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1 DIREITOS REAIS Unidade 1- Noções introdutórias 1- Introdução Direito Subjetivo X Direitos Objetivo Direito subjetivo- faculdade de agir, fazer valer seu direito. Se subdivide em 2: D.subjetivo patrimonial (TER) Obrigacional - créditos Real - coisas D.subjetivo personalidade (SER) Direito Objetivo (LEI) Conjunto de normas existentes em um ordenamento jurídico Coisa X Bem Bem - tudo aquilo que possui uma utilidade. Coisa - tudo aquilo que tem uma utilidade e é apropriável. Apropriável - pode ser apropriado pelo homem para ser objeto de uma relação jurídica Nas relações de direitos reais o titular do direito exerce poder direito e imediato sobre uma coisa diante da coletividade. (Relação de pessoa para coisa). Direitos reais leva em consideração a natureza jurídica da relação direito das coisas leva em consideração o objeto da relação jurídica 2- Reais x Obrigacionais Objeto: 2 D. Real - coisa D. Obrigacional – prestação D.real - direitos absolutos “erga omnes” Direito exercido contra toda a coletividade D. Obrigacional - direitos relativos “inter partes” Direito exercido relativamente contra o devedor. D. Real - imediato D. Obrigacional - só se satisfaz o direito com a atuação de terceiro D. Real - “numerus clausus” Taxativo - fechado Numerados expressamente pela lei Art. 1225 CC D. Obrigacional - “numerus apertus” Depende totalmente da autonomia da vontade, impossibilidade de taxar todas as possibilidades em lei. 3- Características fundamentais dos Direitos Reais Absolutos: Oponibilidade “erga omnes” Toda a coletividade fica obrigada a respeitar a aquele direito. Direito de sequela ( Direito de seguir) Seu direito de seguir a coisa onde quer que ela esteja (para todos os direitos reais) Perseguir e reivindicar a coisa onde quer que ela esteja. Taxatividade - “Numerus clausus” Aquilo que esta tipificado na lei como direito real. 4- Obrigações “propter rem” Também chamado de obrigação mista e obrigação ambulatória É uma obrigação que recai sobre uma pessoa por força de determinado direito real. 3 ( O simples fato de ser titular de um direito real gera um direito obrigacional). UNIDADE II- Posse 1- Introdução O poder que alguém exerce sobre a coisa permitindo a utilização. 1º Relação: O proprietário usa da posse para exercer o seu poder. Posse + Propriedade. Nem sempre o proprietário possui a posse. Circunstancias: - “Jus Possidendi”: O direito de posse é fundado na propriedade = Posse + Propriedade na mesma pessoa; - “Jus Possessioni”: O possuidor tem a posse mas não tem a propriedade. Ex.: Locatário. 2- Teorias Conceituais da Posse 2.1- Subjetiva – Savigny Poder físico direto com a coisa. É a intenção de possuir a coisa como se É o contato com a coisa. Proprietário fosse. O elemento chamado subjetivo é o Animus, quando não tem Animus não vai existir Posse= Tem toda a proteção jurídica. Existirá a Detenção: Não há tutela jurídica. Essa teoria foi muito criticada pois em casos de: Furto, Aluguel. Entretanto foi um marco, pois conseguiu Posse e Proprietário. 2.2- Objetiva – Ihering Corpus: O contato, poder físico com a coisa como se Dono fosse. Art. 1196 CC > Adotou a teoria objetiva. 3- Conceito de Posse do CC Art. 1196 C.C: Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Deixa bem claro a adoção da Teoria Objetiva, pois não exige a intenção de possuir a coisa como se dono fosse. Corpus + Animus 4 Exceto: No usucapião, é o único caso que o legislador adotou a Teoria Subjetiva exigindo o Animus Dominis. 4- Detenção Savigny: Corpus – Animus: Não tem proteção jurídica; Ihering: Haverá detenção quando o legislador por uma opção legislativa entender que mesmo possuindo o poder fático sobre a coisa não merecerá a tutela possessória. Posse desqualificada pelo ordenamento jurídico; Detenção é uma posse degradada/desqualificada pelo ordenamento jurídico; Casos de Detenção A) Servidores da Posse (Fórmulas da Posse) Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Ex.1: Caseiro Parece que exerce o poder sobre a coisa, entretanto está obedecendo ordens, está subordinado. Exerce posse em nome alheio. Para a relação de subordinação não, precisa ser formal, de: Carteira Assinada; etc Mas pode ter Se tem subordinação não tem posse. Contrato feito com data retroativa é fraude, logo é NULO. Prescrição: Perder o Prazo; Usucapião: Ganhar pelo Prazo; Ex. 2: Manobrista de estacionamento. Subordinado ao Dono do estabelecimento, portanto servidor da posse. Dono do Estabelecimento: Possui a Posse. Dono do Carro: Possui a Propriedade B) Permissão e Tolerância Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão 5 depois de cessar a violência ou a clandestinidade. Por uma relação de Amizade/Parentesco ou Vizinhança alguém coloca alguma coisa a disposição de outra. Permissão: Expressa Tolerância: Tácita Qual a relação com a cadeira? Detenção através da Tolerância. Vaga de Garagem: Vizinho usa sua garagem por sua permissão mas quando você mandar ele terá que sair. Ele para e você vai deixando é Tolerância. Para a consequência jurídica é a mesma coisa, não faz diferença. Art. 1208. C) Atos de Violência e Clandestinidade Art. 1208: Segunda parte. Violência: Uso da força, quando você pega à força. MST; Clandestinidade: Às escuras sub-repticiamente. Poder sobre a coisa conseguida de forma oculta: A princípio é Detenção. D) Bem Público de Uso Comum e Especial - Bens Públicos de Uso Comum: São aqueles bens de uso de toda a coletividade; Bens Público de Uso Especial: Está afetado à prestação de um serviço público; Bens Dominicais: São aqueles bens que não estão sendo utilizados para nada. Ex.: Lote não está sendo sado para nenhuma finalidade. 5- Natureza Jurídica da Posse: Fato ou Direito -A posse é um Direito interesse jurídico protegido, com várias consequências jurídicas. -A posse é um Fato, pois basta ter o poder físico sobre a coisa. -A posse é Mista Eclética, porque é considerada em si mesma a posse é um fato. É considerada em seus efeitos é um direito, pois agem com consequência jurídicas. # O possuidor, atua imediatamente sobra a coisa sem a necessidade de 3º, a posse tem eficácia erga omens. # A posse não tem sequência, consequente é direito obrigacional. Estrutura Tridimensional da Posse 6 1º) Propriedade: A posse é decorrência, propriedade. 2º) Proprietário: Indireta, Posse Direta. A posse é atribuída, através da relação jurídica obrigacional com o proprietário. Ex.: Contrato de Locação. 3º) Propriedade ≠ Posse: A posse material, que não tem nenhuma relação jurídica, com o proprietário. Ex.: Usucapião. Posse é um direito real ou obrigacional? Real – o objeto da posse é uma coisa e não uma obrigação, portanto direito real, efeito erga omnis, para satisfazer o direito de posse temos a imediatividade pois ele não precisa da colaboração de terceiros para satisfazer o seu direito. Obrigacional- não está no rol taxativo do art.1225 cc, portanto não se trata de direito real mas obrigacional. 7 Efeitos erga omnes em propriedades só poderá ser registrado em cartório, por esta razão, a posse não pode ser registrado em cartório então trata-se de direito obrigacional e não direito real. Se perde a posse para terceiro de boa-fé não existirá o direito de sequela. 