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FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL 2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................... 03 1. A MUDANÇA COMEÇA EM NÓS .............................................................................................. 04 2. EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA .................................................................................... 05 3. EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA ....................................................................................... 06 4. EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL ........................................................................................... 08 5. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO .................................................................................................. 11 6. TÉCNICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................... 12 7. TRÊS TÉCNICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................................................... 16 8. CARTA AOS PROFESSORES ...................................................................................................... 18 9. COMO ORGANIZAR UM PASSEIO À FLORESTA ........................................................................ 20 10. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO-FORMAL ................................................................................ 22 11. DUAS IDEIAS PARA PROJETOS ............................................................................................... 25 12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EMPRESA .................................................................................. 27 13. EDUCAÇÃO AMBIENTAL INFORMAL ...................................................................................... 28 14. AGENDA 21 ............................................................................................................................ 30 15. TRATADO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS E RESPONSABILIDADE GLOBAL ...................................................................................................... 32 16. MODIFICAR ATITUDES E PRÁTICAS PESSOAIS ....................................................................... 38 17. MEIO AMBIENTE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ..................................................................... 39 Referencias ................................................................................................................................. 45 3 APRESENTAÇÃO EDUCAÇÃO AMBIENTAL A unidades de conservação são porções de um ecossistema preservados em lei. Cada Estado possui parques, reservas e áreas de proteção que se constituem em verdadeiras salas de aula privilegiadas para o ensino da Educação Ambiental. Nesta foto, o autor faz uma palestra dentro da Reserva Biológica de Poço das Antas, em Silva Jardim (RJ), para alunos da Rede Municipal de Ensino, técnicos e comunidade, conscientizando sobre a importância da mobilização da sociedade para a preservação dessas últimas “testemunhas verdes” da antes exuberante natureza do País. O estudo do ambiente deve ter por fim despertar apenas secundariamente o aluno para os conhecimentos sobre os fatos do ambiente. O objetivo primordial deve ser formar a sua inteligência, a sua capacidade de descobrir e de encarar os problemas. - Pedagogia do Meio Ambiente - Louis Percher; Pierre Ferrant; Bernard Blot. 4 1. A MUDANÇA COMEÇA EM NÓS Todos nós desejamos viver num mundo melhor, mais pacífico, fraterno e ecológico. O problema é que as pessoas sempre esperam que esse mundo melhor comece no outro. É comum ouvirmos pessoas falando que têm boa vontade para ajudar, mas como ninguém as convida para nada, nem se organizam, então não podem contribuir como gostariam para um mutirão de limpeza da rua, por exemplo, ou para plantio de árvores. Pessoas assim acabam achando mais fácil reclamar que ninguém faz nada, ou que a culpa é do “Sistema”, dos governantes ou empresas, mas não se perguntam se estão fazendo a parte que lhes cabe. Por outro lado, é importante não ficar esperando a perfeição individual - pois isso é inatingível. O fato de adquirirmos consciência ambiental, não nos faz perfeitos. O importante é que tenhamos o compromisso de ser melhor todo dia, procurando sempre nos superarmos. Também não podemos cometer o erro de subordinar a luta em defesa da natureza às mudanças nas estruturas injustas de nossa sociedade, pois devem ser lutas interligadas e simultâneas, já que de nada adianta alcançarmos toda a riqueza do mundo, ou toda a justiça social que sonhamos, se o planeta tornar-se incapaz de sustentar a vida humana com qualidade. Durante anos tenho sido requisitado para palestras em escolas, empresas e comunidades para falar sobre educação ambiental, entre outros temas. Este livro é uma forma de democratizar este conhecimento. Procurei reunir aqui um pouco das experiências que acumulei em vários anos de militância com movimento popular, sindical e ecológico e na administração pública municipal, desde 1984, quando participei da fundação das Organizações Não-Governamentais (ONGs) UNIVERDE, em São Gonçalo (RJ), e em seguida com a fundação do Defensores da Terra, Rio de Janeiro (RJ) em 1988, além da experiência acumulada na elaboração e coordenação executiva de inúmeros projetos de educação ambiental seja nas prefeituras de Niterói e São Gonçalo, seja como consultor na Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. A pedagogia do meio ambiente é, incontestavelmente, uma pedagogia da ação, isto é, dos alunos tomarem a seu próprio cargo problemas, precisamente porque estes problemas dizem respeito a todos em sua vida cotidiana, e não poderiam ser regulados pela simples recitação de informações. Pedagogia do Meio Ambiente - Louis Percher; Pierre Ferrant; Bernard Blot. 5 2. EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA As árvores não são derrubadas, a fauna sacrificada ou o meio ambiente poluído por desconhecimento de nossa espécie dos impactos dessas ações sobre a natureza. A falta de conhecimento, assim como a falta de consciência ambiental são grandes responsáveis pelas destruições ambientais. Mas não é só isso. O meio ambiente é destruído, também – e principalmente – devido ao atual estágio de desenvolvimento existente nas relações sociais de nossa espécie. Certos caçadores e desmatadores, por exemplo, possuem muito mais conhecimentos sobre ecologia, natureza e a vida silvestre que muitos ecologistas, mas usam esses conhecimentos para destruir e matar. Na década de 70, governos internacionais preocupados com a rápida destruição dos recursos naturais e a poluição do planeta, defenderam a tese do crescimento zero, ou seja, congelar os níveis de progresso à época. Ora, por diversas vezes du- rante nossa história econômica, o Brasil teve crescimento abaixo de zero, portanto negativo, e nem por isso viu diminuído seus problemas ambientais, muito pelo contrário. Devido a crise econômica, as empresas investiram menos em controle de poluição. A destruição da natureza não resulta da forma como nossa espécie se relaciona com o planeta, mas da maneira como se relaciona consigo mesma. Ao desmatar, queimar, poluir, uti- lizar ou desperdiçar recursos naturais ou energéticos, cada ser humano está reproduzindo o que aprendeu ao longo da história e cultura de seu povo. Portanto, a ação destruidora não é um ato isolado de um ou outro indivíduo, mas reflete as relações culturais, sociais e tecnológicas de sua sociedade. Então, é impossível pretender que seres humanos explorados, injustiçados e desprovidos de seus direitos de cidadãos consigam compreender que não devam explorar outros seres vivos, como animais e plantas, considerados inferiores pelos humanos. A atual relação de nossa espécie com a natureza é apenas um reflexo do atualestágio de desenvolvimento das relações humanas entre nós próprios. Vivemos sendo ex- plorados, achamos natural explorar os outros. Não há educação ambiental sem participação política. Logo, não é de estranhar que os governos até hoje não tenham conseguido estabelecer diretrizes e investir realmente em educação ambiental, pois é impossível estimular a participação mas não garantir os instrumentos, direitos e acesso à participação e interferência nos centros de decisão. Não é à toa que os Conselhos de meio ambiente, nas diversas esferas do governo, onde se prevê a participação direta da sociedade civil, funcionam ainda tão precariamente, isso quando conseguem funcionar. O ensino sobre o meio ambiente deve contribuir principalmente para o exercício da cidadania, estimulando a ação transformadora, além de buscar aprofundar os conhecimentos sobre as questões ambientais de melhores tecnologias, estimular mudança de comportamentos e a construção de novos valores éticos menos antro- pocêntricos. A educação ambiental é fundamentalmente uma pedagogia de ação. Não basta se tornar mais consciente dos problemas ambientais sem se tornar também mais ativo, crítico participativo. Em outras palavras, o comportamento dos cidadãos em relação ao seu meio ambiente, é indissociável do exercício da cidadania. A educação ambiental não é neutra, mas ideológica. É um ato político baseado em valores para a transformação social. Tratado de Educação Ambiental Para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. (Fórum Global da ECO 92) 6 3. EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA O ensino para o meio ambiente está intimamente associado à Cultura. Por que as pessoas em geral se preocupam tão pouco com os problemas ambientais? Por que é preciso sempre muito esforço para mobilizá-las em defesa de seu meio ambiente? Para responder isso é importante