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NOME: Millena Novo Lima dos Santos DISCIPLINA: [1203.000131-9] Alimentação e Nutrição Animal PROFESSOR: Luis Carlos Vinhas Itavo DATA: 05/10/2021 PROVA 1 Leia atentamente as questões abaixo e responda com o máximo de detalhes em função do conhecimento adquirido com as aulas e leituras. Cada questão terá o valor de 1,0 ponto, totalizando 10 pontos. 1. Explique os principais motivos para acreditarmos que os ruminantes são animais com capacidades digestivas superiores aos dos não-ruminantes. O pré-estômago dos ruminantes permite a realização do processo de fermentação, dando ao animal o aproveitamento de plantas fibrosas. Os ruminantes desenvolvem bactérias, protozoários e fungos que realizam a digestão, por isso os ruminantes possuem uma maior vantagem nos processos de fermentação, fazendo com que sua digestão seja mais eficiente comparado aos demais animais. O sistema digestivo dos ruminantes compreende boca, faringe, esôfago, pré-estômagos (rúmen, retículo, omaso), abomaso (estômago verdadeiro ou glandular), intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. Os órgãos acessórios são: dentes, língua, glândulas salivares, fígado e pâncreas. Os não ruminantes possuem apenas um estômago e é isso que difere entre ruminantes e não-ruminantes 2. Explique como os ruminantes são capazes de manter a concentração de glicose corporal mesmo sem ocorrer absorção de glicose pelo intestino delgado. Explique se esse processo ocorre em animais não ruminantes e descreva como são capazes de manter a concentração de glicose sanguínea. Os carboidratos não estruturais (CNEs) têm elevada importância por serem fontes concentradas de energia de rápida disponibilidade. Quando se pretende elevar o teor de energia das dietas de ruminantes se aumenta a inclusão de fontes destes CHOs, o que pode levar a aumento no desempenho animal. A absorção de glicose nos ruminantes é baixa e não chega no intestino, pois o amido é degradado na fermentação do rúmen. A glicose é sintetizada pelo propionato, proveniente da fermentação ruminal. Desta forma, ruminantes tem alta dependência da gliconeogênese no fígado para a produção de glicose e manutenção dos seus níveis sanguíneos. Em não ruminantes, a glicose está diretamente relacionada com o quanto de amido é ingerido. No corpo de não-ruminantes, reservas de glicogênio são recrutadas no jejum e, ao não se alimentar, o corpo começa a mobilizar aminoácidos musculares - alguns são precursores da glicose. 3. Descreva o trato gastrintestinal de um suíno e de um bovino, apresentando suas diferenças e funções (por local), inclusive enzimas e locais de digestão dos principais nutrientes (proteína, carboidratos e lipídios). O sistema digestivo dos bovinos compreende boca, faringe , esôfago, pré-estômagos (rúmen, retículo , omaso) , abomaso (estômago verdadeiro ou glandular) , intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus . Os órgãos acessórios são: dentes, língua , glândulas salivares, fígado e pâncreas. Pela presença dos pré-estômagos, os bovinos, assim como a cabra, a ovelha , o búfalo, o camelo e os cervídeos, são classificados como poli gástricos ou ruminantes , animai s que têm capacidade de ruminar , consistindo na regurgitação dos ali mentos ingeridos, na remastigação e em nova deglutição. O suíno é um animal monogástrico que apresenta seu trato digestivo relativamente pequeno e com reduzida capacidade d e armazenamento. Possui alta eficiência no processo de digestão de alimentos e na posterior utilização dos produtos finais da digestão, necessitando regularmente de dietas bem concentradas e balanceadas. Possuem baixo aproveitamento de fibras, já que seu trato digestivo não cria condições para a instalação de microrganismos responsáveis pela digestão deste tipo de material . O processo de digestão dos suínos inicia-se pela boca , passando pela faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. Pâncreas e fígado atuam como órgãos anexos