6- Objeto da Posse Partindo da premissa de que posse é contato físico, não é difícil perceber que o Objeto da possesempre será um bem corpóreo. Bem Material. Partindo dessa premissa, duas. Conclusões são imprescindíveis. A primeira é a de que os bens incorpóreos, por serem insuscetíveis de posse Não podem ser defendidos por meio dos interditos possessórios (Ações possessórias). Logo, serão defendidos por meio de ação indenizatória ou tutela específica, a depender do interesse da parte. Ex.: direitos autorais. STJ Súmula nº 228 - Interdito Proibitório - Proteção do Direito Autoral - É inadmissível o interdito proibitório para a proteção do direito autoral. A segunda é a impossibilidade de usucapião de bens incorpóreos, já que um dos requisitos do usucapião é a posse. Há apenas uma exceção à possibilidade de usucapião de bens incorpóreos, qual seja o usucapião de linha telefônica, conforme súmula 193, STJ: STJ Súmula nº 193 - 25/06/1997 - DJ 06.08.1997 - Linha Telefônica – Usucapião - O direito de uso de linha telefônica pode ser adquirido por usucapião. 7- Classificação da Posse 7.1) Posse Direta e Indireta Direta: Também chamada de imediata. Subordinada, derivada, condicionada, pois está completamente limitada pelo proprietário. Indireta: Também chamada de mediata. Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. 8 * Proprietário: Mesmo que não esteja com a coisa não deixa de ser Dono. É o fenômeno pelo qual o proprietário efetivando uma relação jurídica com um terceiro transfere-lhe o poder de fato sobre a coisa. O proprietário se mantém com a posse indireta e o terceiro com a direta. OBS. 1: Diferença entre Posse Direta e Detenção, Art. 1197. P.D: Na posse direta não tem a subordinação. Detenção: O detentor exerce poder de fato sobre a coisa, porém em nome alheio e não próprio, subordinadamente. OBS. 2: Se tem desdobramento da posse tanto o direto como o indireto, podem defender a posse independentemente do outro entre eles, automaticamente. Ex.: Ação Possessória. OBS. 3: Um contra o Outro? O possuidor direto pode defender a sua posse mesmo contra o possuidor indireto e vice versa. Ex.: Locação de 1 Ano. Proprietário cisma de tirar o locatário. Locatário entra com uma possessória. Em alguns casos a posse sobressai sobre a propriedade. OBS. 4: Desdobramento sucessivos da Posse. Pode ter vários graus, mas tem que ter autorização no contrato do proprietário. Ex.: A aluga para B que aluga para C. O que desdobra é a Posse Indireta, a Posse Direta só tem 1, pois é aquele que tem o poder físico sobre a coisa. # O possuidor indireto será sempre o proprietário? FALSO. 7.2) Composse Pensar na Copropriedade. Ex.: A compra um cavalo com B. Não dá para dividir o cavalo ao meio. A composse é como se fosse um condomínio, onde duas ou mais pessoas tem a posse da mesma coisa ao mesmo tempo em estado de indivisão. Comunhão Condomínio: Propriedade mútua; Composse: Posse mútua; Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. 9 Quando a coisa deixa de ser indivisa e passa a ser divisível, deixa de composse e torna- se posse. Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário. Em casos que o terreno não tiver saída ou passagem, o dono do outro terreno terá que ceder passagem. Posse Pro Indiviso É a posse de partes ideias da coisa objeto de composse, ou seja, 2 ou mais sujeitos exercem os mesmo poderes sobre a coisa única e indivisível. Posse Pro Diviso Cada um exerce posso sobre partes determinadas. Ex.: República. 7.3) Posse “Ad Interdictae” e “Ad usucapionem” O fato de posse significa ter proteção jurídica. Ad Interdictae: Posse que não tem possibilidade de chegar a usucapião. Ex.: Locatário; Caseiro, pois não tem posse e detenção. Ad Usucapionem Art. 1230 a 1244: Posse que tem possibilidade de virá propriedade através da Usucapião. Ao fim de um período de dez anos, aliado a outros requisitos, como o ânimo de dono, o exercício contínuo e de forma mansa e pacífica, além do justo título e boa- fé, dá origem à usucapião ordinária (CC, art. 1.242). Quando a posse, com essas características, prolongasse por quinze anos, a lei defere a aquisição do domínio pela usucapião extraordinária, independentemente de título e boa-fé (CC, art. 1.238). O que vai ser detenção ou posse? A Lei. 7.4) Posse Justa e Injusta Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. Justa: Posse que não tem vícios que foi adquirida sem vícios. Injusta: Posse que tem vícios que foi adquirida com vícios, aqui se analisa apenas com um critério objetivo, ou seja, a forma que foi adquirida independentemente da intenção: 10 A- Violência: É o contrário da posse pacífica. Esta violência pode ser pelo uso da Força: Vis Absoluta e Ameaça: Vis Compulsiva. Para caracterizar a posse violenta essa tem que ser contra a pessoa “Proprietário, Possuidor e Detentor” e não contra a coisa. Não tem posse violenta o imóvel abandonado. Vício Originário. B- Clandestinidade: É aquela adquirida às escuras, sub repticiamente, na calada da noite. É a tomada da posse sem a que a pessoa “proprietário ou possuidor” saiba que sua posse está sendo tomada. Vai ser clandestina se comprovar que a pessoa “proprietário ou possuidor” que tinha que conhecer não conhece e também não tinha como conhecer. O que determina a fim da clandestinidade quando o proprietário tem conhecimento ou tinha como tomar conhecimento. C- Precariedade: Chamada de vício posterior: Pois no início é uma posse lícita. É aquela adquirida com abuso de confiança é uma espécie de abuso de direito. Ela começa com uma posse justa, pois existia uma relação jurídica entre as partes. Mas no momento em que ela tem que ser devolvida ela se nega a restituir. Ex.: A empresta a casa para B, findado o prazo ele se nega a sair ele passa a ter a posse possessória. A tem direito a ações possessória, caso não faça nada, tem um prazo e começa a correr a usucapião. Ação de Força Nova: Menos de 1 ano e dia “Cabe Liminar”. Ação de Força Velha: Mais de 1 ano e dia. Detenção “Em nome de Terceiro” x Posse “Em nome próprio”: Ambas tratam da posse física do bem entretanto a 1ª não há proteção jurídica. 7.5- Posse de Boa-Fè e Má-Fé (Art. 1.202) só deixa de ser boa-fé e se torna má-fé em uma citação de ação. Obs.: Convalescimento da Posse ou Interversão: Ato violento não induz posse salvo se cessar a violência ou ato clandestino. Passando assim a ter proteção jurídica. Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. OBS: Convalescimento da posse: 11 Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. Posse justa de má-fé: Não é clandestina, não é violenta, porém é ilegal. 8- Aquisição da Posse: Código civil adotou a teoria objetiva de Henrin Modo Originário: Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. Não há relação de causalidade entre a posse atual e a posse anterior. Não existe uma relação jurídica entre o possuidor anterior e o atual. A posse nova vem desvinculada da antiga, caso a posse antiga tiver vício a posse nova não os conterá, ou seja, os vícios antigos não transmite a nova posse. Ex.: Esbulho “leva a perdada posse”. Modo Derivado: Existe uma relação jurídica entra as partes, um negócio jurídico. A posse pode ser negociada. Aquisição da propriedade através da TRADIÇÃO: -Real: Entrega efetiva ou material da coisa, como ocorre na entrega do veículo pela concessionária em uma compra e venda. -Simbólica: há um ato representativo da transferência da coisa como, por exemplo, a entrega das chaves de um apartamento. -Tradição ficta: É aquela que se dá por presunção, como ocorre na traditio brevimanu, em que o possuidor possuía em nome alheio e agora passa a possuir em nome próprio (o exemplo típico é o do locatário que compra o imóvel, passando a ser o proprietário). Constituto possessório: Aquele que possuía em nome próprio passa a possuiu em nome alheio remanescendo com o poder material sobre a coisa. “Tradição “Brevi Manu”: Aquele que possuía em nome alheio passa a possuiu em 12 nome próprio remanescendo com o poder material sobre a coisa. 