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EPILEPSIA

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EPILEPSIA 1
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EPILEPSIA
04/05/2021 - Mariana Mendonça de Almeida 
crise convulsiva → atividade elétrica anormal 
epilepsia → predisposição à crises convulsivas. 
É como se a crise convulsiva fosse o sintoma e a epilepsia a doença, porém, não 
necessariamente quem tem crise convulsiva tem epilepsia. 
síndrome epiléptica → o indivíduo tem apresentação clínica e achados elétricos 
encefalográficos que são semelhantes. 
As crises convulsivas podem ser:
 provocadas: quando temos um insulto agudo ao sistema nervoso central, 
indivíduo que tem um AVC, por exemplo. 
 não provocadas: são espontâneas.
DEFINIÇÃO - EPILEPSIA
indivíduo com 02 crises não provocadas no intervalo maior que 24h
paciente com alta chance de recorrência, ou seja, aqueles indivíduos que já 
possuem alguma alteração estrutural
síndrome epiléptica
CLASSIFICAÇÃO
→ Instalação: 
 focal: surge de uma atividade elétrica anormal de apenas 01 hemisfério 
cerebral.
Além do mais, as crises focais podem ser classificadas quanto ao nível de 
consciência: 
SEM PERDA DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA perda focal simples 
COM PERDA DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA perda focal complexa 
Quanto as manifestações motoras 
Automatismos (movimentos estereotipados, ex: ficar mastigando)
Atônica (indivíduo perde o tônus muscular)
Tônica (indivíduo tem uma hipertonia)
Mioclônica (abalos rápidos, como se fossem sustos)
Clônica (abalos)
Hipercinética (movimentos rápidos)
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Espasmos epilépticos (como se fossem sustos)
Quanto as manifestações não motoras 
Autonômico (palidez, sudorese)
Cognitivo (alteração de linguagem)
Emocional (ansiedade, medo)
Sensitivo (parestesia, hipoestesia)
Parada comportamental (indivíduo fica parado com o olhar vago)
*** Atentar-se a diferença entre PARADA COMPORTAMENTAL x AUSÊNCIA. 
Ausência é uma síndrome epiléptica específica, o que difere da parada 
comportamental.
*** Lembrar que uma crise focal pode se generalizar! 
 2. generalizada: quando temos atividade neuronal anormal em dois hemisférios 
cerebrais concomitantemente. 
Similarmente a focal, teremos manifestações motoras:
Automatismos 
Atônica
Tônica
Mioclônica 
Clônica 
Hipercinética 
Espasmos epilépticos 
→ Etiologia 
Causa genética: defeito genético conhecido ou presumido. Nesses casos as 
crises convulsivas são os sintomas fundamentais da alteração genética. 
Causa estrutural/metabólica 
 infecções, abcessos cerebrais 
 uso de drogas, substâncias 
 avc isquêmico/hemorrágico 
 trauma
 tumores 
Causa desconhecida
AVALIAÇÃO INICIAL 
 História clínica 
 Anamnese
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 Exame físico
 Solicitações: glicemia, rastreio infeccioso, pesquisa de alterações 
hidroeletrolíticas (lembrar que alterações no sódio são comuns em causar 
crises convulsivas) e perfil toxicológico (se for o caso)
 Se houver suspeita de infecção do SNC, é preciso fazer avaliação do líquor. 
A NEUROIMAGEM é interessante para verificarmos alterações estruturais, por 
exemplo, isquemia, tumores. Além disso, o EEG (eletroencefalograma) auxilia na 
caracterização do foco epiléptico para saber se aquele indivíduo possui achados 
encefalográficos compatíveis com uma síndrome epiléptica específica. O ECG, 
serve nesse caso para excluir diagnósticos diferencias, pois por exemplo, 
arritmias cardíacas podem gerar sintomas parecidos com os da crises 
convulsivas. 
Existem algumas síncopes que são indistinguíveis de uma crise convulsiva e o 
EEG, entra como uma alternativa de diferenciar uma coisa da outra. 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS (situações que podem parecer com crise 
convulsiva)
Síncope 
AIT 
Ataque de pânico
Crises psicogênicas
Arritmias cardíacas 
Migrânea, principalmente o que a aura que a precede
Distúrbios metabólicos (hipoglecemia, hipo/hipernatremia)
TRATAMENTO
CRISES PROVOCADAS → tratar a causa base
CRISES NÃO PROVOCADAS → usar medicações quando sabemos que o 
indivíduo tem predisposição a novas crises, ter 2 ou + crises num intervalo 
maior que 24h entre elas ou apresentar características clínicas e 
encefalográficas que se encaixem numa síndrome epiléptica. 
SÍNDROMES EPILÉPTICAS 
 Epilepsia de ausência da infância: a criança tem um episódio de parada 
comportamental súbita e volta rapidamente, logo após alguns segundos. Além 
disso, não apresenta sintomas pós ictais, ou seja, depois da crise não fica 
sonolento, confuso, volta como se nada tivesse acontecido. Outra 
característica interessante, é que ela é desencadeada por hiperventilação (é 
possível testar isso no consultório: a criança chega e nós pedimos que ela 
EPILEPSIA 4
respire rápido e profundamente, em seguida ela apresenta uma crise). Ao 
realizar o EEG, haverá epilepsia generalizada. 
 Epilepsia mioclônica juvenil: acontece em jovens 1318 anos). O indivíduo vai 
apresentar crises mioclônicas que parecem sustos, ou seja, movimentos 
rápidos/abruptos que são mais comuns ao amanhecer, para ilustrar seria 
aquele jovem que acorda, vai até a cozinha preparar um café e deixa a xícara 
cair no chão. Muitas vezes taxado como desastrado mas na verdade o que ele 
está tendo são crises mioclônicas. Além do mais, esses indivíduos podem ter 
também crises tônicos-clônicos generalizadas principalmente durante o sono 
que são desencadeadas por fotoestimulação. Ao realizar EEG, haverá 
epilepsia generalizada. 
 Estado de mal epiléptico (emergência neurológica): é uma crise convulsiva 
que DURA MAIS DE 30 MINUTOS ou então CRISES RECORRENTES SEM 
RECUPERAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA DURANTE 30 MINUTOS. 
 Crises com tempo maior ou igual a 5 minutos ou então DUAS crises que não 
tem recuperação do nível de consciência entre elas, já é definido de forma 
prática como ESTADO DE MAL, sendo importante realizar uma conduta. 
ETIOLOGIAS - estado de mal epiléptico 
Má aderência 
Metabólica
Lesão estrutural
Tóxica
DIAGNÓSTICO - estado de mal epiléptico
O diagnóstico vai levar em consideração a clínica do paciente, além disso 
podemos também utilizar o EEG. Vale salientar que, se o paciente chega tendo 
crise que não passa é importante já tratar como estado de mal ao invés de ficar 
esperando para fazer exame. Agora existem casos que o paciente no estado de 
mal não apresenta crise convulsiva, ele pode estar apenas sonolento e a 
identificação vai ser através do EEG com traçado todo irregular.
Além do mais, é importante identificar a causa base! As mais comuns são: 
lesões estruturais, infecção, abcessos, tumor cerebral, má aderência, síndromes 
de abstinência, alterações metabólicas, sepse, uso ou overdose de drogas.

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