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REGULAÇÃO MÉDICA DE URGÊNCIAS Urgência e emergência são termos que causavam muitas confusões e, por isso, optou-se por utilizar uma nova terminologia: necessidades agudas – urgentes ou críticas – e não agudas. A portaria do Ministério da Saúde 2048 de 5 de novembro de 2002 define que o médico regulador tem duas competências: a competência técnica de discernir o grau de urgência e prioridade de cada caso, e a gestora, que o autoriza de decidir sobre os meios disponíveis, acionando-os de acordo com o seu próprio julgamento. Deve-se fazer uma avaliação e uma classificação da necessidade do paciente, tal que é diretamente proporcional à gravidade do caso, à quantidade de recursos necessários para o tratamento e ao valor social que envolvendo o caso, sendo inversamente proporcional ao tempo para que se inicie esse tratamento – quanto mais grave, mais urgente, menor o tempo. → Classificação das necessidades em nível de prioridade: Nível 1: vermelha → prioridade absoluta; Nível 2: laranja → prioridade alta; Nível 3: amarela → prioridade moderada; Nível 4: verde → prioridade baixa; Nível 5: azul → prioridade mínima. O ideal seria que todos os serviços utilizassem a mesma classificação, mas ainda há diferenças. Ainda pode acontecer de um paciente que chega ao pronto atendimento com um nível de prioridade mínima evolua para uma mais grave. REGULAÇÃO MÉDICA Consiste na semiologia médica à distância, sendo reconhecida pela normativa do CFM, junto a telemedicina. ETAPAS DA REGULAÇÃO MÉDICA → Recepção do chamado: Atender prontamente: deve-se atender sempre ao primeiro toque; Identificar-se; Identificar o solicitante; Localizar o chamado; Objetividade e precisão; Identificar a gravidade. Nessa fase podem haver mudanças na prioridade de atendimento. → Abordagem: Atendimento primário: solicitação oriunda da população, uma chamada a nível domiciliar; Atendimento secundário: solicitação oriunda de um profissional da saúde, que mesmo estando dentro de um sistema de saúde encontra-se sem a assistência adequada: falta equipamento necessário, falta médico, etc. → Decisão e acompanhamento Encaminhamento para a unidade que atenda prontamente a devida necessidade, lembrando dos serviços que compõem as redes, não necessariamente um hospital, podendo ser uma UBS ou UPA. É essencial a equipe de regulação informar e comunicar o encaminhamento à unidade de saúde receptora-designada. Essa unidade receptora deverá ter ciência das peculiaridades do caso para que esteja preparada para o atendimento. Vaga zero A “vaga zero” é um recurso essencial para garantir acesso imediato aos pacientes com risco de morte ou sofrimento intenso, no entanto deve ser uma exceção e não uma prática cotidiana. Ela reflete um problema sério de estrutura e organização, e a equipe de atendimento deve manter contato com o médico de regulação para que exista uma organização efetiva. Resumidamente, a Área de Urgência e Emergência constitui-se em um importante componente da assistência à saúde para organizar o atendimento às UE, garantindo acolhimento, resolução, estabilização das urgências e referências aos pacientes graves, levando em consideração ao aumento da demanda por serviços devido ao crescimento do número de acidentes e violência urbana e a grande extensão territorial do país. Portaria 1010, 21 de maio 2012: Redefiniu as diretrizes do SAMU e formatou a Central da Regulação. Essa é a portaria a qual seguimos até o dia de hoje. OBJETO DE TRABALHO A Regulação Médica das Urgências, operacionalizada através das Centrais de Regulação Médica de Urgências, é um processo de trabalho através do qual se garante escuta permanente pelo Médico Regulador, com acolhimento de todos os pedidos de socorro que acorrem à central e o estabelecimento de uma estimativa inicial do grau da urgência de cada caso, desencadeando a resposta mais adequada e equânime a cada solicitação e fazendo a monitorização continua do grau de urgência até a finalização do caso. ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS DA REGULAÇÃO MÉDICA DE URGÊNCIAS Tem como atribuições manter escuta médica e qualificada durante todo o tempo, independentemente de dias e horários, identificar as necessidades e classifica-las, hierarquizando as necessidades. Além disso, são funções da regulação médica garantir os meios necessários para a operacionalização de todas as respostas, monitorar e orientar o atendimento dos Suportes Básico e Avançado e notificar as unidades que receberão pacientes – e sua condição. SAMU Criado pela portaria 2049, de 2002, é exclusivo para urgências médicas e funciona como importante “porta de entrada” do sistema de saúde. SAMU 192 – Serviço Assistencial Móvel de Urgência Componente assistencial móvel da rede de atenção às urgências, que tem como objetivo chegar precocemente à vítima após ter ocorrido um agravo à sua saúde, mediante o envio de veículos tripulados por equipe capacitada. O componente SAMU 192 é regionalizado, a fim de ampliar o acesso às populações dos Municípios em todo o