Ação e Processo

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02/05/2021
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� Trinômio: ação, jurisdição e processoação, jurisdição e processoação, jurisdição e processoação, jurisdição e processo.
� AçãoAçãoAçãoAção – provoca a jurisdição;
� JurisdiçãoJurisdiçãoJurisdiçãoJurisdição – Poder dever do Estado de resolver 
conflitos;
� ProcessoProcessoProcessoProcesso – Complexo de atos no sentido de 
resolver os conflitos.
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� CONCEITOCONCEITOCONCEITOCONCEITO DEDEDEDE AÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO ––––
� O conceito de ação traz à idéia os indivíduos,
com seus bens, direitos, e o Estado na sua
função jurisdicional.
� Os indivíduos, de regra, gozam pacificamente de
seus bens, exercendo normalmente seus direitos.
� No entanto, às vezes ocorre que o interesse
juridicamente protegido de um é ameaçado e
mesmo violado por outrem. Assim, há interesses
que se colidem, despertando, da parte de um,
outro interesse, divergente.
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� Assim, ocorrendo o conflito e impossibilidade
da autodefesa, a não ser em casos
especialíssimos e previstos em lei, o Estado,
que reservou para si a função jurisdicional,
tem que atuar. Deste modo, surge para o
prejudicado o direito de fazer valer a
pretensão por via do Estado.
� Esse direito, de caráter público, pois diz
respeito ao exercício de função pública e tem
por sujeito passivo o próprio Estado, é o
direito de ação.
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� Tal direito se confia na provocação do exercício
da jurisdição. Assim, ao direito de ação
corresponde o dever da prestação jurisdicional.
� Desse modo, a ação dirigida contra o Estado
alcança o demandado, sujeitando-o a
comparecer para se defender. E, por força do
poder de sujeição, inerente à função
jurisdicional, se estabelece a bilateralidade do
processo, o qual serve de instrumento do
exercício da função com o fim disciplinado pelo
Estado.
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EM SÍNTESE:
� AAAA AÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO é direito subjetivo público, distinto
do direito subjetivo privado invocado, ao qual
não se pressupõe necessariamente, e, pois,
neste sentido, abstrato; é genérico, porque
não varia, é sempre o mesmo; tem como
sujeito passivo o Estado, do qual visa a
prestação jurisdicional num caso concreto.
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� ÉÉÉÉ oooo direitodireitodireitodireito dededede pedirpedirpedirpedir aoaoaoao EstadoEstadoEstadoEstado aaaa prestaçãoprestaçãoprestaçãoprestação dededede
suasuasuasua atividadeatividadeatividadeatividade jurisdicionaljurisdicionaljurisdicionaljurisdicional numnumnumnum casocasocasocaso
concretoconcretoconcretoconcreto....
� É o direito a um pronunciamento estatal que
solucione o litígio, fazendo desaparecer a
incerteza ou a insegurança gerada pelo
conflito de interesses, pouco importando qual
seja a solução a ser dada pelo juiz.
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ELEMENTOS DA AÇAOELEMENTOS DA AÇAOELEMENTOS DA AÇAOELEMENTOS DA AÇAO
São três osososos elementoselementoselementoselementos dadadada açãoaçãoaçãoação conforme a
teoria eclécica da ação:
� As partes (réu e autor);
� O pedido;
� A causa de pedir.
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� AsAsAsAs partespartespartespartes de um processo é autor e réu. São
eles que participam na relação jurídica
processual. A relação processual é triangular.
Nessa relação as partes levam ao juiz as
petições e esse toma as decisões.
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� AAAA causacausacausacausa dededede pedirpedirpedirpedir é constituída dos fatos que
deram origem a lide, juntamente com os
fundamentos jurídicos que demostram a
violação do direito, justificando a pretensão
do autor perante o juiz.
� OOOO pedidopedidopedidopedido é o objeto da ação, consiste na
pretensão do autor, que é levada ao Estado-
Juiz e esse presta uma tutela jurisdicional
sobre essa pretensão.
