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EXPLICAÇÃO - DESCRITA- aula 6

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Na aula de hoje veremos sobre a dormência e vigor de sementes 
Vamos a dormência primeiramente. 
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Antes de introduzirmos ao estudo da dormência vamos relembrar o conteúdo 
da aula passada sobre germinação de sementes: 
A formação da semente se da pela fusão ou união dos gametas masculinos e 
femininos, a partir dai temos a formação do zigoto, que passa por um processo 
de crescimento e diferenciação, e se torna um embrião maduro. 
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Esse embrião maduro passará por alguns processos, no caso das sementes 
ortodoxas (que são aquelas que sobrevivem a secagem e congelamento 
durante a conservação ex situ- fora do local de origem), esses processos 
permitiram que a semente ortodoxa entre no chamado repouso fisiológico ou 
criptobiose (que é um processo realizado diante de condições adversas. Nesse 
estado, elas cessam a atividade metabólica, de modo que não se desenvolvem 
até que as condições se tornem favoráveis novamente), mas através do que? 
 Primeiramente da redução ou perda do seu conteúdo de água livre e depois da 
diminuição do consumo de oxigênio por consequência da diminuição do 
processo de respiração a ação de inibidores (é aqui, que entra a questão da 
dormência que nós iremos ver daqui para frente), e também a baixa atividade 
do metabolismo, principalmente através das proteínas com ação enzimática. 
Então para permanecer no processo de quiescência que é estimulado na 
ausência de um dos principais fatores para a retomada do crescimento do eixo 
embrionário ou da germinação como a falta de água, ou falta de temperatura, 
ou ausência de oxigênio suficiente, para que o processo de germinação possa 
ocorrer. Se na presença de todos esses fatores, uma semente viva e apta a 
germinar, não germinar, nós entendemos que ela esta sofrendo a ação de 
algum mecanismo de bloqueio, mecanismo de bloqueio esse denominado de 
dormência. 
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Então qual a diferença de quiescência para dormência? 
 Enquanto a dormência seria causada por um bloqueio situado na 
própria semente ou unidade de dispersão, a quiescência seria provocada 
pela ausência ou insuficiência de um ou mais fatores externos 
(particularmente, condições atmosféricas, temperatura e água), necessários à 
germinação. 
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Quando a dormência esta ativa o processo de germinação não ocorre, então a 
partir de agora nós vamos entender como que ocorre a dormência, quais os 
tipos de dormência e como superá-las. 
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Um fator muito importante a ser levado em consideração é não confundir a 
dormência, com sementes mal formadas ou sementes mortas. Para isso 
podemos visualizar esta foto que demonstra através de imagens de raio-x o 
que ocorre com a semente em função da sua conformação. No primeiro caso 
nós temos uma semente bem formada sem nenhum tipo de dano dando origem 
a uma plântula normal. No segundo caso nos temos uma semente que tem um 
pequeno dano no embrião, Então ela dará origem a uma plântula, mas essa 
plântula não terá uma boa formação. No terceiro caso a semente está mal 
formada, assim ela não irá germinar. E por fim nos temos as chamadas 
sementes chochas ou sementes vazias, que são aquelas sementes que não 
possuem o embrião, então pelo raio-X vemos que não há estruturas de 
desenvolvimento aqui dentro, mesmo que semeada ela não ira se desenvolver. 
Então há uma diferença bem grande entre dormência e sementes mal 
formadas ou mortas, na dormência essa primeira plântula que não possui 
nenhum tipo de problema ou uma má formação, não irá germinar mesmo sob 
condições ideais, ai entra ação dos mecanismos de bloqueio que causam ou 
provocam a chamada dormência. 
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Para entender a dormência primeiro nós precisamos conceitua-la. O conceito 
de dormência se baseia na condição de uma semente viável, ou seja, 
lembrando novamente da aula de germinação, a semente tem que estar viva, 
que quando na presença de fatores ambientais propícios tais como 
temperatura, umidade e ambiente gasoso adequado para germinação ela vai 
continuar com seus processos fisiológicos bloqueados, toda dormência tem um 
período variável em função da espécie, é uma característica genética, 
tornando-se menos intenso com o decorrer do tempo até que ele seja 
superado. Em relação a nomenclatura o correto é dizer superação de 
dormência e não quebra da dormência, pois nem toda dormência é uma 
dormência mecânica a qual você retira a estrutura física que impede o 
desenvolvimento da semente e ela irá germinar. Nós temos processos de 
inibição através de hormônio, que é quando o hormônio existente não pode ser 
quebrado, ele passa a ser superado por outro hormônio que ira estimular o 
processo de desenvolvimento e germinação. Então atentem o nome correto é a 
superação de dormência. 
