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Hemostasia e Distúrbios Hemodinâmicos Hiperemia Ativa e Congestão -Ambos se referem a aumento do volume de sangue no tecido. Hiperemia Mista, em quadros infecciosos. -Hiperemia Ativa (ou arterial): Processo ativo que acontece devido a dilatação arteriolar e aumento do fluxo sanguíneo ↓ resistência pré-capilar e ↑ pressão arterial Os tecidos hiperêmicos ficam avermelhados devido a grande quantidade de sangue oxigenado Fisiológico: tubo gastrointestinal durante a digestão; musculatura esquelética durante exercícios físicos; cérebro durante estudo; glândula mamária durante lactação; rubor facial após hiperestimulação psíquica. Patológico: injúria térmica (queimadura ou congelamento); irradiações intensas/traumatismos; infecções/inflamação aguda -Congestão (Hiperemia Passiva ou Venosa): Processo passivo que acontece devido o comprometimento do fluxo de saída do sangue venoso do tecido. Pode ocorrer sistematicamente (insuficiência cardíaca; trombose e embolia pulmonar; lesões pulmonares extensas) ou localmente (obstrução venosa; torção de vísceras; trombos venosos; compressão vascular por neoplasias) ↑ resistência pós-capilar Tecido com coloração azulada (cianose) devido acumulo de hemoglobina desoxigenada Edema -Acúmulo de Fluido Intersticial (água no meio extracelular) nos tecidos. -Anarsaca edema grave, generalizado caracterizada por profundo inchaço dos tecidos subcutâneos e acúmulo de fluido nas cavidades corporais. Efusão: acumulo de líquido nas cavidades. Exemplo: ascite -Edema Inflamatório devido maior permeabilidade vascular -Edema não inflamatório ação de 2 forças opostas Pressão Hidrostática Vascular (fluxo de saída pela extremidade arteriolar) e Pressão Osmótica Coloide (influxo de fluido na extremidade vascular) Atuação em equilíbrio, se sobra liquido é drenado pelos vasos linfáticos o edema ocorre quando a pressão hidrostática estiver aumentada ou a pressão osmótico reduzida perda de equilíbrio entre as pressões EDEMA -Transudato edema devido desequilíbrio das pressões, pobre em proteínas ↑ p. hidrostática e ↓ p. coloidosmótica -Exsudato edema devido aumento de permeabilidade, rico em proteínas ↑ permeabilidade capilar Pressão Hidrostática Aumentada -Aumento local pode ser devido trombo prejudicando o retorno venoso. -Aumento generalizado causando edema sistêmico está relacionado com Insuficiência Cardíaca Congestiva (coração não consegue bombear sangue) -Débito cardíaco (quantidade de sangue que o coração bombeia) reduzido hiperperfusão dos rins deflagra o eixo renina-angiotensina-aldosterona retenção de sódio e água paciente em condições cardíacas normais essa adaptação melhora o débito cardíaco, mas pacientes com insuficiência cardíaca isso não acontece, só vira um círculo vicioso de retenção de líquido gerando edema. Pressão Osmótica Plasmática Reduzida -A albumina é a principal proteína plasmática, em situação patológica em que essa proteína se perde a pressão osmótica plasmática reduz. -Situações que geram redução da albumina: síndrome nefrótica, desnutrição, doença hepática grave. -Independente da causa, baixos níveis de albumina levam: edema, volume intravascular reduzido, hipoperfusão renal e hiperaldosteronismo secundário. Obstrução Linfática -A obstrução linfática que gera linfedema geralmente acontece devido condição inflamatória e neoplasia -Exemplos: infecção parasitária filariose (elefantíase); obstrução dos linfonodos superficiais devido câncer de mama. Hemorragia -Extravasamento de sangue. Pode ser externa ou acumular-se dentro de um tecido como um hematoma, que varia desde insignificante até fatal. -Denominações para sangramentos dentro de cavidades: hemotórax, hemopericárdio, hemoperitônio, hemartrose. -Petéquias (1-2 mm): pequenas hemorragias dentro da pele, membranas