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M ar ce lo N as ci m en to / U FS Ca r 1.4 Substituição de Variáveis No cálculo de integrais, seria ótimo se quando olhássemos para o integrando pudéssemos reconhecer uma primitiva imediata para o integrando. Infelizmente, em muitas situações (quase todas!) as primitivas não são imediatas. Entretanto, fazendo uma mudança de variáveis, podemos simplificar uma integral a tal ponto que na nova variável podemos reconhecer uma primitiva imediata e isso nos permite resolver a integral na nova variável e portanto resolver a integral original. Para ilustrar o que foi dito acima, veja se nesse passo você consegue reconhecer uma primitiva para a função f(x) = 2x √ 1 + x2. Sejam f e g funções tais que Im(g) ⊂ Df . Suponha que F é uma primitiva para f . Então F (g(x)) é uma primitiva para f(g(x))g′(x). De fato, pela regra da cadeia, [F (g(x))]′ = F ′(g(x))g′(x) = f(g(x))g′(x). Portanto, ∫ f(g(x))g′(x)dx = F (g(x)) + k, com k constante. Assim, se fizermos a mudança de variáveis u = g(x) =⇒ du = g′(x)dx, segue que ∫ f(g(x))g′(x)dx = ∫ f(u)du = F (u) + k = F (g(x)) + k. Exemplo 1.29. Calcule ∫ 2x √ 1 + x2dx. Demonstração. Façamos a seguinte mudança de variáveis: u = 1 + x2 =⇒ du = 2xdx. Assim, ∫ 2x √ 1 + x2dx = ∫ √ 1 + x22xdx = ∫ √ udx = ∫ u 1 2du = 2 3 √ u3 + k = 2 3 √ (1 + x2)3 + k. Exemplo 1.30. Calcule ∫ x3 cos(x4 + 2)dx. Demonstração. Seja u = x4 + 2 =⇒ du = 4x3dx. Logo ∫ x3 cos(x4 + 2)dx = 1 4 ∫ cosudu = 1 4 sinu+ k = 1 4 ∈ (x4 + 2) + k. M ar ce lo N as ci m en to / U FS Ca r Exemplo 1.31. Calcule ∫ tanxdx. Demonstração. Seja u = cosx, logo du = − sinxdx, portanto∫ tanxdx = ∫ sinx cosx dx = − ∫ 1 u du = − ln |u|+ k = − ln | cosx|+ k = ln | secx|+ k. O que acontece se fizermos a mudança de variáveis u = sinx? Veja se é posśıvel calcular a integral com essa mudança de variáveis. Exemplo 1.32. Calcule ∫ 1 −2 √ 1 2 x+ 1dx. 0 f −2 1 Fazendo u = 1 2 x+ 1, segue que du = 1 2 dx. x = −2 =⇒ u = 0 x = 1 =⇒ u = 3 2 Logo, ∫ 1 −2 √ 1 2 x+ 1dx = ∫ 3 2 0 2 √ udu = 2 2 3 u 3 2 ∣∣∣∣ 32 0 = 4 3 √ 27 8 . Existem duas maneiras para calcular uma integral definida por substituição de variáveis. Uma consiste em calcular a integral indefinida e então usar o T.F.C. Por exemplo: já vimos que ∫ 2 0 2x √ 1 + x2dx = 2 3 (1 + x2) 3 2 + k. Ou seja, F (x) = 2 3 (1 +x2) 3 2 é uma primitiva para a função que está no integrando. Logo do T.F.C. segue que∫ 2 0 2x √ 1 + x2dx = 2 3 (1 + x2) 3 2 ∣∣∣2 0 = 2 3 5 3 2 − 2 3 1 3 2 = 2 3 ( √ 53 − 1). A outra maneira consiste em se mudar os limites de integração ao fazer a mudança de variáveis. Vamos ilustrar esse procedimento abaixo. Se g′ for cont́ınua em [a, b] e f for cont́ınua na variação de u = g(x), então∫ b a f(g(x))g′(x)dx = ∫ g(b) g(a) f(u)du. M ar ce lo N as ci m en to / U FS Ca r Demonstração. Seja F uma primitiva de f . Então F (g(x)) é uma primitiva de f(g(x))g′(x), logo do T.F.C., temos que∫ b a f(g(x))g′(x)dx = F (g(x)) ∣∣∣b a = F (g(b))− F (g(a)). Por outro lado, ainda do T.F.C., temos que∫ g(b) g(a) f(u)du = F (u) ∣∣∣g(b) g(a) = F (g(b))− F (g(a)). Isto conclui a prova. Exemplo 1.33. Calcule ∫ 1 1 2 √ 2x− 1dx. Demonstração. Vamos usar a seguinte mudança de variáveis: u = 2x− 1 =⇒ du = 2dx. Assim, por essa mudança de variáveis{ x = 1 2 =⇒ u = 0 x = 1 =⇒ u = 1. Logo, ∫ 1 1 2 √ 2x− 1dx = ∫ 1 0 1 2 √ udu = 1 2 2 3 u 3 2 ∣∣∣1 0 = 1 3 . Exemplo 1.34. Calcule ∫ e 1 lnx x dx. Demonstração. Vamos usar a seguinte mudança de variáveis: u = lnx =⇒ du = 1 x dx. Assim, por essa mudança de variáveis{ x = 1 =⇒ u = 0 x = e =⇒ u = 1. Assim ∫ e 1 lnx x dx = ∫ 1 0 udu = 1 2 u2 ∣∣∣1 0 = 1 2 . M ar ce lo N as ci m en to / U FS Ca r Exerćıcios Exerćıcio 1.35. Calcule (a) ∫ x3 cosx4dx (b) ∫ sin5x cosxdx (c) ∫ tanx sec2 xdx (d) ∫ sec2 x 3 + 2 tanx dx (e) ∫ ( 5 x− 1 + 2 x ) dx (f) ∫ 1 a2 + x2 dx (g) ∫ 1 x lnx dx (h) ∫ 1 x cos(lnx)dx. (Respostas: (a) 1 4 senx4 +k (b) 1 6 sen6x+k (c) 1 2 tg2x+k (d) 1 2 ln |3+2 tan x|+k (e) 5 ln |x− 1|+ 2 ln |x|+ k (f) 1 a arctan x a + k (g) ln | lnx|+ k (h) sen(lnx) + k.) Exerćıcio 1.36. Calcule (a) ∫ 2 −2 (3s2 + 2s− 1)ds (b) ∫ 2 1 ( x3 + 1 x + 1 x3 ) dx (c) ∫ π 2 −π 6 (cos 2x+ sin 5x)dx (d) ∫ 2 0 4 1 + u2 du (e) ∫ 1 0 xex 2 dx (f) ∫ 0 −1 x(2x+ 1)50dx (g) ∫ 1 0 x (x2 + 1)5 dx (h) ∫ 1 −1 x4(x5 + 3)3dx (i) ∫ π 2 π 6 sinx (1− cos2 x)dx (j) ∫ π 3 0 sin3 xdx (Respostas: ( a) 12 (b) 33 8 + ln 2 (c) 3 √ 3 20 (d) 4 arctan 2 (e) 1 2 e − 1 2 (f) − 1 102 (g) 15 128 (h) 12 (i) 3 8 √ 3 (j) 5 24 )) Exerćıcio 1.37. Nos itens abaixo, desenhe o conjunto A dado e calcule sua área: (a) A = {(x, y) ∈ R2; x2 − 1 6 y 6 0}. (b) A = {(x, y) ∈ R2; 0 6 y 6 |sen x|, 0 6 x 6 2π}. (c) A é a região delimitada pelos gráficos de y + x2 = 6 e y + 2x− 3 = 0. (d) A é a região delimitada pelos gráficos de y − x = 6, y − x3 = 0 e 2y + x = 0. (Respostas: (a) 4 3 (b) 4 (c) 32 3 (d) 22) Exerćıcio 1.38. Sabendo-se que a função f(x) = √ x− √ 7√ x2 + 15− 8 , x 6= 7 a, x = 7. Integrais Primitivas Integral de Riemann Cálculo de Áreas Substituição de Variáveis Integração por partes Integrais Trigonométricas Primitivas de Funções Racionais; Frações Parciais Denominadores Redutíveis do 2 Grau Denominadores Redutíveis do 3 Grau Denominadores Irredutíveis do 2 Grau Substituições Trigonométricas Aplicações da Integral Volume Comprimento de Curva Integrais Impróprias Testes de Convergência Integrandos Descontínuos
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