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Indaial – 2020 Seguridade Social Prof.a Georgia Carneiro da Fontoura Prof. Vinícius Dittrich 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2020 Elaboração: Prof.a Georgia Carneiro da Fontoura Prof. Vinícius Dittrich Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: apreSentação Prezado acadêmico! Seja bem-vindo a esta nova disciplina em seu curso, em que trataremos as questões inerentes à Seguridade Social. Na Unidade 1, nós iremos iniciar nossos estudos abordando o conceito e os fundamentos da Seguridade Social, buscando compreender este ramo do direito e refletir sobre sua importância enquanto um sistema de proteção social. Nesta unidade, nós iremos também buscar compreender como se deu a evolução histórica da Seguridade Social no mundo, as principais teorias e como está o panorama atual. Na Unidade 2, nós estudaremos a Teoria Geral do Direito da Seguridade Social, tópico fundamental para entender seus elementos basilares, como o tripé da Seguridade Social: Saúde, Previdência Social e Assistência Social. Além disso, abordaremos os princípios constitucionais da Seguridade Social e os seus princípios interpretativos, ou seja, aquelas concepções que norteiam a interpretação das normas jurídicas desta seara, bem como o planejamento, implementação, execução e fiscalização de suas políticas e ações. Além disso, conheceremos os principais benefícios disponíveis no âmbito da Seguridade Social: o benefício de prestação continuada – BPC (LOAS); o Aluguel Social, o Bolsa Família, o seguro-desemprego e a pensão especial aos portadores da Síndrome da Talidomida. Em nossa terceira e última unidade, iremos estudar o sistema de financiamento da Seguridade Social, que, conforme previsto na Constituição Federal, é um dever imposto a toda sociedade. Afinal, quais são as formas de contribuição para o custeio da Seguridade Social? Quem gesta? Estas e outras perguntas conseguiremos responder em nosso percurso. Por fim, trataremos também de alguns tópicos especiais com exceções, inadimplementos e aspectos tributários da seguridade social Pronto para começar mais esta jornada em seu percurso formativo? Então vamos lá! Bons estudos! Prof. Vinícius Dittrich Prof.a Georgia Carneiro da Fontoura Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE Sumário UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL ....................................................................................................................... 1 TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL .......................... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 CONCEITO DE SEGURIDADE SOCIAL ....................................................................................... 3 3 FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL ........................................................................... 8 3.1 PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................ 10 3.2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL ....................................................................................................... 10 3.3 EMENDAS CONSTITUCIONAIS ............................................................................................. 11 3.4 LEIS E SUAS ESPÉCIES ............................................................................................................... 13 3.5 MEDIDAS PROVISÓRIAS........................................................................................................... 13 3.6 DECRETOS E SUAS ESPÉCIES .................................................................................................. 13 3.7 RESOLUÇÕES, PORTARIAS E INSTRUÇÕES NORMATIVAS ........................................... 14 3.8 JURISPRUDÊNCIA....................................................................................................................... 14 4 NATUREZA JURÍDICA DA SEGURIDADE SOCIAL............................................................... 14 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 16 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 22 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 23 TÓPICO 2 — A SEGURIDADE SOCIAL NO MUNDO ............................................................... 25 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 25 2 TEORIAS CLÁSSICAS DA SEGURIDADE SOCIAL ................................................................ 25 2.1 O MODELO BISMARCKIANO DE SEGURIDADE SOCIAL ................................................ 29 2.2 O MODELO BEVERIDGIANO DE SEGURIDADE SOCIAL ................................................. 30 3 PANORAMA ATUAL DA SEGURIDADE SOCIAL NO MUNDO ......................................... 32 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 34 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 41 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 42 TÓPICO 3 — A SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL ................................................................. 45 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 45 2 A EVOLUÇÃO CONSTITUCIONALDA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL ............... 45 2.1 A LEI ELOY CHAVES COMO MARCO DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL........... 47 2.2 A SEGURIDADE SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ................................ 48 2.3 A LEI ORGÂNICA DA SEGURIDADE SOCIAL ..................................................................... 51 3 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO SOBRE A SEGURIDADE SOCIAL ................................................................................................................................................ 52 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 53 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 59 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 60 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 62 UNIDADE 2 — TEORIA GERAL DO DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL ....................... 65 TÓPICO 1 — DA SEGURIDADE SOCIAL ..................................................................................... 67 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 67 2 O TRIPÉ DA SEGURIDADE SOCIAL: ASSISTÊNCIA, PREVIDÊNCIA E SAÚDE .......... 67 2.1 ASSISTÊNCIA SOCIAL ............................................................................................................... 69 2.2 PREVIDÊNCIA SOCIAL.............................................................................................................. 70 2.3 SAÚDE ........................................................................................................................................... 70 3 DIFERENÇAS ENTRE PREVIDÊNCIA SOCIAL E ASSISTÊNCIA SOCIAL ...................... 71 4 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DISPONÍVEIS NO ÂMBITO DA SEGURIDADE SOCIAL EM SEDE DE ASSISTÊNCIA ......................................................................................................... 73 4.1 BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – BPC (LOAS) ............................................ 74 4.2 ALUGUEL SOCIAL ...................................................................................................................... 75 4.3 BOLSA FAMÍLIA .......................................................................................................................... 76 4.4 PENSÃO ESPECIAL AO PORTADORES DA SÍNDROME DA TALIDOMIDA ................. 78 4.5 SEGURO-DESEMPREGO ............................................................................................................ 