mucosas ou superfícies serosas. Causas: contagens plaquetárias baixas (trombocitopenia), função plaquetária defeituosa, perda de suporte da parede vascular (falta de vitamina C, por exemplo) -Púrpura (3-5 mm): hemorragias ligeiramente maiores. Causas: mesmas das petéquias, além de trauma, inflamação vascular (vasculite) e maior fragilidade vascular -Equimoses (contusões) (1-2cm): hematomas subcutâneos maiores. Hemácias extravasadas são fagocitadas por macrófagos, ocorre alteração da cor devido a conversão enzimática da hemoglobina (cor vermelho-azulada) em bilirrubina (cor azul-esverdeada) e em hemossiderina (dourado-amarronzada) Hemostasia e Trombose -Hemostasia Normal: mecanismos regulatórios para a manutenção do estado fluido do sangue, sem coágulos nos vasos e com formação de tampão hemostático em locais de lesão. Equilíbrio entre fatores anti-coagulantes e fatores pró-coagulantes -Trombose (hemostasia patológica): forma trombo dentro de vasos intactos. Hemostasia Normal -Principais componentes: Plaquetas; Fatores de Coagulação; Endotélio do local da lesão -Lesão vascular secreção local de endotelina vasoconstrição MEC altamente trombogênica facilita a adesão, ativação e agregação plaquetárias hemostasia primaria. Fator III ou Tromboplastina exposto age junto com fator VII Ativação da Trombina coagulo inicial de fibrina + ativador de plaquetas adicionais = Coagulo estável Hemostasia secundária. Hemorragia sendo controlada mecanismos contraregulatórios, para que o coagulo fique limitado. Endotélio: Regulador central da hemostasia pois través da manutenção do equilíbrio entre as atividades anti e protrombóticas, consegue determinar se ocorre formação, propagação ou dissolução de trombo. Propriedades Antitrombóticas do Endotélio Normal Efeitos Inibidores sobre as Plaquetas -O endotélio intacto impede que as plaquetas se juntem a MEC -Plaquetas normais não se aderem ao tecido normal devido ação dos vasodilatores e inibidores da agregação plaquetária Óxido nítrico e Prostaciclina Efeitos Inibidores sobre os Fatores de Coagulação -Fatores que são expressos nas superfícies endoteliais: -Heparina: inativam a trombina por meio da proteína antitrombina III -Trombomodulina: se liga a trombina, a qual deixa de clivar fibrinogênio, para clivar e ativar proteína C, um anticoagulante. -Proteína C: cliva e inativa os pró-coagulantes fator V e fator VIIIa precisa do cofator S -Inibidor do fator tecidual: inibe diretamente o complexo fator tecidual-fator VIIa e fator Xa Fibrinólise -Síntese do ativador de plasminogênio do tipo tecidual protease que cliva plasminogênio para plasmina, que cliva fibrina para degradação os trombos Propriedades Pró-trombóticas do Endotélio Lesionado ou Ativado Ativação de Plaquetas Lesão expõem a MEC que entra em contato com as plaquetas que ficam grudados devido o fator de von Willebrand Ativação de Fatores de Coagulação Fator tecidual é o principal ativador da coagulação ativa o fator VII Efeitos Antifibrinolíticos Secreção de inibidores do ativador do plasminogênio, que limitam a fibrinólise, favorecendo a trombose Plaquetas ou Trombócitos -Fragmentos celulares anucleados advindos dos megacariócitos medulares. Importantes pois formam o tampão hemostático vários receptores destaque para o receptor do fvW -Lesão MEC exposta plaquetas interagem principalmente com colágeno e glicoproteínas adesivas fvW desencadeia eventos para formação do coagulo: Adesão Plaquetária: estresse de cisalhamento (grânulo-α) fvW muda sua conformação ligação simultânea ao colágeno na MEC e à glicoproteína plaquetária. Ativação Plaquetária: mudança de conformação grânulos ativos(libera ADP e cálcio) plaquetas ativadas liberam tromboxano A2 (TxA2) (potente vaso constritor) ativa plaquetas adicionais próximas e faz agregação plaquetária Agregação