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TRABALHO SOBRE ABORTO DE FETO PORTADOR DE ANENCEFALIA-

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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO 
GRANDE DO SUL 
 
 
 
 
 
 
NATIELE SARAIVA 
 
 
 
 DIREITO CONSTITUCIONAL: Aborto de Feto Anencéfalo 
 
Turma:159 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTO ALEGRE 
2020 
 
 
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INTRODUÇÃO 
O presente relatório tem como objetivo relatar sobre a decisão do 
STF em liberar a interrupção de gravidez de feto anencefálico, por 
oito votos a favor e dois contra, não pode mais ser considerado crime 
o aborto no caso de feto acometido de anencefalia. Foi uma votação 
polêmica e técnica, que envolvia diversas parcelas da sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RELATÓRIO 
O STF tomou a decisão de liberar a interrupção de feto acometido de 
anencefalia, o código penal criminaliza o aborto em geral, com exceção de 
casos envolvendo estupro e risco para a mãe. O aborto em caso de feto 
anencefálico não é crime. Obrigar a mulher manter uma gravidez de um 
feto com anencefalia, vai implicar não apenas em risco de saúde física da 
mulher, mas, principalmente a sua saúde psicológica, de ter então que lidar 
com uma gestação onde a sobrevida do feto fora do útero é impossível. 
O ministro Marco Aurélio de Mello era o relator da ação e disse “Aborto é 
crime contra vida. Tutela-se a vida em potencial. No caso anencefálico não 
existe vida possível. O feto anencefálico é biologicamente vivo, por ser 
formado por células vivas, mas juridicamente morto, assim não gozando de 
proteção estatal. O feto portador de anencefalia jamais se tornara uma 
pessoa. Anencefalia é incompatível com a vida”. 
O relator do caso citou dados da OMS sobre anencefalia no Brasil em anos 
anteriores ao da ação, para dar embasamento em sua decisão a favor do 
aborto de feto portador de anencefalia. Com a decisão do STF o direito da 
mãe ficara então acima do direito do nascituro. Entende-se que o STF não 
decidiu que toda criança com anencefalia deve ser abortada, mas sim que 
através de exames técnicos for comprovada que é uma gestação de feto 
anencefálico, a mãe terá o poder de decidir se quer ter esse filho ou não. O 
STF já tinha decidido anteriormente em caso de homicídio que a morte se 
da no momento da morte cerebral mesmo que os demais órgãos estejam 
funcionando, chegando-se a essa conclusão percebe-se que o STF decidiu 
que como essa criança tem uma má formação cerebral muito grave, e ela 
não irá possuir cérebro, ou não irá ter uma sobrevida, assim não tem o 
porquê que esse direito a vida do feto anencefálico seja tutelado. Podemos 
perceber também que esta decisão de não criminalizar o aborto de feto 
anencefálico gera precedentes sobre o aborto em geral. 
 
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O caso foi julgado por 10 ministros 
• 2 votos contra 
• 8 a favor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2
0 0 0
8
0 0 00%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
CONTRA A FAVOR
RESULTADO DA DECISÃO
AZUL LARANJA
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CONCLUSÃO 
Diante do exposto no desenvolvimento do relatório entende-se o 
quão importante foi essa decisão, pois é de suma importância que a 
mãe tenha o seu direito a vida, a saúde tanto física como 
psicológica, já que nesse caso de feto acometido por anencefalia, 
tem que ser colocado em prioridade mesmo em relação ao direito a 
vida daquela futura criança, pois a gestação representa muitos riscos 
principalmente para a mãe. Fica nítido que com todos os dados que 
foram apresentados que não tem lógica levar uma gestação assim 
adiante, pois além do risco elevado para a saúde da gestante, a 
criança mesmo que venha a nascer, é comprovado que ela não irá 
possuir cérebro devido a sua má formação, assim como não terá 
estímulos ou sobrevida. 
Então a decisão de descriminalização do aborto de feto acometido 
por anencefalia, foi a melhor decisão tomada pelos ministros do STF, 
principalmente porque se trata de uma questão envolvendo a saúde 
pública das mulheres.

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