80 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 83 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 89 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 90 TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SEGURIDADE SOCIAL ................... 93 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 93 2 OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS GERAIS DA SEGURIDADE SOCIAL ................. 93 2.1 PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE ........................................................................................... 94 2.2 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO .......................................................................................... 95 2.3 PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO .................................................... 96 2.4 PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ........................................................ 97 3 OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ESPECÍFICOS DA SEGURIDADE SOCIAL ...... 98 3.1 PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE DE COBERTURA E DE ATENDIMENTO .............. 99 3.2 PRINCÍPIO DA PRÉVIA FONTE DE CUSTEIO OU REGRA DE CONTRAPARTIDA ........ 100 3.3 PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS ENTRE AS POPULAÇÕES URBANAS E RURAIS ........................................... 101 3.4 PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS ........................................................................................................ 102 3.5 PRINCÍPIO DA EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO DO CUSTEIO .............. 103 3.6 PRINCÍPIO DA DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO ................................. 104 3.7 PRINCÍPIO DO CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA ADMINISTRAÇÃO POR MEIO DA GESTÃO QUADRIPARTITE ..................................... 105 3.8 PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO FINANCEIRO E ATUARIAL ............................................... 106 3.9 PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS ............................ 107 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 108 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 114 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 115 TÓPICO 3 — PRINCÍPIOS INTERPRETATIVOS DA SEGURIDADE SOCIAL .................. 117 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 117 2 PRINCÍPIOS INTERPRETATIVOS DA SEGURIDADE SOCIAL ........................................ 117 2.1 PRINCÍPIO DO TEMPUS REGIT ACTUM E ULTRATIVIDADE ........................................ 118 2.2 PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE .................................................................................. 118 2.3 PRINCÍPIO DA APLICAÇÃO IMEDIATA DA NORMA CONSTITUCIONAL ............... 119 2.4 PRINCÍPIO DA RETROSPECTIVIDADE ............................................................................... 119 2.5 PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS ............. 120 2.6 PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO SOCIAL .................................................................................... 120 2.7 PRINCÍPIO DO DIREITO AO MELHOR BENEFÍCIO ......................................................... 121 2.8 PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE DA TUTELA PREVIDENCIÁRIA .............................. 121 2.9 PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DE INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA SEM AMPARO LEGAL .......................................................................................................................................... 122 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 123 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 129 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 131 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 132 UNIDADE 3 — FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL ......................................... 135 TÓPICO 1 — RELAÇÃO JURÍDICA DE CUSTEIO .................................................................... 137 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 137 2 DEFINIÇÃO DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL ....................................................................... 137 3 AUTONOMIA DA RELAÇÃO DE CUSTEIO ...........................................................................142 4 OS CONSELHOS DE GESTÃO DESCENTRALIZADA DA SEGURIDADE SOCIAL .... 143 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 149 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 155 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 156 TÓPICO 2 — ESPÉCIES DE CONTRIBUIÇÕES PARA O CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL ....................................................................................................................... 159 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 159 2 CONTRIBUIÇÕES DA SEGURIDADE SOCIAL PREVIDENCIÁRIAS ............................. 160 3 CONTRIBUIÇÕES DA SEGURIDADE SOCIAL NÃO PREVIDENCIÁRIAS ................... 161 4 CONTRIBUIÇÕES DA SEGURIDADE SOCIAL RESIDUAIS E GERAIS ......................... 163 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 166 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 171 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 172 TÓPICO 3 — TÓPICOS ESPECIAIS SOBRE EXCEÇÕES, INADIMPLEMENTOS E ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DA SEGURIDADE SOCIAL ............................... 173 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 173 2 HIPÓTESES DE MORATÓRIA, ANISTIA, REMISSÃO E IMUNIDADES DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS ........................................................................................................ 173 3 HIPÓTESES E CONSEQUÊNCIAS DO INADIMPLEMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS ........................................................................................................................................... 180 4 COMENTÁRIOS SOBRE A NATUREZA JURÍDICA E ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DAS CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURIDADE SOCIAL............................................................. 182 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 185 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 193 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 194 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 195 1 UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender o que é a Seguridade Social, por meio de seus conceitos e fundamentos; • delinear a natureza jurídica da Seguridade Social; • estabelecer a evolução histórica da Seguridade Social no mundo; • compreender a evolução histórica da Seguridade Social no Brasil; • estimular a reflexão acerca da importância da Seguridade Social enquanto um sistema de proteção social; • desenvolver um olhar crítico acerca da Seguridade Social, compreendendo seu panorama atual. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL TÓPICO 2 – A SEGURIDADE SOCIAL NO MUNDO TÓPICO 3 – A SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL 1 INTRODUÇÃO Caro acadêmico, seja bem-vindo a esta caminhada que se inicia. Neste primeiro tópico iremos estudar o conceito e os fundamentos da Seguridade Social. Veremos a sua natureza jurídica e em que ramo do direito, enquanto ciência jurídica, a Seguridade Social estaria vinculada. A Seguridade Social é um importante sistema de proteção social, composta por serviços e benefícios sociais que visam o bem-estar da sociedade. Uma dúvida muito comum que temos é sobre as semelhanças e diferenças da Previdência Social, pois frequentemente vemos a Seguridade Social e a Previdência Social sendo tratadas como sinônimos, mas não são. Nesta caminhada iremos descobrir juntos estas e outras questões fundamentais para compreendermos o universo da Seguridade Social, este importante instrumento de concretização de direitos fundamentais, essenciais para efetivação da cidadania e dignidade da pessoa humana, visando a formação de uma sociedade livre, justa e solidária. Você vai ver que Seguridade Social é um tema muito mais empolgante e interessante do que poderia imaginar. Está preparado para iniciar esta jornada de conhecimento? O início da caminhada está a uma página de distância. Vamos lá? 2 CONCEITO DE SEGURIDADE SOCIAL O conceito de Seguridade Social, em uma primeira análise e, por assim dizer, em uma definição mais ortodoxa, é naturalmente aquele previsto constitucionalmente, no artigo 194 da Carta Magna, que a define como um “conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, previdência social e assistência social”. UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL 4 O artigo 6ᵒ da Constituição Federal, diz que são direitos sociais: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição (BRASIL, 1988). Assim, podemos concluir já nestas primeiras linhas de nossos estudos que a Seguridade Social é um conceito muito mais amplo do que o de Previdência Social, muito embora estes termos sejam utilizados com frequência, inclusive pela melhor doutrina jurídica, como se fossem sinônimos, mas não são. A Seguridade Social, como bem delineado pelo próprio texto constitucional, é um gênero que contempla três espécies: a saúde, a assistência social e a previdência social. Este é o chamado tripé da seguridade social ou tríplice aspecto da seguridade social. A Previdência Social é, portanto, uma espécie dentro do gênero Seguridade Social, sendo esta última muito mais abrangente do que a primeira. Desde já, entenda e lembre-se de que a única dentre estas três espécies que exige, obrigatoriamente, a chamada contraprestação pecuniária – ou seja, você precisa contribuir/pagar para utilizar – é a previdência social. Por outro lado, a saúde e a assistência social, independem de contribuição, pagamento ou contraprestação, são de acesso livre, universal e gratuito. A maior parte da doutrina resume estes termos “contribuição, pagamento ou contraprestação” como “contributivo” ou “não contributivo”. Ou seja, enquanto a previdência social obedece a todo um sistema contributivo, a saúde e a assistência social são “não contributivos”, porque independem de qualquer “contribuição” direta por parte do cidadão, ou seja, pagamento. Naturalmente, nada é “de graça”. Muito embora o cidadão não necessite contribuir diretamente para acessar os serviços de saúde e assistência social, existe um sistema de financiamento destes serviços, que inclui contribuições indiretas de toda a sociedade e do Estado. Seja como for, para fins doutrinários e inclusive frente a questões de provas de concursos ou exame de ordem,por exemplo, a regra é de que saúde e assistência social são sistemas não contributivos, enquanto somente a previdência social é um sistema contributivo. É muito importante que você tenha isto muito bem fixado. Bradbury (2020, p. 6) nos ajuda a compreender melhor o conceito de Assistência Social e seus aspectos: Assim, podemos definir a Seguridade Social como o conjunto de políticas públicas governamentais e ações da sociedade civil voltadas para o desenvolvimento de direitos relacionados à saúde, previdência e assistência social. [...] Verifica-se, assim, que a Seguridade Social, tem os seus três ramos (saúde, assistência e previdência social) previstos TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL 5 expressamente no art. 6ᵒ da CF/1988, como direitos sociais de segura geração ou dimensão, os quais foram assegurados pelo Estado do Bem-Estar Social, que busca implementar a seguinte premissa lógica: “é preciso ter para ser”, ou seja é necessário ter, materialmente, um mínimo de direitos assegurados e realizados, para que o indivíduo possa ser, realmente, um cidadão. Os direitos de segura geração ou dimensão se situam, desta maneira, no plano do ter, de conteúdo econômico e social e almejam melhorar as condições de vida e trabalho da população, exigindo do Estado uma atuação positiva (obrigação de fazer) em prol dos explorados, compreendendo, dentre outros, o direito ao trabalho, à saúde, ao lazer, à educação, à moradia e à previdência social. A definição trazida por Bradbury (2020, p. 6) deixa bastante claro que a Seguridade Social tem por função garantir a dignidade da pessoa humana, cercando-a por três aspectos absolutamente fundamentais, quais sejam, a saúde, a assistência social, e a previdência social, que beneficiam os cidadãos durante todas as etapas de sua vida, garantindo-lhe o mínimo existencial, em busca do estabelecimento e manutenção de uma ordem de bem-estar social, ainda tão almejada pela sociedade brasileira. O esquema a seguir ilustra bem a Seguridade Social com gênero, que tem intersecções com as suas espécies: saúde, assistência e previdência. Note que as espécies não se intersecionam entre si, mas somente com a Seguridade Social: FIGURA 1 – ILUSTRAÇÃO DO TRIPÉ DA SEGURIDADE SOCIAL FONTE: Os autores São, portanto, espécies, bastante distintas umas das outras. Vale transcrever um trecho da obra de Santos (2019, p. 269), que ensina: A solidariedade é o fundamento da seguridade social. Pela definição constitucional, a seguridade social compreende o direito à saúde, à assistência social e à previdência social, cada qual com disciplina constitucional e infraconstitucional específica. Trata-se de normas de UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL 6 proteção social, destinadas a prover o necessário para a sobrevivência com dignidade, que se concretizam quando o indivíduo, acometido de doença, invalidez, desemprego, ou outra causa, não tem condições de prover seu sustento ou de sua família. É com a proteção dada por uns dos institutos componentes da seguridade social que se garantem os mínimos necessários à sobrevivência com dignidade, à efetivação do bem-estar, à redução das desigualdades, que conduzem à justiça social. As mutações sociais e econômicas decorrentes do avanço tecnológico conduzem a novas situações causadoras de necessidades, fazendo com que a proteção social tenha que se adequar aos novos tempos. O art. 194, parágrafo único, da CF, permite que se expanda a proteção e, consequentemente, também o seu financiamento. Deseja a Constituição que todos estejam protegidos, de alguma forma, dentro da seguridade social. E a proteção adequada se fixa em razão do custeio e da necessidade. Assim, se o necessitado for segurado da previdência social, a proteção social será dada pela concessão do benefício previdenciário correspondente à contingência-necessidade que o atingiu. Caso o necessitado não seja segurado de nenhum dos regimes previdenciários disponíveis, e preencha os requisitos legais, terá direito à assistência social. Todos, ricos ou pobres, segurados da previdência ou não, têm o mesmo direito à saúde (art. 196). Portanto, todos os que vivem no território nacional, de alguma forma, estão ao abrigo do “grande guarda-chuva da seguridade social”, pois a seguridade social é direito social, cujo atributo principal é a universalidade, impondo que todos tenham direito a alguma forma de proteção, independentemente de sua condição socioeconômica. A seguridade social garante os mínimos necessários à sobrevivência. É instrumento de bem-estar e de justiça social, e redutor das desigualdades sociais, que se manifestam quando, por alguma razão, faltam ingressos financeiros no orçamento do indivíduo e de sua família. É muito interessante a visão de Santos (2019, p. 269) ao inserir no contexto do estudo da Seguridade Social o termo solidariedade. Ao fazer uma simples pesquisa em um buscador de internet, veremos que o termo solidariedade, do francês