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Continuando com os conceitos, a suspensão temporária do processo de 
germinação, não e acidental, ela resulta da ação de mecanismos físicos ou 
fisiológicos que são bloqueadores do processo de germinação, e tem uma 
razão para isso que voou explicar mais a frente. Bom, o homem através do 
melhoramento genético vem selecionando a ausência da dormência nas 
sementes, principalmente naquelas de interesse econômico, de forma que 
algumas espécies não sobrevivem mais de forma autônoma no ambiente, 
como é o caso do milho moderno, que nós conhecemos, ele não consegue se 
desenvolver no campo e manter descendentes férteis sem a ação do homem, 
ele precisa ser colhido e replantado para que possa se manter vivo. 
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Mas qual é a relação entre dormência e sobrevivência? 
Aqui há um fator muito importante de uma das vantagens da dormência para 
espécies vegetais, em termos de sobrevivência a dormência é fundamental. Lá 
no inicio do processo de desenvolvimento das sementes, vocês devem lembrar 
que as sementes são um organismo impar e que tem característica de distribuir 
a germinação ao longo do tempo e espaço através de mecanismos de 
dispersão, e através dos mecanismos de dormência à germinação é distribuída 
ao longo do tempo. Isso para que ocasionalmente uma semente possa 
germinar em uma condição mais favorável ao desenvolvimento da plântula. 
Caso não haja dormência e se tenham condições ideais, todas as sementes 
irão germinar ao mesmo tempo. E isso para evolução não é interessante, pois 
pode haver adversidades que podem acarretar no processo de extinção de 
uma espécie, após a germinação, durante o desenvolvimento da plântula. Por 
isso a característica de dormência foi selecionada através dos anos 
naturalmente e ela é um mecanismo importante de sobrevivência e 
perpetuação. Sendo assim, a dormência é uma habilidade da semente para 
retardar sua germinação, até que as condições sejam adequadas. 
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Lembrando também que dentre as modificações bioquímicas e fisiológicas que 
ocorrem no processo, uma delas em especial é a dormência, ou seja, são 
alterações bioquímicas e fisiológicas que causam a ação desse mecanismo de 
bloqueio, impedindo a germinação de sementes mesmo em condições ideais. 
Ela é a estratégia principal de sementes denominadas pioneiras (um termo 
utilizado para se referir às espécies vegetais que podem colonizar 
ecossistemas inóspitos para outras espécies, em que as condições são pouco 
favoráveis para a sobrevivência. Elas são capazes de se manter perfeitamente 
desenvolvidas em locais com poucos nutrientes e água), ou também aquelas 
chamadas de clímax (são espécies de maior porte, além de mostrar alta 
eficiência entre produção e consumo de nutrientes. Nela encontramos as 
espécies que são melhores competidoras em um local), para que no momento 
de recomposição de uma mata ou de uma determinada área, essas sementes 
que estavam sombreadas permanecem com seus mecanismos de 
desenvolvimento bloqueados, a partir do momento que se abre uma clareira ou 
que se limpa a área, a luz atinge a semente, e essa semente passa a germinar, 
compondo a região. 
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O processode dormência versus germinação. 
Nós temos que falar de germinação quando falamos de dormência e vice e 
versa, pois são processos contínuos intimamente ligados, a germinação não 
ocorre se a dormência estiver presente, e a dormência só pode ocorrer se o 
processo de germinação estiver em desenvolvimento. A relação entre elas se 
da através do equilíbrio entre substâncias inibidoras e substancias promotoras 
de desenvolvimento do embrião. Como inibidores temos o acido abscísico e 
cumarinas, já como substâncias promotoras, as giberelinas como principal 
hormônio, tem atuação de promover o desenvolvimento do embrião e iniciar o 
processo de germinação como também de reduzir a resistência dos tecidos 
que envolvem o embrião, permitindo o desenvolvimento da raiz primaria e parte 
aérea, sendo assim para que haja germinação é necessário que ocorra o 
reestabelecimento do equilíbrio favorável das giberelinas, sendo esta a 
superação da dormência e amolecimento da casca da semente. 
