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1 MATRIZ DE ATIVIDADE INDIVIDUAL Disciplina: Gestão de Pessoas Módulo: Aluno: Turma: Introdução O trabalho de Ferreira (2017), ilustra bem a abordagem introdutória desse trabalho. Uma das atribuições fundamentais da gestão de pessoas é promover a conciliação entre os interesses corporativos e os objetivos individuais dos trabalhadores. Esse conceito nasce na era pós industrial, onde o desafio é conciliar as expectativas dos indivíduos com os objetivos da companhia. Na era pós industrial temos também o conceito da geração de conhecimento, onde as companhias que estão em constante crescimento possuem há habilidade de gerar, reter, compartilhar e aplicar novos conhecimentos concebidos dentro da companhia. Por isso, a gestão de pessoas possui uma posição estratégica, pois pode potencializar, por meio de ações específicas, a integração entre as diferentes gerações dentro da companhia. Segundo Mary Porker apud Ferreira (2017), ela notou que a supressão total dos conflitos (empresa x indivíduo) não é viável. Ela conclui que para haver um equilíbrio biológico precisa haver diferentes espécies vivendo em conflito. A gestão de pessoas tem por objetivo minimizar esse conflito entre as partes. Segundo Davel e Vergara apud Ferreira (2017), a gestão de pessoas pode ser compreendida a partir de três abordagens: funcionalista, estratégica e política. A visão funcionalista ainda é a mais utilizada pelos gestores, pois utiliza-se de ferramentas como: aumento de remuneração, treinamentos, avaliação de desempenho. Deixando de lado a visão estratégica e política que tem por ferramentais motivacionais a criatividade, cooperação, espírito de equipe, capacidade de assumir riscos. Segundo Ferreira (2017), não sendo possível a eliminação completa dos conflitos entre os objetivos corporativos e os interesses pessoais, são viáveis a redução das diferenças e o fortalecimento da identidade comum. Portanto, a gestão de pessoas é ferramenta fundamental para mitigação do conflito entre a empresa e o indivíduo. Atualmente dentro das companhias temos um choque entre as gerações, como gestores devemos conhecê-las e gerenciar suas expectativas por meio da liderança eficiente. Segundo Mckeown no livro Essencialismo as pessoas sem liderança buscam satisfazem seus interesses próprios. “Na falta de orientações claras, as pessoas buscam coisas que promovem interesses pessoais de curto prazo, sem refletir se essa atividade ajuda a missão a longo prazo da equipe como um todo.” (Mckeown, 2015, p. 96) Segundo Golemam (2015), diferentes situações requerem diferentes tipos de liderança. Há autores que refutam esse conceito de líderes situacional, entretanto, não será esse o foco do estudo, veremos a seguir os tipos de líderes e quais são seus pontos positivos e negativos. 2 “Liderança vai muito além de um título, é uma escolha, uma construção diária, edificada por tijolos de comportamentos e atitudes unidos pela argamassa de intenções legítimas e genuínas, e sustentados pela mais poderosa dentre todas as pedras angulares: a confiança”. (FABOSSI, 2019, p. 30). Desenvolvimento – análise de diferentes perfis de liderança Segundo Kurt Lewin apud Ferreira (2015) propôs três formas de liderar uma equipe: Liderança autocrática é exemplificada pelo conceito difundido atualmente por “chefe”, aquele que lidera respaldado pelo seu cargo, exercendo total autoridade sobre seus liderados. Temos como pontos negativos a falta de empatia com a equipe, as decisões são tomadas exclusivamente por ele, os méritos pelos trabalhos realizados são direcionados somente para ele e não há fomentação de novas ideias por porte da sua equipe. Notam-se como pontos positivos desse estilo de liderança que as expectativas são claramente expostas aos liderados, por ter seu foco no resultado consegue estruturar de forma eficiente um plano de trabalho e assume para si os riscos. Liderança participativa é voltada para as relações interpessoais, com foco no indivíduo e na união da equipe, sua liderança