8.1- Legitimidade para Aquisição da Posse: Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante “de filhos ou procurador”; II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. 8.2- Aquisição dos Acessórios: Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem. Presunção relativa: Até que prove ao contrário ao adquirir a posse do imóveis tome posse do acessórios. 9- Transmissão da Posse: A) Causa Mortis: Sucessão legal. União de posses. Sucessio Possessiones: Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. Os herdeiros continuam a posse do de cujus, seja no tempo, seja nos vícios. Os herdeiros não podem mudar a natureza jurídica. B) Inter Vivos: Transmissão em vida. Acessio Possessionis: Caberá a parte que está adquirindo a posse, optar a posse anterior ou começar uma posse nova. 10- Perda da Posse Art. 1.223: Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196. Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Situações de perda da posse: 13 Abandono: Desinteresse voluntário o possuidor pela coisa. Tradição: Entrega da coisa podendo ser real, simbólica ou ficta. Perda do Bem: Quando o bem desaparece. Destruição do Bem: O objeto perece. Posse de Outrem: Perda a posse por outro adquirir. 11- Efeitos da Posse 11.1- Direito aos Frutos: Fruto: São utilidades que a coisa periodicamente produz sem a alteração ou perda de sua substância. Ex.: Frutas; Leite de Vaca. Produto: A extração do produto determina a diminuição da coisa principal. Quanto a Origem: Naturais: Vem da natureza; Ex.: Frutas. Industriais: Vem da atuação humana; Ex.: Produção de pincel Civis: São as rendas produzidas pela coisa. Ex.: Aluguel recebido que a coisa gera. 14 Quanto ao Estado Pendentes: São aqueles que ainda estão unidos à coisa. Percebidos: Aqueles que já foram separados da coisa. Estantes: Estão separados da coisa mas estão armazenados para venda. Percipiendos: Deveriam ter sido colhidos mas não foram. Consumidos: Foram utilizados e não existem mais. A regra é o acessório segue o principal logo o possuidor do principal é possuidor do acessório. No entanto a boa-fé ou a má-fé do possuidor podem alterar essa regra. Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. Possuidor de Boa-Fé: Frutos Percebidos: Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. Enquanto durar a boa-fé os frutos são do possuidor até durar sua boa-fé. Frutos Pendentes: Art. 124 Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa- fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação. Os frutos passam a ser do proprietário, porém com direito de receber os custos investidos. Se ele colher com antecipação o possuidor deve devolver. A mudança de boa-fé para má-fé só é dada na citação, antes disso não será, seja por e-mail, telefone ou algum outro meio. Frutos Civis: Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia. Enquanto o possuidor estiver de boa-fé a renda daquele dia é dele. Possuidor de Ma-Fé: Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má- fé; tem direito às despesas da produção e custeio. 15 A lei o possuidor de má-fé ele não tem direito nenhum, mas se ele comprovar despesas de produção ele faz jus de recebe-las, pois se não seria enriquecimento ilícito. 11.2- Prejuízos: É a análise da possibilidade de responsabilidade civil do possuidor pela perda ou deterioração da coisa. - Possuidor de Boa-Fé: Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. Ou seja, que ele não tenha tido culpa. Responsabilidade Civil subjetiva, se a perda ou deterioração ocorreu sem sua culpa ele não responde. - Possuidor de Má-Fé: Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. 11.3- Benfeitorias: Obras ou despesas efetuadas na coisa para fins de conservação, melhoria ou embelezamento. Adere a coisa principal, a ponto que se for retirada a coisa principal não será mais a mesma. Benfeitorias – São os bens acessórios introduzidos em um bem móvel ou imóvel, visando a sua conservação ou melhora da sua utilidade. Enquanto os frutos e produtos decorrem do bem principal, as benfeitorias são nele introduzidas. É interessante aqui relembrar a antiga classificação das benfeitorias, que remonta ao Direito Romano e que consta do art. 96 do CC: Benfeitorias necessárias – Sendo essenciais ao bem principal, são as que têm por fim conservar ou evitar que o bem se deteriore. Exemplo: a reforma do telhado de uma casa. Benfeitorias úteis – São as que aumentam ou facilitam o uso da coisa, tornando-a mais útil Exemplo: instalação de uma grade na janela de uma casa. Benfeitorias voluptuárias – São as de mero deleite, de mero luxo, que não facilitam a utilidade da coisa, mas apenas tornam mais agradável o uso da coisa. Exemplo: construção de uma piscina em uma casa. Pertença: Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de 16 outro. Não adere a coisa principal, ou seja pode ser retirada que a coisa principal não irá alterar. A) Indenização e Retenção Meio de defesa do credor da benfeitoria podendo continuar na coisa ou com a coisa até que ocorra o pagamento: Possuidor de Boa-Fé: Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. Benfeitorias Necessária e Úteis: Tem direito de ser indenizado e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias. Benfeitorias Voluptuária: Se não lhe forem pagas, pode pegar e levá-las desde que essas benfeitoriasnão estejam aderidas na coisa. Possuidor de Má-Fé: Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. Não tem direito de retenção de forma alguma. Benfeitorias Necessária: Mesmo com má-fé ele tem direito a indenização. Benfeitorias Voluptuária Úteis: Não tem direito. B) Valor da Indenização das Benfeitorias: Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual. C) Compensação das Benfeitorias e Danos: Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. 11.4- Usucapião 11.5- Defesa da Posse Significa que o possuidor tem meios, instrumentos, mecanismos para proteger a 17 sua posse da intervenção de terceiros. Até mesmo do proprietário. O possuidor pode fazer de 2 formas: Legítima Defesa da Posse: Ações possessórias: 12- Ações Possessórias Defesa da Posse: 12.1- Legítima Defesa da Posse ou Autotutela ou Autoexecutoriedade da Posse: Autorização dada pela lei para que o possuidor TURBADO Manutenção de Posse ou ESBULHO Reintegração de Posse defenda sua posse com suas próprias mãos sem necessidade de atuação do Estado. Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. Ameaça: Nada aconteceu mas estar prestes a ocorrer. Aqui não cabe Legitima Defesa haja visto não tiver ocorrido nenhuma agressão ainda. Turbado: Aquele que está incomodado em sua posse. Esbulhado: Aquele que perdeu sua posse. Obs.: 1º- O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. Não cabe legitima defesa da posse no caso de simples ameaça, tem que ter turbação ou esbulho. 