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Apostila de patologia oral Neoplasias Epidemiologia 2º maior causa de morte no mundo perdendo apenas para as doenças cardiovasculares Definição Massa anormal de tecido cujo crescimento excede aquele dos tecidos normais ou seja crescimento desordenado O termo tumor é usado com o mesmo significado de neoplasia O termo câncer é usado para tumores malignos Os tumores sejam benignos ou malignos são compostos por 2 componentes básicos: parênquima (porção funcional do órgão – células neoplásicas) e estroma (porção responsável pela sustentação e nutrição do órgão – tecido conjuntivo e vasos sanguíneos) Comportamento Biológico O BENIGNO tem suas células bem diferenciadas, com bordas simétricas de cor uniforme, com uma taxa de crescimento lenta e progressiva, geralmente são massas coesivas, expansivas e bem delimitadas e com metástase ausente O MALIGNO não tem células diferenciadas, com bordas assimétricas com bordas indefinidas de cor escura; é instável e pode ser lenta ou rápida sendo invasiva e infiltrando no tecido original com metástase presente Características das células neoplásicas: resistência a apoptose, autossuficiência em estímulos de crescimento, estimulação de Angiogenese, insensibilidade a sinais anti crescimento e proliferação irrestrita Origem Clonal - Todas as células neoplásicas dentro de um tumor individual surgem de uma única célula que sofreu alterações genéticas, portanto, se diz que os tumores são clonais Características e propriedades das células malignas: maior captação de aminoácidos aumentando a reprodução, alta taxa de glicose, características de célula embrionária – deslocamento, menor adesão (menos caderinas e mais enzimas proteolíticas) permitindo invadir, se destacar da massa principal do tumor e cair no interstício, indução de Angiogenese e perda de função celular com pouca diferenciação (anaplasia) Nomenclatura ...OMA = neoplasia/tumor 1. Comportamento biológico: benigno ou maligno Epitelial benigno: papiloma Epitelial maligno: … carcinoma Mesenquimal benigno: ... (fibr) oma Mesenquimal maligno: ... sarcoma 2. Topografia: Pulmão, útero... Exceção de leucemias e linfomas 3. Histogênese: Epitelial - pavimentoso, glandular e Mesenquimal - osso, gordura, conjuntivo Epitélio pavimentoso: papiloma, carcinoma Epitélio glandular: adenoma, adenocarcinoma Mesenquimal: lipoma, fibroma, osteoma lipossarcoma, fibrossarcoma, osteossarcoma... Morfologia Carcinogenese – genes reguladores normais – proto-oncogenes (promotores de crescimento), genes supressores tumorais (inibem crescimento), genes reguladores de apoptose e genes de reparo do DNA Mutações em um ou mais desses genes são encontrados em todas os canceres · Sete alterações fundamentais na fisiologia celular que juntas determinam o fenótipo maligno: 1. Autossuficiência nos sinais de crescimento – oncogenes 2. Insensibilidade aos fatores de inibição de crescimento 3. Evasão do apoptose 4. Potencial de replicação ilimitado 5. Angiogenese 6. Capacidade de invasão e metástase 7. Defeitos no reparo de DNA Metástase · Interação célula-célula (menos E-caderinas) · Degradação da MEC · Ligação a outros componentes da MEC (receptores para lamininas e colágenos) · Migração subclone · Célula tumoral + plaquetas · Célula tumoral + fatores coagulação · Adesão ao endotélio – integrinas, CD44 linf. T · Tecido-alvo: depende das moléculas de adesão, quimiotaxia · Oncogenes metastáticos: SNAIL e TWIST – diminuição de E-caderina – transição epitelial-mesenquimal Lesões precursoras de neoplasias = reversíveis Graduação e Estadiamento T1 – T4: Tamanho da lesão primária T0: lesão in situ N0: sem comprometimento linfonodos N1 a N3 M0: sem metástase M1 ou M2: presença de metástases Anomalias de número ou distúrbios no número de dentes - podem ser de origem hereditária ou adquirida HIPERDONTIA (dentes supranumerários) Aumento no número de dentes (Hiperdontia) Acometem 1 a 3% da população Afetam principalmente a dentição permanente 90% dos casos estão localizados na região anterior da maxila Causas: hiperatividade da lâmina