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FLEXIBILIDADE E SUPORTAÇÃO CÁLCULO DE FLEXIBILIDADE DE TUBULAÇÕES Guilherme Medeiros Aula 7 CÁLCULO DE FLEXIBILIDADE MÉTODOS DE CÁLCULO Existem vários processos de cálculos de flexibilidade, dependendo da precisão requerida. Podemos citar alguns: Método Computacional (software) Método analítico Geral Métodos gráficos e de tabela (alguns casos); Métodos simplificados (várias configurações); Método preliminar da ASME B 31; MÉTODOS APROXIMADOS Método da Viga em Balanço Guiada é um método aproximado para o cálculo das tensões internas e dos esforços da reação nos extremos de uma tubulação, provenientes das dilatações térmicas ou movimentos dos pontos extremos. Esse método não pode ser empregado para análise de sistemas em que se exijam cálculos precisos. MÉTODOS APROXIMADOS Condições para aplicação do método As tubulações podem ser planas ou espaciais; Todos os lados devem ser paralelos a uma das três direções ortogonais (eixos x, y e z); Todos os lados façam ângulos retos ente si; Todos os “lados” (trechos) sejam constituídos por tubos “iguais” (mesmo material, diâmetro, esp., etc) O sistema tenha apenas dois pontos de fixação nos extremos (sem restrição intermediária) MÉTODOS APROXIMADOS Hipóteses do método Todos os lados se deformam sem que haja deformações ou rotações nas curvas, os ângulos permanecem retos e os lados paralelos às direções da posição inicial; Os lados se deformam como se fossem vigas em balanço com os extremos guiados; A dilatação total que se dá em cada uma das três direções ortogonais (a soma) é integralmente absorvida pela flexão dos lados paralelos às outras direções; MÉTODOS APROXIMADOS Hipóteses do método Não são levadas em consideração as torções que se dão nos lados de uma configuração tridimensional. MÉTODOS APROXIMADOS Método da Viga em Balanço Guiada 90° MÉTODO DA VIGA EM BALANÇO GUIADA Quando há variação de temperatura a tubulação sofre variação no comprimento ; Se o tubo estiver livre, essa variação ocorrerá sem maiores consequências; MÉTODO DA VIGA EM BALANÇO GUIADA Os resultados obtidos por este método são em geral conservativos, por que a maioria dos sistemas é na realidade bem mais flexível do que o considerado nas hipóteses anteriores. Há sempre uma flexibilidade adicional causada pelas deformações dos ângulos Sistemas espaciais contam com a torção além da flexão Obs: não se pode garantir que sempre os projetos estejam do lado da segurança. CONFIGURAÇÃO SIMPLES EM “L” Considere uma configuração simples em “L” com ancoragem em ambas as extremidades, figura a seguir. As dilatações vão causar flexão nos elementos; O lado será exposto à flecha e vice-versa; 1 2 CONFIGURAÇÃO SIMPLES EM “L” B B CONFIGURAÇÃO SIMPLES EM “L” A expressão da flecha em uma viga em balanço com o extremo guiado é: P – Força aplicada na extremidade do elemento L – Comprimento do lado – módulo de elasticidade do material – módulo de inércia do tubo CONFIGURAÇÃO SIMPLES EM “L” A flecha que cada lado pode suportar é proporcio-nal ao cubo do comprimento; B CONFIGURAÇÃO SIMPLES EM “L” A expressão do momento fletor máximo e da tensão máxima da viga guiada é: M – momento fletor máximo S – tensão máxima – diâmetro externo do tubo CONFIGURAÇÃO SIMPLES