ao sistema gastrointestinal . A boca do suíno é formada pelos lábios inferiores e superiores, bochechas, palato duro , língua , dentes e glândulas salivares. Boca: Local onde o alimento é mastigado e ensalivado, começando o processo de digestão mecânica e a digestão química de carboidratos com a enzima amilase salivar. Faringe: Local de passagem do alimento: Esôfago: Alimento é deglutido em direção ao estômago pelos movimentos peristálticos. Estômago: Local onde há a ação de ácido clorídrico (HCl) que é capaz de quebrar as ligações da proteína bem como a secreção de pepsina, enzima que auxilia a digestão de proteína. Intestino delgado (duodeno, jejuno, íleo): Neste local a digestão de proteínas, carboidratos e lipídeos é concluída com a secreção de diversas enzimas, sintetizadas no pâncreas e no fígado, como tripsina, quimiotripsina, amilase pancreática. Além disso, é o local em que ocorre a absorção da maioria dos nutrientes. Intestino grosso (ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmoide): Local onde ocorre a parte final da absorção dos nutrientes, bem como a absorção de água e onde o bolo fecal tem seu maior desenvolvimento para posterior excreção. Reto: Local onde são armazenadas as fezes. Ânus: Parte final que possuí esfíncteres para eliminação das fezes. Os ruminantes tem um processo de digestão que envolve uma relação de mutualismo com bactérias fermentativas no rúmen. Assim, após o alimento ser deglutido sua primeira parada é no retículo, uma das câmaras estomacais que é responsável por filtrar particular menores para continuar no rúmen, para ser fermentado. Assim, partículas maiores de alimentos são regurgitados do retículo para a boca para serem novamente triturados e serem digeridos mecanicamente. Já no rúmen, ocorre a maior parte da fermentação dos alimentos pelas bactérias formando ácidos graxos voláteis, é a maior e mais importante câmara estomacal dos ruminantes. Posteriormente, o omaso é responsável principalmente por filtrar a água e, dessa forma, filtrar se o alimento antes fermentado está disponível para ir para o estomago verdadeiro, o abomaso. O abomaso é semelhante ao estômago glandular dos não ruminantes, que possui HCL e outras enzimas para a digestão, como a pepsina e pepsinogênio, por exemplo. 4. Qual a importância em se fazer análise química e bromatológica dos alimentos? Como os alimentos podem ser classificados para a sua utilização/composição e características e dê exemplos deles. Se faz análise bromatológica para verificar a composição química dos alimentos, valor alimentício e calórico, propriedades físicas, químicas, toxológicas e sua ação no organismo. Logo, quando temos esses dados, podemos fazer uma dieta mais econômica e de qualidade, aumentando a eficiência e diminuindo custos na produção de leite ou carne. Os alimentos são classificados em volumosos, concentrados e minerais, vitaminas e aditivos. Volumosos: secos, úmidos, ensilados. Concentrados: energéticos e protéicos - origem animal e vegetal. Os alimentos volumosos são aqueles que apresentam > 18% de fibra bruta (FB) na matéria seca, possuem baixo conteúdo energético. Eles se distinguem em volumosos secos - fenos, palhas, cascas de cereais, bagaço de cana; volumosos verdes/úmidos - cana-de-açúcar, folhas, ramas; volumosos ensilados - silagem de milho, sorgo, cana. Alimentos que apresentam < 18% de FB na matéria seca são denominados alimentos concentrados e podem ser divididos em energéticos ou basais, quando possuem < 20% de proteína bruta (PB) e em protéicos quando possuem > 20% de PB na mesma base. Esses concentrados podem ser concentrados energéticos - milho, trigo, centeio, arroz, sorgo, aveia, cevada;concentrados protéicos - amendoim, soja, algodão, linho, mamona, girassol, canola. 