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Quais as vantagens da superação da dormência? 
 Primeiramente a sobrevivência da espécie, como nós falamos antes, a 
exemplo das espécies de clima árido ou semiárido, por exemplo, as espécies 
do cerrado, que passam por um período de seca ou até pela presença de fogo 
e outras condições indesejáveis para o desenvolvimento de uma planta, sendo 
assim não e ideal que todas as sementes produzidas nessas situações 
germinem ao mesmo tempo, outro fator importante é impedir a germinação das 
sementes dentro da própria mãe, a exemplo de espécies que possuem frutos 
carnosos como o mamão e o maracujá, em que seria extremamente 
desvantajoso para a espécie, se as sementes germinassem dentro do fruto. 
Pois no fruto existem condições ideais de umidade, temperatura e substâncias 
para que essa semente germine. Então não seria vantajosa para a espécie a 
germinação antes do processo de dispersão. Assim a dormência que ocorre 
durante o processo de maturação impedindo a germinação na própria planta 
mãe é uma condição substancial de desenvolvimento e perpetuação da 
espécie. Já as desvantagens são para o homem, principalmente quando nós 
falamos em termos de agricultura, devido a dificuldade de conseguir que todas 
as plantas germinem ao mesmo tempo, como podemos ver nas lavouras de 
soja, plantada. Imagine, se cada uma dessas sementes germinasse numa 
época ou período diferente?! Seria praticamente impossível aplicar os tratos 
culturais para o desenvolvimento da cultura. Assim a principal desvantagem da 
dormência se da para o homem, em termos de agricultura causando 
desuniformidade na emergência de plântulas, longos períodos para sua 
superação. No caso da avaliação da qualidade de sementes no laboratório, 
seria praticamente impossível determinar a porcentagem de germinação 
dessas sementes num curto intervalo de tempo e, além disso, há uma maior 
dificuldade no controle de plantas invasoras ou das chamadas plantas 
daninhas que são aquelas consideradas estrategistas. 
Portanto as plantas daninhas em sua maioria possuem sim mecanismos de 
bloqueio ativados e constantes nas suas sementes, portanto sementes de 
plantas daninhas possuem sim mecanismos de dormência ativados. 
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Quais os tipos de dormência de sementes? 
Quanto aos tipos de dormência, nós temos a chamada dormência primaria ou 
endógena (dentro – interior - relacionado ao próprio embrião) que é dita como 
natural, ela tem origem genética, ela é hereditária e ocorre por ocasião do 
processo de maturação dessas sementes. Ela impede a germinação na planta 
mãe, como nos citamos antes, e normalmente é superada ao longo do 
armazenamento. 
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Já a dormência secundaria ou exógena (fora – exterior - extra-embrionária é 
causada primariamente pelo tegumento, pelo endocarpo, pelo pericarpo e/ou 
por órgãos extraflorais, em geral por pouca ou nenhuma participação direta do 
embrião na sua superação) é induzida por fatores ambientais, ela se da por 
condições desfavoráveis ocorridas após o processo de maturação e ela é dita 
induzida pelo ambiente tais como, excesso de temperatura, falta de agua ou 
ate mesmo algum estresse fisiológico que essa planta passe. 
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Assim temos aquela dormência chamada tegumentar ou exógena e 
embrionária ou endógena, que em geral podem ocorrer de forma independente 
ou simultânea, e são classificadas como: 
dormência física: representada pela impermeabilidade do tegumento a agua ou 
a gases; 
dormência química: representada por ação de inibidores do pericarpo; 
dormência mecânica: aquela que apresenta resistência tegumentar impedindo 
o crescimento ou desenvolvimento do embrião em condições ideias; 
a morfológica: que se da pela imaturidade do embrião ou dos tecidos que 
compõe esse embrião; 
e por fim a dormência fisiológica: que é um mecanismo fisiológico de inibição 
do embrião. 
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Quais são as causas dessas dormências? 
Nós temos três sistemas causadores de dormência, sendo eles: 
o sistema de controle de entrada de água no interior da semente; 
O sistema de controle do desenvolvimento do eixo embrionário; 
E o sistema de controle do equilíbrio entre substancias promotoras e inibidoras 
do crescimento e desenvolvimento. 