EM “L” Momento Fletor Máximo Momento fletor CONFIGURAÇÃO SIMPLES EM “L” Substituindo as equações encontramos: Como a norma ASME B 3’1 estabelece que os cálculos das tensões seja feito com o módulo de elasticidade na temperatura de montagem da linha - ; CONFIGURAÇÃO SIMPLES EM “L” As tensões máximas , dos lados e As dilatações e serão: CONFIGURAÇÃO SIMPLES EM “L” representa expansão linear unitária entre a temperatura final e de instalação da linha; [mm/m] Tabelas padronizam os valores de considerando a temperatura de montagem como 21°C EXPANSÃO UNITÁRIA - EXPANSÃO UNITÁRIA - EXPANSÃO UNITÁRIA - CONFIGURAÇÃO SIMPLES EM “L” As tensões máximas chamando: CONFIGURAÇÃO SIMPLES EM “L” REAÇÕES EXERCIDAS NAS ANCORAGENS B REAÇÕES EXERCIDAS NAS ANCORAGENS Momentos fletores em A e C O termo foi adicionado, pois a ASME B 31 estabelece que o cálculo das reações deve ser feito com o valor de E à temperatura máxima - ; INFORMAÇÕES DIMENCIONAIS DOS TUBOS MÓDULO DE ELASTICIDADE x TEMPERATURA MÓDULO DE ELASTICIDADE x TEMPERATURA REAÇÕES EXERCIDAS NAS ANCORAGENS Momentos fletores em A e C Chamando: REAÇÕES EXERCIDAS NAS ANCORAGENS Reações em X e Y EXERCÍCIO 03 Considere uma tubulação de recalque de uma bomba (C) ligada a um tanque em (A). O material dessa tubulação é aço carbono 0,35%. A, tem diâmetro DN 8” e Sch 40. A temperatura de trabalho é 180°C. Considere e . Determine a tensão máxima na linha e as reações no bocal da bomba e do tanque. EXERCÍCIO 03 Bomba Tanque A C EXPANSÃO UNITÁRIA - INFORMAÇÕES DIMENCIONAIS DOS TUBOS MÓDULO DE ELASTICIDADE x TEMPERATURA EXERCÍCIO 03,2 Considere uma tubulação de recalque de uma bomba (C) ligada a um tanque em (A). O material dessa tubulação é aço carbono 0,2%. A, tem diâmetro DN 10” e Sch 40. A temperatura de trabalho é 300°C. Considere e . Determine a tensão máxima na linha e as reações no bocal da bomba e do tanque. EXERCÍCIO 03 Bomba Tanque A C EXPANSÃO UNITÁRIA - INFORMAÇÕES DIMENCIONAIS DOS TUBOS MÓDULO DE ELASTICIDADE x TEMPERATURA CONFIGURAÇÃO EM “U” Considere uma configuração em “U” com ancoragem em ambas as extremidades. A dilatação do lado desenvolve-se para os dois lados, causando flexão em e ; O lado será exposto à diferença de dilatações e CONFIGURAÇÃO SIMPLES EM “U” D A B CONFIGURAÇÃO EM “U” Deflexões Lado : Lado : Lado : A dilatação do lado : A distribuição da dilatação é proporcional à flexibilidade, que por sua vez é proporcional a CONFIGURAÇÃO EM “U” A distribuição da dilatação do lado : Onde, Lembrando: Deflexão do Lado : CONFIGURAÇÃO EM “U” As tensões máximas Substituindo as deformações e chamando: REAÇÕES EXERCIDAS NAS ANCORAGENS Momentos fletores em A e C Chamando: REAÇÕES EXERCIDAS NAS ANCORAGENS Reações em X e Y ou EXERCÍCIO 04 Verificar a flexibilidade e calcular as reações e momentos de reação da configuração indicada. Considerar tensão admissível na 160 MPa 0,35%C EXERCÍCIO 04 EXPANSÃO UNITÁRIA - INFORMAÇÕES DIMENCIONAIS DOS TUBOS MÓDULO DE ELASTICIDADE x TEMPERATURA CONFIGURAÇÃO EM “Z” Similar a configuração “U”. Considerar as mesmas equações já apresentadas, com exceção para a tensão no lado . Nesse caso as dilatações dos trechos 1 e 3 devem ser somada: CONFIGURAÇÃO EM “Z” As tensões máximas Sendo: REAÇÕES EXERCIDAS NAS ANCORAGENS Momentos