Plaquetária: interação de ligação entre o fibrinogênio e os receptores GpIIb/IIIa nas plaquetas adjacentes agregar as plaquetas -Trombina estabiliza o tampão plaquetário por meio de dois mecanismos: Trombina ativa receptor de superfície plaquetária junto com ADP e TxA2 mais agregação plaquetária e massa irreversivelmente de plaquetas Trombina converte fibrinogênio em fibrina -Prostaglandina x Tromboxano: PGI2 vaso dilatador nos vasos normais e inibe a agregação plaquetária TxA2 vasoconstritor nos vasos lesados e induz a agregação plaquetária Cascata de Coagulação -Em cada etapa do processo uma proenzima sofre proteólise para se tornar uma enzima ativa, que faz a proteólise para ativar a próxima enzima até chegar na Trombina Fibrina -Trombina proteolisa fibrinogênio monômeros de fibrina polimeriza em gel insolúvel que envolve plaquetas. -Polímeros de fibrina são estabilizados -Cada reação na via depende da montagem de um complexo: Enzima (fator de coagulação ativado) + Substrato (forma o fator de coagulação seguinte na série) + Cofator (acelerador de reação) Montados na superfície fosfolipídica e mantidas pelos íons de cálcio -A coagulação pode ser dividida em: Extrínseca exige a adição de um deflagrador exógeno Intrínseca só exige o fator XII -Depois que a cascata é ativada deve ser restrita ao local da lesão para prevenir a coagulação inadequada anticoagulantes: Antitrombina inibe a atividade da trombina Proteína C e proteína S dependentes da vitamina K Inibidor da via do fator tecidual. Cascata Fibrinolítica -A coagulação ativa essa cascata a fim de moderar o tamanho do coágulo -Plasmina quebra Fibrina FSPs fracos anticoagulantes em níveis elevados pode se diagnosticas estados trombóticos anormais. -Proteólise de Plasminogênio Plasmina para prevenir excesso de plasmina decorrente da lise de trombos indiscriminadamente pelo corpo, a plasmina livre forma rapidamente complexos com a α2-antiplasmina e é inativada Vídeos coagulação do sangue: https://www.youtube.com/watch?v=e4cQw70owYA https://www.youtube.com/watch?v=JUk8DiWdymg Trombose -Tríade de Virchow anormalidades que levam a formação excessiva de trombos Lesão Endotelial Estase ou fluxo sanguíneo turbulento Hipercoagulabilidade do sangue https://www.youtube.com/watch?v=e4cQw70owYA https://www.youtube.com/watch?v=JUk8DiWdymg -Lesão Endotelial: -Fator importante que causa trombose, principalmente no coração e nos vasos -Exemplos: formação de trombos nas câmaras cardíacas após infarto do miocárdio; sobre placas ulceradas em artérias ateroscleróticas; locais de lesão vascular traumática ou inflamatória (vasculite). -Perda de endotélio expõem MEC, libera fator tecidual e reduz a produção local de PGI2 e de ativadores de plasminogênio. -Endotélio disfuncional desequilíbrio nos efeitos protrombóticos -Agressões que podem gerar disfunção endotelial: -Hipertensão -Fluxo sanguíneo turbulento -Produtos bacterianos -Lesão por irradiação -Anormalidades metabólicas homocistinúria e hipercolesterolemia -Toxinas absorvidas da fumaça do cigarro -Fluxo Sanguíneo Anormal -Forma trombose arterial e cardíaca pois: -Causa lesão ou disfunção endotelial -Fluxo sanguíneo turbulento e estenose -Fisiologicamente as plaquetas são encontradas principalmente no centro do lúmen do vaso, separadas do endotélio por uma camada plasmática em movimento lento -Estase e fluxo sanguíneo turbulento (caótico) causam os seguintes efeitos deletérios: Ambos promovem ativação das células endoteliais e aumentam a atividade pró- coagulante A estase permite que plaquetas e leucócitos entrem em contato com o endotélio quando o fluxo é lento A estase torno lenta a eliminação dos fatores de coagulação ativados e impede o influxo de inibidores de fator de coagulação. -Quadros clínicos que geram estase e fluxo sanguíneo turbulento e, consequentemente, trombos: Placas ateroscleróticas ulceradas expõe a MEC e causa turbulência Dilatações aórticas e arteriais (aneurisma) estase local IAM resulta em não contração focal do miocárdio Estenose da valva mitral resulta em dilatação atrial estenose profunda Síndromes de hiperviscosidade aumenta a resistência ao fluxo e causam estenose dos pequenos vasos Hemácias deformadas da anemia falciforme oclusões vasculares estenose -Hipercoagulabilidade -Principalmente para trombose venosa -Qualquer alteração das vias de coagulação que predispõem a formação de trombose -Desordens Primárias (genéticas) ou Desordens Secundária (adquirida) -Destino do Trombo -Se um paciente sobrevive a um evento trombótico inicial, durante os dias subsequentes o trombo evolui pela combinação de 4 processos: Propagação: trombo aumenta por agregação de mais plaquetas e fibrinas, aumentando sua margem de oclusão ou embolização vascular Embolização: o trombo inteiro ou parte dele se desloca para outra parte da vasculatura Dissolução: se um trombo é recém formado, os fatores fibrinolíticos podem dissocia- lo facilmente. Porém, trombos antigos têm uma resistência a lise devido a ação da fibrina. Organização e recanalização: trombos antigos podem se tornar organizados com o crescimento de células endoteliais, da musculatura lisa e fibroblastos no seu interior e ainda com a formação de canais capilares, podem vir a se incorporar à parede do vaso remodelado. Ou, o centro do trombo pode sofrer lise devido ação enzimática das células leucocitárias capturadas. Se tiver uma infecção bacteriana, se torna um excelente sitio de proliferação. -Correlação Clínica: Trombose Venosa (Flebotrombose): Veias Superficiais: sistema safeno levando a varicosidades pode ser doloroso e causar congestão local e edema decorrentes do fluxo de saída venoso comprometido dificilmente emboliza Tromboses Venosas Profundas (TVP): veias maiores da perna, joelho ou acima dele propensão a embolizar 50% dos pacientes só vão sentir alguma coisa depois de acontecer a embolia pulmonar. Embolia -Um êmbolo é uma massa sólida, líquida ou gasosa que é transportada pelo sangue longe do seu local de origem. A grande maioria dos êmbolos se originam de trombos Tromboembolismo tipos menos comuns de êmbolos: gotículas de gordura, bolhas de ar ou nitrogênio, debris ateroscleróticos, fragmentos tumorais, pedaços da medula óssea e líquido amniótico. -Os êmbolos se alojam em vasos muito pequenos oclusão vascular parcial ou completa -Consequência primária da embolização sistêmica Infarto dos tecidos -Embolização pulmonar hipóxia, hipotensão e insuficiência cardíaca direita Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=lexsHJZ8Ifo https://www.youtube.com/watch?v=lexsHJZ8Ifo Infarto -Área de necrose isquêmica causada por obstrução do suprimento vascular para o tecido afetado Choque -É uma hipoperfusão sistêmica dos tecidos, pode ser causada por diminuição do débito cardíaco ou do volume sanguíneo circulante. As consequências são o comprometimento da perfusão tecidual e a hipóxia celular. -As formas mais comuns de choques podem ser agrupadas em 3 categorias patogênicas: Choque Cardiogênico: resulta do reduzido débito cardíaco, que pode ser causado por: infarto, arritmias ventriculares, compressão extrínseca, obstrução do fluxo de saída (embolia pulmonar) Choque Hipovolêmico: resulta de baixo débito cardíaco devido a perda de volume sanguíneo ou plasmático (hemorragias) Choque Séptico: resulta de vasodilataçãoarterial e acúmulo de sangue venoso que se origina da resposta imune sistêmica à infecção microbiana Choque Anafilático: resulta de vasodilatação sistêmica e aumento da permeabilidade vascular que é deflagrado por uma reação de hipersensibilidade mediada por imunoglobulina E.
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