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Parasitas do sistema cardiovascular

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Parasitas do sistema cardiovascular 
Check list: 
✓ Classificação principal 
✓ Formas de transmissão 
✓ Localização das formas parasitárias 
✓ Principais sintomas 
✓ Diagnóstico e profilaxia 
Wuchereria bancrofti- filariose linfática 
Vermes adultos machos e fêmeas permanecem juntos nos vasos e gânglios linfáticos humanos, vivendo em média quatro a oito 
anos. As regiões do corpo humano, que normalmente abrigam as formas adultas são: pélvicas (atingindo pernas e escroto), 
mamas e braços (mais raramente). 
As microfilárias eliminadas pela fêmea grávida saem dos ductos linfáticos e ganham a circulação sanguínea do hospedeiro. 
A Wuchereria bancrofti apresenta dois ciclos de vida, sendo um no mosquito e outro nas pessoas. O mosquito Culex 
quinquefasciatus, ao picar uma pessoa infectada, inspira microfilárias, também chamadas de L1, que se desenvolvem por um 
período de 14 a 21 dias no intestino do mosquito até a fase L3 e depois migram para a boca. 
Ao picar outra pessoa, o mosquito transmite a larva L3 (fase infectante), que migra para os vasos linfáticos e desenvolvem-se 
até o estágio L5, que corresponde ao estágio adulto e de maturação sexual. A larva L5, após período de incubação, começa a 
liberar as microfilárias que ficam circulantes no sangue. 
 
 
Manifestações clínicas: 
• Adenites: os linfonodos hipertrofiados tornam-se muito sensíveis ou mesmo dolorosos em torno das microfilárias e se 
desenvolve granulomas com eosinófilo e histiócitos (proliferação de macrófagos anormais); 
• Linfagites: inflamação e dilatação dos vasos linfáticos formando varizes; 
• Linfodema: acúmulo de linfa nos tecidos devido retardo do retorno venoso; 
• Derrame linfático: cavidades serosas (peritônio); 
• Outras complicações*: derrame de líquido nas vias urinárias (linfúria) ou mais raramente nos tecidos (linforréia) e 
infecções secundárias; 
• Eosinofilia pulmonar tropical (EPT): síndrome causada pela migração de microfilárias de W. bancrofti para o pulmão. 
Origina uma doença intersticial pulmonar e aumento importante de eosinófilos. Essa manifestação resulta de uma 
exacerbada resposta imunológica. 
Diagnóstico: 
Laboratorial-> o diagnóstico da wuchereria (filariose) é geralmente realizado pela demonstração das larvas em biópsia, linfa 
ou sangue. Gota espessa! É mais fácil encontrar as microfilárias a noite, quando a temperatura diminui, pois as microfilárias 
recém liberadas no interior dos ductos e vasos linfáticos acumulam-se no interior da rede vascular sanguínea dos pulmões. Ao 
anoitecer as larvas aparecem na circulação sanguínea periférica e seu numero aumenta progressivamente até as primeiras 
horas da madrugada. 
Onchocerca volvulus 
A Onchocerca volvulus é um filarídeo do tecido subcutâneo humano, sendo encontrado em 35 países. No Brasil, o primeiro 
caso de autóctone foi descrito por Bearzoti que removeu dois nódulos contendo vermes adultos na cabeça de uma criança, 
filha de missionários americanos que viviam entre os índios Yanomami, no norte do Brasil. 
 
 
O agente transmissor é o simulium guianense conhecido como “borrachudo” ou “pium” 
 