solidarité, quer dizer responsabilidade mútua, inteiro, completo, interdependente. E, do latim, solide ou solidus, é um termo que manifesta firmeza, algo inteiro e sólido. É, assim, um termo muito apropriado este utilizado por Santos (2019) ao buscar definir Seguridade Social. Leitão (2018, p. 48) contribui para o conceito de Seguridade Social, ao afirmar: A seguridade social, parte integrante da ordem social, compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social (art. 194 da CF/88). Portanto, conclui- se que a seguridade social é um sistema de proteção social composto de três subsistemas: previdência, assistência social e saúde. Impende observar que o Leitão (2018) classifica a Seguridade Social dentro do contexto da Ordem social, ou seja, como uma das ferramentas para a promoção da ordem e Bem-Estar social. O autor apresenta uma didática ilustração acerca da Seguridade Social: TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL 7 FIGURA 2 – SEGURIDADE SOCIAL NA VISÃO DE LEITÃO (2018) FONTE: Leitão (2018, p. 47) Denota-se pelo esquema da figura acima que Leitão (2018) compreende a Seguridade Social como um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Kertzman (2014, p. 11) estrutura de forma bastante interessante o seu conceito de Seguridade Social: A palavra “seguridade” quer dizer “segurança”, “proteção”, “salvaguarda”. Associada ao adjetivo “social”, passa a ser expressão indicativa de um conjunto de políticas públicas assumidas pelo Estado com o objetivo de garantir aos cidadãos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. A “seguridade social” é, portanto, e em última análise, a manifestação institucional de um seguro que a própria sociedade brasileira, tendo como base o primado do trabalho e com vistas ao bem-estar e à justiça sociais, construiu para si mesma. O autor contribui, também, com uma tabela muito didática: UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL 8 TABELA 1 – QUADRO-RESUMO DA SEGURIDADE SOCIAL FONTE: Kertzman (2014, p. 11) Você compreendeu o conceito de Seguridade Social e como este conceito é totalmente diferente de Previdência Social? Conseguiu compreender, além disso, que a Seguridade Social compreende saúde, assistência e previdência? Não se preocupe em entender agora os detalhes. O importante é que você tenha compreendido os aspectos gerais e saiba, ao menos, responder às perguntas acima. Em nossa próxima unidade, estudaremos de forma mais aprofundada o tríplice aspecto da Seguridade Social, bem como, mais algumas de suas distinções em relação à PrevidênciaSocial. Já está curioso(a)? 3 FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL Antes de adentrar aos fundamentos em espécie da Seguridade Social, é salutar conceituar o que são fundamentos, na acepção jurídica deste termo. Fundamentos, em ciência jurídica, são os elementos que formam o arcabouço, a espinha dorsal, a base sobre a qual esta ciência se desenvolve. Em sede de Seguridade Social, os fundamentos em linhas gerais são comuns a outros ramos do direito, porém, com elementos que lhe são particulares, por exemplo, princípios específicos, normas constitucionais especificamente dirigidas à Seguridade Social, leis que tratam da seguridade social, e assim por diante. Assim, podemos dizer que os fundamentos da Seguridade Social são formados por: • Princípios específicos • Constituição Federal • Emendas constitucionais • Leis e suas espécies TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL 9 • Medidas provisórias • Decretos e suas espécies • Resoluções, portarias, instruções normativas • Jurisprudência Tsutiya (2013, p. 47) explica de maneira muito didática sobre os fundamentos da Seguridade Social: Todo o processo se inicia na Constituição. O povo, reunido em Assembleia Nacional, por intermédio de seus representantes, estabelece as diretrizes para a explicitação de sua vontade. Compõe- se a chamada superestrutura do ordenamento jurídico, na visão kelseniana. Em seguida, o legislador regula- menta a vontade do povo por meio das leis e diversas espécies normativas. São as chamadas normas infraconstitucionais, ou seja, localizadas abaixo da Constituição. As leis criam direitos e obrigações. Para sua efetivação, entra em cena o Poder Executivo, que tem a função precípua de executar as leis. Para tanto, utiliza instrumentos que tornam exequível, administrativamente, o comando emanado do Poder Legislativo. Essas espécies normativas compõem as normas infralegais. São os decretos, regulamentos, circulares, ordens de serviço etc., em que são efetivamente concedidos os direitos e cobradas as obrigações na seara do direito público. O autor ilustra, por meio da figura a seguir, de forma bastante visual, os fundamentos da Seguridade Social: FIGURA 3 – FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL FONTE: Tsutiya (2013, p. 48) Normas infraconstitucionais Normas infralegais Constituição Federal Emendas constitucionais Leis ordinárias, complementares, leis delegadas, decretos legislativos, medidas provisórias Decretos, regulamentos Instruções normativas Ordens de serviço UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL 10 Perceba que Tsutiya (2013) divide os fundamentos da Seguridade Social em dois grandes grupos: normas infraconstitucionais, ou seja, aquelas que estão abaixo da constituição como as leis ordinárias, complementares, leis delegadas, decretos legislativos e medidas provisórias; e as normas infralegais, como os decretos, regulamentos, e instruções normativas, por exemplo. 3.1 PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS Os princípios específicos de Seguridade Social serão abordados em unidade adiante, mas, considerando que integram os fundamentos da Seguridade Social, vamos aqui, tão somente, elencar os principais: • Universalidade da cobertura e do atendimento • Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações rurais e urbanas • Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços • Irredutibilidade do valor dos benefícios • Equidade na forma de participação no custeio • Diversidade da base de financiamento • Caráter democrático e descentralizado da administração Estes princípios estão previstos constitucionalmente no artigo 194 da Constituição Federal, incisos I ao VII. É importante destacar que os princípios específicos da Seguridade Social não se confundem com os princípios específicos de Direito Previdenciário ou de Previdência Social, posto que, como estudamos, o primeiro é gênero, enquanto os segundos são espécie. 3.2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL A Constituição Federal não poderia deixar de ser um dos fundamentos da Seguridade Social. Tsutiya (2013, p. 49) tece alguns comentários relevantes acerca da posição da Constituição Federal como integrante do rol de fundamentos da Seguridade Social, sob a ótica de Hans Kelsen: A Constituição, segundo o sistema kelseniano, ocupa o topo da pirâmide normativa. É a lei suprema do Estado, a fonte irradiadora de todo o direito. Em vista disso, todas as normas jurídicas devem submeter-se a ela. Como vimos, traz as diretrizes para a explicitação da vontade do povo. Como carta política, contém princípios e valores fundamentais que servem de paradigma para a interpretação das demais normas de integração do ordenamento jurídico. TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL 11 O artigo 194 da Constituição Federal trata da Seguridade Social, insculpindo que a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social (BRASIL, 1988). A seu turno, o artigo 195 da Constituição Federal também fala da Seguridade Social, mais especificamente nos seguintes termos: “A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”. 