2º- Por sua própria não é restritiva, nesse caso o possuidor pode ter ajuda de terceiros existentes. 3º- A reação tem que imediata, a primeira oportunidade possível pelo possuidor, pois tem que levar em consideração a distância, tempo de reação. Se tiver tempo para chamar o Estado já não se pode alegar legitima defesa. 4º- Pode ser realizada pelo possuidor Direto, Indireto e pelo Detentor. 18 5º- A Legitima Defesa tem que ser proporcional, razoável para afastar a turbação ou esbulho. Caso contrário será excesso e consequentemente Ato Ilícito Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. 12.2- Ações Possessórias/Interditos Possessório “Gênero”: Espécies: Manutenção de Posse; 19 Reintegração de Posse; Interdito Proibitório: Diferente de Interdito Possessório. A) Juízo Possessório: Tutela a Posse, Ex.: Dono da casa se sente incomodada pelo inquilino; Juízo Petitório: Tutela a propriedade. Você pode deferir a manutenção ou reintegração de posse mesmo que outra pessoa seja proprietário, pois a propriedade não vai impedir que uma pessoa tenha sua posse protegida. § 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa. B) Atos Ofensivos a Posse: Violência Iminente: É a ameaça. Vai usar o Interdito Proibitório. Ex.: Se o MST acampar em frente à sua casa você pode ingressar com o interdito proibitório. Se caso a ameaça evoluir para turbação ou esbulho, o processo extinguirá “em regra”, pois o objeto se perdeu. Turbação: É um incomodo. Vai ser usado a Manutenção de Posse. Esbulho: É uma perda. Vai usar a Reintegração de Posse. I.P; M.P; R.P: São Espécies e Interditos Proibitórios. C) Fungibilidade: Só cabe fungibilidade se houver disposição legal expressa, pois é a exceção. É a permissão legal para que o juiz receba uma ação possessória como se fosse outra uma vez que os atos ofensivos à posse podem se alterar rapidamente, evitando ofensa a celeridade e economia processuais. É somente nas possessórias não cabe nas Petitórias, ou seja não discute-se propriedade. Ex.: Se o MST acampar em frente à sua casa você pode ingressar com o interdito proibitório. Se caso a ameaça evoluir para turbação ou esbulho, o processo extinguirá “em regra”, pois o objeto se perdeu. Entretanto o legislador para proteger a economia processual e manter a celeridade processual. D) Natureza Dúplice: Para fins de economia processual, o réu pode fazer pedidos também, ou seja não se limitando somente a rebater os pedidos do Autor. O Réu fica autorizado alegar na contestação que o direito é dele e não do Autor. Ela se justifica pelo princípio da celeridade e economia processual. 20 E) Procedimento: Prazo legal 1 ano e 1dia Ação de Força Nova: Aquela ação é proposta dentro do prazo de 1 ano e 1 dia. Caberá pedido liminar de Reintegração de Posse “inaudita altera parte “sem ouvir a parte contrária” – poderá ser deferido sem ouvir parte contrária”. Ação de Força Velha: Aquela ação é proposta após o prazo de 1 ano e 1 dia. Unidade III- PROPRIEDADE Conceito Art. 1228: Poder jurídico atribuído a alguém de usar, gozar, dispor e reivindicar a coisa. Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Poderes: Usar: Poder de ter a coisa a seu serviço, sem alterar-lhe a substancia. Não precisa necessariamente estar usando a coisa, basta estar a seu serviço, para ter o poder de usar. Gozar ou Fruir: É o poder de perceber/receber os seus frutos e explorar os seus produtos Dispor: É o poder de consumir a coisa, altarar-lhe a substância ou alienara. O poder proprietário por excelência, pois o único que pode dispor da coisa é o proprietário. Reivindicar ou Reaver: É o poder de buscar a coisa onde quer ou com quem quer que ela esteja. O proprietário para reaver a coisa usa a Ação Reivindicatória: Discute propriedade. Não é ação de Reintegração de Posse: Discute posse. Atributos da Propriedade Art. 1231: Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário. 2.1) Atributos: Exclusividade: A mesma coisa não pode pertencer simultaneamente há duas ou mais pessoas em idêntico lapso temporal. Duas pessoas podem ser proprietários 21 da mesma coisa não nunca da mesma parte da coisa. Ou seja eles tem a fração ideal da mesma coisa, e nunca a coisa sendo de ambos, cada um tendo uma parte exclusiva, sendo chamado de “Condomínio”. Perpetuidade: Não se perde a propriedade pelo não uso. Extensão da Propriedade: O proprietário é dono da extensão aérea ou subsolo da proprietário desde que útil a seu exercício. 22 Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las. Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais. Função Social da Propriedade: Na função social os interesses individuais devem se harmonizar com os sociais, devendo respeitar o meio ambiente os recursos naturais, a flora a fauna e etc. Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. § 1o O direito de propriedadedeve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. § 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. Descoberta Art. 1233 a 1237: É o fato jurídico pelo qual alguém encontra coisa alheia que perdida. Achádego: A recompensa que o descobridor faz jus chama, e a indenização não pode ser nunca inferior a 5% do valor da coisa. Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo antecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la. Parágrafo único. Na determinação do montante da recompensa, considerar-se-á o esforço desenvolvido pelo descobridor para encontrar o dono, ou o legítimo possuidor, as possibilidades que teria este de encontrar a coisa e a situação econômica de ambos. Aquisição da Propriedade IMÓVEL: Modo Originário: Não existe relação jurídica entre o proprietário anterior e o posterior, não existe transmissão de propriedade de uma pessoa para outra. Logo 23 não se transfere os vícios, logo se há vícios na propriedade ao vícios não só retransmitidos. Ex.: Usucapião. Modo Derivado: Existe relação jurídica entre o proprietário anterior e posterior. Ex.: Compra e Venda, Herança “intervivos ou causamortis. Logo se transfere os vícios, logo se há vícios na propriedade ao vícios só retransmitidos. 23.09.2019 Registro Público: Só se adquire a propriedade No Brasil não se adquire propriedade imóvel com apenas o contrato ou a escritura pública, sendo imprescindível o registro no cartório de registro de imóveis. Aquisição da Propriedade IMÓVEL: Registro: Se não há registro não há transferência de propriedade. O contrato de imóvel de compra e venda de imóvel cria apenas relação obrigacional e não um direito real. A ponto de quem vender e emitir apenas o contrato de compra e venda se agir de má 24 fé poderá vender a outro e o comprador além de perder a coisa perdera também a coisa. Podendo pleitear apenas ressarcimento juntamente com perdas e danos. Ou seja, no direito brasileiro quem não registra não é dono. A pessoa compra uma posse e não a propriedade. Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código. Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. § 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel. § 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. Presume-se que o dono seja aquela que o registro esteja o nome. É uma presunção de propriedade de registro é relativa, pois o parágrafo 2º admite-se sua invalidação. Lei 6.015 – Lei de registro Princípios Aplicados ao Registro: Constitutividade ou Inscrição: O que constitui propriedade é o Registro, somente é efetivada a propriedade quando ocorre o registro. Art. 1245, parágrafo 1º. Prioridade ou Preferência: Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo. É dono quem registra primeiro. Força Probante ou a Fé Pública: O que está no registro presume-se ser verdadeiro, ou seja a verdade dos fatos, essa presunção é relativa, pois admite-se prova ao contrário. Art. 1247 Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule. A ação anulatória de registro, é a ação para cancelar esse registro. Continuidade: É preciso que exista uma sequência perfeita de atos através da conexão entre o registro anterior e o posterior, em um encadeamento perfeito. O objetivo do legislador é evitar a ilegalidade, caso quebre essa cadeia e não ache o dono, é preciso aguardar a usucapião, pois é modo originário de transmissão de propriedade não se exigindo a continuidade dos registros. Dessa forma encerrará 25 todos os vícios e ele retomara a propriedade de forma limpa e sem vícios. Publicidade: Tudo que está no registro é público, direitos reais oponíveis erga omnes, logo o registro tem caráter público. Legalidade: Incumbe ao oficial do cartório, por dever de ofício, examinar a legalidade e a validade dos títulos que lhe são apresentados para registro, nos seus aspectos intrínsecos e extrínsecos. Não lhe cabe, entretanto, segundo respeitável corrente de opinião, arguir vícios do consentimento, destituídos de interesse público e somente invocáveis pelos interessados, devendo limitar-se à verificação de sua natureza, se registrável ou não. O oficial do cartório ao efetuar o registro fiscaliza previamente a legalidade do título a ser registrado, sob pena de remessa ao juízo competente. Especialidade ou Individualização do Imóvel: O imóvel precisa ser precisamente, minuciosamente individualizado (metragem, lote, localização, fundo, frente). 26 Territorialidade: O registro deve ser feito na circunscrição imobiliária do imóvel. Quando houver mais de um cartório de imóvel é preciso olhar as normas de organização imobiliária, sendo o TJ responsável por essa determinação. Obs.: Não confundir: - Matricula: É a primeira inscrição de propriedade, como se fosse a certidão de nascimento, não transfere a propriedade. - Registro: Ato subsequente da matricula que transfere a propriedade. - Averbação: São alterações secundárias que alteram características do imóvel. Tudo que modifica o imóvel tem que averbar. 30.09.2019 Acessão Usucapião 21.10.2019 Acessão Naturais Artificiais Art. 1258: Mini desapropri no interesse privado. 5x. Se é mini a indenização é o valor da área perdida e a desvalorização da área restante. Art. 1259: Maxi desapropri no interesse privado. 10x. Se é maxi a indenização é o valor da área perdida, a desvalorização da área restante e mais o tanto que ele ganhou na sua construção por ter feito sua construção. Se de boa fé. Usucapião, Prescrição Aquisitiva Modo originário de aquisição, pois não existe relação jurídica entre o proprietário atual e o anterior. É o modo originário de aquisição de propriedade pela posse prolongada da coisa conjugada com outros requisitos legais. É transformar Posse em Propriedade, ou seja, transforma um poder de fato em poder de direito, traz segurança jurídica. 9.1) Espécies Obs.: Requisitos Tempo; Posse mansa, pacifica e continua: Aquela posse que não sofreu oposição judicial, Não é a oposição do proprietário, mesmo sendo oposição feita em cartório; Admite a soma de posses pela assessio ou sucessio possessione; Animus Domini. Na Usucapião adota a teoria subjetiva, ou seja, o possuidor tem que demonstrar animus domini a intenção de ser dono, “Savynig”. Em regra o cc não adotou a teoria subjetiva, mas como exceção adotou essa teoria na usucapião. 27 Extraordinária: Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradiahabitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. Ordinária: Exige justo título: Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. Justo Título ou situação que se não houvesse um vício seria perfeito para transferir a propriedade, mas tem um vício que não o legitima, traz uma presunção de boa fé. Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico = Função Social. Se A vendeu para B propriedade, porém se A falsificar os documentos e B for registrar no cartório C como dono verdadeiro pode anular esse registro. Mas se B estabelecer moradia e cumprir sua função social em 5 Anos consegue a Usucapião. Especial: Rural ou Prolabore: Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua “Animus Dominis”, por cinco anos ininterruptos, sem oposição “Posse mansa, pacifica e continua”, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. < = 50 HECTAR CF Art. 191 Requisitos: A pessoa não pode ser proprietário de nenhum imóvel seja urbano ou rural; Tem que ser imóvel rural; Metragem não superior a 50 hectare e Pessoa tem que trabalhar e morar. 28 Caso a metragem seja maior não cabe a usucapião rural mas cabe as demais. Urbana ou Promoradia: Não exige que a pessoa trabalhe, pois a metragem do imóvel de certa forma não permite. Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. < = 250 M Caso a metragem seja maior não cabe a usucapião urbana mas cabe as demais. CF Art. 183 29 Familiar ou de Usucapião por abandono do lar: Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando- o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. Abandono de Lar: Conceito jurídico indeterminado. Administrativa ou Extrajudicial: É levar diretamente ao cartório para tentar a usucapião sem que seja levado ao poder judiciário. Mas precisa de advogado. É uma faculdade e não uma obrigatoriedade. CPC Art. 1.071. O Capítulo III do Título V da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (Lei de Registros Públicos), passa a vigorar acrescida do seguinte art. 216- A: (Vigência) “Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado, instruído com: 28.10.2019 Aquisição da Propriedade Móvel Art. 1260 e SS Usucapião: Todos os requisitos básicos de usucapião se aplicam aqui 1260: Usucapião Ordinária – 3 Anos > Pois, exige justo título e boa fé 1261: Usucapião Extraordinária – 5 Anos Ocupação: Modo de aquisição de propriedade pelo qual alguém se apropria de uma coisa sem dono. Modo Originário. A coisa tem que ser sem dono ou abandonada ou coisa que nunca teve dono Art. 1263: Assenhorar é se tornar senhor Defesa em Lei: Proibida em Lei Achado de Tesouro Art. 1264 a 1266 Quando o CC fala prédio significa imóvel casualmente: Achou sem querer então é metade dela metade do dono Art. 1265: O dono pediu para procurar ou terceiro mexeu onde não devia. É do dono. Art. 1266: Desconsiderar, pois não tem aplicabilidade no código passado mas o CPC extinguiu. 30 Tradição Entrega da coisa do alienante ao adquirente. 