dentária, atavismo (reaparecimento de dentes presentes em antepassados), hereditariedade, fissuras de lábio e palato além de outras alterações embriogênicas (síndromes) Quando os dentes supranumerários ocorrem em determinados locais, podem ser designados por termos especiais. Assim: Mesiodente: mais comum se desenvolve entre os incisivos centrais superiores Paramolar: origina-se ao lado dos molares superiores Distomolar: se desenvolve distalmente a um terceiro Molar HIPODONTIA (oligodontia ou anodontia) Diminuição no número de dentes Um ou mais dentes ausentes Dentes não erupcionados e ausentes na radiografia Ausência de formação ou desenvolvimento do gérmen Ocorre em todas as dentições – mais comum no permanente distúrbios no desenvolvimento dentário - podem ser de origem hereditária ou adquirida FUSÃO - Anomalia com tendência hereditária União de dois germes dentários (pode ser completa ou incompleta - depende do estágio do desenvolvimento dental) Algumas vezes, pode-se observar duas câmaras pulpares e condutos radiculares independentes Dentina compartilhada não existindo esmalte e cemento entre as dentinas no local da união Dentes anteriores da dentição decídua Relato de caso: Tratamento cirúrgico radical de terceiro e quarto molares fusionados Paciente V.D., 24 anos, sexo feminino, procurou o serviço odontológico para exodontia dos terceiros molares. A radiografia panorâmica, evidenciou a presença de um quarto molar intimamente relacionado ao terceiro molar, o que sugeria, assim, além da presença de um dente supranumerário, que os elementos poderiam estar fusionados GEMINAÇÃO - Anomalia com tendência hereditária Dois dentes desenvolvem-se a partir de um único germe dental (sem separação total) Formação de dente maior que o normal, sem alterar o número de dentes na dentição afetada Ocorre principalmente na dentição decídua Atinge principalmente os incisivos Os dentes geminados geralmente apresentam divisão incompleta aonde se observa uma coroa grande, dupla ou bífida Raiz e canal únicos (apresentam condutos radiculares em número normal porém alargados pela tentativa de divisão) CONCRESCÊNCIA - É a união de 2 dentes adjacentes, já com as coroas formadas, somente pelo cemento, sem confluência de dentina subjacente. Mais frequente em segundos e terceiros molares superiores. MACRODONTIA - Aumento no tamanho do dente Ausência de sulcos de clivagem ou lobulações Mais comum na dentição permanente Atinge principalmente incisivos centrais superiores Pode manifestar-se somente na coroa ou na raiz do Dente Microdontia - Diminuição no tamanho do dente Apresenta-se nas formas: · Generalizada verdadeira (afeta todos ou quase todos os dentes) · Generalizada relativa (pseudo-microdontia) (maxila e/ou mandíbula são maiores que o normal, e não os dentes) · Localizada (afeta 1 ou 2 dentes, ou um grupo de dentes) - coroa e raízes pequenas DILACERAÇÃO - Deslocamento da coroa a partir do seu alinhamento normal com a raiz Ocorre por trauma mecânico durante o desenvolvimento dentário A parte da coroa está calcificada porém a raiz ainda não Forma-se um ângulo entre coroa e raiz TAURODONTISMO - Anomalia de desenvolvimento com alargamento da câmara pulpar e diminuição do tamanho das raízes Mais comum em dentes poli-radiculares PROJEÇÃO DE ESMALTE (Pérola de Esmalte) - Heteroplasia frequentemente encontrada na junção cemento-esmalte, sendo mais incidente em dentes molares Projeção do esmalte em direção apical para a junção cemento-esmalte perto da área de furcação de molares DENS INVAGINATUS (Dente invaginado) - Também denominado dens in dente Anomalia embrionária Invaginação do órgão interno do esmalte Anomalia no cíngulo (de simples acentuação até profundos canais pulpo-radiculares) DENS EVAGINATUS (Dente evaginado) - Elevação da superfície oclusal Anomalia embrionária Evaginação do órgão interno do esmalte ou hiperplasia focal do ectomesênquima Contém esmalte, dentina e polpa Distúrbios do desenvolvimento da estrutura dentáriaAmelogênese imperfeita Processo de formação do esmalte – matriz proteica secretada por ameloblastos ou seja