compreender uma das mais cruéis conseqüências do modelo de de- senvolvimento adotado para o Brasil: a perda da identidade cultural de grande parte da po- pulação. Ao migrar das cidades do interior para a capital, além de todos os problemas que acarretam com a concentração urbana, os grandes contingentes populacionais ainda perdem sua identidade cultural, sua memória. Sem essa identidade cultural, é como se cada pessoa vivesse isolada num mar enorme, cercada de gente igualmente solitária por todos os lados. Sem identidade cultural, importa muito pouco saber que o patrimônio da coletividade, seja ambiental, seja arquitetônico, histórico, cultural, a própria rua, a praça, está sendo ameaçado ou destruído. À medida que essa gente não se sente dona desses espaços coletivos - que são considerados como terra de ninguém ou como pertencentes aos governos dos quais não gostam - também não se mobilizam em sua defesa. Assim, não há nenhuma sensação de perda diante de uma floresta que deixa de existir ou de um lago ou manguezal aterrado, pois a população residente, em sua maior parte, por não ter identidade cultural com o lugar em que vive, também não se sente parte dele. Esse fenômeno acontece, hoje, principalmente nas periferias das grandes cidades brasileiras, onde se concentram milhares de trabalhadores que usam as cidades apenas para dormir constituindo-se em mão-de-obra pendular casa-traba- lho/trabalho-casa das grandes cidades. Existe uma grande população, mas não um grande povo. Essa alienação tem sido muito conveniente para as classes no poder, que aprenderam ainda a dominar com muita competência os meios de comunicação, principalmente a televisão, para substituir rapidamente os valores culturais tradicionais por outros mais convenientes a seus interesses, ao mesmo tempo em que desestimulam e depreciam os va- lores nativos, afinal, ninguém gosta de ser chamado de caipira, como sinônimo de atraso. Um educador ambiental precisa ter clara compreensão dessa realidade, procurando, primeiro, associar-se às lutas populares pelo resgate cultural e, segundo, desenvolvendo técni- cas, como a memória viva, para iniciar uma formação de identidade cultural dos educandos com o lugar em que vivem. Nesse ponto retorna a questão fundamental da linguagem. É preciso partir da per- cepção dos educandos sobre o que são as questões ambientais, e não da dos educadores, para que os alunos assumam como suas as melhorias ambientais e a defesa de seu patrimônio ambiental, e não uma imposição dos governos ou da escola. Nesse sentido, o professor não deve pretender ser um condutor de novos conhecimentos, pois não se trata apenas de estimular o aluno a dominar maior número de informações, mas assumir o papel de estimulador, motivador, instrumento, apoio, levando os alunos a elaborarem seu próprio conhecimento sobre o que seja meio ambiente e o que ele - aluno -, pode fazer para evitar as agressões. A educação ambiental, à medida que se assume como educação mais política do que técnica, assume também o processo de formadora da identidade política e cultural de um povo. Nesse sentido, alinha-se a todas as lutas e movimentos da sociedade pela cidadania. Por isso é fundamental que o educador ambiental fale uma linguagem que seja percebida por todos, evitando reforçar uma visão romântica de meio ambiente ou a idéia que ecologia é um assunto secundário, preocupação de elites e de segmentos da população que já resolveram seus problemas básicos de sobrevivência. É fato que, por mais carente que seja, a população possui consciência ecológica, só que essa percepção é bastante romântica associando-se mais à proteção das plantas e dos animais e menos à qualidade de vida da espécie humana, como se não fizéssemos parte da natureza. 7 Para a maioria, lutar pelo fim das valas de esgotos a céu aberto, más condições de trabalho nas fábricas não tem nada a ver com meio ambiente. Nada mais falso, pois ecologia em países pobres é combater o esgoto a céu aberto, o lixo não recolhido, a água contaminada, etc. Para a população, especialmente a mais carente, as questões ecológicas devem ser associadas à qualidade de vida. Por exemplo, as diversas poluições, o lixo tóxico, os agrotóxicos são temas ligados à saúde; os desmatamentos e os reflorestamentos ligados à saúde e também à segurança civil, e por extensão, à moradia; as teses da descentralização econômica, de pólos industriais, de empresas poluidoras são ligadas a emprego e a salário; erosão, destruição de recursos naturais, ocupação de leitos de rios e de encostas, também associados à moradia; as ciclovias, os transportes de massa em vez de coletivos, o gás natural em vez de diesel, associados ao transporte mais confortável e barato, e assim por diante. Artigo 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Po- der Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988. 8 4. EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL Compreendemos a chamada Educação Ambiental Formal, como aquela educação sobre conceitos ambientais aplicados em sala de aula, através do currículo. Deve ser multi-disciplinar, evitando concentrar o ensino sobre meio ambiente na ca-deira de Ciências, a fim de não reforçar os aspectos físicos da questão, em detrimento dos demais aspectos sócio- econômicos, políticos, éticos, etc., pois a Educação Ambiental é en-sino para a cidadania. Princípios Básicos O educador ambiental deve procurar colocar os alunos em situações que sejam formadoras, como por exemplo, diante de uma agressão ambiental ou de um bom exemplo de preservação ou conservação ambiental, apresentando os meios de compreensão do meio ambiente. Em termos ambientais isso não constitui dificuldades, uma vez que o meio ambiente está em toda a nossa volta. Dissociada dessa realidade, a educação ambiental não teria ra-zão de ser. Entretanto, mais importanteque dominar informações sobre um rio ou ecos-sistema da região é usar o meio ambiente local como motivador, para que o aluno seja levado a compreender conceitos como, por exemplo: VISÃO FÍSICA: Nada vive isolado na natureza. Tudo está inter-relacionado. Assim como influenciamos no meio, somos influenciados por ele. Um ser depende do outro para sobreviver. Não existem seres mais ou menos importantes para o conjunto da vida no planeta. A única coisa importante é a rede de relações que todos os seres vivos mantém entre si e com o meio em que vivem. Rom-pida esta "teia", ou diminuída em sua capaci-dade, a vida corre perigo. VISÃO CULTURAL: O meio ambiente não é constituído apenas pelo mundo natural, onde vivem as plantas e os animais, mas também pelo mundo construído pelo ser humano, suas cidades, as zonas rurais e urbanas. Estes dois mundos relacionam-se e influenciam-se reciprocamente. Somos resultado dessas duas evoluções, a natural e a cultural. VISÃO POLÍTICO-ECONÔMICA: O poder não está distribuído de maneira igual por toda a humanidade, sendo diferente, portanto, a distribuição das responsabilidades de cada um pela destruição do planeta e pela construção de um mundo melhor. Cada cidadão pode e deve fazer a sua parte, mas os empresários, políticos, administradores públicos, etc., têm uma responsabilidade muito maior. Atrás de cada agressão à natureza estão interesses sócio- econômicos e culturais de nossa espécie, que usa o planeta como se fosse uma fonte inesgotável de recursos. As relações entre a espécie humana e a natureza estão em desequilíbrio por que refletem a injustiça e desarmonia das relações entre os indivíduos de nossa própria espécie. VISÃO ÉTICA: A mudança para uma relação mais harmônica e menos predatória e poluidora com o planeta e as outras espécies depende de todos, mas especialmente começa em cada um de nós, individualmente, através de dois movimentos distintos: um para dentro de nós mesmos e de nossa família, com adoção de novos hábitos, comportamentos, atitudes e valores; e outro para a sociedade em torno de nós, buscando a união com outros cidadãos para influir em políticas públicas e empresariais que levem em conta o planeta, a qualidade de vida, a justiça social. Logo, por mais que o ensino para o meio ambiente mude de lugar para lugar, em função das diferentes realidades, alguns princípios estão presentes praticamente em todas as situações, tais como: 9 Defina palavras e conceitos Defender a natureza, a flora e a floresta, o meio ambiente, a ecologia. Preservar os ecossistemas e os habitats, combater a depredação dos recursos naturais, a poluição de ma-nanciais e do lençol freático. São palavras e conceitos que se tornaram comuns hoje em dia, mas afinal, do que se trata? É preciso definir o que se está falando, tomando o cuidado de não cair num tecnicismo que distancie o aluno da ação transformadora que ele precisa empreender como cidadão de seu tempo. Mostre a importância Por mais sério que seja, ninguém consegue ter a sen-sação de importância por uma coisa abstrata, fora de sua realidade. Antes de se importar com a sobrevivência das outras espécies, o aluno precisa es-tar consciente de sua própria importância, sua capacidade de interferir no meio ambiente e de agir como cidadão. Afinal, como respeitar espécies consideradas inferiores se o aluno percebe que não há respeito entre os indivíduos de sua própria espécie? Estimule a reflexão A cada ação deve corresponder uma reflexão, pois não é possível pretender transformar o mundo ou criar uma relação mais harmônica com a natureza ou os outros indivíduos de nossa própria espécie baseando-se apenas no academicismo, onde se acumula um volume imenso de conhecimentos e informações sem que isso reverta em melhoria das condições de vida; ou no tarefismo, onde se procura transformar o mundo pela ação direta, como se nosso esforço fosse o suficiente para contagiar a todos. O equilíbrio entre as duas forças deve ser o objetivo de uma boa educação para o meio