fletores em A e C Chamando: REAÇÕES EXERCIDAS NAS ANCORAGENS Reações em X e Y EXERCÍCIO 05 Verificar a flexibilidade e calcular as reações e momentos de reação da configuração indicada. Considerar tensão admissível na 160 MPa =6 =7,5 =3 0,35%C EXERCÍCIO 05 =6 =7,5 =3 EXPANSÃO UNITÁRIA - INFORMAÇÕES DIMENCIONAIS DOS TUBOS MÓDULO DE ELASTICIDADE x TEMPERATURA CASO GERAL Considere uma configuração geral (plana ou espacial) com ancoragem em ambas as extremidades. Deve satisfazer as condições expostas; Cada Lado (trecho) está submetido simultanea- mente a duas flexões ortogonais CASO GERAL Deflexões Lado : Lado paralelo a x Lado : Lado paralelo a y Lado : Lado paralelo a z As deflexões do lado : CASO GERAL Deflexões As deflexões do lado :As deflexões do lado : CASO GERAL Dilatações , : Valor absoluto da soma algébrica das dilatações lineares dos lados paralelos à direção x, combinado com a soma algébrica dos pontos extremos nessa direção; Tensões máximas Lado : CASO GERAL Tensões máximas Lado : Lado : CASO GERAL As constantes , , : CASO GERAL Tensão máxima real Para cada lado pode-se calcular a tensão máxima real somando-se vetorialmente as duas tensões encontradas para cada lado. Por exemplo para o lado Formas similares podem ser encontradas para os outros lados. OBS: Na prática costuma-se não calcular essa tensões resultantes para compensar a não consideração da torção. EXERCÍCIO 06 Verificar a flexibilidade através do calculo das tensões nos trechos da tubulação. Considerar tensão admissível de 160 MPa 370°C 0,2% C EXERCÍCIO 06 4,5 m 3,0 m 6,0 m 5,5 EXPANSÃO UNITÁRIA - INFORMAÇÕES DIMENCIONAIS DOS TUBOS MÓDULO DE ELASTICIDADE x TEMPERATURA EXERCÍCIO 06 1,5 m 4,5 m 3,0 m 6,0 m 5,5 Para adequar a flexibilidade do sistema, foi acrescentado o trecho BC abaixo. Recalcule as tensões. CÁLCULO DAS REAÇÕES Momentos: Forças: EXERCÍCIO 07 1,5 m 4,5 m 3,0 m 6,0 m 5,5 No problema anterior, calcule os momentos e reações nos apoios. REVISÃO 0,35% C EXPANSÃO UNITÁRIA - INFORMAÇÕES DIMENCIONAIS DOS TUBOS MÓDULO DE ELASTICIDADE x TEMPERATURA DESLOCAMENTO DOS PONTOS EXTREMOS Uma tubulação pode se deformar em função do deslocamento de um ou de ambos os seus extremos. Esse deslocamento normalmente se dá devido a dilatação de outras linhas, vasos de pressão ou equipamento a que a linha esteja ligada. Em uma tubulação que sofre apenas um deslocamento na extremidade (sem haver dilatação na mesma). Deve se considerar o deslocamento como se fosse causado por uma dilatação do tubo (como manda o caso geral). DESLOCAMENTO DOS PONTOS EXTREMOS Em uma tubulação que sofre os dois movimentos (dilatação e movimento da extremidade). Deve se considerar o resultante dos deslocamentos. É necessário então se analisar se o deslocamento da extremidade atenua ou agrava as tensões caso haja dilatação. DESLOCAMENTO DOS PONTOS EXTREMOS Para o exemplo ao lado (fixo em A), caso a tubulação se dilatasse, o normal seria o ponto D subir (L1>L3). Nesse caso, se o suporte em D se mover para cima, seu deslocamento deve ser subtraído da movimentação gerada pela dilatação. Caso o suporte em D desça, deve se somar. EXERCÍCIO 08 0,35% C Calcule a tensão no apoio D EXPANSÃO UNITÁRIA - INFORMAÇÕES DIMENCIONAIS DOS TUBOS MÓDULO DE ELASTICIDADE x TEMPERATURA