células muito ativas e sensíveis a alterações metabólicas que ficam registradas no esmalte Tecido mais mineralizado do nosso corpo - hidroxiapatita na forma de prismas Processo que leva anos em dentes permanentes humanos e Não ocorre reposição depois de perdido, uma vez que é um tecido acelular. Substâncias com afinidade por cálcio (como por ex. o antibiótico tetraciclina) são incorporadas ao esmalte (e à dentina) em formação e por isso esse antibiótico não deve ser prescrito a crianças com esmalte em formação Durante a formação do esmalte na fase de coronogênese, a deposição dos prismas do esmalte ocorre de tal maneira que algumas estruturas características são formadas A mineralização do esmalte (prismas) permite a passagem e reflexão da luz, por isso conferem a cor BRANCA do dente Quando a formação da coroa está completa, o órgão do esmalte atrofia. O retículo estrelado desaparece e o esmalte interior e exterior formam um epitélio de cobertura da coroa dentária. O acúmulo de líquido entre a superfície do esmalte e está cobertura epitelial pode dar origem a lesões císticas. Condição hereditária que afeta o esmalte do dente. Subdivide-se em um número considerável de condições, dependendo do aspecto clínico, o tipo de perturbação, e o padrão de herança que pode ser autossômica recessiva, autossômica dominante, ou ligada ao cromossomo X Genes enamelina e calicreína-4 Para fins práticos, deve-se avaliar: Aspecto da superfície, Espessura do esmalte, Dureza e Coloração Amelogênese imperfeita – HIPOPLÁSICA Resulta de uma diminuição na quantidade de matriz do esmalte estabelecidas durante a formação dos dentes. Como resultado, a película de esmalte não adquire a sua espessura normal, Porém a mineralização é normal, e a dureza da camada de esmalte restante pode ser normal. As alterações são visíveis e podem ser: esmalte quase ausente ou apenas algumas irregularidades (áspero, manchas, sulcos – verticais ou horizontais) Amelogênese imperfeita – HIPOMINERALIZADA O esmalte inicialmente desenvolve uma espessura normal, mas a matriz de esmalte não é mineralizada de uma maneira normal O defeito na mineralização provoca desgaste do esmalte após atrito mecânico Aparência inicial – normal, após ocorre exposição da dentina O esmalte é amarelo-claro na erupção e torna-se marrom ou preto após a erupção por causa de manchas de alimentos e bebidas. Restos de esmalte permanecem em regiões como a cervical Outros fatores interferentes - Deficiência de nutrientes: Vitaminas C, D e K e Cálcio, Fosfato; Doenças que afetam o metabolismo e absorção Opacidade do esmalte - Ocorre por hipomineralização transitória; A mucosa labial e gengiva podem apresentar-se esbranquiçadas Amelogênese imperfeita – HIPOMATURADA Resulta de uma deposição apropriada da matriz do esmalte porém ocorre defeito na maturação dos cristais de esmalte O esmalte adquire cor branca-marrom-amarelada Dentinogênese imperfeita Distúrbios de desenvolvimento da dentina que podem ocorrer na ausência de desordens sistêmicas ou em conjunto com desordens ósseas (osteogênese imperfeita) acometendo a dentição decídua ou permanente A região coronária pode apresentar: opalescência ou translucidez Displasia dentinária tipo I ou displasia dentinária radicular Distúrbio sem correlação com doenças sistêmicas ou dentinogênese imperfeita Ocorre perda de raiz – dentes sem raiz Herança autossômica dominante (1:100.000) Esmalte e dentina com aspectos clínicos normais e bem formados porém a dentina radicular perde a organização e está diminuída Raízes encurtadas ou quase ausentes (é variável de acordo com o momento do desenvolvimento dentário) Polpa dentária pode estar ausente ou reduzida displasia dentinária tipo II ou displasia coronária Tamanho da raiz é normal Herança autossômica dominante Dentes apresentam uma transparência que varia do azul a âmbar e ao marrom (decíduos). Permanentes – cor normal Radiografia: coroas bulbosas, constrição cervical, raízes delgadas e obliteração da polpa Efeitos ambientais Os ameloblastos do germe dentário em desenvolvimento são sensíveis a estímulos externos