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Vamos aos exemplos do acionamento do bloqueio – dormência: 
Primeiro no caso do embrião rudimentar ou imaturo: 
são estruturas do embrião do tecido meristemático, pouco desenvolvidas ou 
ainda não totalmente desenvolvidas que impediram o desenvolvimento desse 
embrião; 
no caso de dureza tegumentar: devido a condições de armazenamento ela 
impede a saída do embrião; 
inibidores químicos presentes no tegumento: como cafeína, cocaína, ácidos, 
óleos e outros. A maioria desses são compostos fenólicos altamente solúveis 
em agua, por isso que a dormência consegue ser superada ao longo do tempo 
para algumas espécies, basta deixar essas sementes em agua corrente por 24 
horas ou ate menos que a dormência é superada. 
Impermeabilidade do tegumento a líquidos: essas sementes ela possui alguma 
substancia como no caso suberinas, ligninas ou cutinas que impedem a 
entrada de agua, essas substancias são depositadas na testa do pericarpo ou 
na membrana nucelar, que repelem a agua ou simplesmente impedem a 
entrada de água fazendo com que as sementes não retomem o seu 
desenvolvimento através do processo de embebisão, ela é mais comum nas 
leguminosas como no caso do guandu, da mucuna preta ou ate mesmo na 
soja. As sementes são denominadas de sementes duras e não absorvem agua 
em condições adequadas para tal absorção, e no caso da soja nós observamos 
ainda hoje em torno de 1% das sementes avaliadas com o processo de 
dormência através da dureza ou impedimento da entrada de agua. no teste de 
germinação quando abrimos os rolos para avaliação você observa que a 
semente esta com a forma redonda e brilhosa, ou seja, ela não absorveu a 
agua. 
E o ultimo exemplo a impermeabilidade a gases: lembra que nós vimos na aula 
de germinação que o oxigênio é fundamental para o desenvolvimento do 
embrião? ou seja, o processo de germinação é exigido em pequenas 
quantidades de oxigenio, mas é altamente limitante, então se há uma 
resistência quanto a entrada ou saída de gases, o processo de germinação não 
ira ocorrer de forma uniforme, Segundo pesquisas realizadas por EDWARD et 
al (1973), a presença de compostos fenólicos principalmente na casca, sendo 
eles floridizin, acido clorogenico, acido paracumaril químico. Outros fatores que 
podem causar a impermeabilidade a gases são a espessura da casca, o 
tamanho da semente, a posição dos meristemas e a temperatura. 
Para a maioria das espécies denominadas de grandes culturas ou de culturas 
econômicas, aquelas que não possuem dormência mecânica como no caso da 
impermeabilidade a agua, irão absorver a agua, entretanto na fase em que 
deveriam ocorrer a produção da raiz primaria por ação do acido abscísicoocorre a manutenção do processo de dormência ate que ele seja superado. 
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Quais são os métodos de superação de dormência utilizados hoje? 
Os principais métodos são: estratificação térmica: principalmente através do 
meio úmido ou seja, com substrato úmido a baixas temperaturas próximo ao 
ponto de congelamento a exemplo de 5°c por 30 dias ; 
a exposição a luz: nos devemos lembrar que existem sementes denominadas 
fotoblasticas positivas que são aquelas que respondem a germinação na 
presença de luz; fotoblasticas negativas que respondem a germinação ou 
superação da dormencia no escuro; e as intermediarias que as vezes são 
como positivas e as vezes negativas. Lembrando que para que a semente seja 
sensível a luz temos que entender o funcionamento dessas estruturas 
denominadas de fitocromos. Os fitocromos são cromo proteínas solúveis em 
citoplasma celular no eixo embrionário. Que atuam na liberação de citicininas 
permitindo ou não a germinação. Os fitocromos são denominados de forma 
ativa ou inativa. A forma inativa é chamada de p660 por possuir um pico de 
absorção no espectro de 660 nanometros, quando esse fitocromo é exposto a 
irradiação de cor vermelha ele passa para sua forma ativa chamada de p 730, 
esse fitocromo não absorve mais a luz do comprimento de onda vermelha, 
promovendo germinação nas sementes fotoblasticas positivas. Então quando o 
p660 é irradiado com comprimento de onda 660 ele passa para sua forma ativa 
e a semente fotoblastica positiva terá o processo de retomada do crescimento 
do eixo embrionário, promovendo a sua germinação. Já o p730 se for exposto 
a radiação vermelho distante ou ao escuro ele passa para sua forma inativa 
retornando ao p660 e no caso das fotoblasticas positivas não mais irão 
germinar. 