território nacional, por meio de diretrizes e parâmetros técnicos definidos. → Componentes: Coordenador do Serviço: profissional da área da saúde, com experiência e conhecimento comprovados na atividade de atendimento pré-hospitalar às urgências e de gerenciamento de serviços e sistemas; Responsável Técnico: profissional médico responsável pelas atividades médicas do serviço; Responsável de Enfermagem: profissional enfermeiro responsável pelas atividades de enfermagem; Médicos Reguladores: profissionais médicos que, com base nas informações colhidas dos usuários, sendo os responsáveis pelo gerenciamento, definição e operacionalização, utilizam de protocolos técnicos para o adequado atendimento do paciente. INDICADORES DO SAMU 192 1. Número geral de ocorrências atendidas no período; 2. Tempo mínimo, médio e máximo de resposta; 3. Identificação dos motivos dos chamados; 4. Quantitativo de chamados, orientações médicas, saídas de Unidade de Suporte Avançado (USA) e Unidade de Suporte Básico (USB); 5. Localização das ocorrências; 6. Idade e sexo dos pacientes atendidos; 7. Identificação dos dias da semana e horários de maior pico de atendimento; 8. Identificação dos dias da semana e horários de maior pico de atendimento; 9. Pacientes (número absoluto e percentual) referenciados aos demais componentes da rede, por tipo de estabelecimento. CENTRAL DE REGULAÇÃO DE URGÊNCIAS Portaria 2657, 16 de dezembro de 2004: Estabelece as atribuições das Centrais de Regulação Médica de Urgências e o dimensionamento técnico para a estruturação e operacionalização das Centrais (SAMU 192). I. Médicos com capacitação em regulação médica das urgências (MR): populações até 350.000 exigem um de dia e um à noite, a partir disso até 700.000 exigem dois em cada período e acima disso até 1.500.000, três durante o dia e dois à noite; II. Técnico Auxiliar de Regulação Médica (TARM): seguindo a ordem anterior → 2 e 1, 3 e 2, 5 e 3; III. Radio-Operador (RO): 4 e 3, 6 e 5, 9 e 6. NORMAS GERAIS E FLUXO DA REGULAÇÃO Deve ser acionada pelo 192 e tem funcionamento ininterrupto e gratuito. Todo chamado é atendido pelo telefonista auxiliar e é repassado ao médico regulador após identificação e localização do solicitante. Esse telefonista, em chamados que necessite apenas de informação, é autorizado a fornecer essa informação, caso não a possua, chama o médico regulador. O médico regulador tem de 30 segundos a um minuto para avaliar e julgar a gravidade do caso e fornecer uma resposta. Em casos de menor gravidade, ele pode apenas orientar, sem enviar a equipe ao local, colocando-se à disposição. Se enviar a equipe, deve monitorá-la para conseguir tomar a segunda decisão que é para onde encaminhar o paciente e se há necessidadedisso. Se houver, deve monitorar esse transporte. Só pode considerar o caso encerrado após sua resolução. Em caso de trotes, deve ser registrado, mas não é contabilizado. BASE DESCENTRALIZADA Infraestrutura que garante qualidade e racionalidade na utilização dos recursos do componente SAMU 192 regional ou sediado em Município de grande extensão territorial e/ ou baixa densidade demográfica, conforme definido no Plano de Ação Regional, com a configuração mínima necessária para abrigo, alimentação, conforto das equipes e estacionamento da(s) ambulância(s). ESPÉCIES DAS UNIDADES MÓVEIS Unidade de Suporte Básico de Vida Terrestre: tripulada por no mínimo 2 (dois) profissionais, sendo um condutor de veículo de urgência e um técnico ou auxiliar de enfermagem; Unidade de Suporte Avançado de Vida Terrestre: tripulada por no mínimo 3 (três) profissionais, sendo um condutor de veículo de urgência, um enfermeiro e um médico; 17/04/2021 Ministério da Saúde Equipe de Aeromédico: composta por no mínimo um médico e um enfermeiro; Equipe de Embarcação: composta por no mínimo 2 (dois) ou 3 (três) profissionais, de acordo com o tipo de atendimento a ser realizado, contando com o condutor da embarcação e um auxiliar/ técnico de enfermagem, em casos de suporte básico de vida, e um médico e um enfermeiro, em casos de suporte avançado de vida; Motolância: conduzida por um profissional de nível técnico ou superior em enfermagem com treinamento para condução de motolância; Veículo de Intervenção Rápida (VIR): tripulado por no mínimo um condutor de veículo de urgência, um médico e um enfermeiro. RECURSOS FINANCEIROS A liberação dos recursos de que trata esta Portaria ficará condicionada à disponibilidade orçamentária e financeira do Ministério da Saúde. As despesas de custeio mensal do componente SAMU 192 são de responsabilidade compartilhada: União: 50% (cinquenta por cento) da despesa; Estado: no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) da despesa; Município: no máximo, 25% (vinte e cinco por cento) da despesa. Os custos do componente SAMU 192 e da Central de Regulação das Urgências devem estar previstos no Plano de Ação Regional e o registro da produção no Sistema de Informação Ambulatorial (SIA/SUS) é obrigatório, mesmo não se convertendo em pagamento.
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