ambiente. Estimule a participação Uma vez que o aluno já domina um mínimo de conhecimentos sobre palavras e conceitos e está consciente sobre a importância de seu papel como agente transformador o próximo passo é a participação. É no enfrentamento dos problemas de seu cotidiano que o aluno se formará como cidadão. Além disso, o jovem não precisa chegar à maioridade ou ter um diploma técnico para só então defender seus direitos a um meio ambiente preservado, pois cada omissão equivale à destruição de mais e mais recursos naturais, de mais e mais poluição. A mu-dança deve começar já, inicialmente através de novas atitudes e comportamentos, mas logo a seguir procurando engajar-se nas ações da sociedade em defesa do meio ambiente e da qualidade de vida. Para estimular os alunos, uma boa técnica é estabelecer parceiras com os grupos ecológicos comunitários do lugar, convidando-os para se integrarem ao trabalho na escola. Interesse-se a descobrir coisas novas Um diploma de conclusão de curso não significa o domínio total de um conhecimento. A gente continua aprendendo sempre. Interesse seus alunos pelos estudos da natureza, lendo com eles notícias recentes de jornais e revistas, comentando a última programação sobre ecologia na televisão. Estimule cantinhos da natureza na sala de aula, museus naturais, álbum de recortes, leituras coletivas de materiais etc. Faça junto com eles 10 O exemplo vale mais do que mil palavras. Os alunos são bastante impressionáveis diante da figura do professor. Ver o professor falar, falar, mas não agir conforme o que fala é desestimulante para os alunos e, ao mesmo tempo, um apelo ao não agir, considerar o ensino para o meio ambiente como mais uma disciplina aborrecida que deve ser estudada ape-nas para tirar uma boa nota. Aproveite a oportunidade e engaje-se com seus alunos na tarefa de se construir as novas relações com o planeta, afinal, essa é uma tarefa de cidadania, muito mais que um compromisso de trabalho. Saia da sala de aula O meio ambiente da sala de aula não é o mais adequado para ensinar sobre o mundo que está lá fora. Sair da sala de aula, entretanto, traz inúmeros problemas quando se dispõe de apenas 45 minutos para uma aula. Uma das soluções pode ser mutirão pedagógico com colegas de outras disciplinas, o que reforça o caráter interdiciplinar do ensino para o meio ambiente. Outra possibilidade é sugerir aos pais dos alunos que façam incursões em finais de semanas ou feriados para realizar estudos do meio ou investigar e fotografar um problema ambiental, levando no carro dois, três ou mais coleguinhas dos filhos. E isso nem é uma proposta absurda, já que muitos pais ajudam os filhos nos trabalhos escolares, e não deixa de ser um passeio interessante, além de promover a integração entre pais e alunos, escolas e comunidade. 11 5. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO A realidade muda de pessoa a pessoa, de acordo com o modo de vida e de interação com o meio, além das diferenças físicas. Assim, a educação ambiental será sempre diferente entre os que moram numa zona rural ou numa cidade, junto de uma floresta, rio ou ao lado de um pólo industrial. O desafio é encontrar a maneira mais adequada de abordar a questão ambiental em cada disciplina, já que não existem receitas prontas. O ensino para o meio ambiente, muito antes de ser uma especialização, é uma preparação para a vida. Quando chega a aprender sobre o meio ambiente, é sobre sua própria vida que o aluno aprende. Algumas sugestões e reflexões sobre a educação ambiental através de cada disciplina tradicional do currículo: Língua Portuguesa - Nada é mais estimulante que escrever sobre um tema que está em evidência, palpitante. Recortes de jornais e revistas, ou o último programa de televisão sobre ecologia têm o efeito de estimular a criatividade e a motivação para a escrita. Peça aos alunos que comentem a matéria jornalísticae apontem soluções concretas para os problemas, escrevam uma carta à autoridade, uma convocatória para a comunidade, etc. Muito importante é trabalhar com eles os termos e conceitos que não ficaram claros, solicitando que consultem dicionários e enciclopédias. Os passeios ecológicos são ótimos para estimular a escrita, através da elaboração de relatórios. Matemática - As questões ambientais fazem parte do dia a dia dos alunos. O professor pode propiciar situações de aprendizagem, estimulando os alunos a pensar sobre quantidades, percentagens, etc. envolvendo temas ambientais ligados à sua realidade. Geografia - Professores e alunos po-dem trocar informações entre si, e nenhum local propicia melhores estímulos que o rio ou floresta mais próximas, ou mesmo a praça, usando a técnica do estudo do meio, estimulando as formações de mu-tirões pedagógicos com as outras disciplinas. A visão crítica dos alunos contribuirá para transformá-los em agentes de mudança de sua própria realidade. Ciências - Acostumados a lidar com as questões da Biologia, Química e Física, os professores da área não deveriam encontrar dificuldades para o ensino do meio ambiente caso tivessem a preocupação de, primeiro, auxiliar os colegas de outras disciplinas a "ecologizar" suas aulas e, segundo, adotassem um ensino de ciências mais próximo da realidade e do interesse dos alunos, que ultrapasse os conceitos biológicos para incorporar o social, econômico e político. História - Estimule os alunos a consultar enciclopédias, ler reflexivamente os jornais em sala de aula, investigar as relações do passado com o meio ambiente e projetar essas relações para o futuro. Trazer para a sala de aula pessoas antigas da comunidade que possam falar aos alunos sobre como era a vida na comunidade. Educação Artística - A sucata é um excelente material para ampliar con-ceitos sobre reciclagem, sociedade de consumo, desperdício, além de estimular a criatividade. Com os materiais que normalmente são jo-gados fora pode-se fazer desde brinquedos até máscaras para dramatizações. Busque a inte-gração com as outras disciplinas. 12 6. TÉCNICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL Tendo recebido o convite do autor para escrever este capítulo, pensei no que poderia ser interessante para os leitores se envolverem ainda mais no tema Educação Ambiental. Espero que após a leitura de toda a obra, você esteja motivado a realizar experiências com seus alunos e amigos. Provavelmente, em pouco tempo, estará infectado pelo “biovírus” do ambientalismo, idealizando projetos, elaborando planos de ação e participando de encontros, seminários e cursos. Que bom se assim acontecer pois a natureza precisa cada vez mais de pessoas se transformando em busca da formação da consciência conservacionista! É importante ressaltar que as atividades deste capítulo existem para serem construídas com os participantes, e não para serem elaboradas previamente pelo coordenador. Os participantes precisam construir ou participar da construção de todo o processo. Quem vivencia, não esquece. a) Corrida Ecológica Esta atividade é uma adaptação de um conhecido jogo, cujos participantes vão saltado casas com seus peões de acordo com o número que ficar para cima após o lançamento de um dado. Desenhe em papel craft, cartolina ou no quadro de giz, o percurso da corrida. Marque 3 casas que conterão um aspecto positivo da natureza e 3 casas com um problema ambiental. O jogador que cair com seu peão numa casa que apresente um ponto positivo em relação ao meio ambiente, irá avançar algumas outras casas como prêmio. Mas, se cair em uma das casas de problemas ambientais será penalizado retrocedendo ou ficando uma rodada sem jogar. De posse do tabuleiro (percurso da corrida), do dado e dos peões que, certamente, você já aproveitou algum material para produzi-los, solicite aos participantes 3 pontos positivos e 3 negativos do meio ambiente de sua região ou comunidade. Peça que atribuam valores (em números) a cada um dos pontos ditados relacionando- os em colunas para facilitar a visualização. Exemplo: Pontos Positivos: Estação de tratamento de água – 5; Saneamento – 3; Reflorestamento - 2 Pontos negativos: Poluição do ar – 2; Lixo – 4; Desmatamento – 3 Você vai perceber como as pessoas têm mais facilidade de lembrar dos pontos negativos que positivos. Pense um pouco nisso. E agora, ATENÇÃO, pois chegou o momento mais importante de atividade. Quando os valores estiverem definidos, inicie uma série de questionamentos. Por exemplo: Vocês atribuíram 5 pontos para a Estação de Tratamento d’água e 3 pontos para o saneamento. Tudo bem, mas não poderia ser o contrário? Ou será os dois não são igualmente importantes e deveriam Ter a mesma pontuação? Por que vocês deram 3 pontos para desmatamento e 2 pontos para reflorestamento? É melhor desmatar que reflorestar? 4 pontos para o lixo e 2 pontos para a poluição do ar... O lixo é 100% pior que a poluição do ar? Você fará perguntas aparentemente despretensiosas, evitando induzi-los para alguma resposta. Lembre-se que os próprios participantes constroem o jogo. Você é apenas um facilitador. Este é o momento mais importante da atividade porque você provoca o debate. A idéia é mexer com a percepção e valores dos participantes trocando os números anteriormente estabelecidos quantas vezes forem necessárias. Isso ocorrerá de acordo com as novas opiniões dos participantes. 