Defeitos dependem da fase de formação do esmalte, formação da raiz, mineralização e maturação Fatores associados a defeitos de esmalte Sistêmicos 1. Trauma relacionado ao nascimento como apresentações caudais, hipóxia, nascimentos múltiplos, nascimento prematuro e trabalho de parto prolongado 2. Químicos como quimioterapia, antineoplasica, flúor, chumbo, tetraciclina, talidomida e vitamina D 3. Anormalidades cromossômicas como trissomia do 21 4. Infecções como catapora, citomegalovírus, infecções gastrointestinais, sarampo, pneumonia, infecções respiratórias, rubéola, sífilis e tétano 5. Doenças hereditárias como síndrome amelocerebroipodrotica, epidermolise bolhosa, galactosemia, mucopolissacaridose IV, síndrome de nancehoran, displasia oculodentoossea, fenilcetonuria... 6. Má nutrição generalizada e deficiências de vitaminas 7. Alterações metabólicas como doenças cardíacas, doença celíaca, doença hepatobiliar, hiperbilirrubinemia, hipocalcemia, hipotireoidismo, hipoparatireoidismo, diabete maternal, doença renal e toxemia da gravidez 8. Alterações neurológicas como paralisia cerebral, retardo mental, defeitos de audição sensorianeurais locais 1. Trauma mecânico local agudo como quedas, tiros, ventilação mecânica neonatal, mutilação ritual e cirurgia automobilísticos 2. Queimadura elétrica 3. Irradiação 4. Infecção local como maxilite neonatal aguda e doença periapical inflamatória hipoplasia de turner por fatores ambientais Resulta de doença inflamatória periapical Dente de Turner (afeta 1 ou poucos dentes) com aspecto dos dentes varia de acordo com época e severidade da injúria Dentes decíduos – principalmente, mas pode afetar os permanentes · Hipoplasia tipo I: descoloração do esmalte · Hipoplasia tipo II: deposição anormal devido à hipoplasia · Hipoplasia tipo III: algumas partes do esmalte ausentes · Hipoplasia tipo IV: combinação das 3 anteriores Hipoplasia por terapia antineoplasica Normalmente resulta em pigmentação do esmalte e hipoplasia radicular Grau de alterações depende da idade; 1-12 anos: de brandas a severa Dose do quimioterápico, radiação podem influenciar no desenvolvimento dos ossos gnáticos e gerar hipoplasia, principalmente da mandíbula Hipoplasia sifilítica Alterações no esmalte e na forma do dente Lesões labiais e na língua (glossite) Incisivos de Hutchinson e molares em amora FLUOROSE Ingestão excessiva de flúor manchas no esmalte (opaco – cor de giz) distribuição bilateral fossetas profundas, irregulares e acastanhadas – incomum Esmalte é hipomineralizado e hipocalcificado resistência (dureza) é normal ingestão recomendada - 0,7 a 1,2 ppm redução de cárie – 50 - 70% ALTERAÇÃO DE ESTRUTURA DENTÁRIA PÓS-ERUPÇÃO Mineralização: equilíbrio entre os minerais do esmalte e da saliva · Fluor promove a remineralização ele incorpora nos cristais de hidroxiapatita e forma a fluorapatita · Ca10(PO4)6(OH)2 Ca10(PO4)6F2 Perda de estruturas dentárias: Desgaste na estrutura do dente caracterizada pela perda progressiva de tecido Causas: Substâncias químicas - não envolvendo BACTÉRIAS Agentes mecânicos, substâncias químicas (ácidos orgânicos e inorgânicos) – fontes extrínsecas (provenientes da dieta) e intrínsecas (ácido gástrico) ❑ Atrição: Causada principalmente pelo contato entre dentes antagonistas gerando desgaste principalmente na oclusão ou mastigação ❑ Abrasão: Causada por agentes abrasivos externos como Creme dental e escovação, Lápis, cachimbo, grampos de cabelo... ❑ Erosão: Desgaste na estrutura do dente caracterizada pela perda progressiva de tecido Principalmente substâncias ácidas (dieta, ácidos estomacais, bulimia...) Qualquer substância ácida com pH inferior ao crítico para o esmalte (5,5) e dentina (4,5) pode dissolver os cristais de hidroxiapatita; A solubilidade da apatita do esmalte em um pH próximo a 3 é aproximadamente 100 vezesmaior que em um pH 5, no qual a lesão de cárie se desenvolve; Tratamento/Indicações: Evitar alimentos ácidos, muito quentes ou frios e Aplicação de flúor (auxilia na remineralização) ❑ Abfração: Desgaste por pressão contínua afetando principalmente na oclusão