Escarificação mecânica: quando das sementes denominadas de duras, em que 
nós podemos remover essa camada que impede o desenvolvimento do 
embrião ou a camada que impede a entrada de agua e/ou gases, então a 
utilização de lixas ou abrasão com areia promovem o rompimento do tecido 
lignificado favorecendo assim a absorção de água e retomada do processo de 
germinação. Existem tambem a escarificação ácida, muito usual de sementes 
forrageiras como no caso das braquiárias, e ela ocorre da mesma forma de 
escarificação mecânica, só que, por ação de um produto químico no caso de 
um acido forte ou chamado acido sulfúrico, lembrando que sempre após o 
processo de escarificação, esse acido deve ser neutralizado. 
Outros exemplos de processos para superação da dormencia é o uso de agua 
quente; lavagem em água corrente; o processo de secagem; o pre esfriamento; 
termoperiodo ou termoestratificação; e a ação de microorganismo como no 
caso das orquídeas. 
Recapitulando então. Somente sementes ortodoxas passam pelo processo de 
quiescência e/ou dormência. 
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Vigor 
Como o vigor pode influenciar dentro do padrão de germinação? Níveis 
distintos de vigor terão comportamentos muito diferentes em condições 
extremas? 
o vigor “segura” a semente em condições adversas, e está relacionado a 
energia inicial que a semente tem disponível para germinar, emergir, e ter seu 
desenvolvimento. Com o vigor médio a 80% mais o tratamento de sementes 
consegue-se aguentar cerca de uma semana sem chuvas, sem nenhum dano 
ao embrião. A semente mesmo com alto vigor, após germinar e chegar a 
camada superficial e encontra temperatura de 50 °C do solo, não consegue 
prolongar seu desenvolvimento e perece, por isso a importância da palhada no 
solo. Alguns produtores preferem ao invés de deixar a camada de palhada no 
solo, aumentar a profundidade do plantio das sementes, essa profundidade 
também influência no vigor, mesmo que a semente possua alto vigor, não irá 
apresentar-se vigorosa em campo, ou ate mesmo não conseguirá emergir, pois 
esse aumento em profundidade, também aumenta o gasto de energia que será 
necessário. Existem casos que aumentam a profundidade para 7 cm. Uso de 
um bom tratamento e sementes de alto vigor fornece a semente condições de 
aguentar a esses tipos de adversidades, sem necessidade de alteração nos 
processos de plantio. 
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Teste de vigor de sementes 
O teste de vigor, testa a semente em condições adversas, o teste de 
envelhecimento acelerado é um teste que se coloca a semente em câmara de 
aquecimento em temperatura alta e em ambiente úmido (41°C a 48 horas). 
Essa semente absorve a água do ambiente e começa a reidratação e a partir 
dai o metabolismo começa a acelerar. Quando retiramos do ambiente adverso 
e colocamos para germinar, as que germinam plântulas normais mesmo com 
essa condição são consideradas vigorosas (depois fazemos o calculo da 
porcentagem do lote). Determinamos a capacidade de armazenamento mas 
também temos uma ideia de como se comportara no campo. Tambem temos o 
teste de condutividade elétrica que medimos o quanto de corrente elétrica 
passa dentro da semente, em função do quanto de nutrientes que passa da 
semente para o solo, então a semente que perde muito nutriente para o solo é 
menos vigorosa, por perder açúcar, sais minerais, vitaminas e proteinas que 
seriam utilizadas para o arranque e desenvolvimento da plantas, então o vigor 
é a capacidade que a semente tem de ir para o campo e germinar de forma 
rápida e uniforme, que é isso que queremos, todas crescendo juntas para a 
lavoura seguir de forma adequada. 