13 Você precisará apagar e colocar distintos números, todas as vezes que existirem sugestões e palpites. Se criar confusão, ótimo, pois neste caso, vale mais confundir do que você, arbitrariamente, definir os valores a partir de sua percepção. Finalizando. Você já tem: tabuleiro, os peões, o dado, os pontos positivos e negativos com os respectivos valores as 6 casas distribuídas ao longo do percurso. Acabou? Sim, mas seria ainda melhor se os participante inventassem avisos, lembretes, frases de efeito ou mensagens para cada uma das 6 casas que fazem avançar ou retroceder. Agora sim, pode começar. b) Quebra-cabeça Ecológico Este é um jogo mais aconselhável para crianças. E geralmente, crianças de divertem muito com quebra-cabeças. Peça aos participantes para conseguirem papelão e revistas usadas com fotografias. Solicite que selecionem variadas fotografias sobre meio ambiente e colem no papelão. Com uma tesoura, faça cortes livres produzindo assim um quebra-cabeça. É claro que neste momento você não vai pedir para as crianças manusearem a tesoura, pois é perigoso. É importante atentar para o fato de que as crianças sentem um maior prazer quando conseguem transpor um obstáculo mais difícil. Por isso, é interessante quebra-cabeça mais complicados com fotografias mais agradáveis. E quebra-cabeça mais simples, com fotografias que revelem a destruição da natureza e do ser humano. Quando a criança monta com rapidez um quebra-cabeça simples – algo que, para ela, não é tão interessante – depara com uma imagem degradante e, provavelmente, a memoriza de forma negativa. O mesmo acontece ao contrário, com um quebra-cabeça que estimula sua montagem e que, ao final, reflete uma imagem harmoniosa. c) Jogo do Slide Para esta atividade você vai precisar de um projetor de slides (diapositivos), molduras de slides, papel acetato transparente e canetas coloridas para retroprojetor. A idéia é pedir para os participantes fazerem uma imagem ambiental (desenho ou esquema) num pedaço de 3,5 x 3,5 cm de acetato. Melhor se for após uma aula, palestra ou filme. A feitura da imagem exigirá habilidade e tempo por causa do pequeno tamanho do papel. Os trabalhos realizados deverão ser anônimos, encaixados aleatoriamente nas molduras e exibidos um a um na parede com auxílio do projetor. É uma atividade que serve para qualquer faixa etária e todos gostam muito. Cada slide exibido deve ser avaliado pelos participantes. A imagem geralmente apresenta uma síntese do que sente a pessoa no momentoda elaboração. Cada traço, por mais simples que pareça, pode ter um significado importante para a evolução de toda a equipe. Os participantes, aos poucos, compreendem e interpretam melhor os distintos registros. Pode-se utilizar esta atividade como um instrumento de realização de um curso, oficina, conferência, etc. Importante também é fazer uma análise comparativa entre o micro e o macro ao registrar uma imagem num tamanho pequeno e logo em seguida, vê-la gigantesca na parede, servindo de objeto de análise de outras pessoas. Pode-se entender, neste caso, que as ações exercidas pelo ser humano, mesmo aparentemente pequenas, possuem um poder muito grande, poder que, em sua essência, pode traduzir um processo construtivo, mas também, destrutivo. Penso que esta atividade funciona melhor quando a imagem é feita no início de um Curso e a exibição só ocorre no final. Sem, contudo, que o participante saiba que sua minúscula imagem se transformará num slide a ser exibido. É sempre uma boa surpresa. 14 d) Presente da Natureza Estimular a cooperação e a integração é sempre útil para afinar as relações interpessoais, principalmente quando se trata de natureza e Educação Ambiental. Esta atividade surge a partir da famosa brincadeira do “Amigo Oculto”: O presente oculto. Todos trazem de casa um objeto retirado da natureza, com a orientação de não destruí-la. Pode ser uma flor, um arranjo de flores, uma planta, uma folha seca, uma pequena rocha, um curioso galho retorcido, uma fruta, uma verdura cultiva sem agrotóxico, etc. Todos os presente da natureza. Dobra-se papéis numerados até a quantidade total de participantes. Inicia-se o jogo com a pessoa que sorteou o nº 1, escolhendo um presente e desembrulhando. Continuando, o participante nº 2 pode tanto escolher um presente daqueles embrulhados , quanto pode pegar o presente do participante nº 1, justificando porém sua escolha. Assim, o nº 1 tem o direito de escolher outro da mesa, e só poderá trocar se, por ventura, alguém escolher mais uma vez seu novo presente. O participante nº 3 continua o jogo escolhendo um presente embrulhado da mesa ou o presente do participante nº 2 ou ainda, do participante nº 3. E assim sucessivamente, até que a brincadeira vai tomando forma e todos são contemplados. Os objetivos são estimular a cooperação e o diálogo, favorecer a sintonia entre os participantes e entender a natureza como um bem que deve ser utilizado por todos, mas com consciência, sabedoria e solidariedade. e) Feira Verde Esta é uma ação que deve ser desenvolvida com a participação de todos. Sendo assim, exige muito diálogo e paciência. Uma escola poderia todo ano assumir esta responsabilidade. Mas também, seria igualmente importante que Associações de Moradores, Igrejas e outros espaços comunitários desenvolvessem este tipo de iniciativas. Certamente você terá boas surpresas com o trabalho de pessoas aparentemente desmotivadas como também, terá decepções com a inexpressiva participação de alguns amigos. Mas, estas últimas não valem. Consiste em definir uma data com bastante antecedência, para fazer um movimento de um ou mais dias, aberto à comunidade e que ofereça uma gama de atividades simultâneas, como: mostras de trabalhos escolares, artísticos ou literários; resultado de concursos; murais de instituições convidadas; exposição fotográfica; painéis de Secretarias públicas; standes de ONGs convidadas; barracas de órgãos convidados, como Batalhão Florestal de Polícia Militar, Divisão de Combate a Incêndio do Corpo de Bombeiro, IBAMA e outros. Algumas datas que podem ser aproveitadas para implementar a FEIRA VERDE: 21 de março - Dia Mundial das Florestas 22 de abril - Dia da Terra 5 de maio - Dia do Sol 5 de junho - Dia Mundial do Meio Ambiente 19 de setembro - Dia Mundial de Limpeza das Praias 21 de setembro - Dia da Árvore 1 de outubro - Dia Internacional das Águas 3 de outubro - Dia do Habitat 4 de outubro - Dia Mundial dos Animais 6 de novembro - Dia da Pilha O objetivo desta ação é congregar a comunidade em torno de um tema gerador, incentivando a construção da consciência coletiva acerca da conservação do meio ambiente. 15 O importante será vivenciar o processo. Cada trabalho manual elaborado por uma criança, cada reunião preparatória organizada para definir atribuições, cada idéia apresentada, cada encaminhamento realizado, cada ofício preparado, cada lembrança e decisão de convidar uma palestrante, dente todos os outros atos e desdobramentos, ficará registrado na memória das pessoas envolvidas. Que trabalhos manuais as crianças e pessoas de outras idades poderão desenvolver? Por exemplo: modelagem em argila, papel artesanal, maquetes, terrários, desenhos individuais em papel ofício, desenhos coletivos em papel pardo. Imagine as paredes e muros como um cenário montado composto de, pelo menos, um trabalho de cada membro de instituição. É necessário reunir pessoas de perfil empreendedor para articular o comando das atividades. A responsabilidade e o compromisso serão qualidades fundamentais para o bom desenvolvimento do trabalho. Para tanto, deve-se redobrar a atenção para o cumprimento dos prazos estabelecidos no cronograma. Para enriquecimento da Feira Verde, você pode implementar o ECO-RÁDIO. Um pouco de articulação e boa vontade dos membros da comunidade, são suficientes para fazer funcionar no dia do evento, uma Rádio Ecológica. É um rádio comum emprestado por alguém, com fios (doados) interligando algumas caixas de alto-falantes tocando músicas com temas ambientais e informações relevantes para a área de meio ambiente, curiosidades, etc. Pode-se montar uma equipe de locutores voluntários participando sob a forma de escala, assim como definir quem será o editor, redator dos textos, colecionador dos temas e assuntos. 16 7. TRÊS TÉCNICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Estas três técnicas de educação ambiental, divulgados pela CETESB na cartilha "Educação e Participação", podem ser de grande utilidade tanto dentro quanto fora da sala de aula, pois possibilitam o encontro do aluno com o meio em que vive, desenvolvendo sua postura de análise, reflexão, crítica e ação. Pos-sibilita ainda o contato direto e o reco-nhecimento dos espaços físicos, bem como o encontro entre os que agem na mudança da sociedade e do meio natural. a. Estudo do meio Leva o aluno a estudar os diversos componentes da natureza e da sociedade, tornando-o mais consciente da realidade em que se insere. Consiste numa técnica de colocar o aluno em contato progressivo com todos os elementos do ambiente em que vive e atua (escola, comunidade, meio físico etc.), através de passeios ecológicos. Objetivos: O aluno deverá ser capaz de entrar em con-tato com a realidade, através de seus múltiplos aspectos, de modo objetivo e ordenado. Conhecer o meio a fim de senti-lo, usá-lo e aproveitá-lo; re-conhecer os aspectos negativos da sociedade, sem desenvolver rancores, porém de forma coerente, visando a superação dos males de forma construtiva. Planejamento: Deve ser realizado pelo professor com a participação dos alunos. É aconselhável um reconhecimento prévio do local a ser estudado. Com as informações e observações obtidas, os professores devem analisar as situações e escolher algumas para discuti-las com os alunos em função de cada disciplina. Para a coleta de dados tanto vale o relatório, quanto fotografias, entrevistas, consultas de arquivos etc. Os alunos devem atuar agrupados em equipes, cientes e preparados para as tarefas a serem cumpridas. Execução: Fazer a coleta de dados, elaborar o trabalho e tirar conclusões. Cada grupo redigirá um relatório referente à tarefa e se informará dos relatórios dos outros grupos, a fim de se obter uma visão global do meio estudado. Apresentação: Reunião para grupos exporem e discutirem seus relatórios, podendo-se usar diversas técnicas de apresen-tação: maquetes, slides, fotos, dramatização,painéis, jogral