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APS Processo trabalhista

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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS - FMU 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 APS – Processo Trabalhista 
 Hebert Santos de Souza 
 R.A.: 8366958 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 São Paulo, 10 de novembro de 2020 
1) Agiu corretamente o Magistrado na distribuição do ônus da prova no acaso acima 
apresentado? Fundamente sua opção de forma completa, inclusive abordando 
brevemente a questão da inversão do ônus da prova no processo do trabalho. 
Sim, o Magistrado agiu corretamente, pois caberá ao reclamante quanto ao ônus da prova. 
Conforme está previsto no artigo 818, inciso I da CLT, O ônus da prova incube ao reclamante 
quanto ao fato constitutivo de se direito, porém, não sendo possível produzir provas, poderá o 
Magistrado conceder a inversão do ônus da prova sem que haja prejuízo algum para as partes. 
Cabe salientar que a inversão do ônus da prova deve ser antes do início da instrução. 
2) Qual a finalidade do protesto apresentado pelo advogado do autor? 
 A finalidade do protesto apresentado pelo advogado do autor é para que conste na ata da 
audiência o seu inconformismo com a decisão do juiz em ter ouvido a testemunha da empresa 
ré, que era diretor comercial da empresa reclamada, com isso sentiu-se ameaçado o direito de 
seu cliente em não ter o seu pedido apreciado, conforme dispõe o inciso XXXV, do artigo 5°, da 
Constituição Federal de 1988. 
3) O juiz poderia dispensar o interrogatório das partes? 
Sim, o juiz poderia dispensar o interrogatório das partes, uma vez que o artigo 848, “caput”, da 
CLT, dispõe que após o termino da defesa, seguirá a instrução do processo, facultando ao juiz o 
interrogatório das partes. 
4) Explique à luz da doutrina, legislação e jurisprudência os fundamentos que 
deveriam ser utilizados pelo advogado de Genivaldo ao formular a contradita. 
 Segundo o parágrafo 1°, do artigo 457, do Código de Processo Civil, é licito as partes 
contraditar a testemunha, nesse sentido, o advogado poderia ter alegado a incapacidade, o 
impedimento ou a suspeição, podendo provar a contradita com documentos ou com até três 
testemunhas, vale ressaltar que a contradita deve ser utilizada antes do depoimento da 
testemunha, fazendo com que impeça sua oitiva. 
Como a CLT não dispõe a contradita, é aplicado o entendimento do Código de Processo Civil 
em relação ao instituto, segundo a doutrina de Hinz, (1, p.83), contradita consiste em: “ […] um 
incidente processual que se forma no momento em que a parte contrária àquela que apresentou a 
testemunha entende que esta não possui isenção de ânimo, por incapacidade, impedimento ou 
suspeição, para dizer a verdade do que lhe foi perguntado […] Assim, é direito da parte 
contraditar a testemunha apresentada pela parte contrária, sendo que o fundamento da 
contradita, pelo que dispõe seu artigo, deve se referir à incapacidade, impedimento ou suspeição 
[..] visto tratar-se de hipóteses de restrição ao direito de defesa da parte contrária […].” 
Por contradita, a jurisprudência tem o seguinte entendimento: “RECURSO DE REVISTA. 
PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À LEI 13.467/2017. 
CONTRADITA DE TESTEMUNHA. TESTEMUNHA COM AÇÃO TRABALHISTA 
AJUIZADA CONTRA O MESMO EMPREGADOR. TROCA DE FAVORES. NÃO 
COMPROVAÇÃO. A jurisprudência desta Corte Superior tem firmado o entendimento no 
sentido de que é necessária a comprovação inequívoca da suspeição da testemunha, não se 
configurando a referida situação pelo simples fato de o Autor ser testemunha na ação movida 
por testemunha por ele indicada, mas, sim, pelo interesse no litígio por parte da testemunha 
contraditada, o qual pode ser extraído do próprio depoimento em cotejo com as demais provas 
dos autos. Assim, não se pode presumir a troca de favores em razão de uma Parte ser 
testemunha na ação proposta por testemunha por ele arrolada (Súmula 357, TST). Recurso de 
revista conhecido e provido. Prejudicada a análise dos demais temas. 
(TST - RR: 206233720145040009, Relator: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 
27/05/2020, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 29/05/2020)” 
5) Explique o que são razões finais remissivas? Se hipoteticamente os advogados 
optassem por razões finais orais, quais as cautelas que deveriam ser observadas? 
 As razões finais remissivas é quando o advogado, na oportunidade de se manifestar, diz que se 
remete aos termos de sua inicial ou defesa, é uma forma de fazer constar na ata de audiência 
para evitar futuras nulidades processual por cerceamento de defesa. Se optassem pelas razões 
finais orais, deveria se atentar ao prazo de 10 minutos, previsto no artigo 850, “caput”, da CLT, 
para dizer tudo que for ajudar na decisão do juiz, além disso reiterar os termos da inicial 
pedindo a procedência da ação ou improcedência, a depender do polo ativo ou passivo que se 
encontrar. 