31 Tipos: Real: Entrega da Própria Coisa; Simbólica: Um ato que representa a entrega; Ficta: Através do constituto possessório e o brevemanu. O que transfere propriedade do imóvel? O Registro E do Móvel? É a entrega/tradição. Contrato não transfere propriedade Art. 1267 – Não se transfere antes da tradição PU: Constituto Possessório Art. 1268 – Venda a non Domino - Se ocorrer em hasta pública “leilão”, isto não existe, pois aplica-se a teoria da aparência. Negócio Jurídico Nulo não transfere propriedade efeito Ex. Tunc. Especificação 1269 a 1271: É a transformação da matéria prima em uma espécie nova, por meio do trabalho do especificador. Transfoma um marmora bruto, meu, em obra de arte quem é dono? Art. 1271: Sendo dos 2 peço a minha parte Paragarfo 1º: Havendo má fé: Eu sou Dono Paragráfo 2º: Execeder consideravelmente quem pegou passa a ser dono mas tem que ressacir o dono anterior. Confusão, Comissão é erro de grafia correto é Comistão e Adjunção: Coisas pertencentes a donos diversos se misturam. Confusão: Mistura de líquidos. Comistão: Misturas de coisas secas ou sólidas. Adjunção: Sobreposição de uma coisa sólida a outra sem ter como separar. Quando a mistura se dá sem a vontade das partes quem é o dono? § 1o Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo, subsiste indiviso o todo, cabendo a cada um dos donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou para a mistura ou agregado. Formará um condomínio mas a qualidade e quantidade mediante pericia determinará quem será dono de uma fração ideal. § 2o Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do todo, indenizando os outros. Caso a relação seja acessório e principal, o dono do principal irá ser dono do tudo e irá indenizar a outra parte. Art. 1.273. Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de má-fé, à outra parte 32 caberá escolher entre adquirir a propriedade do todo, pagando o que não for seu, abatida a indenização que lhe for devida, ou renunciar ao que lhe pertencer, caso em que será indenizado. Se a mistura ocorrer de má fé a parte lesada pode escolher ficar com o todo ou abrir mão, independente de um ou outro ela terá indenização. 33 Perda da Propriedade: Alienação; Renuncia; Perecimento; Abandono; Desapropriação Há outras formas de perda da propriedade em leis especificas. Alienação: Transferência voluntária de um proprietário para um terceiro. Ex. Contrato de compra e venda. Contrato não transfere propriedade, ou seja, cria obrigação relacional e não real. Quem transfere propriedade de bem imóvel: e móvel: tradição. Renúncia: Ato unilateral pelo qual o titular abre mão de seus direitos sobre a coisa de forma expressa. Não existe renúncia Tácita. Abandono: Ato unilateral pelo qual o titular abre mão de seus direitos sobre a coisa mas não precisa ser expressa, bastando a intenção de não mais ter a coisa. Obs.: Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições. § 1º O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedadeda União, onde quer que ele se localize. § 2º Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer os ônus fiscais. Fere o contraditório, pois a pessoa pode deixar de pagar o imposto por motivo de saúde, ou desemprego e etc. A maioria da doutrina interpreta esse artigo como inconstitucional. 11.4) Perecimento: Desaparecimento da coisa. 11.5) Desapropriação: Poder público tomar para si uma coisa privada. Modalidade: Necessidade Pública: Precisa-se daquela bem quando há uma urgência. Utilidade Pública: Não é urgência e sim conveniência. Ex. Montar uma escola. Interesse Social: Para fins de reforma agrária. Defesa da Propriedade: Defesa de Posse autotutela da posse ou não cabendo as ações possessórias, manutenção de posse reintegração de posse e interdito proibitório. 34 A defesa da propriedade Ação Reivindicatória: se trata-se do juízo petitório sendo a ação do proprietário que tenham título mas não tem posse. 35 Obs.: Titular Ativa: O proprietário é o titular ativo na ação, ou seja parte legitima. Logo o possuidor não tem ação reivindicatória; Se o proprietário for casado: Ou ele precisa da presença do cônjuge ou sua anuência. Rito da Ação: Ordinário, ou seja não tem rito especial é o rito do processo civil. Além de discutir propriedade frutos, benfeitorias, perdas e danos. Em defesa numa ação reivindicatória o réu pode alegar usucapião. Alegação de usucapião em ação reivindicatória não serve para transferir a propriedade, isto será feito através da ação de usucapião pois esta tem rito especial Pode alegar o usucapião na defesa mas não serve para transferir a propriedade devendo ser proposta a ação de usucapião. 04.11.2019 13 Propriedade Resolúvel Em regra a propriedade é perpétua, pois o proprietário mantém seu uso indefinidamente Exceções à perpetuidade da propriedade: Propriedade Resolúvel: Se refere a possibilidade da propriedade conter uma condição ou termo que farão com que o direito de propriedade se acabe. Propriedade Resolúvel Propriamente dita: Art. 1.359 A propriedade já nasce com a perspectiva de durabilidade subordinada a um termo ou condição. Para que tenha efeitos é preciso que tenha registro. O efeito é ex-tunc retroage até a data do registro. Você doa a propriedade mediante uma condição. Ex.: A da sua para B até ele se formar na faculdade. Se B for vender a casa para C, C tem que olhar a condição/termo para venda ou seja data de formatura de B. Termo: Evento futuro e certo; Condição: Evento futuro e incerto; Propriedade “ad tempus”. Art. 1.360 O efeito é Ex.nunc, não retroage, pois o que resolve a propriedade não é uma condição ou termo e sim um evento superveniente, desconhecido pelas partes. 36 Ex.: A da sua para B, B tenta matar A, A encerra a doação por ingratidão. Se A da sua para B, B tenta matar A, porém B vendeu a casa para C, logo revoga a doação, porém não pega de volta à casa de C, Logo B tem que indenizar. 37 14 Propriedade Fiduciária Art. 1.361 – 1.368 A propriedade da coisa é transferida ao credor em garantia do pagamento da dívida, permanecendo o devedor com a posse direta da coisa “Constituo Possessório”. Pode ter alienação fiduciária para bens imóveis mas não com base no CC mas sim Lei 9514/97 Lei do Sistema Financeiro Imobiliário. Para veículo será preciso ter os dois registros: Registro de Títulos e Documento e Órgão Competente “Detran”. § 3º Com o pagamento da última parcela o pagador se torna proprietário de fato da coisa. Pacto Comissório: É nulo. É o credor ficar com a coisa. A justificava é que se ele pagou um valor muito o valor da coisa e se o credor ficar com a coisa e com o valor que recebeu pode se caracterizar enriquecimento ilícito. Art. 1.365. É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento. Inadimplemento: Se o devedor deixa de pagar a parcela. 1º coisa o credor deve notificar o devedor, notificar para constituir mora. Constituída a mora o credor pode entrar com a ação para retomar o bem, ou seja busca e apreensão. Ou ele acha a coisa ou não acha a coisa. Na hora que ela não consegue realizar a busca e apreensão da coisa o processo se transforma em deposito. Dessa forma se ele virá depositário e não devolve a coisa torna- se depositário infiel e antigamente era permitida a prisão. Devido o Pacto San Jose da Costa Rica e Brasil como signatário excluiu a prisão de depositário infiel, Art. 1.363. Antes de vencida a dívida, o devedor, a suas expensas e risco, pode usar a coisa segundo sua destinação, sendo obrigado, como depositário: I - a empregar na guarda da coisa a diligência exigida por sua natureza; II - a entregá-la ao credor, se a dívida não for paga no vencimento. Unidade IV – Direitos de Vizinhança Art. 1277 a 1313 Introdução: O fato da pessoa ser proprietária de uma coisa não quer dizer que ele possa fazer o que quiser com a coisa. O proprietário ao usar e gozar da coisa tem o seu direito limitado a fim de se ter uma convivência social tranquila e harmoniosa 38 com base na boa- fé. Propter Rem: Ou seja a obrigação se vincula a coisa e não a pessoa, dessa forma quem estiver na coisa estará obrigado a respeitar o direito de vizinhança. Prédios Confinantes: Sendo prédio é o imóvel e não no sentido de edifício, confinante é aquele que faz limite. Prédio Contíguos: Prédio que faz parte da vizinhança e não necessariamente fazendo limite. 