etc. b. Estudo de caso Leva o aluno a averiguar com aprofundamento uma situação particular que constitua principal ameaça ao meio a que pertence a comunidade e refletir sobre ela, a fim de contribuir para a solução. Por exemplo: indústria poluidora, fonte fixa de poluição, depredação ou destruição ambiental etc. Objetivos Conhecer melhor o meio através de contato com a realidade; descobrir aspectos particulares de um caso relevante na comunidade através de pesquisa e reflexão; servir de veículo de inte-gração entre várias disciplinas, séries, escola, comunidade e meio. Metodologia: 17 Reconhecimento do meio a ser trabalhado para seleção de caso; averiguação do campo e anotações; contatos necessários (entidades, pessoas pertinentes ao assunto); planejamento global da aplicação técnica; elaboração de instrumentos para coleta de dados; execução do planejamento; análise dos dados coletados; apresentação dos resultados finais. Planejamento: Direcionamento de conteúdo; qual a questão fundamental do caso? O que será mais enfocado no estudo? Quais os problemas relacionados e ocasionados por ele? Como isto está afetando o meio? Quem são os principais prejudicados e beneficiados? Como se processa e se processou o problema e por quê? Quais as alterações ocorridas e que poderão ocorrer? c. Memória viva Resgate de imagens conservadas na memória, através do relato de pessoa idosa ou experiente, da comunidade, aos alunos. Possibilita voltar a sentir sensações de alegria e tristeza de fatos vividos. É conhecer, recriar, reconstruir e retratar fatos ocorridos no passado e, com visão crítica e de análise, associar as mudanças do meio no decorrer do tempo. Objetivo: Proporcionar ao aluno a possibilidade de, em contato com o antigo meio, utilizar o raciocínio abstrato e associar as mudan-ças do meio no decorrer do tempo. Procedimentos: As pessoas escolhidas para a entrevista com os alunos devem ter raízes antigas no bairro e apresentar tendência a conversar, ouvir, dialogar. Ao entrevistado solicita-se; falar onde nasceu e como foi a infância; descrever a casa, escola, quintal, po-mar, o trajeto da casa a escola, os professores e colegas, o sistema de ensino; o bairro como foi criado, o que era o local antes (sítio, fazenda, chácara etc.), como era a disposição das casas na rua, no bairro, os recursos que o bairro apresentava quanto às áreas de uso coletivo como jardins, praças, bosques, parques, áreas verdes; os rios, riachos, os córregos que passam pelo bairro, se tinham águas límpidas, peixes; as pessoas os utilizavam para recreação e abas-tecimento etc. - e hoje, como está?; os hábitos alimentares; as festas religiosas e atividades culturais; as políticas e os políticos como eram e se haviam alguém que se interessava ou atuava em benefício do meio ambiente; qual a atividade econômica principal, quais os produtos agrícolas que existiam e quais perduram até hoje; a atividade industrial instalada no bairro e quais os benefícios e prejuízos que acarretaram no bairro, como barulho, fumaça, poluição etc.; a atividade comercial instalada no bairro e quais os benefícios e prejuízos decorrentes com a provável expansão do comércio; os sistemas e meios de transporte; o sistema de comunicação e como as pessoas faziam para informar-se. Ressalta-se que não há necessidade de ter pressa ou qualquer outra linearidade na prosa. Apresentação: É interessante que a realização da Memória Viva seja feita em conjunto com os estudos de caso e de meio. 18 8. CARTA AOS PROFESSORES “Você, professor, pode não se considerar um ecologista na acepção da palavra, mas naturalmente gosta de natureza e não acha bom quando a destroem. Mas o que fazer? Os poluidores costumam argumentar que a poluição é o preço do progresso. Mas será que existe só esse tipo de progresso? Claro que não! E, depois, progresso é para gerar desenvolvimento e bem estar, por isso não se justifica que prejudique a saúde da população com po-luição do meio ambiente. Esse tipo de pro-gresso não é progresso. É atraso. Então, a primeira coisa a fazer diante de uma agressão à na-tureza é NÃO FICAR CALADO! A Constituição nos garante que um meio am-biente preservado é direito de TODOS! Precisamos nos organizar para garantir nossos direitos a um meio ambiente limpo, para nós e para os que virão depois de nós! Mas como enfrentar problemas tão graves, se somos tão poucos? Pensando assim, muita gente que poderia ajudar, acaba ficando de fora. Se nenhum de nós nunca começar, nunca to-mar uma atitude pessoal e firme diante da poluição ao nosso meio am-biente, seremos sempre pou-cos. Mas você pode ajudar a mu-dar isso a partir de sua sala de aula, com seus alunos. REVEJA SEU PLANEJAMENTO ESCOLAR Introduza a questão am-biental em todas as matérias do seu plano de aula. A Educação Ambien-tal pode e deve estar presente em todas as ma-térias! Não só na Ciên-cia, mas também na Matemática, Português, História, Geografia, Artes etc. Encontrar as maneiras de fazer isso é um desafio para você. Con-verse com seus colegas da mesma disciplina e estudem juntos as possi-bilidades de incluir a questão ambiental em cada item do plano de aula. Use a criati-vidade. SAIA DA SALA DE AULA Será que aquele rio que passa ao lado da escola sempre foi poluído? Onde ele começa a fi-car poluído? Onde ele nasce? Que tipo de po-luição suja o rio? Quem suja mais? Como fazer para defender os rios? São perguntas que só po-dem ser respondidas botando o pé no chão, marcando dia e hora com sua turma para todos fazerem isso em equipe. Isto é só um exemplo das mui-tas possibilidades que você pode vivenciar com seus alunos. Mas para isso aconte-cer você deve primeiro vencer algumas barreiras como, por exemplo: "fazer atividades com alunos fora de sala é muito complicado, dá muito trabalho. Se em sala de aula eles já não obedecem direito, imagina na rua". Se preci-sar fa-zer a atividade num fim de semana ou feriado é ainda pior: "Sábado não é meu dia de trabalho, por tanto não vou me prejudicar"; ou então: "não tenho tempo". Como se a conquista dos nossos direitos precisasse de pessoas desocupadas. Pessoas de-socupadas normalmente não se interessam por coisa alguma, por isso são desocupadas. Tempo a gente arranja, ad-ministrando nossa vida. Tem um provérbio árabe que diz assim: QUANDO ALGUÉM QUER FAZER ALGUMA COISA, SEMPRE ARRANJA UM JEITO. QUANDO NÃO QUER FAZER, SEMPRE ARRANJA UMA DESCULPA! Por isso, estimule seus colegas a vencerem bar-reiras, se não, a natureza vai ficar cada vez pior, e os maiores pre-judicados seremos nós próprios e aqueles que virão depois de nós, como nossos filhos e netos. TRABALHE EM EQUIPE E BUSQUE AJUDA 19 Existem grupos ecológicos, Associações de Moradores, Sindicatos, Clubes de Serviço etc. que podem ser aliados. Pelo lado do Governo você pode contar também com ajuda, mas não alimente muitas ilusões. Os órgãos governamen-tais de meio ambiente normalmente carecem de verba e pessoal. De qual-quer maneira, você deve procurá-los ao constatar alguma irregu-laridade, exigindo direitos de cidadão. Então, a defesa dos nossos direitos ao meio ambiente preservado, é feita assim: buscando aliados nas for-ças populares, procurando os órgãos governamentais de meio ambiente, evitando ser envolvido ou iludido pelos adversá-rios naturais, que são aque-les que enriquecem com a destruição do meio ambiente. Experimente dividir essa tarefa com seus alunos: iden-tifique uma boa causa através do estudo do meio ou de caso, en-tre em contato com seus possíveis aliados, procure legislação e documentos sobre o problema, convoque técnicos para palestras na escola, escreva para en-tidades que tenham informações, pro-cure a imprensa para denunciar as agressões ambientais. Você vai descobrir que suas aulas se tornarão muito interessante e seus alunos bastante motivados. 20 9. COMO ORGANIZAR UM PASSEIO À FLORESTAMedo. É a primeira palavra que surge na cabeça das pes-soas que nunca puseram os pés numa floresta. Vai desde o medo com coisas reais, como cobras, buracos, ficar perdido etc., até o medo do imaginário como lobo mau, lobisomem etc. Ao entrar na floresta, após ter vencido ou controlado esses medos a tendên-cia é o extremo oposto, como se fosse uma festa, sendo desne-cessário fazer silên-cio, observar por onde se está indo ou onde pisa. Antes de fa-zer qualquer passeio à floresta, o professor deve preparar seus alunos, encontrando o meio termo entre o pa-vor sem fundamento e falta de cuidado ou desrespeito com a flo-resta. O silêncio é fundamental na floresta. Correria, gritos, baru-lhos muito fortes, assustam os moradores da floresta, como os pássa-ros, por exemplo, que param logo de cantar, privando-nos de um dos grandes prazeres da mata, que é o seu som. O ritmo da caminhada deve ser o do participante mais lento. Ter um objetivo definido para as observações também ajuda, pois são muitos os estímulos aos sentidos numa floresta. Só de tons de verde existem mais de 30 diferentes na mata. Sons nem se fala. Formas de folhas são uma infinidade. A floresta é uma verdadeira festa para os sentidos. É bom distribuir antes as tarefas sobre o que cada um deve fazer ou ob-servar para de-pois, ao voltar à sala de aula, fazer os relatórios do passeio. Do ponto de vista pedagógico, um passeio à floresta é uma rara oportunidade de integração entre as diferentes disci-plinas: língua portuguesa cuida dos relatórios escritos; mate-mática coleta materiais para experiências concretas em sala de aula; educação artística iden-tifica formas e materiais; e assim por diante. Algumas dicas que podem ajudar o professor: Onde ir. Para quê A discussão com os alunos dos lugares a serem visitados bem como ou-tros preparativos já serão motivo suficiente para sensibili-zar os alu-nos sobre temas do currículo. Basta ficar atento para as oportunidades que irão surgindo. É importante preparar os alunos antes para o que