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Mariana M. de Almeida – 29/04/21 AVC ISQUÊMICO Avc isquêmico é mais comum que o hemorrágico, vai haver obstrução do fluxo sanguíneo que vai levar a uma área de isquemia. Essa obstrução pode ocorrer devido a presença de uma placa de ateroma. Ataque isquêmico transitório = sintomas que duram menos que 24 horas (na prática, normalmente duram menos que 02 horas) e é uma obstrução ao fluxo sanguíneo que é revertido não havendo sinais de isquemia nos exames de imagem. É a primeira causa de morte no Brasil e maior causa de incapacidade em adultos. O risco do AVC aumenta com a idade e na prevalência é discretamente maior nos homens. Fatores de risco que conseguimos modificar: HAS, DM, dislipidemia, doenças cardíacas, obesidade, dieta, sedentarismo, tabagismo. Fatores de risco que não conseguimos modificar: Sexo, idade, raça, genética. Etiologia: déficit neurológico de início agudo em virtude de DOENÇAS DE GRANDES VASOS (presença de placas ateroscleróticas), CARDIOEMBOLIA (êmbolos cardíacos que se desprendem do coração e obstruem vasos cranianos), DOENÇAS DE PEQUENOS VASOS, CAUSAS INCOMUNS. Pequenos vasos = artérias perfurantes, eles não possuem a mesma estrutura dos grandes vasos, e por conta disso, sabemos que no processo da hipertensão arterial, vai causar uma deformação na parede dessas artérias resultando na lipohialinose. Em suma, percebemos que o processo é diferente do que acontece nos grandes vasos (placas ateroscleróticas), aqui é como se estivéssemos machucando a parede dos vasinhos e eles obstruíssem gerando isquemia, então quando gera isquemia nesses casos, chamamos de doença de pequenos vasos ou infarto lacunar (AVC LACUNAR). CAUSAS INCOMUNS: 1. Dissecção arterial (principal causa de avc em jovens) – o sangue “machuca” a parede da artéria e isso pode desencadear em acúmulo de sangue dentro da parede do vaso. Em resumo, temos a luz do vaso, e quando o sangue vem ele machuca a parede desse vaso e cria outra luz só que por não ser a verdadeira, o sangue ao invés de fluir, acumula-se ali. 2. Vasculites 3. Trombofilias 4. Doenças genéticas 5. Hemoglobinopatias 6. Procedimentos Mariana M. de Almeida – 29/04/21 Quadro clínico: Déficit neurológico focal de início agudo (relativo a uma aérea do cérebro em que está presente a obstrução) HEMIPARESIA (paralisia parcial de um lado do corpo) HEMI-HIPOESTESIA (diminuição da sensibilidade de um lado do corpo) DISARTRIA (alteração na fala) AFASIA (déficit de linguagem) ATAXIA (alteração na coordenação dos movimentos) ALTERAÇÕES DE NERVOS CRANIANOS ALTERAÇÕES DE CAMPO VISUAL Vale ressaltar que o déficit focal vai depender justamente da artéria acometida no polígono de willis. A porção superior forma o sistema carotídeo e o inferior o vértebro-basilar. 1. Artéria cerebral anterior atrelado aos membros inferiores, pois essa região está mais ligada à motricidade e sensibilidade dos MMII. 2. Artéria cerebral média predomínio em tronco e MMSS, já que essa região está atrelada a essas partes do corpo. 3. Artéria cerebral posterior déficit visual *** Hemianopsia = perda parcial ou completa da visão em uma das metades do campo visual de um ou ambos olhos. Mariana M. de Almeida – 29/04/21 O sistema vertebro-basilar vai irrigar o tronco encefálico (mesencéfalo, ponte, bulbo) e o cerebelo. Portanto, os SINTOMAS DE AVC ATRELADOS A CIRCULAÇÃO POSTERIOR SERÃO: 1. Ataxia ipsilateral 2. Vertigem 3. Alteração de nervos cranianos 4. Hemiparesia e/ou hemi-hipoestesia 5. Coma 6. Amaurose fugaz (quando um êmbolo é desprendido da carótida e vai para carótida interna pode chegar na artéria central da retina, tendo em vista que a artéria oftálmica é um ramo da carótida interna, isso gera amaurose fugaz, ou seja, perda da visão rápida, que reverte rapidamente e é ipsilateral à carótida acometida). Diagnóstico * Obs: a tomografia de crânio nas primeiras horas normalmente está normal no AVC isquêmico, mas devemos fazer para excluir a possibilidade de avc hemorrágico, principalmente. N o rm al A V C h em o rr ág ic o (h ip er d en so ) A V C is q u êm ic o (h ip o d en so ) Mariana M. de Almeida – 29/04/21 1. Tomografia sem contraste (principal exame a ser solicitado) TRATAMENTO Fase aguda: 1º: ABC (via aérea, ventilação, hemodinâmica) ** Lembrando que se o paciente estiver com glasglow menor/igual a 8, é preciso proteger a via aérea dele (IOT). Quando trombolisar o paciente? < 4,5 horas do inicio do déficit Para trombolisar o paciente, a TC de crânio não pode ter hemorragia ou até mesmo sinais de isquemia em grande parte do território, porque aí a trombólise não adianta mais. CONTRAINDICAÇÕES DE TROMBÓLISE AVC, TCE ou cirurgia intracraniana nos últimos 03 meses História de AVCh Hemorragia digestiva ou do trato urinário nos últimos 21 dias PA sistólica > 185 mmHg ou PA diastólica > 110 mmHg Uso de novos anticoagulantes orais nas últimas 48h ou uso de varfarina com INR > 1,7 Plaquetas < 100.000/mm3, INR > 1,7, TTPa > 40s ou TP > 15s Glicemia inicial < 50 ou > 400, caso não controladas TROMBECTOMIA MECÂNICA Realizada entre 4,5 e 6 horas Além do mais, é preciso estar atento ao controle da pressão arterial, glicemia, controle de temperatura e iniciar o tratamento de antiagregação plaquetária (AAS) de preferência nas 48h iniciais. ATENÇÃO! Em casos de pacientes que NÃO FORAM TROMBOLISADOS e chegaram com NIVEÍS PRESSÓRICOS MAIS ELEVADOS, é permitido tolerar a hipertensão (220/120), pois às vezes esse nível pressórico elevado é que faz com que o sangue consiga passar pelo local que está semiobstruído.
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