deriva da sua credibilidade. Possui a habilidade de delegar funções e dar feedbacks construtivos aos seus colaboradores. Como pontos negativos temos a falta de objetividade nas reuniões para tomada de decisão, o papel do líder pode ser anulado e conflitos podem ser gerados entre a equipe pelas divergências de opiniões. Entretanto, como pontos positivos destaca-se a confiança nos colaboradores, fomentam debates entre a equipe de trabalho para tomada de decisão, planejam a execução em conjunto e acredita que a colaboração mútua leva a excelência no resultado. Liderança liberal (laissez-faire) os membros da equipe são seus próprios líderes, possuem liberdade para gerenciar seus tarefas e cumprimento de prazos, pois o líder exerce pouco controle sobre o grupo. Notamos como ponto negativo desse estilo que a falta de uma diretriz clara gera a desmotivação da equipe, pouca comunicação entre a equipe e há um estímulo para criatividade. Destaca-se como ponto positivo a liberdade do colaborar gerenciar a forma com que executará sua tarefa, pouca cobrança do resultado, desperdícios de tempo e recursos também podem ser notados. Analisar-se-ão, abaixo, os seis perfis de liderança traçados pelo doutrinador Daniel Goleman a respeito do tema: O primeiro deles é o perfil do líder visionário, caracterizado por visar à obtenção de resultados que contribuam positivamente para o alcance dos objetivos da companhia, sendo capaz de conduzir os seus liderados nesta direção central, que a doutrina chama de “visão”, de forma que este últimos tenham a noção clara de quais são os critérios adotados pela companhia para o êxito e as gratificações que dele decorrerão. O trecho abaixo destaca esta característica essencial do perfil do líder visionário, que lidera pelo encorajamento: “A liderança visionária também maximiza o compromisso com as metas e a estratégia da organização. Ao enquadrar as tarefas individuais dentro de uma visão maior, o líder visionário define padrões que giram em torno dessa visão.” (GOLEMAN, 2015, p. 36) A vantagem deste perfil de liderança é a autonomia concedida pelo líder a seus liderados, visto que estes, sabendo qual a visão (o seu foco), desenvolverão suas tarefas de forma livre, adotando os métodos que melhor entenderem para entregar aquilo que lhes é demandado e assumindo riscos calculados, sob a supervisão de seu líder. Por outro lado, há uma desvantagem percebida neste perfil de liderança, quando os liderados possuem maior experiência na matéria ou são tecnicamente mais preparados que o seu líder, pois os primeiros podem tomar este último por prepotente ou díspar. Há, ainda, o risco de um líder visionário tornar-se dominador. O perfil do líder afetivo é o segundo considerado pelo doutrinador, marcado por prezar pela comunicação entre ele e sua equipe, e dentro de sua equipe, uns com os outros, e pelo compartilhamento de concepções e inspirações, que culminam em maior flexibilidade nos trabalhos desenvolvidos, ensejando atitudes inovativas e a assunção de riscos. O líder afetivo não tende a impor ou ditar regras aos seus liderados sobre como devem atuar, mas costuma dar feedbacks positivos por tarefas bem executadas, demonstrando reconhecer e buscando recompensar seus liderados, o que os motiva. Este perfil de liderança é o que origina nos funcionários o sentimento de pertencimento à companhia. Tudo isto pode ser entendido como a vantagem deste perfil. O recorte abaixo exemplifica a busca do líder afetivo pela construção de laços emocionais e harmônicos entre si e seus liderados: “O líder afetivo esforça-se para manter os funcionários contentes e criar harmonia entre eles. Ele gerencia desenvolvendo fortes vínculos emocionais e depois colhendo o benefício de tal abordagem; ou seja, a fidelidade extrema.” (GOLEMAN, 2015, p. 41) Contudo, deve-se evitar a adoção doperfil de liderança afetivo isoladamente de outros. Isto porque líderes afetivos tendem a não dar feedbacks negativos ou construtivos, o que pode gerar nos liderados uma sensação de tolerância a falhas ou falta de