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Pancreatite: Causas, Sintomas e Terapia Nutricional

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 A pancreatite é uma inflamação do pâncreas 
e é caracterizada por edema, exsudato 
celular e necrose de gordura. 
 Pode variar de suave e autolimitante a 
grave, com autodigestão, necrose e 
hemorragia de tecido pancreático. 
 É classificada em aguda ou crônica, sendo a 
última com destruição pancreática tão 
extensa que as funções exócrina e 
endócrina estão gravemente diminuídas e 
podem resultar em má digestão e diabetes. 
 
 Alcoolismo crônico; 
 Cálculos biliares; 
 Doença do trato biliar; 
 Hipertrigliceridemia; 
 Hipercalemia; 
 Traumas; 
 Substâncias e infecções virais. 
 
 Dor e distensão abdominal; 
 Náuseas e vômitos; 
 Esteatorréia; 
 Hipotensão; 
 Oligúria; 
 Dispneia. 
 
 A fisiopatologia da pancreatite ocorre com 
o aumento do cálcio intracelular, havendo 
ativação prematura de enzimas dentro do 
pâncreas e consequentemente, autodigestão 
dentro das células pancreáticas. 
 Logo após, ocorre uma geração de cascata 
de citocinas pró-inflamatórias, provocando a 
liberação de citocinas na circulação 
sistêmica, causando constricção arterial, 
apoptose e necrose pancreática. 
 A liberação das enzimas pelas células 
pancreáticas destruídas atingem a corrente 
sanguínea, aumentando os níveis séricos de 
amilase e lipase. 
 
 O consumo de álcool, tabagismo, peso 
corporal, dieta, fatores genéticos e 
medicamentos afetam o risco de 
desenvolvimento de pancreatite. 
 A mudança alimentar possui papel 
importante após diagnostico. 
 Níveis baixos de cálcio sérico são comuns. A 
hipoalbuminemia ocorre, como subsequente 
espaçamento terciário do líquido. O cálcio, 
que está ligado a albumina, é afetado e pode 
parecer baixo. 
 Daí, tem-se a importância da suplementação 
de cálcio na pancreatite. 
 
 Pancreatite aguda 
 Muitos episódios de pancreatite aguda são 
leves e com frequência se resolvem dentro 
de 5-7 dias. 
 Causas: cálculos biliares, alcoolismo crônico, 
hiperlipidemia, viscosidade do sangue, 
trauma, doenças infecciosas e parasitárias, 
uso de alguns medicamentos, hipercalcemia 
e pós operatório de cirurgia abdominal. 
 Sintomas: dor grave no quadrante superior 
do abdômen, náuseas, vômitos, distensão 
abdominal, esteatorréia e icterícia. 
 Complicações: 25% dos casos evoluem para 
pancreatite grave, desenvolvendo uma 
síndrome da resposta inflamatória sistêmica 
profunda, geralmente associada à necrose 
da glândula pancreática, a acúmulos graves 
de líquido no pâncreas e a síndrome de 
disfunção múltipla de órgãos, aumentando o 
risco de morte. 
 Além disso, o aumento da permeabilidade 
intestinal pode provocar uma translocação 
bacteriana, promovendo a estimulação de 
macrófagos, neutrófilos e granulócitos 
circulatórios, aumentando as citocinas pró-
inflamatórias e, consequentemente, gerando 
uma resposta inflamatória. 
 Terapia nutricional: o objetivo primário na 
terapia nutricional para a pancreatite aguda 
é manter a integridade intestinal para 
prevenir a translocação de bactérias e 
endotoxinas e melhorar o sistema imune do 
intestino. 
 Dor associada à pancreatite está 
parcialmente relacionada aos mecanismos 
secretórios de enzimas pancreáticas e bile. 
 Sendo assim, a terapia nutricional é 
ajustada para fornecer o mínimo de 
estimulação desses sistemas. 
 Nas crises agudas, toda alimentação oral é 
negada e é mantida a hidratação 
intravenosa. 
 Nas crises menos graves, uma dieta líquida 
clara, com poucos lipídeos, pode ser 
oferecida por alguns dias. 
 A dieta deve ser progredida conforme 
tolerância para alimentos facilmente 
digeríveis, com baixo teor de lipídeos e, 
depois evoluir conforme a tolerância. 
 A pancreatite aguda grave resulta em 
estado hipermetabólico e catabólico com 
alterações metabólicas imediatas no 
pâncreas e também em órgãos distantes. 
 Os aminoácidos são liberados do músculo e 
usados para a gliconeogênese. 
 Esses pacientes exibem com frequência 
sinais de má nutrição, como concentrações 
séricas diminuídas de albumina, transferrina 
e linfócitos. 
 Para a doença leve a moderada, deve-se 
manter a hidratação intravenosa (a 
hidratação melhora a oxigenação dos 
tecidos) e a dieta oral deve ser suspensa. 
 A necessidade de terapia nutricional enteral 
ou parenteral deve ser baseada na extensão 
da doença, nutrição e estado nutricional do 
paciente. 
 Na literatura, a TN é indicada no início para 
pancreatite grave. 
 Deve-se considerar uma fórmula a base de 
TCM para melhorar a tolerância. 
 Fórmulas poliméricas infundidas em várias 
seções do intestino estimulam o pâncreas 
mais do que as fórmulas elementares e 
hidrolisadas. 
 Com relação a NP, emulsões de gordura IV 
são geralmente seguras e bem toleradas se 
TG < 400mg/dL e se não houver nenhuma 
história prévia de hiperlipidemia. 
 A glicose é a fonte de carboidratos 
preferida com controle metabólico da 
glicose o mais próximo possível do normal. 
 O uso de glutamina deve ser considerado. 
 O uso de probióticos não é recomendado no 
cenário de pancreatite aguda grave e a 
nutrição enteral com fórmulas elementares 
ou poliméricas, é o suporte nutricional mais 
recomendado em pacientes com PA grave. 
 A realimentação oral depende da melhora 
clínica. 
 
