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Caroline Nascimento Fernandes Anotações curso Cuidados Paliativos Escalas de avaliação no cuidado paliativo: ● Avaliação sobrecarga cuidadores: Escala de ZARIT- sobrecarga leve, moderada ou grave com base em perguntas para avaliar os escores. ● Dor forte: opiácio forte + adjuvante; Dor moderada: opiácio fraco + não opiácio + adjuvante; Dor leve: não opiácio + adjuvante; ● Escala Visual Analógica (EVA) ● Escala de Avaliação de Sintomas de Edmonton (EASE): O paciente descreve a intensidade de sintomas variados no momento. ● Escala de Fadiga de Piper: descreve de modo mais específico a fadiga e as suas consequências na vida do paciente. ● Escala de Karnofsky: classifica o paciente em níveis que vão de 10-100 em estágios de vitalidade e qualidade de vida. ● Escala de performance (ECOG): avalia o bem-estar geral do paciente e a capacidade de realizar o autocuidado. ● Escala de Ramsay: escala de sedação que avalia o estado do paciente acordado/dormindo. ● Escala de Resultados em Cuidados Paliativos (ERCP): avalia por meio de um questionário como o paciente está em um aspecto geral. ● Escala de Richmond de Agitação-Sedação (RASS): +4 (agressivo) - 0 (alerta/calmo) - 5 (incapaz de ser despertado) ● SPIRIT: Escala de avaliação de religiosidade e espiritualidade. “As recomendações do uso de analgésicos da OMS são”: ● “Pela boca: sempre que possível, deve-se privilegiar a forma oral dos analgésicos. As vias alternativas à via oral mais utilizadas no cuidado paliativos são: subcutânea (SC), transdérmica, retal e, eventualmente, endovenosa (EV). A via intramuscular (IM) não deve ser utilizada em geral. ● Pelo relógio: para garantir um alívio adequado da dor, os medicamentos analgésicos devem ser oferecidos em intervalos regulares de acordo com a duração da ação dos medicamentos, além da dose adicional conforme a necessidade. ● Pela escada: para a escolha dos medicamentos analgésicos conforme a intensidade da dor. Essa abordagem é conhecida como “escada analgésica da OMS”. Comportamento do paciente: apresenta uma postura de proteção, caracterizada pela resistência a certos movimentos durante os cuidados, assim como movimento de retirada do estímulo doloroso; agitação persistente, mesmo após as medidas não farmacológicas de conforto; nível de atividade reduzido; gemência, choro; padrão de sono alterado e redução do apetite. A definição mais aceita para o termo sedação paliativa é: “O uso de medicações sedativas com o objetivo de aliviar sintomas intoleráveis e refratários a outros tratamentos, pela redução do nível de consciência.”. Nesse sentido, as principais indicações para a sedação paliativa são sintomas intoleráveis e refratários como dor, delírio, agitação, dispnéia e convulsões. Sedação paliativa não é sinônimo de eutanásia ou antecipação da morte, pois a morte do paciente “não é critério de sucesso.”. O início deve considerar o oferecimento de conforto para o paciente e não aliviar sofrimento psicológico dos familiares. A definição de boa morte ou morte digna não costuma ser a mesma para os pacientes, os cuidadores, os familiares e os profissionais da área de Saúde. No que diz respeito à eutanásia, é entendida como uma prática para abreviar a vida, a fim de aliviar ou evitar sofrimento para os pacientes. Já a distanásia. termo pouco conhecido, porém, muitas vezes, praticada no campo da saúde = morte difícil ou penosa, usada para indicar o prolongamento do processo da morte, por meio de tratamento que apenas prolonga a vida biológica do paciente, sem qualidade de vida e sem dignidade ~ obstinação terapêutica. A boa morte ou morte digna tem sido associada ao conceito de ortotanásia.Na ortotanásia, o indivíduo em estágio terminal é direcionado pelos profissionais envolvidos em seu cuidado para uma morte sem sofrimento, que dispensa a utilização de métodos desproporcionais de prolongamento da vida, tais como ventilação artificial ou outros procedimentos invasivos. Sedação: o midazolam é o sedativo mais frequentemente referido na literatura para indução de sedação paliativa e, entre os benzodiazepínicos, o mais utilizado. É facilmente titulável, com rápido início de ação (2 minutos após administração intravenosa - IV) e curta duração (1,5 a 2,5 horas). O nível de sedação deve ser monitorado durante a indução e, após a estabilização, duas vezes ao dia pela equipe utilizando a escala de sedação de Ramsay ou a escala de RASS. É considerada falha na sedação se o escore pela escala de Ramsay for menor do que 5 após 12 horas de tratamento. O protocolo CLASS inclui os seguintes passos para a relação profissional de saúde - paciente: C = contexto físico (Context) L = habilidade de escutar e perceber (Listening) A = conhecimento das emoções e como explorá-las (Acknowledge) S = estratégia (Strategy) S = síntese (Summary) A orientação para pacientes oncológicos com diarreia e com sinais de desidratação é: Instituir Terapia de Reposição Oral (TRO) - 50 a 100ml/Kg no período de 4 a 6 horas; Hipodermóclise, ou terapia subcutânea, é a infusão de fluidos isotônicos e/ou medicamentos por via subcutânea e tem como objetivo a reposição hidroeletrolítica e/ou terapia medicamentosa. Pacientes em cuidados paliativos frequentemente apresentam condições que impossibilitam a manutenção adequada de níveis de hidratação e nutrição, necessitando, portanto, de vias alternativas para suporte clínico. A hipodermóclise apresenta limitações nas situações em que se deseja uma velocidade de infusão rápida e reposição com alto volume de fluidos. O volume diário recomendado é de 2.000 ml em 24 horas (1.000 ml por sítio). Portanto, não é recomendada sua utilização em casos de reversão de choque hipovolêmico e desidratação severa. Outra limitação é quanto à necessidade de ajuste rápido de doses, uma vez que a absorção pelo tecido subcutâneo é mais lenta do que pela via intravenosa, para a maioria dos medicamentos. Os opioides são, geralmente, bem tolerados O paciente com câncer deve receber cuidados paliativos em todas as estratégias de saúde públicas e privadas. Cuidados totais prestados ao paciente e à sua família, os quais se iniciam quando a terapêutica específica curativa deixa de ser o objetivo. Para tratar adequadamente a dor é necessário quantificá-la por meio da escala numérica. Dessa forma, para dor forte, pontuação de 7 a 10, são indicados opióides fortes, como morfina, metadona, oxicodona e fentanil. Porém, essas medicações para atingirem seu objetivo de controle álgico devem ser administradas em doses e horários fixos. A constipação é um sintoma frequente em pacientes em cuidados paliativos, sobretudo os que fazem uso de opióides. Para minimizar esse sintoma torna-se fundamental a prescrição de um laxante profilático ao iniciar-se com o uso de opióides. O Sistema TNM para descrever a extensão anatômica da doença tem por base a avaliação de três componentes: T- a extensão do tumor primário N- a ausência ou presença e a extensão de metástase em linfonodos regionais M - a ausência ou presença de metástase à distância. Classificação: T - Tumor Primário TX O tumor primário não pode ser avaliado T0 Não há evidência de tumor primário Tis Carcinoma in situ T1 Tumor que invade a lâmina própria ou a submucosa T2 Tumor que invade a muscular própria T3 Tumor que invade a adventícia T4 Tumor que invade as estruturas adjacentes N -Linfonodos Regionais NX Os linfonodos regionais não podem ser avaliados N0 Ausência de metástase em linfonodos regionais N1 Metástase em linfonodos regionais M - Metástase à Distância MX A presença de metástase à distância não pode ser avaliada M0 Ausência de metástase à distância M1 Metástase à distância Em Cuidados Paliativos é frequente que os doentes com desnutrição grave apresentam síndrome de caquexia-anorexia, que nada mais é do que a desnutrição associada a outros sintomas como fadiga, náuseas, diarreia etc. O manejo deverá ocorrer de acordo com o prognóstico do paciente, do potencial de reversibilidade da desnutrição e dos sofrimentos próprios ao tratamento. Utilizandoestas informações, a equipe executa a seguinte conduta: avaliação nutricional; conhecimento do prognóstico/expectativa de vida do paciente; conhecimento do impacto psicossocial da desnutrição no paciente e cuidador; o quanto poderá ser revertida essa desnutrição (baseada na causa e expectativa de vida); ponderação sobre o risco e benefício da terapia nutricional, e discussão da via de tratamento nutricional, sendo a via oral sempre a primeira escolha e, em caso de impossibilidade, sonda nasoentérica (SNE), gastrostomia, parenteral (hipodermóclise quando existe dificuldade na obtenção de acesso venoso periférico). Os cuidados com a ferida oncológica consistem em limpar a lesão para remoção superficial de bactérias e debris, conter/absorver exsudato, eliminar o espaço morto (preenchê-lo com curativo), eliminar a adesão de gaze às bordas/superfície da ferida, promover os curativos simétricos com a aparência do paciente, empregar técnica cautelosa visando a analgesia, retirar as gazes anteriores com irrigação abundante, irrigar o leito da ferida com jato de seringa 20 ml/agulha 40x12 mm, proteger o curativo com saco plástico durante o banho de aspersão e abri-lo para troca somente no leito, evitando a dispersão de exsudato e microorganismos no ambiente. Deve-se manter úmido o leito da ferida, pois ajuda no processo de cicatrização.
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