você pretende que observem durante o passeio, em função do roteiro e objetivos. A floresta a ser vi-sitada deve ser a mais próxima possível da comunidade. Não ajuda muito fazer viagens que só complicam e en-carecem o pas-seio, para conhecer outras realidades distantes dos alu-nos. Enfrente o Pessimismo Imobilista A tendência dos colegas e da escola é arranjar vários pretextos e dificuldades para desaconselhar o passeio. Por trás de todo esse "aconselhamento" está, na verdade, o co-modismo. Procure es-timular a escola para a realização de mu-tirões pedagógicos. Solicite Autorização É necessário estar devidamente autorizado tanto em ní-vel dos pais dos alunos, quanto da direção da escola. Caso o passeio seja numa área de proteção ambiental, não esqueça de também pedir autorização ao órgão responsável pela guarda da área, bem como informar-se dos horá-rios e até solicitar um téc-nico que conheça bem aquela área para orientar o passeio. Faça Uma Lista A relação do material necessário varia em função do tempo de duração do passeio e do local. Para os alunos: roupas e calçados con-fortáveis e que protejam de arranhões e insetos (tênis com meia, sunga ou biquíni para o caso de algum rio ou cachoeira pelo caminho, calça comprida, camiseta de manga com-prida para evitar insetos); pequena mo-chila com lanche frio (suco ou leite em caixinha, sanduíches, ovo cozido, frutas, biscoitos); água de beber: material para registros (caneta, ca-derno para escrever e desenhar, lápis e borracha, 21 gravador, má-quina fotográfica etc.); sacos para recolher o lixo e coletar mate-riais para o cantinho da natureza e museu natural. Para o Professor: os mesmos itens dos alunos e mais, papel higiênico para todos; mate-rial e manual de primeiros socorros (água oxigenada, mercúrio, gaze, esparadrapo, pomada anestésica, bandaid, algodão, atadura, amônia - para picadas de insetos, prote-tor contra queimaduras do sol, repelente, antialérgicos, anal-gésicos, álcool, tesoura, pinça, faca ou canivete etc.); fósfo-ros etc. Planeje Antes Programe bem o horário: tempo de viagem, hora para concentração, saída, paradas para lanche, retorno etc. Lembre-se que na mata escurece mais cedo. Planeje paradas estratégicas, em função das características locais, para aulas ao ar livre sobre temas curri-culares. Por isso é aconselhá-vel uma visita prévia do profes-sor. Procure fazer um mapeamento das trilhas e sempre vá acom-panhado por alguém que conheça o local, de preferência algum grupo ecológico que atue na área, para já ir fazendo a inte-gração escola- comunidade. O transporte pode ficar ao encargo de cada aluno se o local do passeio for perto, não sendo necessário ônibus ou algum esquema especial. Combine um ponto onde todos possam chegar de ônibus. Daí em diante é andar à pé. Pode ser uma boa oportuni-dade para ensinar seus alunos a se portarem ci-vilizadamente nas vias públicas. Prepare os Alunos Em função de cada uma das disciplinas, o que você pretende que seus alunos observem? Comece uns 15 dias antes a preparar o passeio com os alunos, falando sobre temas do currículo para explicar o que pode vir a ser observado durante a estada na floresta. É como utilizar o meio ambiente como laboratório vivo para as observações da natureza. É muito importante orien-tar seus alunos sobre a maneira correta de portar-se na flo-resta. Ela é a casa das árvores e dos animais. A gente não cos-tuma jogar lixo na casa dos outros quando vai visitá-los. A única coisa que podemos deixar numa floresta são pegadas. As únicas coisas que podemos tirar são fotografias (exceção aos materiais mortos para o museu ou trabalhos de arte a serem co-letados com critério). Relaxe e Aproveite Essa visita proporciona um clima de ensino e aprendizagem motivador. Preste atenção nos seus alunos, no brilho dos olhos, no interesse por tudo em volta. Você está vendo os ho-mens e mulheres que es-tarão, amanhã, cuidando dos destinos do planeta. Deles talvez dependa a sobrevivência da própria flo-resta que visitam. Não se preocupe só em ensinar. Procure aprender também com seus alunos. Ver o mundo pelos olhos das crianças e dos jovens. Um exercício que pode ser revigo-rante. “Contrapondo-se aos discursos genéricos e aos planos oficiais dos governos, diversos grupos organizados têm trazido a público o ponto de vista daqueles mais diretamente afetados pela degradação ambiental e por um modelo de desenvolvimento predatório.” - Educação Ambiental - Uma Abordagem Pedagógica dos Temas da Atualidade - CEDI/CRAB 22 10. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO-FORMAL Não-formal é aquela educação ambiental que não se limita à escola. Pode ser desen-volvida por autodidatas e através de projetos, como, por exemplo, a campanha Adote Uma Árvore ou a Gincana de Lixo. Deve buscar a integração escola-comunidade-governo- empresa, en-volvendo a todos em seu processo educativo. O Congresso de Belgrado, promovido pela UNESCO, definiu que a educação ambiental não-formal visa formar "uma população que tenha os conhecimentos, as competên-cias, o estado de es-pírito, as motivações e o sentido de parti-cipação e engajamento que lhe permitam trabalhar individual e coletivamente para resolver os problemas atuais e impedir que se repitam". 1. Como Fazer um Projeto de Educação Ambiental Há inúmeras formas diferentes para se elaborar um pro-jeto, mas certos elementos são comuns como, por exemplo título, objetivos, meto-dologia, recursos disponíveis e a conseguir, cronograma custos, refe-rências. Este modelo para projetos foi baseado no formulário do Fundo Mundial Para a Natureza (WWF). Entre-tanto não há um mo-delo universal para todos os casos. É preciso adaptar aos diferentes modelos de formulários a fim de obter patrocínio. Cada pa-trocinador costuma ter seu próprio modelo. Ligue antes e peça. a. CAPA Título: Dê um título ao projeto que já deixe claro o prin-cipal ob-jetivo. Pode ser um títulopequeno, uma ou duas pala-vras, com um subtítulo que identifique o objetivo a ser al-cançado. Candidato(s): Estipule os nomes e endereços dos responsá-veis pelo projeto. Forneça também o nome e endereço das instituições e se possível, o endereço e telefone para con-tato no campo. Endossamento institucional: Faça uma lista de organizações priva-das e/ou governamentais que apóiam o projeto que está sendo en-viado e acrescente cartas de apresentação. Período do projeto: Estipule as datas nas quais o financia-mento será solicitado. Orçamento total: Dê o custo total do projeto. Caso o pro-jeto seja de múltiplos anos, determine o custo global e o custo para cada ano. Resumo: o resumo deverá conter informações concisas sobre o requi-sitado na descrição do projeto. b. DESCRIÇÃO DO PROJETO Definição do problema ou assunto em questão: Faça uma definição concisa do problema ou assunto do projeto. Importância do projeto quanto ao tratamento do pro-blema ou assunto em questão: O leitor deve sentir que o problema pode ser tratado com su-cesso, num razoável período de tempo, com os re-cursos disponí-veis e que o projeto fará uma diferença mensurável no sentido de resolver ou melhorar o pro-blema. 23 Objetivos Situe os objetivos do projeto. Método/Plano de Ação: Defina os métodos que serão usados durante o projeto. Faça tam-bém um cronograma indicando, antecipadamente, as datas para as ações do projeto. A metodologia deve descrever como os obje-tivos serão alcançados. Verifique se fi-cou clara a co-nexão entre os objetivos do seu projeto e os mé-todos propostos, evite redundâncias. c. CONTINUIDADE DO PROJETO Como os fundos são limitados, muitos doadores não estão inte-ressados em financiar projetos que representem es-forços isola-dos de conservação. Ao contrário, eles bus-cam projetos bem vin-culados, com estratégias a longo prazo. E importante, portanto, demonstrar que haverá uma continuidade do projeto e que existe um compromisso verdadeiro entre a sua instituição a outros en-volvidos na implementação de recomendações, planos, estraté-gias, materiais, etc., resultantes do projeto. Indique se você pretende participar da continuidade do projeto, ou quem será o novo encarregado (indivíduo ou insti-tuição). d. RECURSOS HUMANOS Defina, de maneira breve, os antecedentes de cada indivíduo e que pa-pel cada um de-les desempenha nas diferentes fases do projeto. O curriculum vitae de cada indivíduo deve ser anexado ao projeto. e. ORÇAMENTO Certifique-se de que tenha feito uma lista com a quantia to-tal necessária para o projeto. Forneça uma lista detalhada das despesas por categorias (ex.: re-cursos humanos, viagens, materiais de consumo, equipamentos, etc.). Pessoas ou instituição para quem o pagamento deve ser feito: Se o pagamento for enviado em forma de cheque, indique como o cheque pode ser enviado. Inclua também o endereço o telefone da pessoa a qual o pagamento será enviado. Caso o pagamento tenha que ser depositado numa conta, por telex, dê o nome, endereço e telefone do banco, pessoa de con-tato no Banco, nome e número da conta e nome da pessoa ou insti-tuição que tem a conta. Plano de pagamento requisitado: Indique a melhor forma de pagamento, de acordo com a ne-cessidade do projeto. f. REFERÊNCIAS Forneça nomes, endereços e telefones de 3 pessoas compe-tentes para rever sua proposta e suas qualificações para ser o responsá-vel pelo projeto. g. APÊNDICES 24 - Curriculum vitae e lista de publicações do pessoal que parti-cipará do projeto. - Relatório anual ou relatório de atividades e declaração de renda da instituição. - Mapa da área do projeto. - Carta de endosso de instituições locais, agências go-vernamentais, apoio de autoridades internacionais bem conheci-das, etc. - Descrição mais detalhada dos métodos. 