progresso. Numa equipe em que os liderados necessitem de orientações explícitas sobre como seguir, o perfil afetivo não é o mais adequado. Tem-se, como terceiro perfil de liderança, o democrático, que é aquele em que o líder prioriza o ouvir as opiniões e contribuições dos liderados, o que gera confiança, respeito e compromisso entre eles. O líder democrático permite à sua equipe escolher como atingirão suas metas, há, assim, maiores flexibilidade e responsabilidade. O perfil democrático permite o estabelecimento de um ambiente mais realista sobre seus objetivos. Destaca-se a seguinte postulação do doutrinador a respeito deste perfil: “Essa abordagem é ideal quando o próprio líder está inseguro quanto à melhor direção a tomar e precisa de ideias e orientação de funcionários capazes. E ainda que um líder tenha uma visão forte, o estilo democrático funciona bem para gerar ideias novas para executar essa visão.” (GOLEMAN, 2015, p. 45 e 46) Porém, a ampla abertura às ideias dos liderados pode ser interpretada como uma desvantagem atinente a este perfil, uma vez que, quando presente, tende-se à realização de inúmeras reuniões para discussão de ideias, as quais já foram trazidas e analisadas anteriormente, e dificilmente chega-se a uma concordância sobre os temas, fato que pode transparecer uma intenção protelatória do líder e intensificar situações de conflito. A adoção deste perfil depende do amparo de uma equipe bem preparada. Em quarto lugar, encontra-se o perfil de líder modelador, o qual tem por foco entregar os trabalhos que sejam destaque positivo no menor tempo possível, por isso ele procura uma espécie de “time dos sonhos” onde esses funcionários do time poderão corresponder as suas expectaivas. Caso isso não ocorra, irá 4 buscar substituir aqueles que não foram capazes de atendê-lo. Com esse perfil e alto npivel de exigências o clima organizacional fica comprometido, pois há muita pressão sobre os colaboradores, então os resultados tendem a cair. Conforme o doutrinador narra: “As diretrizes do trabalho podem estar claras na cabeça do líder, mas ele não as enuncia claramente, espera que as pessoas saibam o que fazer [...]” (GOLEMAN, 2015, p. 47) Neste perfil de liderança, é quase impossível indicar alguma vantagem ao optar-se por sua adoção. Em contrapartida, as desvantagens são a falta de confiança no potencial das pessoas em desempenhar um bom trabalho, muito tempo gasto para decifrar os desejos do líder, dependência da figura da “pessoa chave” que vai ditar tudo aquilo que deve ser realizado. O modelador também não contribui para o desenvolvimento das pessoas, ele é muito bom no que faz, mas pela deficiência em dar feedbacks não consegue desenvolver seus colaboradores. Em penúltima posição, está o perfil do líder treinador, que assim como o nome já define ele treina as pessoas. Contribui muito para o crescimento profissional, pois ajuda as pessoas a identificar seus pontos fortes e fracos. Esse perfil estimula as pessoas a criarem planos de curto e longo prazo, contribuindo constantemente para que eles consigam atingi-los, por meio de muitos feedbacks. “O líder treinador se distingue em delegar. Dão aos funcionários tarefas desafiadoras, ainda que signifique que estas não serão realizadas rapidamente. Em outras palavras, esses líderes estão dispostos a suportar o fracasso a curto prazo se isso estimula o aprendizado a longo prazo.” (GOLEMAN, 2015, p. 39) O doutrinador ressalta que o perfil treinador é o menos utilizado pelos líderes, muitos alegam não terem tempo e que necessita de muito esforço para obter resultados. Então, para eles esse retorno x esforço não compensa. Entretanto, quando usamos esse perfil há uma melhora no clima entre as pessoas e principalmente entre os líderes e seus liderados, pois as pessoas se sentem parte integrantes do negócio e buscam se desenvolver para entregar o melhor resultado possível. Desvantajoso, neste perfil, é que tanto os líderes como as pessoas precisam estar dispostas a compartilhar de suas fraquezas, precisam ter maturidade