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Em nosso ordenamento jurídico, são duas as
condições da ação:
� 1111)))) aaaa ligitimidadeligitimidadeligitimidadeligitimidade “ad“ad“ad“ad causam”causam”causam”causam”;;;;
� 2222)))) oooo interesseinteresseinteresseinteresse dededede agiragiragiragir....
O nosso Código de Processo Civil é expresso
ao declarar que “para“para“para“para postularpostularpostularpostular emememem juízojuízojuízojuízo éééé
necessárionecessárionecessárionecessário terterterter interesseinteresseinteresseinteresse eeee legitimidade”legitimidade”legitimidade”legitimidade” (art.
17).
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� Segundo Liebman, se a ação se refere a uma situação determinada
e individualizada, deve o direito de agir estar condicionado a alguns
requisitos que precisam ser examinados, como preliminares do
julgamento da pretensão.
� Para Chiovenda, as condições da ação são necessárias para se
obter um pronunciamento favorável.
� No nosso sentir, as condições da ação são requisitos que deve
conter a ação para que o juiz possa proferir uma decisão de mérito,
julgando a pretensão trazida a juízo.
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� Na primeira teoria de Liebman, as
condições da ação eram: legitimidade,legitimidade,legitimidade,legitimidade,
interesseinteresseinteresseinteresse eeee possibilidadepossibilidadepossibilidadepossibilidade jurídicajurídicajurídicajurídica....
� Posteriormente, Liebman alterou sua teoria
quanto às condições da ação, para reduzi-la a
duas, quais sejam: oooo interesseinteresseinteresseinteresse dededede agiragiragiragir eeee aaaa
legitimidadelegitimidadelegitimidadelegitimidade, retirando a possibilidade jurídica
do pedido como integrante das condições da
ação. A possibilidade jurídica do pedido,
segundo ele, integra o interesse processual, pois,
se o pedido é juridicamente impossível, a parte
não tem interesse processual em obtê-lo
judicialmente.
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� Dispõe o artigo 17 do CPC/15:
� “Para“Para“Para“Para postularpostularpostularpostular emememem juízojuízojuízojuízo éééé necessárionecessárionecessárionecessário terterterter
interesseinteresseinteresseinteresse eeee legitimidade”legitimidade”legitimidade”legitimidade”....
� Embora autônomo e abstrato, o direito de ação
está instrumentalmente ligado a uma pretensão
sobre a qual deverá incidir a prestação
jurisdicional invocada.
� As condições da ação são os elementos e
requisitos necessários para que o juiz decida o
mérito da pretensão, aplicando o direito objetivo
a uma situação contenciosa".
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� Assim, a sentença de mérito só será realizada
caso a ação tenha obedecido os critérios
previstos no nosso CPC.
� Caso a ação obedeça a esses critérios ela terá
obtido a tutela jurisdicional e, então, haverá o
julgamento do mérito da questão. Se a ação
não obedecer a tais situações então não
haverá julgamento do mérito da prodedência
ou improcedência do pedido formulado pelo
autor.
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� As duas condições para admissibilidade pelo
poder judicial são: interesseinteresseinteresseinteresse processualprocessualprocessualprocessual ouououou dededede
agiragiragiragir, legitimidadelegitimidadelegitimidadelegitimidade dasdasdasdas partespartespartespartes. (art. 17 CPC)
� A princípio deve o juiz examinar questões
preliminares, antes da avaliação do mérito, que
dizem respeito ao próprio direito de ação e à
existência e regularidade da relação jurídica
processual (pressupostos processuais).
� Caso haja carência de um ou mais das condições
da ação então o juiz ficará impedido de julgar o
mérito da ação.
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� Na sistemática de nosso CPC, existem os
pressupostos processuais e as condições da
ação, que são requisitos de admissibilidade
para o julgamento do mérito.