5. Explique como são confeccionados a silagem e o feno? Quais as diferenças existentes entre silagem e feno? Quais cuidados dever ser tomados durante o processo de confecção de ambos? Silagem: colheita da planta em ambiente anaeróbico (sem presença de oxigênio), com umidade máxima de 35%, e com disponibilidade de açúcares para o crescimento dos micro-organismos. Após a colheita, há o processo de trituração (moagem). A moagem facilita o acesso dos micro-organismos a esses açúcares e está relacionada a facilidade de compactação da massa ensilada e consumo. O milho e o sorgo são as espécies forrageiras mais utilizadas para ensilagem. Feno: A fenação deve ser realizada em dia seco e ensolarado para que ocorra o processo de perda de umidade da planta. Após a secagem, a forrageira é recolhida e enfardada. No processo de ensilagem, a forragem é fermentada na ausência de oxigênio e tem sua conservação assegurada pela redução do pH. Na fenação, a forragem é desidratada, e, pela redução da umidade, cessa o processo metabólico da planta. Com isso, o material é preservado. Silagem: conservação da forrageira a partir da fermentação dos açúcares presentes na planta. Fenação: desidratação da forrageira cortada para posterior armazenamento e utilização. Dentre os cuidados a serem tomados, para a produção de feno é necessário que seja feito em dias ensolarados e sem previsão de chuva. Para a produção da silagem, é importante que seja feito a vedação de forma correta para evitar a entrada de outros microrganismos que poderão estragar a silagem. 6. Explique quais são os motivos e quais práticas de manejo podem ser adotadas para acelerar a transformação do pré-ruminante em ruminante. Os fatores que aceleram a transformação do pré-ruminante em ruminante são o acesso a fibra (volumoso), inoculação com bactéria ruminal – a presença da mãe junto com o recém-nascido através da lambedura passa via saliva bactérias ruminais – disponibilização de pastagem e feno, evitar a ingestão da silagem por conta da acidez, ingestão de concentrados e disponibilização de muita água, pois o ambiente aquoso favorece a interação da bactéria e substrato 7. Quais as funções dos carboidratos não-fibrosos na dieta de animais ruminantes e de animais não-ruminantes? Dê exemplos de alimentos ricos em CNF. Explique como ocorre acidose ruminal? Quais os fatores que podem afetar este processo? Como pode ser evitada? Os carboidratos não fibrosos apresentam alta taxa de fermentação, levando à redução do pH ruminal e influenciando o desenvolvimento da flora ruminal; já os carboidratos não fibrosos apresentam baixa taxa de fermentação e estimulam a ruminação, bem como a maior salivação do animal. Ácidos orgânicos, monooligossacarídeos, amido, frutanas, galactanas, substâncias péticas, são exemplos de CNF. A acidose ruminal é um efeito adverso decorrente da maior disponibilidade do amido (acima de 60%), ocorrendo sempre que o teor de FDN for maior que 27%, ocasionando reduções da digestibilidade dos carboidratos estruturais, bloqueando a fermentação da fibra e diminuindo a produção de acetato. Causa efeito de enchimento se tiver ingestão de volumoso. Dessa forma, os mecanismos de tamponamento do rúmen (a saliva, fosfato, e ureia e a absorção de AGV) podem ser suplantados, e o pH ruminal pode cair para níveis críticos abaixo de 5,5 como resultado do acúmulo indesejável de AGV’s e o lactato no rúmen. Essa queda de pH provoca intensas modificações no ecossistema ruminal, com redução de populações de microrganismos celulolíticos, com redução da degradação dos carboidratos estruturais. 8. Quais as funções da fibra na dieta de animais ruminantes e de animais não- ruminantes? Caracterize os carboidratos estruturais. Descreva como é o aproveitamento da fibra na dieta de animais ruminantes e animais não-ruminantes A fibra estimula a mastigação, serve como substrato aos microrganismos, contribui para manutenção dos padrões fermentativos e estabilidade do ambiente ruminal. Assim, a fibra na dieta de ruminantes quando não disponibilizada em quantidade e qualidade aos animais, pode comprometer o desempenho e interferir nas características dos seus produtos finais, além de causar distúrbios no metabolismo energético