: AGL, fitoesteróis, compostos odríferos (aldeídos, cetona, álcool), hidrocarbonetos aromáticos, resíduos pesticidas, produtos de decomposição térmica de peróxidos e pigmentos ○ Separação de voláteis ■ Em óleos com alta acidez se utiliza DESTILAÇÃO ■ DESODORIZAÇÃO em refino químico ■ O óleo retém os voláteis e esses compostos sofrem arraste de vapor em altas temperaturas e vácuo e ficam retidos na parte alta e depois descartados ■ Diferença de volatilidade dos componentes ○ Parâmetros de processo ■ Vácuo: P 2 - 10 mmHg; quanto menor o tempo de processo menor a hdirólise e portanto menores perdas e reações indesejáveis ■ Temperatura: 220 - 240 ºC Volatilização de todos os compostos indesejáveis e menor tempo de processo possível e evitar temperaturas excessivas devido a reações paralelas indesejáveis (isomerização cis-trans) ■ Vapor: vapor excessivo aumenta a hidrólise de TAG ■ Tempo de retenção: tempo de contato entre vapor e óleo e deve ser suficiente para redução dos compostos odoríferos (batelada = 3 a 8 horas ou contínuo = 15 a 60 minutos) ○ DEAERAÇÃO: spray de óleo sob vácuo dentro do desodorizador ○ AQUECIMENTO: pré-aquecimento do óleo já desodorizado ○ RETENÇÃO: injeção de vapor direto ○ RECUPERAÇÃO DE ENERGIA: o óleo desodorizado troca calor com o óleo de entrada, sendo assim pré-resfriado ○ TERMINAÇÃO: adição de ácido cítrico/ antioxidantes ○ Topo do desodorizador contém todos os componentes retirados durante o processo, ficam recuperados no final e podem ser utilizados para outros fins ★REFINO FÍSICO ○ Destilação ■ T = 250 - 260ºC, 1 - 2 horas e alto vácuo ■ Mesmo equipamento do desodorizador para destilação ■ No refino físico o teor de AGL é de 1 a 5% e no químico de 0,01 a 1% ■ T destilação> T desodorização ○ Objetivo de desacidifcar o óleo, recuperar AGL e remover compostos voláteis indesejáveis ○ O princípio é a diferença do ponto de ebulição do AGL e TAG ○ Degomagem ácida ou enzimática ○ Clarificação com argila ativada ○ Vantagens: perda de óleo neutro é reduzida, e menor tratamento de efluentes ○ Possíveis Reações Indesejáveis e Perdas ■ Temperaturas muito elevadas podem causar uma isomerização, mesmo em teores mínimos ■ Degradação de tocoferóis acima de 260 ■ Hidrólise dos TAG devido a alta temperatura e grande quantidade de vapor ■ Perdas físicas: arraste de óleo neutro (0,5 - 0,6%)
Compartilhar