25 11. DUAS IDEIAS PARA PROJETOS Gincana da Reciclagem É preciso esclarecer que lixo não existe. O que se chama de lixo é só matéria prima fora do lugar. O objetivo da gincana da reciclagem e projetos de coleta seletiva do lixo não é motivar os alunos a lidarem com materiais recicláveis. Este é o alvo secundário. O objetivo principal é, através do envolvimento dos alunos nos projetos, estimular a reflexão crítica sobre a sociedade de consumo, baseada da superexploração ilimitada de recursos naturais limitados, no desperdício, no descartável, no supérfluo. Por isso é fundamental que a gincana da reciclagem seja o tema interdisciplinar de mutirões pedagógicos que envolvam todas as disciplinas. Cada professor, dentro das especificidades de sua disciplina, deve explorar ao má-ximo, em sala de aula, o tema da gincana, estimu-lando os alunos a re-fletirem criticamente sobre a questão do lixo diante do meio ambiente e da sociedade consumista e des-perdiçadora em que vivemos. Consiga um canto qualquer da escola, se possível fora do acesso dos alunos, para a estocagem dos materiais. A gincana pode durar um mês e envolver todas as turmas da escola ou só as turmas de um dos turnos. Ga-nha a gincana a turma que conseguir o maior peso de papel velho ou alumínio, por exemplo. Os materiais devem ser acondicionados em sacos grandes, com o número da turma bem visí-vel. Ao final do período, percorra os ferros-velhos ou locais de compra de mate-riais e veja o melhor preço. Combine com o comprador um dia certo para a pesagem (deve ser feita na frente dos alunos), transporte e paga-mento dos materiais. A metade do que for apu-rada com a venda total dos materiais fica para a turma vence-dora. A outra metade fica para a es-cola adquirir uma vasilha de lixo extra para colocar em cada sala de aula para os materiais recicláveis, galões adequa-dos para a seleção de materiais e im-pressão de circulares e ma-nuais sobre como fazer a co-leta se-letiva de lixo, para distri-buição entre os pais dos alunos e outras escolas. Podem ainda ser desenvolvidos concursos paralelos de redação e cartazes com o tema lixo e meio ambiente, bem como palestras que esti-mulem a formação de grupos ecológicos na escola. O lixo é, seguramente, ao lado da falta de rede de es-goto, o maior problema do meio ambiente nas cidades. Estimular a seleção e a reciclagem é contribuir para novas posturas dos cidadãos com suas ci-dades e o meio ambiente. Uma Experiência Bem Sucedida de Educação Ambiental A professora e orientadora educacional Sueli Berna, esposa do autor, de-senvolveu o projeto da Gincana da Reciclagem na Escola Estadual Nilo Peçanha (São Gonçalo, RJ), em 1990, com grande sucesso. Resultou na co-leta de cerca de duas toneladas de material inorgânico (papel e alumínio), que correspondeu a cerca de 1,5kg por aluno, além de ter estimulado a formação de três grupos ecoló-gicos, com pales-tras sobre meio ambiente e concurso de re-dação e cartazes na escola. Adote Uma Árvore A campanha Adote Uma Árvore tem por objetivo secundário estimular o reflorestamento das cidades, especialmente nas áreas críticas. Como objetivo principal, o projeto visa desenvolver nas crianças o respeito não apenas à árvore ado-tada, mas, por extensão, à todas as árvores, estimulando o amor pela natureza, a participação organizada dos alunos na defesa do meio ambiente e a cobrança às autoridades de políticas públicas que garantam a proteção das atuais áreas de vegetação, o plantio e recuperação de áreas degradadas e a manutenção das áreas reflorestadas. 26 A campanha tem três momentos principais: o da divulgação, que pode ser através de palestras; o da entrega do termo de responsabilidade, onde cada aluno assume o compromisso pela árvore adotada, que deverá ser assinado pelo pai ou responsá-vel; e a entrega da muda, quando o aluno receberá ainda um di-ploma de Amigo da Natureza. Esse envolvimento é fundamental para criar-se vínculos entre o aluno e a árvore. Como tarefa de aula, pode ser pedido que o aluno mantenha um caderno para anotar o desenvolvimento desua árvore, inclusive com desenhos, registrando as mudanças ao longo das estações do ano, bem como a ocorrência de pragas, animais, etc. Tais observações serão ótimas motivadoras para aulas sobre es-tudos dos vegetais e suas partes, seres vivos, interação entre vegetais e animais, poluição etc. Modelo de texto para os alunos: Adote Uma Árvore Sem árvores a cidade se torna quente, abafada, cheia de poeira e fumaça e, como as árvores são as casas dos animais, uma cidade sem árvores também tem poucos pássaros. A vida de pessoas que moram em cidades assim acaba ficando triste, e seus moradores desanimados e até doentes. Nós, que gostamos da natureza e não queremos vê-la destruída, precisamos ajudar a pre-servar as árvores que já existem. Elas podem estar por todo lado. Na calçada em frente à nossa casa, na praça, na mata próxima ou numa floresta. Essas árvores são todas órfãos, quer di-zer, ninguém ainda as adotou. Adote uma árvore e assuma o compromisso de cuidar dela, proteja de acidentes, cuide de suas pragas e doenças, regue sempre que possí-vel nos dias em que não chover e, muito impor-tante, converse com sua árvore. É isso mesmo. Os cien-tistas já constataram que as árvores es-cutam, têm senti-mentos e até lembram de você. Se puder leia o livro "A Vida Secreta das Plan-tas", de Peter Tompkins e Ch-ristopher Bird. Você vai ver que a árvore pode ser sua melhor amiga. Mas se você não quiser adotar uma árvore que já existe. Mesmo que esteja na rua ou na praça perto de sua residência, plante você mesmo a sua árvore. É só conseguir a mudinha e es-colher bem o local. Você vai ter uma amiga para sempre, afinal, dentre todos os seres vi-vos, as árvores são as que têm vida mais longa. 27 12. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EMPRESA A educação ambiental feita por uma empresa deve se inserir numa política ambiental empresarial, que inclua não apenas projetos educacionais propriamente ditos, mas um compromisso com a gestão ambiental, controle de efluentes, etc. Depois, é preciso adotar a educação ambiental de forma sistêmica, ou seja, envolvendo toda a empresa e não apenas um de seus setores. Pois não adianta um setor para preservar e criar uma imagem de compromisso da empresa com o meio ambiente, se outros setores continuam contribuindo para a imagem de em-presa poluidora. E finalmente, qualquer programa de educação ambiental deve estar baseado no desejo da empresa em se comunicar francamente com seus diversos públicos. Durante o período autoritário que vivemos no Brasil, muitas empresas adotaram o silêncio como es-tratégia para se protegerem de problemas. Hoje, com a abertura democrática, a omissão e a sonegação de informações é maneira mais rápida de estimular o boato e as notícias erradas, fonte de infortúnios para muitos empresários, obri-gados a investir fortunas para recuperar depois a imagem da empresa, às vezes sem conseguir. Dito isso, um programa básico de educação ambiental na empresa deve levar em conta quatro públicos distintos, mas interliga-dos, para os quais podem ser desenvolvidos projetos específicos, a serem executados um a um, na medida dos recursos dispo-níveis e do planejamento estratégico da empresa. O primeiro público-alvo são os próprios funcionários, compreen-dendo a Diretoria, o corpo técnico e os operários, com extensão aos prestadores de serviços. Esse público é o melhor multiplicador de opinião da empresa. É bom realizar seminários internos e campanhas de conscientização adequados a cada nível na empresa, enga-jando todos na nova responsabilidade com o meio ambiente. A implantação da coleta seletiva interna de lixo pode constituir numa boa fer-ramenta dessa nova mentalidade. Os resíduos podem ser trocados por ca-dernos para os filhos dos funcionários. O segundo público-alvo da empresa é a comunidade vizinha. Ela é a primeira a ser ouvida pela imprensa e políticos quando acontece al-gum problema na empresa ou imediações. Não adianta adotar a política de "comprar" as lideranças da comuni-dade, pois em momento de crise, quando a imagem da empresa corre risco, estas lideranças tendem a ficar ao lado da comunidade, pois poderão ser substituídas por outras. O terceiro público-alvo é a chamada opinião pública, ou grande público, junto à qual a empresa deve manter uma imagem positiva, de credibilidade e prestígio. Aqui o melhor caminho, além de campanhas de publicidade na grande mídia, é a produção de notícias que interessem à imprensa como pauta jornalística. Isso requer uma política de relações públicas e comunicação que saiba identificar o que é notícia jornalís-tica do que é release institucional no âmbito da empresa. E, por quarto e último, o público específico, compreendido pelos jornalistas e ecologistas, devido seu alto poder de influência junto a opinião pública e de multiplicação de infor-mação. É um público crítico, desconfiado e exigente. O melhor antídoto para esta descon-fiança é a verdade e a transparência. Um alerta. O fato de uma empresa decidir investir em sua imagem para ad-quirir credibilidade e querer cuidar do meio ambiente, não quer dizer que ela deixe de ser poluidora, muito menos que ela se livrará de seu passivo ambiental. Logo, não se pode es-perar grandes progressos de um programa de educação ambiental da noite para o dia. Os resultados irão vindo aos poucos e po-derão ser mais rápidos, se houver o engajamento dos setores da empresa como comunicação social, marketing, publicidade e pro-paganda, relações públicas. Os efeitos prejudiciais que a mídia eletrônica tem sobre as pessoas não são intrínsecas à própria mídia, mas resultam das formas como esta é usada. Patrícia Marks Greenfield - O Desenvolvimento do Raciocínio na Era da Eletrônica. 