Estes processos são normais do envelhecimento Mas podem ser agravados por: · Defeitos do esmalte (fluorose, hipoplasia...) · Hábitos de ranger os dentes · Defeitos da mordida · Dieta (refrigerantes, frutas ácidas...) Doenças da polpa, periápice e doenças periodontais Observação importante – Remodelação óssea Após a extração dentária, o osso alveolar passa por um processo de constante remodelação, porem sofre uma redução variável na altura e na densidade Essa remodelação óssea acontece porque a fisiologia óssea também é controlada por fatores biomecânicos – os dentes transmitem forças compreensivas e tensivas que resultam em uma diminuição na densidade e volume ósseo Observação importante - INFLAMAÇÃO RESIDUAL BACTERIANA Envolvimento das estruturas dentárias na direção coroa-raiz com acometimento da polpa - canal radicular - raiz - ligamento periodontal - tecido epitelial alveolar - alvéolo dentário Granuloma Periapical O termo Periodontite Apical Crônica – é mais correto Classifica-se como um tecido inflamatório crônico na região apical; o processo inflamatório periapical é uma reação secundária a presença bacteriana Representa 75% das lesões periapicais e 50% dos casos não respondem ao tratamento A expansão de toxina bacterianas para zona periapical induz a formação de granuloma inflamatório, pode ter origem de um abscesso periapical e evoluir para um cisto periapical Maioria dos granulomas são assintomáticos Dente sem mobilidade ou sensibilidade na percussão AGUDIZAÇÃO - Tecido mole que recobre região periapical pode ou não estar sensível; Sem resposta a testes térmicos e elétricos Cisto Periapical “Massa inflamatória” revestida por epitélio Normalmente é residual a um dente necrosado Cistos – cápsulas de tecido conjuntivo fibroso revestido por tecido epitelial que contêm liquido e restos celulares; Pode conter bactérias – formam abscesso purulentos; Cisto periapical lateral Causa é a periodontite ou lesão perda de vitalidade dentes adjacentes; Cisto periapical residual Formado no interior do processo alveolar em um sítio de extração prévia Abscesso Periapical Acúmulo de células inflamatórias agudas na região apical de um dente necrosado – que tendem a drenar Cisto x Abscesso - processo inflamatório agudo mais intenso Bactérias são a causa mais comum Pode ser resultado de morte pulpar por traumatismo Infecções da Mucosa Oral Lesões Variadas - As infecções da mucosa oral podem ser ocasionadas por: · Fungos · Vírus · Bactérias · Causa indefinida · AGENTES FUNGICOS ESTOMATITES Qualquer processo inflamatório que acometa a cavidade oral e orofaringe. Etiologias diversas: ❑ Infecções ❑ Autoimune, ❑ Traumas ❑ Medicações, fumo, álcool ... ❑ Neoplasia Candidíase Oral (Candidose) Infecção micótica mais comum Lesão Branco-amarelada, não epitelial 5% recém nascidos, 5% pessoas com neoplasias e 10% pacientes idosos com saúde precária Candida albicans, C. parasitoses, C. tropicalis, C. glabrata, C. krusei, C. pseudotropicalis C. guilliermondi e C. stellatoidea Fatores predisponentes Locais - higiene oral precária e prótese dentária Sistêmicos - diabetes, gravidez, neoplasia, corticoides, imunossupressão (HIV e idade avançada) e antibióticos Formas Clínicas - Candidíase pseudomembranosa: placas ou nódulos branco-amarelado (facilmente removidas, compressa de gaze ou cotonete); Moles e crescimento centrífugo e confluente - Eritematosa: Máculas vermelhas, queimação Atrófica aguda - Ferida por antibiótico – perda difusa das papilas filiformes da língua Atrófica papilar central (glossite romboidal mediana) - Área eritematosa bem delimitada Outras: Multifocal, Atrófica crônica, Estomatite por Dentatura e Hiperplásica (placas que não podem ser removidas) Tratamento · Nistatina · Clotrimazol · Cetoconazol · Fluconazol · Itraconazol · Anfotericina B OUTROS AGENTES FÚNGICOS HISTOPLASMOSE – Histoplasma capsulatum BLASTOMICOSE – Bastomyces dermatitidis PARACOCCIDIOIDOMICOSE – Paracoccidioides brasiliensis CRIPTOCOCOSE – Cryptococcus neoformans ZIGOMICOSE – Absidia, Mucor, Rhizomucor ASPERGILOSE – Aspergillus flavus, A. fumigatus LACAZIOSE – Lacazia loboi Agentes virais Estomatite herpética: Vírus do herpes simples (HSV) - vírus de DNA – maior causador de infecção viral da boca Existem 2 tipos: ❑ Tipo 1: infecções de pele e membrana mucosas (HSV1) ❑ Tipo 2: infecções da genitália (HSV2) Herpes Transmissão – gotículas (aerossol) Pode causar faringite Gengivoestomatite herpética primária Vesículas que sofrem ulceração Febre, dor e Inflamação Casos leves – resolução 5 a 7 dias Casos graves – duas semanas Infecção herpética crônica - erosões mucosas de bordas branco-amareladas Recorrência ocorre devido a diferentes estímulos: traumas mecânicos e imunossupressão Diagnóstico Inicialmente, o diagnóstico da gengivoestomatite herpética leva em conta a aparência e a localização das lesões e os sintomas Em alguns casos, pode ser necessário recorrer a exames de laboratório para identificar o tipo do vírus ou determinar outras possíveis causas da doença Estabelecer o diagnóstico diferencial é de extrema importância para conduzir o tratamento adequado VARICELA (CATAPORA) E HERPES ZOSTER - VZV; HHV3 Manifesta-se como a catapora na 1a infecção e a recorrência como herpes-zoster HERPANGINA (enterovírus) Infecção causada por vários tipos de coxsackievírus A Infecção mais comum observada em crianças Início súbito → febre, disfagia e dor de garganta Vesículas que rapidamente se rompem em úlceras de 1-2mm Observadas nas amígdalas, palato mole e úvula Sintomas persistem 2-3 dias DOENÇA DA MÃO, PÉ E BOCA Coxsackievírus A → especialmente tipo 16 Doença caracterizada por úlceras orais, dolorosas, associadas a vesículas e úlceras nas mãos e pés Duração → 7 a 10 dias Transmissão → via fecal/oral, através do contato direto entre as pessoas ou com as fezes, saliva e outras secreções, ou então através de alimentos e de objetos contaminados Mesmo depois de recuperada, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas Tratamento → Ainda não existe vacina contra a doença, geralmente regride espontaneamente depois de alguns dias. Por isso, na maior parte dos casos, o tratamento é feito com antitérmicos e anti-inflamatórios Os medicamentos antivirais ficam reservados para os casos mais graves MONONUCLEOSE INFECCIOSA - Doença do Beijo Vírus Epstein-Baar (EBV) → membro do herpes + comum em adolescentes e adultos jovens → transmitida pela saliva Relacionado a: - Leucoplasia pilosa oral - Linfomas - Carcinomas gástricos Doença se caracteriza pelo aumento dos linfonodos, febre e inflamação da faringe Associada a períodos prolongados de mal-estar que duram meses ou mais Podem ser observadas petéquias na junção dos palatos duro e mole, inflamação e ulceração da mucosa oral Linfonodomegalia Febre alta (40oC) Gengivite ulcerativa necrosante Diagnóstico: Linfocitose – 70-90% durante segunda semana SARAMPO Agente etiológico → paramixovírus, altamente contagioso Transmissão → gotículas respiratórias Características clínicas → Sinais após 10 a 12 dias da infecção: febre, mal-estar, coriza, conjuntivite e tosse Manifestações → exantemas “rash cutâneo” com aspecto de grãos de sal em um fundo vermelho, envolvendo pele da cabeça e pescoço, tronco e extremidades Complicações → encefalite, otite e pneumonia Manifestações bucais → manchas de Koplik (pode ocorrer candidíase oportunista) Localização → mucosa labial e jugal, podendo envolver palato mole, pode resultar em fossetas hipoplásicas no esmalte dos dentes permanentes Tratamento → prevenção com uso de vacinação adequada; tratamento de suporte: líquidos, repouso; uso de antipirético Agentes bacterianos Gengivite - Inflamação limitada aos tecidos moles que circundam o dente Não inclui os processos inflamatóriosque podem se estender para o rebordo alveolar subjacente, ligamento periodontal ou cemento Tipos de Gengivite · Gengivite relacionada à placa (mais comum) · Gengivite ulcerativa necrosante (GUN) · Gengivite influenciada por medicamentos · Gengivite alérgica ou relacionada a dermatoses · Gengivite relacionada a infecções específicas Fatores Sistêmicos 1. Mudanças hormonais – Puberdade, Gravidez e Uso de anticoncepcionais orais 2. Estresse 