Manifestações clínicas: 
• Oncocercomas: os helmintos são envolvidos por uma cápsula de tecido fibroso, formando os nódulos subcutâneos 
(oncocercomas), que medem desde alguns milímetros até 3 cm ou mais de diâmetro, onde é visto apenas um casal de 
vermes, mas podem ocorrer vários. Enquanto os parasitos estão vivos, o maior problema do oncocerma é estético. 
Quando estes vermes morrem, há intenso processo inflamatório, dor, calcificação e aparecimento de fibrose; 
• Oncodermatite: é causada principalmente pela migração das microfilárias através do tecido conjuntivo da pele. É uma 
dermatite eczematóide extremamente pruriginosa seguida, às vezes, de liquenificação, perda de pigmento e atrofia da 
pele. Essas manifestações cutâneas só ocorrem após a morte das microfilárias, pois enquanto estão vivas não há lesão 
de derme evidente; 
• Manifestações oculares: constituem a mais séria manifestação da oncocercose. São lesões irreversíveis dos segmentos 
anterior e posterior do olho, resultando em sério comprometimento da visão e podendo levar a cegueira completa. 
Antes da cegueira total podem aparecer outros distúrbios, como cegueira noturna, redução do campo visual periférico e 
diminuição da acuidade. 
Diagnóstico: 
Laboratorial por meio de biópsia cutânea. 
Trichinella spiralis 
Infecções pouco comum (triquinose). Larva encistada na musculatura de porcos, ratos e vários outros animais. O homem pode 
ser HD ou HI (larvas e os adultos são localizados em diferentes órgãos). É o maior parasita intracelular do mundo. Capacidade 
de penetração na mucosa intestinal. Atingem o sistema porta-hepático -> corrente sanguínea -> coração -> pulmões -> sistema 
arterial -> qualquer órgão 
 
Ocorre dois ciclos um em animais silvestres e o outro no homem, as larvas tem tropismo para a musculatura, há uma baixa 
taxa de reprodução, salvo casos de imunossupressão, o ciclo se encerra no homem. 
 
 
Manifestações clínicas: 
• Sintomas de primeiro estágio: náuseas, diarreia, vômitos, fadiga, febre, dor, abdominal; 
• Sintomas de segundo estágio: cefaleia, febre, olhos vermelhos e lacrimejantes, dor muscular, hemorragias e 
manifestações em pele (exantemas e petéquias) 
Características histopatológicas: fibrose do miocárdio, infiltrado celular e necrose tissular. A resposta imunológica contra 
helmintos resulta na produção e ação de eosinófilos, conforme os helmintos são atacados eles liberam toxinas atraindo mais 
eosinófilos que atacam em conjunto e liberam grânulos, por fim os macrófagos e neutrófilos fazem a “limpeza” do local. 
Toxoplasma gondii 
Distribuição geográfica mundial, com alta prevalência sorológica, podendo atingir mais de 80% da população em 
determinados países. Casos de doenças clínicas são menos frequentes (infecção crônica assintomática). As gestantes e as 
pessoas imunocomprometidas fazem parte do grupo de risco. 
Transmissão: 
O ser humano adquire a infecção por três vias principais: 
1) Ingestão de oocistos presentes em alimentos ou água contaminada, jardins, caixas de areia, latas de lixo ou 
disseminados mecanicamentepor moscas, baratas, minhocas e etc; 
2) Ingestão de cistos encontrados em carne crua ou mal cozida, especialmente de porco ou carneiro; 
3) Congênita ou transplacentária. 
 
 
Toxoplasmose congênita: para que se instale uma toxoplasmose congênita é necessário que a mãe esteja na fase aguda da 
doença ou tenha havido uma reagudização da mesma durante a gestação. As alterações ou lesões fetais mais comuns devido à 
toxoplasmose na gravidez variam conforme o período gestacional: 
• Primeiro trimestre de gestação: aborto 
• Segundo trimestre da gestação: aborto ou nascimento prematuro, podendo a criança apresentar-se normal ou já com 
anomalias graves típicas; 
• Terceiro trimestre de gestação: a criança pode nascer normal e apresentar evidências da doença alguns dias, semanas 
ou meses após o parto. Nesta situação, a toxoplasmose pode ser multiforme, mas em geral há um comprometimento 
ganglionar generalizado, hepatoesplenomegalia, edema, miocardite, anemia, trombocitopenia e lesões oculares. 
Portanto, a toxoplasmose congênita é uma das formas mais graves da doença, em geral provocando sintomas variados, mas 
comumente enquadrados dentro da “Síndrome ou Tétrade de Sabin”, assim caracterizada: coriorretinite (90% do casos), 
calcificações cerebrais (69%), perturbações neurológicas-retardamento psicomotor (60%) e alterações do volume craniano- 
micro ou macrocefalia (50% dos casos).

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