28 13. EDUCAÇÃO AMBIENTAL INFORMAL O que pode haver de comum entre o cantor Roberto Carlos, Madonna e Sting além da música? A Ecologia, é claro. Roberto canta músicas com temas ambientais, em defesa da baleia, e realiza show como o "verde é vida", sobre o assunto. Madonna fez uma grande festa ecológica com mais de dois mil convidados para arrecadar dólares em defesa da floresta Amazônica, assim como o Sting que viajou o mundo com o cacique Raoni. Cada vez que um cantor ou artista realiza um show, ou música com tema ecológico, mesmo que não saiba disso, assume o papel de motivador do processo educativo, contribuindo para a sensibi-lização do público. A educação ambiental informal baseia-se mais na informação, ao contrário das outras, baseadas na formação. Por isso, é importante refletir sobre as interfaces entre informação e formação para efeito da educação ambiental. É preciso reconhecer que os meios de comunicação, por sua própria natureza, estão muito mais em sintonia com o que a sociedade está que-rendo num determinado momento do que o sistema educacional. A diferença se dá no tempo. Os meios de comu-nicação procuram mos-trar o fato quando o mesmo ocorre, ao vivo, ou quase. É tão eficiente, quanto mais rápido conseguir informar. Não há tempo para explicações didáticas e, com isso, pode ocorrer uma verdadeira confusão de conceitos envolvendo termos como ecologia, meio ambiente, preservação ambiental, controle de poluição, combate ao desperdício de recursos naturais, proteção à fauna e flora etc. Ecologia é um tema do cotidiano das pessoas. Por isso, o ideal é que a educação ambiental formal utilize jornais em sala de aula, ou mesmo vídeo com programas e shows com temas ambientais como motivadores para aulas bem interessantes e, sobretudo, próximas da realidade vivida. Desta forma, a educação ambiental formal incorpora a educação informal, garantindo maior agilidade ao processo educativo, le-vando o aluno a fixar o aprendizado ao mesmo tempo em que se torna capaz de pensar criticamente sobre sua realidade e também de influir sobre ela. Como Utilizar o Jornal em Sala de Aula O livro “Educação Ambiental - Uma Abordagem Pedagógica da Atualidade”, editado pelo CEDI/CRAB sugere o usodo jornal em sala de aula como instrumento didático. “(...) O jornal é um instrumento privilegiado para se articularem os conhecimentos espontâneos dos alunos, os conteúdos escolares e os temas do presente. (...)Vale enfatizar a necessidade de que os alunos tenham contato com o jornal como um todo, antes de partir para o estudo de um artigo específico. Assim, além de identificar os assuntos tratados nas diversas seções, eles podem constatar qual a importância dada a cada notícia; podem observar quais notícias merecem destaque na primeira página e quais merecem apenas uma nota num canto de seção. (...) É interessante os alunos observarem como a questão ambiental é enfocada. Muitas vezes, uma mesma notícia pode ser tratada de formas diferentes, dependendo do veículo de informação. Os alunos podem ser incentivados ainda a comparar o noticiário da imprensa com o da televisão. (...) O jornal pode ser um excelente material didático para introduzir a atualidade em sala de aula e abrir a escola para a realidade cotidiana dos estudantes. No que diz respeito aos temas ambientais, ele é um recurso indispensável para que possam relacionar as grandes questões mundiais, nacionais ou regionais com as suas experiências vividas, com suas percepções do que é o meio ambiente e qualidade de vida. Desde cedo, a criança e o adolescente podem formar suas opiniões e se posicionar diante dos fatos que ocorrem ao seu redor. O trabalho com jornal é ainda uma boa oportunidade de integrar os conteúdos de linguagem com os das 29 outras disciplinas curriculares. Os estudantes podem, por meio dele, desenvolver sua capacidade linguística não apenas decorando regras e categorias gramaticais, mas utilizando o texto para compreender criticamente a realidade.” 30 14. AGENDA 21 No dia 22 de dezembro de 1989, a Assembléia Geral das Nações Unidas convocou um encontro global para elaborar estratégias que interrompessem e revertessem os efeitos da degradação ambiental "no contexto de crescentes esforços nacionais e internacionais para promover o desenvolvimento sustentável e ambientalmente saudável em todos os países". A Agenda 21 adotada pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no dia 14 de junho de 1992, é a resposta da comunidade internacional àquela convocação. É um abrangente programa de ação a ser implementado - a partir de agora e se prolongando pelo século 21 - pelos governos, agências de desenvolvimento, organizações das Nações Unidas e grupos setoriais independentes em cada área onde a atividade humana afeta o meio ambiente. Fundamentando a Agenda 21 está a convicção de que a humanidade chegou a um momento de definição em sua história. Podemos continuar com nossas políticas atuais, que servem para aprofundar as divisões econômicas que existem dentro dos países e entre os países; que aumentam a pobreza, a fome, a doença e o analfabetismo de todo o mundo; e que estão causando a contínua deterioração dos ecossistemas de que dependemos para a vida na Terra. Podemos mudar de rumo. Podemos melhorar os padrões de vida da-queles que sofrem necessidades. Podemos administrar e proteger melhor os ecossistemas e tornar realidade um futuro mais próspero para todos nós. "Nenhuma nação pode alcançar esse objetivo sozinha", afirma Maurice Strong, Secretário Geral da Conferência, no preâmbulo da Agenda 21. "Mas juntos podemos, através de uma parceria global para o desen-volvimento sustentá-vel". Destacamos da Agenda 21 o compromisso das nações com a educação ambiental: PROMOVENDO A CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL (Capítulo 36, Seção IV) A educação é crucial para a promoção do desenvolvimento sustentável e a efetiva participação pública na tomada de decisões. As propostas da Agenda 21 focalizam a reorientação da educação no sentido do desenvolvimento sustentável, aumentando a conscientização popular e promovendo o aperfeiçoamento. Países, escolas e/ou instituições adequadas e organizações internacionais e nacionais devem: Esforçar-se para garantir o acesso universal à educação básica. Alcançar o objetivo de fornecer educação primária para no mínimo 80 por cento das meninas e 80 por cento dos meninos em idade escolar primária, através da escolaridade formal ou da educação informal. Reduzir os índices de analfabetismo adulto para no mínimo a metade de seus níveis de 1990, com atenção particular para as mulheres. Sancionar as recomendações da Conferência Mundial de Educação para Todos (Atendendo às Necessidades Básicas de Aprendizado), realizada na Tailândia em março de 1990. Fornecer educação ambiental e de desenvolvimento desde a idade da escola primária até a idade adulta. Integrar os conceitos de meio ambiente e desenvolvimento, incluindo demografia, em todos os programas educacionais, com ênfase particular na discussão de problemas ambientais em um contexto local. 31 Criar uma comissão nacional, representativa de todos os interesses ambientais e de desenvolvimento, para dar consultoria sobre educação. Envolver as crianças em estudos locais e regionais sobre saúde ambiental, incluindo água potável segura, saneamento, alimentos e ecossistemas. Promover cursos universitários interdisciplinares em campos que têm impacto sobre o meio ambiente. Promover programas de educação de adultos baseados em proble-mas locais relacionados ao meio ambiente e ao desenvolvimento. Ainda há uma falta considerável de conscientização sobre a natureza inter-relacionada das atividades humanas e o meio ambiente. Um esforço global de educação é proposto para fortalecer atitudes, valores e ações que sejam ambientalmente saudáveis e que apóiem o desenvolvimento sustentável. A iniciativa deve também promover o turismo ecológico, fazendo uso de par-ques nacionais e áreas protegidas. O aperfeiçoamento é um dos instrumentos mais eficazes para promover e facilitar a transição para um mundo mais sustentável. Deve ter como foco específico o emprego, com o objetivo de suprir falhas em conhecimentos e habilidades, de modo a ajudar o indivíduo a se envolver em um trabalho ligado ao meio ambiente e ao desenvolvimento. O treinamento científico exige a transferência de nova tecnologia, ambientalmente saudável, e de khowhow. Técnicos ambientais devem ser recrutados localmente e treinados para servir às necessidades das comunidades. Os governos, a indústria, os sindicatos e os consumidores devem promover a compre-ensão do interrelacionamento entre o meio ambiente saudável e as boas práticas empresariais. O custo anual estimado dos programas da Agenda 21 para edu-cação, promoção da conscientização ambiental e aperfeiçoa-mento fica entre 14,2 bilhões de dólares e 16,3 bilhões de dó-lares no período 1993-2000. Desse total, de 5,6 bilhões a 6,6 bilhões de dólares têm que provir de fontes internacionais em termos de subvenção ou concessão. 32 15. TRATADO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS E RESPONSABILIDADE GLOBAL Durante a ECO 92 (Fórum Global das ONGs - Organizações Não-Go-vernamentais) ecologistas e educadores ambientais de todo o mundo reu-niram-se no Aterro do Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro, para discutir, entre outros temas da mais alta relevância, os caminhos da edu-cação ambiental a nível planetário. Após intensas discussões e várias reuniões em diferentes partes do mundo chegou-se a este tratado que, assim como a educação, é um processo dinâmico em permanente construção. Deve portanto propiciar a reflexão, o debate e a sua própria modificação. O texto aprovado é o seguinte: Nós signatários, pessoas de todas as partes do mundo, comprometidos com a proteção da vida na terra, reconhecemos o papel central da educação na formação de valores e na ação social. Nos comprometemos com o processo educativo transformador através de envolvimento pessoal, de nossas comunidades e nações para criar sociedades sustentáveis e equitativas. Assim,
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