3. Dependência química 4. Subnutrição – Deficiência de ácido ascórbico (vitamina C) 5. Medicamentos - Fenitoína (gengivite que pode evoluir para hiperplasia, Ciclosporina e Bloqueadores de cálcio (anti-hipertensivos) 6. Diabetes 7. Síndrome de Down 8. Disfunção imune 9. Envenenamento por metais pesados Infecções bacterianas levam a variados tipos de lesões ❑ Gengivite ulcerativa necrosante (GUN) Bactérias anaeróbias como a Prevotella intermedia e as do gênero Fusobacterium, bem como as espiroquetas (Borrelias e Treponemas) Principalmente associada ao HIV e também ocorre associada a outras doenças que comprometem o sistema imunológico ❑ Gengivite ulcerativa aguda (GUA) ❑ Gengivite ulcerativa necrosante aguda (GUNA) Angina de Vincent é uma doença infecciosa periodontal bacteriana caracterizada por úlceras e necrose do tecido gengival sem o envolvimento dos outros tecidos do periodonto (ligamento periodontal, cemento e osso alveolar) Se a doença avançar mais profundamente nos tecidos periodontais, ela passa a se denominar "periodontite ulcerativa necrosante" → (PUN) A infecção se apresenta com necrose e ulceração crateriforme que envolvem margens gengivais Sangramento gengival → espontâneo ou a um pequeno trauma, dor ou sensibilidade gengival, halitose acentuada, gosto ruim (metálico) e salivação aumentada Mal estar e febre podem estar presentes em casos mais avançados É um fator importante no desenvolvimento de Noma NOMA Necrose e ulceração crateriforme que envolvem margens gengivais Corresponde a gangrena úmida de desenvolvimento rápido → atinge região orofacial e ossos gnáticos Essa doença ficou conhecida como a “doença da fome”, por atingir, principalmente, crianças subnutridas e com hábitos inadequados de higiene da África Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 500 mil crianças são vítimas de NOMA atualmente na África SÍFILIS Causa → Treponema pallidum Manifesta-se em 3 estágios: 1ª, 2ª e 3ª SÍFILIS PRIMÁRIA: 3-90 dias após infecção; Presença de cancro (geralmente isolado); Lesões no lábio, língua, palato, gengiva e amígdalas Geralmente → pequenas feridas nos órgãos genitais (cancro duro) que desaparecem espontaneamente e não deixam cicatrizes; gânglios aumentados e ínguas na região das virilhas Em uma minoria dos pacientes, pode apresentar-se na mucosa oral (lábios), manifesta-se como úlcera indolor com uma base endurecida que cura-se espontaneamente em 3-6 semanas SÍFILIS SECUNDÁRIA: Sinais e sintomas se desenvolvem cerca de 6 semanas após Sífilis Primária como Mancha vermelha na pele e pode ser acompanhada de lesões orais → placas mucosas (ulcerações planas, múltiplas e podem se unir umas às outras → produzindo lesões de contorno “úlceras em rastro de caracol”. Lesões nas mãos e plantas dos pés; febre; dor de cabeça; mal-estar; inapetência Manifestações que também podem regredir sem tratamento, embora a doença continue ativa no organismo SÍFILIS TERCIÁRIA: S. 3º ou estádio tarde → pode desenvolver-se muitos anos após a exposição inicial com áreas de necrose (gomas) que podem ocorrer principalmente no palato duro → levando a perfuração para o interior da cavidade nasal Comprometimento do sistema nervoso central, do sistema cardiovascular com inflamação da aorta, lesões na pele e nos ossos SÍFILIS CONGÊNITA: Está associada à infecção dos germes dentários em desenvolvimento Incisivos permanentes (incisivos de Hutchinson) e os primeiros molares (molares em amora) OUTROS · Tuberculose · Hanseníase Doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen; Caracterizada por pequenas manchas despigmentadas onde a pele é insensível Há duas formas de infecção → dependendo da resposta imune do hospedeiro ❑ Tipo lepromatosa → infecção disseminada pelo corpo todo ❑ Tipo tuberculóide → infecção permanece localizada Lesões orais ocorrem quase que exclusivamente no tipo lepromatosa e têm sido reportadas em 50% dos pacientes Massas nodulares inflamatórias que tendem a se ulcerar no palato duro e mole, gengiva anterior da maxila e a língua · Gonorréia7 Patologia epitelial Leucoplasia oral Leuco = branco; plasia = placa