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RUMINANTES INTRODUÇÃO

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ZOOTECNIA DE RUMINANTES – Prof Guilherme 
aula prática – sexta feira 
ANATOMOFISIOLOGIA DIGESTÓRIA 
DOS RUMINANTES - 26/02 
Ruminantes são um grupo bem diversificado 
de mamíferos. Assim como Bovinos, Ovinos, 
Caprinos, Camelídeos (selvagens, porém 
em alguns lugares do mundo como na Asia e 
África, são domesticados), sendo eles de 
dois tipos: Camelos e Dromedários, 
diferenciados pelo número de corcovas. 
Existem também os camelídeos Sul-
americanos que são aqueles encontrados 
nos Andes, Peru, Bolívia, Colômbia e parte 
do Chile, sendo eles a Lhama, Alpaca, 
Vicunha e Guanaco e parte deles são 
domesticados. 
Características: Possuem uma dieta 
exclusiva de carboidratos estruturais de 
origem vegetal que o ser humano não tem a 
capacidade de digerir corretamente por falta 
de enzimas especificas responsáveis por 
essa digestão. Já os ruminantes possuem 
meios específicos para digerir esses 
carboidratos de estrutura vegetal justamente 
para transformá-lo em energia, que é a sua 
principal função. 
Finalidade destes animais: produção de 
carne, leite e fibras (couro, lã). 
Características Anatomicas: Pré-
estômagos. 
 São compartimentos gástricos que auxiliam 
na digestão do alimento. Lembrando que os 
alimentos digeridos por estes animais são 
ricos em fibra, celulose, além de capim e 
pastagem, também comem grãos que 
fornecem energia e proteína. Caso esses 
animais não tivessem esse modelo 
anatômico, o animal viveria em constante 
constipação, com inchaço abdominal devido 
ao excesso de fermentação pela digestão 
imprópria. Os préestômagos são 
responsáveis por esse armazenamento e 
digestão específica graças a um processo de 
fermentação bacteriana conhecido por 
microbiota bacteriana, que nada mais é do 
que uma colônia de bactérias especificas do 
trato digestivo desses animais e estão 
presentes desde o nascimento, sendo de 
extrema importância para a qualidade da 
digestão. 
*Curiosidade: O animal deve ser induzido a 
comer grãos desde novo, para que a 
fermentação “ative” desde já as bactérias 
daquele trato digestório para que auxiliem na 
digestão. 
O abdômen do ruminante é compreendido 
praticamente por pré-estômagos, 
constituídos por Rúmem, omaso e retículo 
que tomam a maior porção do abdômen. 
Apenas o Abomaso, quarto compartimento 
estomacal é o verdadeiro estomago, que 
produz enzimas, é altamente ácido e tem a 
mesma função, se assemelha ao estomago 
dos monogástricos. 
 
Seguindo a imagem acima, podemos 
observar que a digestão do ruminante faz o 
seguinte caminho: ingestão do alimento 
através da boca > chega ao esôfago > é 
passado para o Rumem > cai no Retículo > 
chega à cavidade oral novamente após ser 
pré-digerido > vai pro omaso > finalmente 
termina a digestão no abomaso. Essa 
característica do alimento voltar para a 
cavidade oral dá origem a um termo muito 
ZOOTECNIA DE RUMINANTES – Prof Guilherme 
aula prática – sexta feira 
utilizado chamado “Processo de ruminação”, 
que é o ato de constante “mastigação” dos 
ruminantes. 
Ex: O animal está ruminando. Está em 
ruminação. 
 
 
FUNÇÃO DOS QUATRO 
COMPARTIMENTOS GASTRICOS 
RÚMEN 
• Rúmen/Pança: É o maior dos 
compartimentos 
• É revestido por epitélio (conjunto de 
células que formam um revestimento interno, 
também conhecido como mucosa). Se 
assemelha a um carpete felpudo – aumento 
da absorção. 
• Papilas ruminais são desenvolvidas a 
partir da mucosa e se evoluem ao longo da 
mudança da dieta do animal. 
• Presença de butirato (AG) – vital para as 
papilas. Quanto mais precoce a dieta em 
grãos, com mais qualidade essas papilas 
ruminais vão se desenvolver. 
• Dieta rica em grãos > produção de butirato 
 
 
RETÍCULO 
• Retículo: Porçao mais cranial do 
compartimento de fermentação, se possível, 
o menor dos compartimentos gastricos. 
• Revestido por epitélio/mucosa – Aspecto 
de favo de mel, que também aumenta o 
contato com tudo o que vai ser digerido, 
consequentemente aumentando a absorção 
• Suas funções e seu grau de importancia 
na digestão são similares ao rumen, ou seja, 
também possui fermentação bacteriana de 
celulose e hemicelulose (carboidratos 
presentes nos vegetais), assim como 
também armazena alimento. 
 
 
 
 
OMASO 
• Omaso/Folhoso: Recebe o conteudo 
fermentado semi-liquido, após ter passado 
por todo um processo de fermentação nos 
outros dois pré estomagos anteriores (rúmen 
e retículo). 
Também recebe o nome de “folhoso” pois 
essas atruturas semelhantes a folhas fazem 
a absorção da água deste alimento semi-
liquido. 
• Transporte pelo orifício retículo-omasal 
• Absorve agua e AG (acidos graxos). 
 