6) Agiu corretamente o juiz ao arbitrar os honorários sucumbências no percentual de 
20% a ser calculado considerando o valor da causa? 
 Não, o juiz não agiu corretamente ao arbitrar os honorários sucumbenciais no percentual de 
20%, visto que a Reforma Trabalhista incluiu, por meio da Lei 13.467/2017, o artigo 791-A, 
caput, em que prevê a fixação dos honorários sucumbenciais no percentual máximo de 15%. 
Cabe salientar que anterior à essa Lei, os horários eram fixados à luz do artigo 85, parágrafo 2°, 
do Código de Processo Civil, ou seja, em 20%. 
7) Qual a medida processual utilizada pelo autor para o exame dos pontos omissos da 
sentença? Qual o prazo? Se tivesse sido acolhida a medida quais os seus efeitos? 
A medida judicial utilizada pelo autor foram os embargos de declaração previsto no 
artigo 897-A, caput, da CLT, no prazo de cinco dias úteis. Se a ação tivesse sido 
acolhida pelo juiz, a concessão da justiça gratuita teria possibilidade de ser deferida e a 
fundamentação da litigância de má fé ser esclarecida. 
8) Qual a medida processual apresentada pelo autor após o indeferimento da medida 
processual em relação à omissão? Qual o prazo e o marco inicial desse prazo? 
Quais os seus pressupostos genéricos? 
A medida processual apresentada pelo autor após o indeferimento dos embargos de declaração é 
o recurso ordinário, apresentado em até 8 dias úteis conforme o artigo 895, inciso I, da CLT, 
contados da intimação da decisão. Os pressupostos genéricos são extrínsecos e intrínsecos, 
sendo que esses referem-se às condições recursais como o cabimento do recurso, o interesse 
recursal e a legitimidade para recorrer, enquanto que estes referem-se ao preparo, à 
tempestividade que é entrar com o recurso dentro do prazo, e a regularidade formal. 
9) Qual a medida judicial cabível da denegação da medida judicial referida no item 
8? Quais as obrigações da parte que avia essa medida? Qual o juízo de 
interposição? Qual o juízo de conhecimento? Qual o objetivo dessa medida? 
A medida cabível é agravo de instrumento com base na alínea b, do artigo 897 da CLT. Com 
base no parágrafo 5°, inciso I e II, a parte que formalizar o agravo de instrumento, deverá 
obrigatoriamente anexar ao agravo, cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva 
intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição 
inicial, da contestação, da decisão originária, do depósito recursal referente ao recurso que se 
pretende destrancar, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito recursal, sendo 
facultado o anexo de outras peças que o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria de mérito 
controvertida. Tanto o juízo de interposição quanto o juízo de conhecimento serão o “ad quem”, 
com base no artigo 897, parágrafo 4°, da CLT, sendo que o objetivo dessa medida consiste em 
destrancaro recurso negado. 
10) Considerando-se que o Tribunal deu provimento a medida judicial que combateu 
a decisão denegatória da medida principal, bem como provimento parcial a 
própria medida principal reconhecendo o direito às horas extras e o direito de 
Genivaldo receber valores relacionados ao empréstimo sem apresentar tese 
explícita o que resta do ponto de vista processual para que Genivaldo possa 
defender seus interesses com relação a justa causa e a litigância de má fé? 
Apresente a(s) medida(s), prazo(s), finalidade(s) e pressuposto(s) especifico(s) ao 
caso concreto. 
Conforme o artigo 896, caput, da CLT, caberá Recurso de Revista para Turma do Tribunal 
Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio 
individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, no prazo de oito dias úteis, cuja finalidade 
será defender os seus interesses com relação a justa causa e a litigância de má fé. Quanto aos 
pressupostos específicos são necessários o prequestionamento, a tempestividade, a regularidade 
formal, o depósito das custas recursais e a transcendência. 
11) Como o Tribunal reformou a sentença com relação ao empréstimo, qual ou quais a 
medidas que a empresa pode adotar? Qual ou quais os seus prazos, pressupostos, 
efeitos, juízo de admissibilidade, julgamento e fundamento jurídico? 
A medida judicial que a empresa poderá adotar são os embargos de declaração no prazo de 
cinco dias, com base no artigo 897-A, caput, visto que o Tribunal reformou a sentença, em 
relação ao empréstimo, sem que o autor tenha apresentado tese objetiva e, com isso, a empresa 
se valerá desse recurso para prequestionar a matéria. Sendo os pressupostos dessa ação, a 
tempestividade, a adequação, a recorribilidade do ato, regularidade formal, a legitimidade, o 
interesse recursal, a capacidade, a representação e a competência, cujo efeito é regressivo e 
modificativo. Tanto o juízo de admissibilidade, quanto o juízo de julgamento é do “ad quem”, 
com base legal no artigo 897-A da CLT.

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