dos animais. Carboidratos estruturais são os carboidratos encontrados na parede celular dos vegetais e que são necessários para o crescimento das plantas. A parede celular é composta por pectina, celulosa, hemicelulose, lignina, complexos fenólicos e proteína. O aproveitamento de alimentos fibrosos pelos ruminantes está relacionado à síntese e secreção de enzimas pelos microrganismos do rúmen, promovendo a hidrólise da parede celular das plantas, pois tanto na saliva como no suco pancreático dos mamíferos existem enzimas hidrolíticas (amilases) capazes de catalisar a quebra das ligações glicosídicas α-1,4 do amido e do glicogênio, mas não das ligações β-1,4 da celulose, sendo assim alguns microrganismos, como os que habitam o rúmen de herbívoros, são capazes de hidrolisar as ligações β- 1,4 da celulose e utilizá-la como fonte de energia 9. A celulose assim como o amido são constituídos de glicose. Explique as diferenças nas formas de utilização durante o processo digestivo por animais ruminantes e de animais não-ruminantes? A absorção de glicose é baixa no intestino dos ruminantes já que praticamente todo o amido é degradado na fermentação no rúmen. O propionato, precursor da glicose na gliconeogênese, é proveniente da degradação do amido na dieta. Assim, os ruminantes têm alta dependência da gliconeogênese no fígado para a produção de glicose. A celulose é fermentada de forma mais lenta pela microbiota do rúmen, enquanto que a fermentação do amido ocorre de forma mais rápida. Nos não ruminantes, a glicose depende do amido ingerido e a gliconeogênese é menos importante pois não possuem precursores e a celulose não é aproveitada no seu TGI, sendo eliminada nas fezes. 10. Descreva como ocorre o metabolismo digestivo do Nitrogênio (proteico e não proteico) em animais ruminantes e não-ruminantes. Como são atendidas as necessidades corporais de aminoácidos para os animais ruminantes e não- ruminantes. Explique as principais diferenças. Como é possível o animal ruminante ingerir ureia, que fonte de Nitrogênio não-proteico e aproveitar como fonte de proteína. Não-ruminantes: realizam o metabolismo de proteínas por duas vias - endógena e exógena. Endógena: aminoácidos nos quais os indivíduos são capazes de sintetizar pelo próprio organismo a partir de outros substratos. Exógena: aminoácidos que os indivíduos não são capazes de sintetizar e necessitam suprimir na alimentação - aminoácidos essenciais. Já os ruminantes, possuem um metabolismo totalmente diferente, já que conseguem sintetizar todos os AA necessários para o seu organismo a partir da relação interespecífica com as bactérias em seu TGI. Isso ocorre, pois, as bactérias são capazes de sintetizar AA a partir da amônia e, necessariamente de uma fonte energética preferivelmente de carboidratos, e correspondem de 50% a 100% de toda a quantidade proteica necessária para os ruminantes. Os ruminantes inclusive podem se utilizar de fontes de nitrogênio proteico e não proteico, pois as bactérias são capazes de sintetizar AA a partir de Amônia e Ureia, por exemplo. A ureia é hidrolisada pela enzima urease no rúmen, que libera amônia, o composto que as bactérias no TGI utilizam para sintetizar os AA para os ruminantes. Assim, a ureia pode ser utilizada como suplemento para ruminantes, que conseguem sintetizar AA a partir deste composto nitrogenado não proteico (com o auxílio das bactérias), diferentemente dos não ruminantes, que não conseguem aproveitar a uréia na dieta. Faça a avaliação de sua participação na disciplina quanto a presença e participação,disciplina, organização, questionamentos, estudo em casa, pesquisa individual, leitura dos textos, realização das tarefas, entrega nos prazos, etc. NOTA DA AUTO-AVALIAÇÃO:___6____ “O sucesso só é conquistado com esforço, seja ele em qualquer área. Deixe a preguiça de lado participe das aulas e estude, sua vida será mais feliz pois nada apaga o conhecimento.” Prof. Dr. Luís Ítavo
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