� ApreciarApreciarApreciarApreciar oooo méritoméritoméritomérito ouououou aaaa lidelidelidelide significasignificasignificasignifica decidirdecidirdecidirdecidir aaaa
respeitorespeitorespeitorespeito dodododo pedidopedidopedidopedido dodododo autor,autor,autor,autor, julgandojulgandojulgandojulgando----oooo
procedenteprocedenteprocedenteprocedente ouououou improcedenteimprocedenteimprocedenteimprocedente....
� OOOO princípioprincípioprincípioprincípio dadadada admissibilidadeadmissibilidadeadmissibilidadeadmissibilidade éééé formadoformadoformadoformado
pelospelospelospelos pressupostospressupostospressupostospressupostos processuaisprocessuaisprocessuaisprocessuaiseeee asasasas
condiçõescondiçõescondiçõescondições dadadada açãoaçãoaçãoação....
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� Deve-se verificar se aaaa relaçãorelaçãorelaçãorelação jurídicajurídicajurídicajurídica
processualprocessualprocessualprocessual instaurouinstaurouinstaurouinstaurou----sesesese eeee evoluiuevoluiuevoluiuevoluiu
regularmenteregularmenteregularmenteregularmente (pressupostos processuais), sesesese
aaaa açãoaçãoaçãoação foifoifoifoi exercidaexercidaexercidaexercida regularmenteregularmenteregularmenteregularmente diantediantediantediante dodododo
casocasocasocaso concretoconcretoconcretoconcreto (condições da ação), ainda que
decida a respeito destas questões somente na
sentença.
� Estas questões são as preliminares em
relação à questão de mérito.
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O CPC, no art. 485, IV, refere-se aos
pressupostos de constituição e de
desenvolvimento válido e regular do processo e
no inciso VI refere-se às condições da ação, e,
no art. 487, I, trata do julgamento do mérito ou
do pedido do autor.
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� Vamos às 2 condições da ação.
Legitimidade das partesLegitimidade das partesLegitimidade das partesLegitimidade das partes
� Diz respeito à titularidade a ser observada nos pólos
ativo e passivo da demanda.
� Segundo o artigo 18º do CPC, o autor deve ser o
titular da situação jurídica afirmada em juízo e a
outra parte legítima no processo, o réu, é preciso que
haja relação de sujeição à pretensão do autor.
� Conforme preceitua o art. 17º do CPC, "para"para"para"para postularpostularpostularpostular
emememem juízojuízojuízojuízo éééé necessárionecessárionecessárionecessário terterterter interesseinteresseinteresseinteresse eeee legitimidade"legitimidade"legitimidade"legitimidade".
Assim, somente os titulares da relação jurídica de
direito material deduzida em juízo é que podem
demandar.
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NaNaNaNa açãoaçãoaçãoação dededede despejo,despejo,despejo,despejo, vvvv....gggg....,,,, sãosãosãosão partespartespartespartes legítimaslegítimaslegítimaslegítimas oooo
locadorlocadorlocadorlocador (ativa)(ativa)(ativa)(ativa) eeee oooo locatáriolocatáriolocatáriolocatário (passiva),(passiva),(passiva),(passiva), poispoispoispois
figuramfiguramfiguramfiguram nananana relaçãorelaçãorelaçãorelação jurídicajurídicajurídicajurídica dededede direitodireitodireitodireito materialmaterialmaterialmaterial
(contrato(contrato(contrato(contrato dededede locação)locação)locação)locação) trazidatrazidatrazidatrazida aaaa juízojuízojuízojuízo....
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É necessário, também, que exista um vínculo
entre autor da ação, objeto da ação e réu.
Mesmo que não exista a relação jurídica pelo
autor, há de existir pelo menos alguma relação
jurídica que permita ao juiz identificar esta
relação entre autor, objeto e réu.
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� O autor é o pólo ativo, é aquele que se diz titular
de direitos e requer proteção da justiça, ao passo
que o réu, é o pólo passivo, aquele a quem caiba
cumprir obrigações decorrente do pedido ou
objeto da ação.