39 Uso Anormal da Propriedade Art. 1227 “O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha”. A interpretação é restritiva. Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança. Nesse parágrafo, leve em consideração o limite do tolerável, na hora que o juiz avaliar o uso da propriedade, ele tem que avaliar o caso em concreto. Solução para a composição dos conflitos Uso normal com incomodo normal: Está incomodando, mas se o uso está sendo normal, não há nada que se fazer, logo o incomodado deve si retirar. “Nada pode fazer”. Deve ser levado em consideração o Homem Médio. Uso normal, com incomodo anormal, mas socialmente aceito: Art. 1.278. O direito a que se refere o artigo antecedente não prevalece quando as interferências forem justificadas por interesse público, caso em que o proprietário ou o possuidor, causador delas, pagará ao vizinho indenização cabal. Ex.: Uma indústria instalada, emitindo gases poluentes, incomoda as pessoas, mas é função social, pois é geradora de emprego. Nesse caso não ai caber acabar com o incomodo, ou seja o juiz não poderá acabar com a indústria, haverá sim indenização. Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interferências, poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas se tornarem possíveis. Uso anormal, com incomodo anormais, sem interesse social: Ex.: Boate instalada em zona hospitalar. Soluções: Pode pedir indenização quando o dano já ocorreu: Só pode pedir se o dano for de fato efetivado. Ação Cominatória: Se o Dano ainda não ocorreu, ou seja fazer cessar o uso nocivo; objetivo é cessar o dano nocivo à propriedade, mediante uma obrigação de fazer ou não fazer com fixação de Atreint. Multa Astreint: multa diária pelo descumprimento de uma obrigação de fazer ou não fazer. Ação de Dano Infecto: Ação proposta perante a possibilidade de uma dano 40 iminente. Quando tem um danoiminente daí entra com essa ação como prevenção, você pede uma caução, caso o dano ocorra já está resguardado. Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente. Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém tenha direito de fazer obras, pode, no caso de dano iminente, exigir do autor delas as necessárias garantias contra o prejuízo eventual. 41 Árvores Limítrofes São árvores que estão nos limites da propriedade. Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes. Presunção de condomínio, sendo essa relativa, pois admite-se prova em contrário. Independentemente do tamanho que tem em cada lado ambos são donos. Não pode nesses casos tirar o tronco que esteja em seu lado, pois assim ela morrerá. Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido. Tronco está no terreno só, a lei autoriza que o vizinho que está com invadindo sua propriedade ele tem o direito de cortar, mas entendimento doutrinário, caso tal corte possa prejudicar a arvore, ele deve pedir autorização ao vizinho dono do árvores, princípio da boa-fé. Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de propriedade particular. Se cair naturalmente o fruto é do dono do terreno. Se derrubar o fruto é do dono da árvore. Isso se o terreno for particular. Se for de propriedade pública as frutas que caírem são do dono do terreno da árvore. Passagem Forçada Art. 1285 O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário. Imóveis Encravado: Aqueles que não tem saída para via pública. § 1o Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se prestar à passagem. § 2o Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o acesso a via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve tolerar a passagem. § 3o Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes da alienação, existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o proprietário deste constrangido, depois, a dar uma outra. Unidade VI – Direitos Reais Sobre Coisas Alheios 42 1) Introdução: No proprietário tem 4 poderes, usar, fluir, dispor e reaver. O exercício do direito real pelo titular se estabelece em uma coisa alheia, de tal forma que duas sou mais pessoas dividirão entre si os poderes inerentes à propriedade. Três Grupos Direitos Reais de Fruição: Usufruto; Usuhabitação; Superfície e Servidão Superfície: Art. 1369 – 1377. Aqui temos duas propriedades diferentes. A é o dono do solo e B é dono da casa. É a faculdade que o proprietário possui de conceder a um terceiro a propriedade das construções e plantações que este efetue sobre o solo alheio. Superficiário proprietário da asserção. 43 Proprietário dono só solo. Obs.: O direito de superfície é uma exceção à regra, na qual o acessório segue o principal, nesse caso o acessório não segue o principal. Passa a ter duas propriedades. Deve ser feito por escritura pública registrada no Cartório de Imóveis. Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. Não cabe obra no subsolo, SALVO o inerente à construção ou plantação. Só existe direito de superfície por tempo determinado. Art. 1.372. O direito de superfície pode transferir-se a terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros. Pode o superficiário transferir a superfície, seja inter vivos ou causa mortis. Pode ser Gratuito ou Oneroso: Solaruim é o pagamento por uma superfície onerosa. Art. 1.370. A concessão da superfície será gratuita ou onerosa; se onerosa, estipularão as partes se o pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente. O superficiário já começa uma propriedade sabendo que vai acabar, ou seja é resolúvel. Sendo as acessões transferidas ao proprietário no termino da relação Art. 1.375. Extinta a concessão, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre o terreno, construção ou plantação, independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário. Tanto o proprietário do solo ou da acessão podem vender, porém eles tem que exercer o direito de preferência. Art. 1.373. Em caso de alienação do imóvel ou do direito de superfície, o superficiário ou o proprietário tem direito de preferência, em igualdade de condições. Causas Extintivas. 1º Advento do Tempo: Vencimento do prazo, chega o prazo final extingue; 2º Inadimplemento da obrigação; 3º Destinação diversa dada ao terreno Art. 1374; 4º Desapropriação Art. 1376. Advento do termo; * Inadimplemento da obrigação; * Dar uma destinação diversa. 