 
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Para falar de vigor precisamos entender seu conceito, e a conceituação do 
vigor é algo muito discutido, as primeiras tentativas para conceituar 
destacavam a habilidade da semente para germinar em condições 
desfavoráveis e a evolução do estudo demonstrou que o vigor de sementes 
traduzem um potencial de seu desempenho, assim muitos pesquisadores 
trouxeram a sua própria definição de vigor, entre os conceitos aplicados sobre 
os atributos da qualidade da semente temos alguns que se destacam, como 
Isley (1957) que diz que o vigor é a ação conjunta de todos os atributos da 
semente que permite a obtenção de stands sob condições favoráveis de 
campo; já schoorel em 1960 diz que o termo vigor deve ser definido em 
concessão com a capacidade de germinação, uma semente é considerada 
mais ou menos vigorosa na dependência da sua habilidade para originar 
plântulas normais sob certas condições sub otimas, já delouche e caldwell, 
1960, tambem disseram que o vigor é a soma de todos os atributos da semente 
que favorecem um rápido e uniforme desenvolvimento e estabelecimento 
dessas plantas a campo. Woodstok, 1965 disse que o vigor é um estado de 
boa saúde e robustez natural da semente que permite germinação rápida e 
completa sobre uma larga faixa de condições de ambiente; já grabe 1966 disse 
que um conceito de vigor não pode ser emitido simplesmente em termos de 
germinação, uma definição completa deve incluir o comportamento durante o 
armazenamento e efeitos sobre a produção bem mais abrangente que este.] 
 E assim por diante segue em vários conceitos de vigor que se sobrepõe em 
assuntos, mas que nem sempre são conclusivos. Por tanto, a definição do vigor 
ainda é hoje algo muito contraditório, entretanto o vigor ele vem sendo sempre 
muito exigido pelos produtores rurais na entrega dos lotes de sementes como 
um complemento do teste de germinação que nós vimos nas aulas passadas 
que feito sob condições ideais. 
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O que nos temos que entender é que o vigor é a expressão da capacidade 
dessa semente germinar sobre condições ótimas ou não ótimas ou seja sobre 
uma amplitude de condições de campo por isso que o teste de emergência a 
campo realizado nas propriedades rurais antes da semeadura é muito 
elucidativo em termos do potencial de desempenho daquele lote na área onde 
ele será plantado. 
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Um fator importante de se levar em consideração são as diferenças entre vigor 
e germinação 
O potencial de germinação ou a germinação das sementesé calculado sob 
condições ideias, ele avalia se a plântula possui estruturas essenciais para o 
desenvolvimento do embrião que tem a capacidade de dar origem a plântula 
produtiva, isso só ira se repetir se condições muito próximas aquelas condições 
onde o teste de germinação foi realizado acontecerem a campo, e nós 
sabemos que isso normalmente não acontece. Já o vigor é uma característica 
fisiológica que é definida geneticamente e que governa a capacidade dessa 
semente germinar de forma rápida e uniforme isso ocorrendo em condições de 
campo sob condições ideais e ate certo ponto em condições não ideais, mas 
por que ate certo ponto? porque uma semente mesmo vigorosa não tolera 
temperatura excessivas acima de 45°c no solo e também a falta de agua após 
o inicio do processo de embebeçam. Assim se nos somarmos a capacidade de 
germinação juntamente com o vigor nos temos o chamado potencial fisiológico 
de desenvolvimento dessas sementes. 
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Nesse gráfico podemos observar de forma bem clara as variações entre 
potencial ou porcentagem de germinação das sementes e emergência de 
plântulas a campo então aqui nos temos um numero de amostras porque esse 
trabalho avaliou 94 amostras de sementes de lotes submetidos a fiscalização 
do comercio de sementes de soja no estado do missisipi USA. E aqui nos 
temos a porcentagem de germinação variando de menos 40% de 40-49% 59-
59% até acima de 90% então observem aqui, dos 94 lotes avaliados das 94 
amostras todas estavam com germinação acima de 80% então essas barras 
mostram que nos tínhamos dos 94 aproximadamente 30 lotes com germinação 
acima de 90% e em torno de 65 lotes entre 80-89% de germinação. 
Germinação esta avaliada em laboratório sob condições ideais. A emergência 
das plântulas a campo a distribuição é bem diferente, esses 94 lotes que 
tinham acima de 80% de germinação apresentaram a campo variações de 
acima de 90% até variações abaixo de 40 % então a uma distribuição na sua 
capacidade de emergir e dar origem a uma plântula normal a campo. Isso é o 
efeito da interação da qualidade da semente com um ambiente a qual ela esta 
esposta. 