� Concluindo, a legitimidade é uma atribuição
específica para agir concretamente, conferida
exclusivamente pelo direito objetivo aos titulares
da lide, podendo, às vezes, ser conferido a
outras pessoas que não integram diretamente a
relação jurídica afirmada em juízo.
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� Em regra, só está autorizado a demandar o titular
do interesse deduzido em juízo. Nesse caso,
fala-se em legitimação normal ou ordinária,
hipótese em que as partes do processo
coincidem com as partes da relação substancial.
� Todavia, excepcionalmente, a lei permite que
alguém atue em nome próprio para preservar
direito alheio, ou seja, concede legitimidade à
pessoa que não é titular do direito material. É a
hipótese de legitimidade extraordinária ou
anômala, que segundo Liebman "é o direito de
perseguir em juízo um direito alheio".
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A legitimação extraordinária tem representado
papel de extrema relevância nos dias atuais,
principalmente no que concerne ao amparo dos
direitos difusos, coletivos e individuais
homogêneos. Basta observar o conteúdo da lei
de Ação civil pública (nº 7.347/85), o mandado
de segurança coletivo (art. 5º, LXX, CF) e as
ações coletivas do Código de defesa do
consumidor (Lei nº 8.078/90).
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Interesse de agir
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� O CPC brasileiro determina, em seu art. 17° ,
que "para"para"para"para postularpostularpostularpostular emememem juízojuízojuízojuízo éééé necessárionecessárionecessárionecessário terterterter
interesseinteresseinteresseinteresse eeee legitimidade"legitimidade"legitimidade"legitimidade"....
� Alguns autores consideram inapropriado o
termo "interesse de agir" por ser destituído
de técnica e precisão.
� Agir pode ter significado processual e
extraprocessual, ao passo que interesse
processual significa, univocamente, entidade
que tem eficácia endoprocessual.
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� O interesse processual é composto do
binômio necessidadenecessidadenecessidadenecessidade eeee utilidadeutilidadeutilidadeutilidade e sem eles
não haverá tutela jurisdicional do Estado de
direito.
� Existe interesse processual quando a parte 
tem necessidade de ir a juízo para alcançar a 
tutela pretendida e, ainda, quando esta tutela 
pode trazer alguma utilidade prática.
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� VerificaVerificaVerificaVerifica----sesesese quandoquandoquandoquando oooo direitodireitodireitodireito estiverestiverestiverestiver sidosidosidosido
ameaçadoameaçadoameaçadoameaçado ouououou violadovioladovioladoviolado.... Assim, se o autor
mover a ação errada ou utilizar-se do
procedimento incorreto o procedimento não
lhe será útil.
� Ex: MS para cobrança; ação de cobrança de
cheque, etc.
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� O interesse processual nasce, portanto, da
necessidade da tutela jurisdicional do Estado,
invocada pelo meio adequado, que
determinará o resultado útil pretendido, do
ponto de vista processual.
� O interesse processual consiste na utilidade
do provimento jurisdicional solicitado. Essa
utilidade depende da presença de dois
elementos: necessidadenecessidadenecessidadenecessidade dededede tutelatutelatutelatutela
jurisdicionaljurisdicionaljurisdicionaljurisdicional e adequaçãoadequaçãoadequaçãoadequação dodododo provimentoprovimentoprovimentoprovimento
solicitadosolicitadosolicitadosolicitado.
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� Não é suficiente, porém, que a atuação
jurisdicional seja necessária para que o interesse
processual se configure. Faz-se mister, ainda,
que haja o interesse-adequação, isto é, a
utilização do método processual adequado à
tutela jurisdicional almejada.
� Assim, p. ex., o cônjuge que pretenda desfazer
seu casamento em razão de ser o outro adúltero
deverá mover ação de separação judicial, e não
ação de anulação do casamento.
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FIM