Placa ou mancha branca típicas, que não podem ser classificadas como outra doença Cama de ceratina superficial espessada quando molhada possui aspecto branco Ou camada espinhosa (verrucosa) que mascara a vascularização (vermelhidão) do tecido conjuntivo adjacente Pode ser considerada uma lesão pré-cancerígena ou pré-maligna Epitélio displasico ou carcinoma estão presentes em 5-25 % das biópsias Lesão pré-câncer mais comum – 85% dos casos Causas: Tabaco, Álcool, Radiação ultravioleta – (vermelhão do lábio), Micro-organismos (Treponema, Candida, HPV), Trauma Prevalência: Acima dos 40 – aumenta rapidamente com a idade e mais comum em homens Lesões + comuns – língua e lábio CERATOSE FRICCIONAL Irritação crônica – lesão semelhante a leucoplasia Resposta hiperplásica de superfície ceratótica rugosa Espécie de “calo” Reversível após eliminação do trauma Causas: Morsicatio (mastigação crônica da mucosa da bochecha), abrasão Queilite (queilose) actínica Lesão esbranquiçada no vermelhão da boca Causas: Muito comum – decorrente de exposição à radiação UV Incidência: Geralmente acima 45 anos e pessoas muito expostas à luz Evoluem para lesões ulceradas e crostosas Líquen plano Desordem dermatológica - mucocutânea crônica Imunomediada Etiologia – Desconhecida Reação semelhante a um processo de hipersensibilidade Formas Orais: ❑ Líquen plano reticular + comum – mucosa jugal (bochecha) – bilateral Língua, gengiva, palato e lábio – menos comum ❑ Líquen plano erosivo Lesões sintomáticas Áreas eritematosas e grau variado de ulcerações ❑ Líquen plano bolhoso – raro, evolução do erosivo Vários medicamentos podem induzir lesões que se assemelham clinicamente à forma idiopática do Líquen Plano. Entretanto, quando induzidas por medicações o termo mucosite liquenóide é mais adequado Nevo Branco Esponjoso Doença cutânea de origem genética, relativamente rara Placas brancas simétricas, espessas, difusas, corrugadas ou aveludadas Afetam a mucosa jugal bilateralmente na maioria dos casos Outros locais incluem o ventre da língua, a mucosa labial, o palato mole, a mucosa alveolar e o soalho bucal Defeito na ceratinização normal da mucosa bucal Causas e incidência - Sintomas surgem ao nascimento ou no início da infância, mas algumas vezes a condição desenvolve-se durante a adolescência. Nevo Branco Esponjoso Hiperparaceratose proeminente e acantose acentuada com células da camada espinhosa apresentando um citoplasma claro - estes achados microscópicos podem ocorrer no leucoedema e na disceratose intraepitelial benigna hereditária (DIBH) Em alguns casos, uma condensação eosinofílica é observada na região perinuclear das células da camada superficial do epitélio, um aspecto exclusivo do nevo branco esponjoso. ESTOMATITE NICOTÍNICA Envolvimento simétrico, do palato duro - às vezes no palato mole Pápulas levemente elevadas com áreas puntiformes avermelhadas (centro) Geralmente indolor Causas e incidência - Calor do tabaco e não necessariamente dos compostos químicos + comum em indivíduos acima dos 45 anos Depende da frequência e uso hiperceratose e acantose (espessamento) do epitélio palatino e por uma inflamação crônica Hiperplasia epitelial e metaplasia dos ductos excretórios Displasia é rara MORSICATIO BUCCARUM Mastigação crônica da bochecha Zonas eritematosas, com erosão ou ulceração Fragmentos da lesão podem ser removidos Causas e incidência - Bilateral, mucosa jugal, Lábios e região lateral/ventralda língua Descartar leucoplasia e estomatite LINHA ALBA Lesão por pressão, trauma ou fricção Área de hiperceratose Causas e incidência - Geralmente bilateral, na região da oclusão Pode regredir - 2-14% da população LESÕES PIGMENTADAS Tatuagem por amálgama Implantação do Amálgama na mucosa oral Área de pigmentação azulada – enegrecida Geralmente são manchas - sendo incomum lesão elevadas Causas e incidência - Pouco comum atualmente (+ presente em idosos) Implantação acidental (endodontia, fio dental, aplicação...) Estomatite por contato com amálgama Reação inflamatória por contato com o amálgama
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