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ALÍCIA ROCHA SIQUEIRA BARROSO FRANCISCO WILLAME DA SILVA GEÓRGIA FREITAS CAFÉ JÉSSICA DE SOUZA MONTE JOÃO VICTOR DE OLIVEIRA FARIAS RAQUEL SALES ROCHA SUCUPIRA 2 SUMÁRIO GENGIVECTOMIA/GENGIVOPLASTIA ...................................................................................................... 3 DEFINIÇÃO ............................................................................................................................................... 3 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES ....................................................................................................... 3 TÉCNICAS/ETAPAS CIRÚRGICA ................................................................................................................ 4 CICATRIZAÇÃO APÓS A GENGIVECTOMIA CIRÚRGICA ............................................................................ 9 CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS ............................................................................................................. 10 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................ 11 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 12 3 CASO CLÍNICO: HIPERPLASIA GENGIVAL DEFINIÇÃO Cirurgia ressectiva com desgaste ou não de tecido ósseo, usando a incisão em bisel externo (quando não necessita acesso ósseo) ou interno com a finalidade de descolar a gengiva e ter acesso ao tecido ósseo. Procedimento com o objetivo de aumentar a coroa clínica e permitir que o tecido ósseo fique em uma distância biológica da junção amelocementária. INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES INDICAÇÕES Hiperplasia gengival Erupção passiva alterada Proximidade inadequada do tecido ósseo a junção cemento-esmalte Aumento de coroa clínica Necessidade de desgaste ósseo - Periodonto Espesso Reestabelecer contorno gengival CONTRA-INDICAÇÕES Presença de doença periodontal ativa Gengivite Periodontite Retração gengival Focos de infecção Doenças sistêmicas descompensadas 4 TÉCNICAS/ETAPAS CIRÚRGICA PASSO 1: A técnica de gengivectomia cirúrgica se inicia com a assepsia do campo, a anestesia de preferência por bloqueio regional reforçada com infiltração na papila interdentária. Em seguida, inicia-se a marcação das bolsas com pinça Crane Kaplan ou sonda milimetrada. Com o uso da pinça Crane Kaplan a extremidade reta milimetrada da pinça é introduzida em direção paralela ao eixo longitudinal do dente até atingir o fundo da bolsa, para em seguida pressionar-se a extremidade dobrada da pinça que está fora da bolsa, provocando uma pequena perfuração sangrenta. Executam-se de preferência três perfurações (mesial, meio e distal) por vestibular e lingual de cada dente na área a ser operada. Imagem 1- Aspecto inicial de hiperplasia gengiva; gengiva com aumento de volume e com faixa de coroa clínica diminuída. 5 Imagem 2- Determinação da medida da coroa anatômica que consiste na distância entre a borda incisal e junção amelocementária, através da sonda Carolina do Norte. Imagem 3- Transferência da medida obtida, com posterior marcação de pontos na gengiva com a sonda Carolina do Norte. 6 PASSO 2: Depois a incisão inicial é executada tomando-se como guia os pontos sangrantes presentes na parede externa da mucosa vestibular e lingual da bolsa utilizando os gengivótomos de Kirkland número 15 e 16 ou de Goldman fox número 7. Inicia-se a incisão inicial em bisel externo apical aos pontos sangrantes, no lado vestibular a partir do dente distalmente colocado da área escolhida movimentando o bisturi para mesial. O contorno gengival deverá ser respeitado no contorno da incisão primária prevendo o futuro contorno esperado no pós-operatório. O mesmo deve ser feito com a incisão lingual ou palatina, seguindo a mesma orientação para o lado vestibular. Imagem 4- Posicionamento do gengivótomo de kirkland em ângulo de 45 graus no sentido do ápice para coroa (bisel externo). PASSO 3: Uma vez completada a incisão inicial na superfície vestibular e lingual ou palatina dos dentes, o tecido interproximal é separado do periodonto interdental por uma segunda incisão, usando-se o gengivótomo de Orban número 1 ou o Goldman fox número 9. Esta segunda incisão é executada apoiada no plano incisional da incisão primária anteriormente feita. Com movimentos de vai e vem e apoiando-se 7 hora em um lado do dente hora no lado do dente vizinho que compõe o espaço interdentário separando-se a área em duas metades, a vestibular e a lingual. Posteriormente, com uso de curetas e raspadores, removem-se os tecidos excisionados e de granulação presentes no leito da ferida. Na sequência deverá ser realizado a raspagem e alisamento dental para eliminação completa de cálculos remanescentes dos procedimentos básicos. Utilizando os gengivótomos de kirkland número 15/16 ou de Goldman fox número 9, realiza-se pequeno adelgaçamento das bordas da ferida cirúrgica, eliminando-se degraus entre as incisões e consequentemente ampliando-se o bisel da incisão primária e secundária promovendo um término cervical da margem gengival com formato delgado e mais anatômico. Imagem 5- Momento após incisão com formação do “colarinho” e remoção do mesmo com cureta de Gracey. 