3.3 EMENDAS CONSTITUCIONAIS O artigo 59 da Constituição Federal e seu inciso I, preveem que “o processo legislativo compreende a elaboração de: I- emendas à Constituição” (BRASIL, 1988, art. 59). As emendas constitucionais são alterações específicas no texto constitucional, que podem atingir toda a constituição, com exceção das chamadas cláusulas pétreas, que são aquelas que são consideradas imutáveis, assim sendo aquelas previstas no artigo 60, parágrafo 4ᵒ, da Constituição Federal, a saber: Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: [...] § 4ᵒ Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: [...] I- a forma federativa de Estado; II- o voto direto, secreto, universal e periódico; III- a separação dos Poderes; IV- os direitos e garantias individuais (BRASIL, 1988, s. p.). Desta forma, tudo aquilo que não se enquadre nas hipóteses acima, quais sejam, cláusulas pétreas da Constituição Federal, poderá ser objeto de emenda constitucional. A seguir, disponibilizamos a lista de todas as emendas constitucionais já implementadas em matérias de Seguridade Social: Emenda Constitucional nᵒ 103, de 12 de novembro de 2019 Altera o sistema de previdência social, estabelece regras de transição e disposições transitórias. Emenda Constitucional nᵒ 98, de 6 de dezembro de 2017 Altera o art. 31 da Emenda Constitucional nᵒ 19, de 04 de junho de 1998, e dá outras providências. Emenda Constitucional nᵒ 88, de 7 de maio de 2015 Altera o inciso II do § 1ᵒ do art. 40 da Constituição Federal, relativamente ao limite de idade para a aposentadoria compulsória do servidor público, bem como acrescenta o art. 100 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT. UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL 12 Emenda Constitucional Nᵒ 79, de 27 de maio de 2014 Altera o art. 31 da Emenda Constitucional nᵒ 19, de 4 de junho de 1998, para prever a inclusão, em quadro em extinção da Administração Federal, de servidores e policiais militares admitidos pelos Estados do Amapá e de Roraima, na fase de instalação dessas unidades federadas, e dá outras providências. Emenda Constitucional nᵒ 70, de 29 de março de 2012 Acrescenta o art. 6ᵒ-A à Emenda Constitucional nᵒ 41, de 2003, para estabelecer critérios para o cálculo e a correção dos proventos da aposentadoria por invalidez dos servidores públicos. Emenda Constitucional nᵒ 47, de 6 de julho de 2005 Altera os arts. 37, 40, 195 e 201 da Constituição Federal, para dispor sobre aprevidência social, e dá outras providências. Emenda Constitucional nᵒ 41, de 19 de dezembro de 2003 Modifica os arts. 37, 40, 42, 48, 96, 149 e 201 da Constituição Federal, revoga o inciso IX do § 3ᵒ do art. 142 da Constituição Federal e dispositivos da Emenda Constitucional nᵒ 20, de 15 de dezembro de 1998, e dá outras providências. Emenda Constitucional nᵒ 25, de 14 de fevereiro de 2000 Altera o inciso VI do art. 29 e acrescenta o art. 29-A à Constituição Federal, que dispõem sobre limites de despesas com o Poder Legislativo Municipal. Emenda Constitucional nᵒ 20, de 15 de dezembro de 1998 Modifica o sistema de previdência social, estabelece normas de transição e dá outras providências. Emenda Constitucional nᵒ 19, de 4 de junho 1998 Modifica o regime e dispõe sobre princípios e normas da Administração Pública, servidores e agentes políticos, controle de despesas e finanças públicas e custeio de atividades a cargo do Distrito Federal, e dá outras providências. Emenda Constitucional nᵒ 18, de 5 de fevereiro de 1998 Dispõe sobre o regime constitucional dos militares. A Emenda Constitucional n° 103/2019, também conhecida como Reforma da Previdência, altera o sistema de previdência social, estabelece regras de transição e disposições transitórias, trouxe profundas e controversas modificações no sistema previdenciário brasileiro. Recomendamos que você faça a leitura, acessando: http:// sa.previdencia.gov.br/site/2019/11/5dd3d625cb972-5dd3d625cb975EC-n.o-103-de-12- novembro-2019-DOU-de-13.11.2019.pdf.pdf. IMPORTANT E TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL 13 3.4 LEIS E SUAS ESPÉCIES As leis têm previsão constitucional (artigo 59, incisos II e III). Na lição de Tsutiya (2013, p. 50): Somente as leis têm o condão de criar direitos e obrigações. A intenção do povo, manifestada pelo poder constituinte originário ou derivado, não é suficiente para criar direitos; é somente a partir da lei que se passa à efetividade. A não ser, é claro, que se trate de norma constitucional de eficácia plena e aplicabilidade imediata, que por si só produz efeitos imediatos. Porém, esse tipo de norma é exceção; a Constituição é geralmente composta de normas de eficácia limitada de cunho programático. Tal espécie de norma é condizente com o espírito da Constituição, que é uma carta política. São diretrizes apontadas pelo povo, por meio do poder constituinte, para a elaboração de sua vontade. 3.5 MEDIDAS PROVISÓRIAS As medidas provisórias, segundo preconiza o artigo 59, inciso V, da Constituição Federal, são parte do processo legislativo. Trata-se de um ato privativo do chefe do poder executivo nacional, em caso de urgência e relevância. Com força de lei, tem prazo de duração de sessenta dias, prorrogáveis por igual período, e, caso não seja objeto de apreciação pelo poder legislativo no prazo de quarenta e cinco dias, tranca a pauta e obriga a realização de sua votação, transformando-a ou não em lei. 3.6 DECRETOS E SUAS ESPÉCIES Decretos Legislativos Previstos no art. 59, inciso VI, da Constituição Federal, os decretos legislativos, segundo Tsutiya (2013, p. 51): [...] introduzem na ordem jurídica os tratados e convenções. Por esse instrumento normativo, o Legislativo aprova os tratados e convenções internacionais assinados pelo presidente da República. Exemplo de decreto legislativo é o de n. 27, de 26-5-1992, que aprova a Convenção Americana sobre Direitos Humanos celebrada em 1969 — Pacto de San José (Costa Rica). Entre os direitos humanos encontra-se o direito à Seguridade Social. Decretos Administrativos Os decretos administrativos, por sua vez, são um comando emanado diretamente do Poder Executivo, e visam dar efetividade à aplicação de uma norma jurídica. O decreto administrativo é um ato que compete privativamente ao chefe do poder executivo, e jamais poderá contrariar uma norma jurídica, mas apenas complementá-la ou aperfeiçoá-la, sem retirar-lhe o espírito. UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL 14 3.7 RESOLUÇÕES, PORTARIAS E INSTRUÇÕES NORMATIVAS As Resoluções são normas ou atos administrativos que partem de autoridades do poder executivo, com a finalidade de disciplinar determinados temas. No âmbito do INSS, por exemplo, estes instrumentos são amplamente utilizados para regular de forma pormenorizada as determinações da autarquia. Existem centenas destas normas regulando os mais variados tipos de temas, tanto sobre a forma dos requerimentos, prazos, sistema recursal, dentre outros temas. Quem atua nesta área deve estar extremamente atento a estas normas, pois inclusive muitas delas tem tido a sua própria constitucionalidade questionada. Já as Portarias são documentos oficiais assinados por chefes de estado. Assemelham-se bastante às Resoluções, sendo estas últimas mais comuns no âmbito da Seguridade Social do que as Portarias. As Instruções Normativas no âmbito da Previdência Social, a título de exemplo, na lição de Tsutiya (2013, p. 52) são uma instrução “emitida exclusivamente pela diretoria colegiada para normatizar e disciplinar a aplicação de leis, decretos, regulamentos e pareceres normativos de autoridades do Poder Executivo”. No âmbito da Previdência Social, a instrução normativa é emitida exclusivamente pela diretoria colegiada para normatizar e disciplinar a aplicação de leis, decretos, regulamentos e pareceres normativos de autoridades do Poder Executivo. 3.8 JURISPRUDÊNCIA Por fim, a jurisprudência, que consiste em um conjunto de decisões do poder judiciário, de forma reiterada no mesmo sentido e direção sobre determinado tema, também é considerada um dos fundamentos da Seguridade Social, que está sujeita ao seu controle. Assim, finalizamos o estudo dos fundamentos da Seguridade Social. 