 
 
 
 
ABOMASO 
• Similar ao estomago dos monogastricos, o 
que faz dele o único estomago verdadeiro. 
• Possui um pouco mais de pregas, 
apresenta mucosas lisas 
 
 
ZOOTECNIA DE RUMINANTES – Prof Guilherme 
aula prática – sexta feira 
Todos os compartimentos gástricos não 
estão livres de parasitas, doenças, doenças 
bacterianas. 
 
FERMENTAÇÃO RUMINAL 
“O Rúmen fornece abrigo as bactérias 
fermentativas.” 
Como dito anteriormente, o desenvolvimento 
das papilas pela ingestão de grãos, pela 
presença dos ácidos graxos (ácido bultirico), 
vai fornecer um melhor desenvolvimento de 
uma microbiota intestinal, composta por um 
conjunto de microorganismos, 
principalmente bactérias benéficas, também 
podem ser encontrados fungos e 
protozoários em menor proporção. Tudo isso 
faz parte do processo chamado 
Fermentação que consiste em um processo 
de quebra de açúcar para extrair os 
nutrientes dele, incluindo energia. Esses 
microorganismos, essas bactérias 
fermentativas vão ocasionar uma ruptura da 
molécula nas cadeias beta (1-4) de dois 
principais carboidratos, são eles Celulose e 
Hemicelulose, presentes nos grãos, vegetais 
e pastos. 
 
Bactérias celulolíticas (responsáveis por 
essa quebra): 
• Anaeróbios estritos (não dependem de 
oxigênio). 
• Bacteroides, Ruminococcus e Butyrovibrio 
• Utilização do CH (celulose) – Rompendo a 
celulose, o carboidrato vai se fragmentar e 
da origem a glicose, principal fonte de 
energia 
• Produção de AVG – Toda fermentação da 
origem a um ácido, assim como o acetato, 
propinato e butirato (importante para o 
desenvolvimento das papilas). 
Ainda sobre a fermentação ruminal, é de 
extrema importância que o pH deste trato 
digestório esteja equilibrado para que 
prevaleçam apenas microorganismos 
benéficos para a digestão, caso contrário 
pode acabar sendo invadido por 
microorganismos maléficos ou até mesmo 
causar um desajuste na flora intestinal. 
 
O pH varia conforme a dieta 
• Volumoso (pasto, gramínea, capim): 
6,0 – 7,0 
• Concentrado (soja, milho, dentre 
outros): 5,7-6,5 (disponibiliza uma 
maior produção de AGV). 
Quanto mais próximo o pH do ácido, mais 
produção de ácidos graxos o animal vai ter e 
maior o desenvolvimento das papilas. 
Geralmente, uma dieta balanceada é 
constituída por 70% de volumoso e 30% de 
concentrado. 
Os principais amidos degradados pelas 
bactérias são utilizados pelas próprias, 
sendo que pouca quantidade é utilizada 
pelos ruminantes. 
Bactérias amilolíticas (quebram amido): 
• Clivagem de cadeias alfa (1-4) do amido. 
• Streptococcus e Ruminobacter 
• Produção de ácido láctico e poucos AGV 
• Cuidados com uma dieta rica em grãos – 
acidose ruminal 
Adaptação do animal a dieta rica em grão 
• Mudança gradativa 
• Evitar a acidose ruminal 
• Presença de selenomonas e Megasphaera 
– utilizadoras de lactato. 
 
 
 
 
 
ZOOTECNIA DE RUMINANTES – Prof Guilherme 
aula prática – sexta feira 
CONSIDERAÇÕES ENERGÉTICAS 
Os ruminantes absorvem metade da 
quantidade de energia produzida nos pré-
estômagos quando comparados com os 
monogástricos (4kcal/g amido x 2,2 kcal/g 
amido). 
• Energia sobre a forma de AGV – 
fermentação anaeróbica 
• Abundância decelulose – supre a 
necessidade energética 
FONTES DE PROTEÍNAS 
• As bactérias ruminais fornecem proteínas 
com qualidade aos ruminantes 
• Combinação de compostos nitrogenados 
com carbono (quebra dos CH). 
• Formação de aminoácidos. 
As bactérias quando morrem ou são 
digeridas pelo ID (intestino delgado), 
fornecem proteínas para o metabolismo dos 
ruminantes – alta qualidade 
• AA semelhantes a carne ou ao leite 
• Desvantagem – as bactérias utilizam as 
proteínas ingeridas pelos animais. 
 
Proteínas degradável no rúmen: Proteína 
ingerida que pode ser degradada por 
bactérias – 25-80% da dieta. 
Proteína não degradável no rúmen: 
Absorvida no ID. 
 
FUNGOS E PROTOZOÁRIOS DO RÚMEN 
Fungos: auxiliam na degradação da lignia 
(substância presente na parede células 
vegetal. 
Protozoários: 
• Pouca importância 
• Ingerem bactérias e vice-versa 
• Protozoários grandes sobrevivem pouco 
em pH ácido – análise de líquido ruminal.