8 PASSO 4: Nesta fase cirúrgica removemos a gengiva em espessura para melhorar os contornos gengivais na cicatrização futura. Cortadores de cutículas comuns ou periodontais, ou tesouras cirúrgicas são também utilizados na parede vestibular da gengiva inserida remanescente formando verdadeiras concavidades anatômicas no rebordo alveolar entre os dentes (em espessura) que irá facilitar e restituir as condições anatômicas e funcionais do tecido gengival na parte central das papilas interdentais. Neste momento o formato do contorno gengival em altura e espessura deverá ser semelhante aos formatos de uma gengiva normal, porque o processo cicatricial por segunda intenção respeitará este formato impresso. Imagem 6- Aspecto final da cirurgia periodontal, com exposição adequada da coroa do dente 21. PASSO 5: Para proteger a área incisada, durante o período de reparação, a superfície da ferida é recoberta com cimento cirúrgico durante o período de 7 a 10 dias no máximo. Já em relação à manutenção pós-operatória, após a remoção do cimento cirúrgico, os dentes devem ser cuidadosamente limpos e polidos com taça de 9 borracha e uma pasta profilática, em baixa rotação. As superfícies radiculares são cuidadosamente revistas removendo-se qualquer irritante local. CICATRIZAÇÃO APÓS A GENGIVECTOMIA CIRÚRGICA A resposta inicial após a gengivectomia é a formação de um coágulo sangíneo superficial protetor. O tecido subjacente fica agudamente inflamado e com necrose. Depois, o coágulo é substituido por tecido de granulação. Em 24 horas, há um aumento na quantidade de novas células de tecido conjutivo, que são basicamente angioblastos por baixo da superficie da camada de inflamação e tecido necrotico. Por volta do terceiro dia, existem muitos fibroblastos jovens na área. As novas células epiteliais surgem da camada basal e da camada espinhosa mais profunda da borda epitelial da ferida e migram sobre uma camada de fibrina da ferida, que mais tarde é reabsorvida e substituída por um leito de tecido conjutivo. As células epiteliais avançam por meio de queda, com as células se fixando ao substrato por meio de hemidesmossomos e uma ova lâmina basal. Durante as quatro primeiras semanas após a gengivectomia a queratinização é menor que antes da cirurgia. O reparo epitelial completo leva aproximadamente um mês.Emboraas mudanças teciduais que ocorrem durante a cicatrização pós- gengivectomia sejam iguais em todos os indivíduos, o tempo necessário para a cicatrização completa varia consideravelmente, dependendo da aréa de superfície incisada e da interferência da irritação e infecção locais. Nos pacientes com melanose gengival fisiologica, a pigmentação é menor na gengiva cicatrizada. 10 CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS Bochecho com clorexidina 0,12% 2 vezes ao dia até remover a sutura. Prescrição de anti- inflamatório e analgésico. Aplicação de clorexidina com cotonete nos pontos. 11 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os padrões atuais da sociedade valorizam um sorriso bonito e harmônico e, por isso, é cada vez maior a procura por profissionais da odontologia em busca de um tratamento. A ânsia de uma boa aparência é vista atualmente como uma necessidade e não, mas como um indício de vaidade. Como a face é a área mais visível do corpo, os dentes e o sorriso, por estarem em grande evidência na aparência física, estão recebendo uma atenção cada vez maior para que se tornem naturais e harmônicos. A gengivectomia tem longa história pregressa nas cirurgias periodontais. Essa técnica tem sido tentada com uso de bisturis, eletrocirurgia, laser e cauterização química. As cirurgias periodontais atualmente devem observar o seguinte: A conservação da gengiva queratinizada; A perda mínima do tecido gengival para manutenção estética; O acesso adequado aos defeitos ósseos, para manter correção definitiva dos mesmos; Desconforto pós-cirúrgico e o sangramento mínimos ao tentar procedimentos cirúrgicos que venham permitir o fechamento primário; As associações das técnicas cirúrgicas da gengivectomia necessitam de uma atenção especial para com a sua indicação, o profissional deve avaliar com atenção a necessidade clínica de cada paciente. Atualmente essa terapia cirúrgica está sendo limitada, e somente utilizada de acordo com a necessidade, pois não satisfaz as considerações conservadoras das terapias periodontais. 12 REFERÊNCIAS NEWMAN, Michael G. et al. Carranza periodontia clínica. Elsevier Brasil, 2016.
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