4 NATUREZA JURÍDICA DA SEGURIDADE SOCIAL A Seguridade Social é uma criação constitucional, disciplinada, como estudamos anteriormente, normas jurídicas diversas. É uma espécie de proteção estatal compulsória. Não se escolhe ser acolhido ou não pela Seguridade Social. O fato é que ela está à disposição de toda a sociedade. Outro fator a ser considerado, é que as normas no âmbito da Seguridade Social são impositivas, não cabendo ao beneficiário qualquer espécie de interferência direta. Tal fato, revela a natureza jurídica do Direito Previdenciário: Direito Público. TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL 15 Afinal, o que é Direito Público? O Direito Público é o ramo da ciência jurídica que trata do conjunto de normas jurídicas que organizam os interesses estatais, tanto internos como externos. No caso do Direito Previdenciário, temos que este se enquadra como um ramo do Direito Público Interno, posto que trata da soberania do Estado sobre o povo em assuntos domésticos. Dower (2001, p. 5) ensina que: Normas de Direito Público são aquelas em que o Estado toma parte, ou seja, regulam as relações em que o Poder Público (a União, o Estado membro, o Município, suas respectivas autarquias) é parte. Considerando que o Estado intervém na relação jurídica como autoridade estatal, norma de direito público é aquela que se refere aos interesses do Estado. Para além destas considerações, é importante contextualizar a Seguridade Social, enquanto parte do Direito Público, também como uma espécie de imposição Estatal. Neste sentido, somos brindados com a lição de Canotilho (1993, p. 541), quando aponta que a função defensiva dos direitos dos cidadãos possui dupla perspectiva: [...] (1) constituem, num plano jurídico-objetivo, normas de competência negativa para os poderes públicos, proibindo fundamentalmente as ingerências destes na esfera jurídica individual; (2) implicam, num plano jurídico-subjetivo, o poder de exercer positivamente direitos fundamentais (liberdade positiva) e de exigir omissões dos poderes públicos,de forma a evitar agressões lesivas por parte dos mesmos (liberdade negativa). Alexy (2011, p. 443) vem no mesmo sentido e direção, quando afirma: [...] de acordo com a interpretação liberal clássica, direitos fundamentais são “destinados, em primeira instância, a proteger a esfera de liberdade do indivíduo contra intervenções dos Poderes Públicos; eles são direitos de defesa do cidadão contra o Estado”. Diretos de defesa do cidadão contra o Estado são direitos a ações negativas (abstenções) do Estado. Eles pertencem ao status negativo, mais precisamente ao status negativo em sentido amplo. Seu contraponto são os direitos a uma ação positiva do Estado, que pertencem ao status positivo, mais precisamente ao status positivo em sentido estrito. Assim, bem delineados os aspectos da natureza jurídica da Seguridade Social, enquanto parte do Direito Público. UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL 16 LEITURA COMPLEMENTAR SEGURIDADE SOCIAL: A ASSISTÊNCIA COMO FERRAMENTA DE GARANTIAS SOCIAIS Romilda Barbosa da Silva Lourençon Resumo: Este artigo estuda a assistência social, parte integrante da Seguridade Social. A Assistência se diferencia da Previdência Social por apresentar um caráter de auxílio aos que dela necessitem, independentemente de contribuição. Tem-se o intuito de demonstrar a Assistência como natureza de justiça social, como ferramenta utilizada pelo Estado de cuidar dos necessitados e ser omisso diante da grande segregação e disparidade na distribuição de renda de nosso país. Palavras-chave: Seguridade Social. Assistência Social. Princípio da Universalidade. 1. A Seguridade Social A seguridade social de acordo com o artigo 194 da Constituição Federal e o art. 1ᵒ da Lei 8.212, Lei Orgânica da Seguridade Social, compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à assistência social, e tem como princípios e diretrizes a universalidade da cobertura e do atendimento; uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; irredutibilidade do valor dos benefícios; equidade na forma de participação no custeio; diversidade da base de financiamento; e caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa com a participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e aposentados. Existem duas concepções para a seguridade social, uma distributiva e outra comutativa: A comutativa pode ser observada nas primeiras legislações dos seguros sociais e nos sistemas que se inspiram no seguro privado. Aqui o direito à seguridade social está intimamente associado a uma atividade assalariada. Dessa forma, o exercício de uma atividade profissional é a causa e a medida de tal proteção. Segundo a concepção comutativa, a seguridade social funciona como um sistema de garantias de rendas obtidas pelo exercício de determinada atividade profissional e destinadas à cobertura de riscos previamente catalogados. […] Segunda a concepção distributiva, o exercício de uma atividade profissional deixa de ser o elemento fundamental do direito à seguridade social. Aqui, o objeto é a necessidade dos indivíduos, levando-se em consideração a existência de outras necessidades sociais, novas, chamadas de coletivas (CORREIA, 2013). TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL 17 Essa segunda concepção trabalha com a ideia do princípio da solidariedade, onde toda a coletividade deve tomar para si as prestações destinadas a garantir a todos a existência digna. Reflete-se assim na seguridade, como sendo um sistema de garantias em busca do mínimo social. Quando estudamos a Seguridade Social, devemos ter em mente todo o percurso que foi necessário para se ter esses direitos garantidos na Constituição. Historicamente, o Brasil é um país jovem em comparação aos demais com o mesmo nível de desenvolvimento, e embora não tenhamos de maneira satisfatória e efetiva a garantia e respeito a preceitos constitucionais referentes aos direitos de segunda geração, temos isso instituído em Lei. Com o desenvolvimento e participação social nas políticas públicas, que vem gradativamente ocorrendo com país, é questão de tempo para que haja o correto funcionamento da seguridade social. O que atravanca o desempenho desse ramo do direito é a falta fiscalização, comprometimento e gestão dos recursos destinados à seguridade. A seguridade social é um conjunto de ações e instrumentos por meio do qual se pretende alcançar uma sociedade livre, justa e solidária, erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as desigualdades sociais e promover o bem de todos. Ela visa a garantir que o cidadão se sinta seguro e protegido ao longo de sua existência, provendo-lhe a assistência e recursos necessários para os momentos de infortúnios. É a segurança social, segurança do indivíduo como parte integrante de uma sociedade. Para tanto, a seguridade social, de acordo com o art. 196 da Constituição Federal, divide-se em: saúde, previdência social e assistência. 2. A Assistência Social A Constituição trata sobre Assistência Social nos artigos 203 e 204. Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I- a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II- o amparo às crianças e adolescentes carentes; III- a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV- a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V- a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL 18 I- descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social; II- participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: I- despesas com pessoal e encargos sociais; II- serviço da dívida; III- qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados. Sergio Pinto Martins define Assistência Social como conjunto de princípios, de regras e de instituições detonado a estabelecer uma política social aos hipossuficientes, por meio de atividades particulares e estatais, visando à concessão de pequenos benefícios e serviços, independentemente de contribuição por parte do próprio interessado. A partir disso, observamos que Assistência Social é para todos, nela está contida o solidarismo, essencial a seguridade, pois os ativos devem contribuir para sustentar os inativos, e quando uma pessoa é atingida pela contingência, todas as outras continuam contribuindo para a cobertura do benefício do necessitado, princípio esse implícito no art. 3ᵒ da Constituição Federal. Portanto, a Assistência Social é prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição do próprio beneficiário à seguridadesocial. A Assistência Social organiza-se por dois tipos de proteção. A proteção social básica, onde temos conjuntos de serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social que visa prevenir situações de vulnerabilidade e risco social por meio de desenvolvimento de potencialidades e aquisições do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. A proteção social especial, que é o conjunto de serviços, programas e projetos que tem por objetivo contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, a defesa do direito, o fortalecimento das potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de violação de direitos. Os objetivos da Assistência Social estão contidos nos incisos do art. 203 da Constituição Federal. Sendo eles: a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos. A Assistência Social se diferencia do Assistencialismo que é: uma prática de dar atenção às populações desfavorecidas por intermédio de políticas públicas. Pode haver cooptação de eleitores, que, na maioria, é de pessoas de baixa renda, submissas e dependentes. A pessoa recebe e não quer trabalhar. O pagamento por longo prazo TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL 19 propicia renda à pessoa, que não vai mais procurar emprego. Várias pessoas vivem ao mesmo tempo do benefício recebido. Recentemente até um gato recebeu irregularmente o benefício. Os assistidos podem dar retorno eleitoral por ocasião das eleições a quem o concede. A Assistência Social deve ser feita de forma integrada às políticas que busquem dar ao necessitado meios de sair da situação geradora da necessidade. O Assistência torna-se assistencialismo ao passo de que não se oferece os meios de crescimento e tampouco haja fiscalização de modo a obrigar o necessitado que saia dessa condição, muitas vezes cômoda. 3. Princípios e Diretrizes A Assistência é política pública de proteção social e não contributiva, de direito de cidadania e responsabilidade estatal. Ela se apresenta como processo e instrumento que se objetiva na redução das mazelas sociais, por meio de benefícios contínuos e serviços assistenciais protetivos, “a quem dela necessitar”, art. 203, CF, a partir de dispositivos leais, sendo a diretiva geral estabelecida pala LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social. "No artigo 204 da Constituição de 1988 encontram-se duas diretrizes da política de assistência social, relacionadas à descentralização político- administrativa e à participação da população e controle social. O artigo 203 preconiza os objetivos e são antecedidos pelo enunciado de que “a assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social”. Portanto, o texto da Carta Magna remete a gratuidade dos benefícios e serviços oferecidos e disponibilizados indistintamente a quem necessitar, sobretudo, o acesso e a garantia dos direitos, respeitando a autonomia dos cidadãos bem como as diferenças culturais, regionais, sociais, religiosas e territoriais.” Com relação às diretrizes da política da Assistência social, temos a primazia da responsabilidade do Estado e o comando único das relações em cada esfera do governo, sendo centralizado na família para concepção de serviços, projetos, programas e benefícios. O LOAS descentralizou política e administrativamente o controle das atividades sociais, demandando aos municípios a construção de uma nova ordem democrática, art. 16, da LOAS. Há diretriz de participação popular por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. Há descentralizarão político-administrativa e participarão da população, conforme art. 5ᵒ da Lei 8.742: Art. 5ᵒ A organização da assistência social tem como base as seguintes diretrizes: I- descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo; II- participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL 20 ações em todos os níveis; III- primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência social em cada esfera de governo. Os princípios éticos da Assistência Social, podemos apresentar: Defesa incondicional da liberdade, da dignidade da pessoa humana, da privacidade, da cidadania, da integridade física, moral e psicológica e dos direitos socioassistenciais; Defesa do protagonismo e da autonomia dos usuários e a recusa de práticas de caráter clientelista, vexatório ou com intuito de benesse ou ajuda; Oferta de serviços, programas, projetos e benefícios públicos gratuitos com qualidade e continuidade, que garantam a oportunidade de convívio para o fortalecimento de laços familiares e sociais; Garantia do direito a receber dos órgãos públicos e prestadores de serviços o acesso às informações e documentos da assistência social, de interesse particular, ou coletivo, ou geral – que serão prestadas dentro do prazo da Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011 – Lei de Acesso à Informação – LAI, e a identificação daqueles que o atender; Proteção à privacidade dos usuários, observando o sigilo profissional, preservando sua intimidade e opção e resgatando sua história de vida; Garantia de atenção profissional direcionada para a construção de projetos pessoais e sociais para autonomia e sustentabilidade do usuário; Reconhecimento do direito dos usuários de ter acesso a benefícios e à renda; Garantia incondicional do exercício do direito à participação democrática dos usuários, com incentivo e apoio à organização de fóruns, conselhos, movimentos sociais e cooperativas populares, potencializando práticas participativas; Acesso à assistência social a quem dela necessitar, sem discriminação social de qualquer natureza, resguardando os critérios de elegibilidade dos diferentes benefícios e as especificidades dos serviços, programas e projetos; Garantia aos profissionais das condições necessárias para a oferta de serviços em local adequado e acessível aos usuários, com a preservação do sigilo sobre as informações prestadas no atendimento socioassistencial, de forma a assegurar o compromisso ético e profissional estabelecidos na Norma Operacional Básica de Recurso Humanos do SUAS – NOB- RH/SUAS; Disseminação do conhecimento produzido no âmbito do SUAS, por meio da publicização e divulgação das informações colhidas nos estudos e pesquisas aos usuários e trabalhadores, no sentido de que estes possam usá-las na defesa da assistência social, de seus direitos e na melhoria das qualidade dos serviços, programas, projetos e benefícios; Simplificação dos processos e procedimentos na relação com os usuários no acesso aos serviços, programas, projetos e benefícios, agilizando e melhorando sua oferta; garantia aos usuários do direito às informações do respectivo histórico de atendimentos, devidamente registrados nos prontuários do SUAS. Sergio Pinto Martins coloca como princípios a supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica; universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à conveniência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação TÓPICO 1 — CONCEITO E FUNDAMENTOS DA SEGURIDADE SOCIAL 21 vexatória de necessidade; igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência entre às populações urbanas e rurais; divulgação ampla de benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais,bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão. Observa-se que na Assistência, não há o que se falar em universalidade, visto que ela não atinge a todos, apenas aos que dela realmente necessitem. 