1374; * 1376 Desapropriação Direitos Reais de Garantia: Penhor, Hipoteca e Anticrese 44 Direito Real à Aquisição: Promessa de Compra e Venda Usufruto: É o direito de usar uma coisa pertencente a outrem e fruir (aproveitar os frutos). Direito de Usar e Fluir “Tirar frutos, usar”, Gozar, uma coisa pertencente a outrem desde que não alterada a sua substância. Cabe em bem móvel, cabe em bem imóvel. Usufrutuário: Pode usar livremente desde que não altera a substancia. Não poder de reaver através de Ação Reivindicatória. Nu Proprietário: É quem tem o poder de dispor. Somente esse tem direito de Ação Reivindicatória. 45 Ocorrerá um desdobramento da posse ficando o usufrutuário na posse direta e o nuproprietário na posse indireta. Não tem direito aos frutos percebidos. Caracteristícas: Direito real, logo tem direito de sequela, pois tem eficácia ergaomnes. A tem a fazenda e pode vender para B, pois é proprietária. Pode vender para todos o mundo que quiser mas quem adquirir tem que respeitar o usufruto de B. Ex.: A Faz usufruto com B por 10 anos. Em 5 anos A vende para C, C so pode pegar depois de 5 anos. - Direito Temporário: Ou ele tem o tempo pré estabelecido ou pode ser fixado pelo tempo de vida do usufrutuário sendo usufruto vitalício. Intransmissível: Não se transmite em herança uma vez que tem caráter Personalíssimo. Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. A LEI NÃO PERMITE A TRANSMISSÃO DO USUFRUTO MAS SIM O EXERCÍCIO DO USUFRUTO. OU SEJA PODE-SE ARRENDAR O EXERCÍCIO DO USUFRUTO. Impenhorável: Pois é intransmissível. Objeto de Usufruto: Art. 1.390. O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. PRATICAMENTE TUDO PODE RECAIR EM USUFRUTO O CAMPO DE SUA INCIDENCIA É AMPLO, TODOS OS BENS SÃO PASSIVEIS DE USUFRUTO. Usufruto Simultâneo x Sucessivo: Sucessivo é proibido: deixaria em usufruto de B em vitalício para depois que B morrer passar para o C depois que o C morrer passar para D depois que D morrer passar para E e assim sucessivamente. Não tem como, pois com a morte do usufrutuário extingue o usufruto logo não se passa Simultâneo é permitido: É permitido pois é duas ou mais pessoas ao mesmo tempo. A Proprietário: B; C e D Usufrutuário so acaba quando morrer. Se B morrer a sua parte volta ao A; Morreu C Volta para o A. Ou seja com a morte do usufrutuário volta para A, SALVO O DIREITO DE ACRESCER: Art. 1.411. Constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a cada uma das que falecerem, salvo se, por estipulaçãoexpressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente. OU SEJA A MORTE DE CADA UM DOS 46 USUFRUTUARIO FOR PERMITIDO DIVIDIR ENTRE CADA USUFRUTUARIO. Exemplo: A proprietário: B; C; D Usufrutuário > Se tiver direito de acrescer, B morrer sua parte divide entre C e D; Se morrer C fica tudo com D; Só volta a propriedade para A quando todos os Usufrutuário morrerem. Tem que estar expressa. Nossa lei admite usufruto simultâneo que é aquele constituído em favor de duas ou mais pessoas ao mesmo tempo. Pela regra o usufruto de cada uma vai se extinguindo com a morte voltando o direito para o proprietário, SALVO, estipulação expressa do direito de acrescer pelo qual o quinhão do usufrutuário falecido passa para o sobrevivente. Duração: 47 Temporário: Tem prazo de vigência Vitalício: Dura até a morte do usufrutuário. Pessoa Jurídica: pode ser usufrutuário, mas não há que se falar em Vitalício. O prazo será aquele pelo prazo estabelecido ou por prazo máximo 30 Anos. Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer. Uso/Usufruto em Miniatura: Ele é chamado assim, pois o usufrutuário pode usar e fruir da coisa. No USO terá um limite de fruição limitando assim as necessidade do usufrutuário e de sua família, pois não pode haver finalidade econômica e sim de subsistência. Tem Nu proprietário e Usuário. Art. 1.412. O usuário usará da coisa e perceberá os seus frutos, quanto o exigirem as necessidades suas e de sua família. Cabe em bem móvel, cabe em bem imóvel. Habitação/Uso em Miniatura: O proprietário dá o direito de Usar e Habitar. Não pode ter finalidade econômica e não de existência. Diferença da Locação e Habitação: Direito de habitação é direito real, oponível ergaomnes, direito de sequela e locação é direito obrigacional, gerando assim garantia jurídica. Habitação: Direito de usar para fins de habitação não admitindo nenhum tipo de fruição. Não cabe em bem móvel, somente cabe em bem imóvel. Servidão: Temos dois prédio, ou seja imóvel. Um chamado prédio serviente: Estar servindo e o segundo chamado dominante: Estar se beneficiando. Tem se então um prédio servindo de alguma coisa para outro prédio. Servidão: direito real pelo qual um prédio serviente proporciona uma utilidade a outro prédio chamado dominante. Decorre da vontade das partes. Não precisa estar encravado. Pode ser onerosa ou gratuita depende do acordo de vontade das partes. EXEMPLO: servidão de passagem. Não é prédio encravado não há que se falar em passagem forçada: decorre da Lei, precisa estar encravado - e sim uma melhoria para o acesso. Logo pode fazer um contrato com outro para fazer uma passagem, podendo cobrar e estabelecer como será a passagem. Pode cobrar pode ter indenização. 48 Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subseqüente registro no Cartório de Registro de Imóveis. NÃO EXISTE DIREITO REAL QUE NÃO SEJA REGISTRADO. Promessa de Compra e Venda: É o contrato pelo qual o promitente vendedor obriga- se a vender ao promitente comprador determinado imóvel, outorgando-lhe a escritura definitiva quando houver o adimplemento da obrigação. Exemplo: Imóvel na planta. 49 Se tem uma promessa de compra e vem da e não está registrada em cartório, tem- se uma relação obrigacional não tem direito de sequela, ergaomnes não pode ir onde quer que seja. Dessa forma se a construtora quiser da cano em todo mundo que não tenha registrado ela consegue, pois é mero direito obrigacional. Ação de Adjudicação: O Juiz pode emitir o registro. Se a pessoa registra o contrato no cartório a construtora tem que passa a escritura caso se negar ou vender a outrem na maldade, o juiz dará a escritura. Direitos do Proprietário: Usar; Fruir; Gozar; Dispor. - Quem estiver usando e fruindo, não pode alterar a substância, pois estaria dispondo. - Pessoas envolvidas: Usufrutuário e proprietário “Nu-Proprietário” - Características: Direito real: tem poder de sequela 1410. Tem caráter temporário. Tempo máximo (tempo que as partes estabelecerem ou o tempo de vida do usufrutuário) Intransmissível pois tem caráter personalíssimo. Não se transmite com herança. A morte do usufrutuário significa a extinção do usufruto. 1393 Não é acessão a venda do usufruto, mas sim o exercício do usufruto. - Objetos do usufruto: 1390 quase tudo pode ser. Usufrutuário Vitalício: Até a morte - Direito de acrescer: 1411 O usufruto se transmite aos usufrutuários sobreviventes somente retornando a propriedade plena ao Nu-proprietário quando o último usufrutuário falecer. Exceto: Se o tiver o direito de acrescer neste caso morrendo um usufrutuário invés de retornar ao proprietário subdivide-se entre os outros usufrutuários. Só volta a transmitir ao proprietário caso o ultimo usufrutuário morra. Extinção: 1410 prazo de 30 anos para extinguir o usufruto caso seja pessoa jurídica se não houvesse prazo estabelecido 50 Uso (Usufruto em miniatura): 1412 Sendo a fruição limitada de acordo com a subsistência, necessidade individual. Habitação: 1414 Pessoa pode usar/habitar a coisa, e não admite nenhum tipo de fruição.
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