para aceitar feedbacks e estar disposto a aplicar o que lhe foi orientado. Por fim, está o perfil do líder coercitivo, que é aquele que tem seu foco no resultado, não se importando com as pessoas e com os meios para que consiga cumprir a meta dentro do prazo. As decisões são únicas e exclusivamente tomadas por ele, minimizando a importância da equipe. As pessoas se sentindo desrespeitadas e acabam criando uma imagem que seu líder é seu inimigo. O doutrinador enfatiza que: “A maioria dos funcionários de alto desempenho é motivada por mais do que dinheiro — eles buscam a satisfação do trabalho bem-feito. O estilo coercitivo desgasta esse orgulho.” (GOLEMAN, 2015, p. 49) A vantagem em adotar-se a liderança coercitiva pode ser verificada em algumas situações específicas, em que a companhia está passando por processo de turn araoud e precisa mostrar para o mercado que está conseguindo gerar resultado alterando de maneira disruptiva o modus operandi atual. Não obstante, deve-se manter esse estilo por apenas esse período determinado. Em situações graves e com alto risco de ruída é o modelo mais indicado pelo autor. Considerações finais Devido a geração do conhecimento, os líderes devem possuir a habilidade principal que é de adaptar-se. Adaptar-se ao perfil de sua equipe. Adaptar-se ao momento da sua companhia. Aqueles não forem flexíveis e se mantiverem estagnados em seus conceitos prévios, em pouco tempo serão ultrapassados pela nova geração. Vimos nesse trabalho os principais estilos de líderes e todos eles possuem pontos fortes e fracos, cabe ao gestor estudar o perfil de cada pessoa e aplicar aquele que trará o melhor resultado para companhia e para a pessoa, alinhando as expectativas e minimizando o conflito de intererres. “Um dos grandes desafios do líder autêntico é alinhar seus valores e propósito aos da organização, ser exemplo deles no dia a dia e conectá-los aos valores e propósitos das pessoas.”. (FABOSSI, 2019, p. 82). Em consonância com o Marco Fabossi o gestor precisa estabelecer relações de confiança, também vemos esse conceito nos estudos de Kurt Lewin onde o perfil mãos eficiente é o participativo, o qual se importa com as pessoas e as envolve nas tomadas de decisões, criando essa relação de confiança entre o líder e seus liderados. “Ainda que um líder domine todas as técnicas, teorias, estilos e modelos de liderança, se não estabelecer verdadeiras relações de confiança, sua jornada será infrutífera e sem sentido”. (FABOSSI, 2019, p.30). Não há uma fórmula mágica para ser um grande líder, mas aqueles que possuem alto controle do seu emocional e que conseguem estabelecer relações de confiança, tendem a obterem resultados positivos Referências bibliográficas FERREIRA, V. C., Santos, A. R., Nasser, J. E., & Johann, E. M. Gestão de pessoas na sociedade do conhecimento. Rio de Janeiro: Editora: FG V. 2017. FABOSSI, MARCO. O fator confiança: a base para uma liderança extraordinária. Editora Benvirá, 2019. MCKEOWN, Greg. ESSENCIALISMO. Editora Sextante, 2015. GOLEMAN, Daniel. LIDERANÇA: A Inteligência Emocional na Formação do Líder de Sucesso. Editora Objetiva Ltda, Rio de Janeiro, 2015. MELLO, F. B. Conheça os 10 perfis de liderança mais comuns. Administradores, 2010. Disponível em: https://administradores.com.br/noticias/conheca-os-10-perfis-de-lideranca-mais-comuns. Acesso em: mar. 2021. DIAS, Elisângela. O que é liderança: conheça os principais estilos e suas características. Toda Carreira. Disponível em: https://www.todacarreira.com/lideranca-principais-estilos-caracteristicas/. Acessoem: mar. 2021 RETONDO, Lucas. Estilos de liderança: o que são, pra que servem e qual é o melhor?. Startup Creator, 2020. Disponível em: https://startupcreator.com.br/blog/estilos-de- lideranca/#:~:text=O%20estudo%20de%20Lewin%20descobriu,todos%20os%20membros%20da%20e quipe. Acesso em: mar. 2021 KRAIDE, Marcos. Liderança Autoritária: Entenda o que é. Marcos Kraide, 2019. Disponível em: https://www.marcoskraide.com.br/lideranca-autoritaria-entenda-o-que-e/. Acesso em: mar. 2021 6