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Essa outra tabela tras um exemplo hipotético da variação da germinação em 
diferentes condições ambientais então aqui nos temos 2 lotes que apresentam 
a mesma porcentagem de germinação realizada em laboratório sob condições 
ideais, esses mesmos dois lotes foram semeados em três locais distintos a 
partir dai nos podemos observar as variações do vigor da emergência das 
plântulas a campo, então o primeiro lote apresentou germinação de 88 no 
ambiente a e o segundo de 87 ; no ambiente b essa emergência de plântulas 
apresentou uma outra % e no ambiente c considerando um ambiente menos 
propicio para germinar a expressão da emergência de plântulas a campo e 
bem variável portanto os resultados de germinação em condições ideais eles 
não são parâmetro para que nos possamos avaliar o desenvolvimento dessas 
plântulas a campo. 
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 Esse outro exemplo hipotético mostra como o vigor apresenta uma quda muito 
mais acentuada quando comparado com a germinação na mesma forma que 
nos vimos na tabela anterior um lote que apresenta 98% de germinação e 80% 
de vigor ao longo do armazenamento a queda do vigor é mais acentuada 
sendo que após 4 meses de armazenamento a germinação se mantem ainda 
em 98% e o vigor já caiu para 63% e assim por diante ate culminar na morte da 
semente 
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Para que possamos avaliar o vigor das semente nos temos que aplicar alguns 
testes que simulam condições ambientais adversas a semente, sob condições 
de estresse e alguns testes de avaliação diretos que avaliam desde a taxa de 
deterioração das sementes ate se as suas estruturas moleculares ou de 
membranas estão adequadas. Qual é o objetivo do teste de vigor? 
Primeiramente detectar diferenças significativas em lotes com poderes de 
germinativos semelhantes, aquilo que nos vimos na tabela anterior, e isso se 
da atraves do desempenho da sementes após a semeadura e do potencial de 
armazenamento dessa semente pois é no armazenamento que a semente 
pode perder toda a sua qualidade incluindo a sua capacidade de germinação. 
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Os testes de vigor são classificados em 4 formas, primeiramente os testes que 
avaliam o potencial físico das sementes, os testes fisiologicos os testes 
bioquímicos e os testes de resistência AO estresse 
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Os testes físicos eles avaliam os aspectos morfológicos e ou físicos das 
Sementes a exemplo do tamanho, a massa unitária a densidade a cor o teste 
de raio x , para verificar como as estrututras internas das sementes estão sem 
fazer sua destruilão. Uma desvantagem desses testes físicos que na maioria 
das vezes são subjetivos, eles podem não apresentar relação direta com o 
vigor. 
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Testes fisiológicos: avaliam atividades fisiológicas ligadas ao vigor. São mais 
expressivos a exemplo da classificação do vigor de plântulas a primeira 
contagem da germinação a velocidade de germinação e emergência de 
plântulas a campo, o crescimento de plântulas, a transferência de matéria seca, 
ou a precocidade de emissão de raiz primaria. 
SLIDE 31 
Testes bioquímicos: avaliar as atividade bioquímicas ligadas ao vigor das 
sementes: o teste de tetrazólio é o mais utilizado no mundo para avaliar o vigor 
e a viabilidade da semente como nos podemos ver nessa primeira foto, o teste 
de condutividade elétrica que se baseia na integridade das membranas ele 
avalia a condutividade das solução de embebição da semente, tambem temos 
o teste de lixiviação de potássio, a atividade respiratória, a atividade da 
descarboxilase do acido glutâmico, a avaliação de aldeídos voláteis, e tambem 
de ácidos graxos livres. 
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Teste de resistência ao estresse: dentre os testes de resistência ao estresse 
nos temos aqueles que avaliam o desempenho das sementes em condições 
desfavoraveis como o teste de envelhecimento acelerado, a deterioração 
controlada, teste de frio, germinação a baixa temperatura, imersão em água 
quente, teste de submersão, imersão em solução osmótica/toxicas. 
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Qual é a característica de um bom teste de vigor, todo o bom teste de vigor ele 
deve ser simples, objetivo rápido reproduzível (protocolo pode ser repetido em 
diferentes laboratórios obtendo-se o mesmo resultado) e de baixo custo. 
Assim cumprindo com esses requisitos o teste de vigor se enquadra como 
favorável a sua adaptação e utilização num laboratório de rotina para 
verificação da qualidade e comparação dos lotes que serão comercializados.

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