 Pancreatite crônica 
 Estado inflamatório persistente do 
pâncreas, caracterizado pelo dano 
progressivo e irreversível ao pâncreas e que 
leva fibrose extensiva e à insuficiência 
exócrina e endócrina progressiva. 
 O consumo de álcool é responsável por 70-
90% dos casos. 
 Sintomas: dor abdominal, diarreia, perda de 
peso, desnutrição, má absorção e má 
digestão. 
 Complicações: diabetes e câncer de 
pâncreas. 
 Alterações metabólicas: 1- na insuficiência 
pancreática exócrina, a digestão de 
carboidratos é mantida por um longo tempo 
pela amilase salivar e oligosacaridases da 
borda em escova. A perda da função 
endócrina leva a intolerância à glicose e 20-
30% dos pacientes desenvolve diabetes 
dependente de insulina; 2- a atividade 
proteolítica luminal é mantida mesmo na 
ausência de peptidases pancreáticas e 
azotorréia é, um sintoma muito tarde e raro 
na PC; 3- as lipases das glândulas gástricas e 
salivares tem um papel menor na digestão de 
TG e não pode compensar uma digestão 
pancreática de gordura insuficiente. A 
degradação de lipase luminal ocorre mais 
rapidamente do que a de outras enzimas; 4- 
a deficiência das vitaminas lipossolúveis 
está correlacionada com a severidade da 
esteatorréia; 5- a deficiência de vitamina 
B12 pode ocorrer devido a secreção 
inadequada de protease pelo pâncreas; 6- a 
deficiência de zinco pode ocorrer em 
associação com o diabetes. 
 
 Terapia nutricional: os principais objetivos 
da terapia nutricional na PA crônica são: 
prevenir mais danos pancreáticos, reduzir o 
número de crises de inflamação aguda, 
aliviar a dor, reduzir a má digestão e a má 
absorção e prevenir e/ou corrigir a 
desnutrição. 
 Foram relatadas deficiências de cálcio, 
magnésio, ácido fólico, tiamina e vitamina D. 
Consequentemente, deve-se haver 
suplementação desses nutrientes. 
 A dieta deve ter baixo teor de gordura, 
principalmente a partir de óleos a base de 
vegetais. Deve-se evitar os ácidos graxos 
trans. 
 A substituição da gordura dietética com 
óleo TCM pode aliviar a esteatorréia e levar 
ao ganho de peso. 
 Pode ser necessário, a suplementação de 
enzimas pancreáticas. 
 Dieta pobre em fibras e isenta de álcool é o 
recomendado na pancreatite crônica.

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