5. Conclusão Como podemos observar, a Assistência Social busca promover bem mais do que assistência, busca promover dignidade, resgatar qualquer do povo que esteja passando por necessidades, por meio de políticas públicas. A assistência se configura como uma ação estatal que promove medidas de política social. A LOAS estende a aplicação da assistência a qualquer que dela necessite, sem que a contribuição seja requisito para a concessão. Há descentralização da assistência, que significa a possibilidade de ampliação dos direitos através da participação cotidiana dos cidadãos na gestão pública, a autonomia municipal e uma potencialização quanto ao uso e redistribuição dos recursos. A assistência prevê cobertura prioritária à criança, à família, à gestante, à nutriz, em situações de riscos e nos casos de calamidade pública. A assistência é “um direito do cidadão”, entretanto para ser atendido por ela é necessário que esse cidadão se aproxime da miserabilidade. A assistência sem políticas que dê ao atendido meios para sair da condição de necessitado não passará de assistencialismo, é mister que haja não só fiscalização e incentivo para o crescimento profissional do atendido, mas também uma política mais efetiva no sentido de obriga-lo a se profissionalizar e se torne autossuficiente. Dessa forma, além de desonerar a Seguridade Social, melhoraria a economia do país, e promoveria o desenvolvimento e inclusão social do atendido. As políticas assistenciais em voga são necessárias, nosso país tem uma das piores distribuições de renda do mundo. A Seguridade Social, entre outras coisas, promove a redistribuição de renda o passo em que há proporcionalidade nas contribuições. No entanto, o que analisamos frente as notícias dos programas sociais atuais, é que há pouca fiscalização tanto quando se vai conceder os benefícios, quanto a fiscalização de sua manutenção. Os escândalos envolvidos com a distribuição desses benefícios, tanto no que tange ao desvio de verbas, quanto na não necessidade do recebimento por parte de atendidos não pode macular a Assistência. FONTE: Disponível em <https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-previdenciario/ seguridade-social-a-assistencia-como-ferramenta-de-garantias-sociais/#:~:text=3%C2%BA%20 da%20Constitui%C3%A7%C3%A3o%20Federal.,pr%C3%B3prio%20benefici%C3%A1rio%20 %C3%A0%20seguridade%20social.&text=203%20da%20Constitui%C3%A7%C3%A3o%20 Federal.,preven%C3%A7%C3%A3o%20da%20incid%C3%AAncia%20de%20riscos>. Acesso em: 21 jun. 2020. 22 Neste tópico, você aprendeu que: • A Seguridade Social engloba saúde, assistência social e previdência social. • Muito embora sejam tratados frequentemente como sinônimos, Seguridade Social e Previdência Social são diferentes, sendo que o primeiro é gênero e o segundo é espécie. • A natureza jurídica da Seguridade Social é como um ramo do Direito Público. • A Seguridade Social tem diversos fundamentos, estando assentada em uma ordem jurídica complexa. RESUMO DO TÓPICO 1 23 1 O Estado Democrático brasileiro é destinado constitucionalmente a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos. Prevê em seu art. 6ᵒ da CF a garantia aos direitos sociais como meio de proteção social e satisfação das necessidades vitais da sociedade. Neste sentido, com base em seus estudos nesta unidade, discorra com suas palavras sobre o conceito de Seguridade Social. 2 A Seguridade Social enquanto conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade envolve um sistema amplo de proteção social no Brasil. A Previdência Social integra os denominados direitos fundamentais sociais, voltados à proteção social dos trabalhadores brasileiros e suas famílias. Com base no exposto responda: Seguridade Social é o mesmo que Previdência Social? Justifique sua resposta. 3 A Seguridade Social é um importante instrumento para efetivação dos direitos sociais fundamentais. Compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade. Sobre para onde esse conjunto de ações é destinado, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Saúde, à previdência e ao trabalho. b) ( ) Saúde, ao trabalho e à segurança. c) ( ) Saúde, à previdência e à assistência social. d) ( ) Saúde, à segurança e à assistência social. 4 Segundo Martins (2018, p. 21), "a Seguridade Social é um “conjunto de princípios, de regras e de instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos a saúde, a previdência e a assistência social”. Assinale a alternativa CORRETA que indica a natureza jurídica da Seguridade Social: FONTE: MARTINS, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social. 37 ed. São Paulo: Saraiva, 2018. a) ( ) Direito misto, privado e público. b) ( ) Direito Autônomo c) ( ) Direito Público d) ( ) Direito Universal AUTOATIVIDADE 24 5 A Seguridade Social, assim como a organização social brasileira, passou por um longo processo de transformação em nosso ordenamento jurídico. Com relação à evolução constitucional da seguridade social no Brasil, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) A Constituição Imperial de 1824, ainda que de forma bastante superficial, tratou pela primeira vez sobre assistência social ( ) Em 1965 foi criado o auxílio-desemprego no âmbito da constituição militar. ( ) O conceito de Seguridade Social aparece pela primeira vez na Constituição brasileira de 1967. ( ) A Constituição de 1934 cria a tríplice forma de custeio, composta por empregados, empregadores e governo, bem como inclui a noção de risco social com os eventos doença, invalidez, velhice e morte. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – V – F. b) ( ) F – F – V – F. c) ( ) F – V – F – F. d) ( ) V – V – F – V. 25 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 A SEGURIDADE SOCIAL NO MUNDO 1 INTRODUÇÃO Caro acadêmico! Seja bem-vindo ao segundo tópico da nossa unidade. Atualmente, sabemos que o Estado é responsável pela proteção social da população, e o faz por meio de serviços como a saúde (SUS), benefícios assistenciais e previdenciários, mas será que sempre foi assim? Quando e por quais circunstâncias iniciou-se a proteção social por parte do Estado? Neste tópico conheceremos a evolução histórica da Seguridade Social no mundo, desde o princípio até a atualidade. A proteção social advém de uma série de contextos sociais vivenciados em distintos momentos da história mundial, e que foram consolidados por meio de constantes lutas sociais. A Seguridade Social surge então da necessidade social de se estabelecer métodos de proteção contra os diversos riscos às necessidades básicas do ser humano. Em âmbito mundial, surge sistematizada por meio de duas teorias clássicas: os modelos Bismarckiano (1883) e Beveridgiano (1942), os quais conheceremos neste tópico, assim como poderemos refletir sobre suas influências no atual modelo brasileiro. Vamos finalizar nosso tópico conversando um pouco sobre o panorama atual da Seguridade Social no mundo. 2 TEORIAS CLÁSSICAS DA SEGURIDADE SOCIAL Antes de adentrarmos ao tema das teorias clássicas da Seguridade Social, é importante estudarmos a evolução histórica da Seguridade Social no mundo. Desde já, destacamos que a história da Seguridade Socialno mundo se confunde com a história da Previdência Social e do Direito Previdenciário, pois todos beberam das mesmas fontes, para só na história recente haver a já estudada distinção entre Seguridade Social enquanto gênero das espécies saúde, assistência social e previdência social. Leitão (2018, p. 32) nos diz que: 26 UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL A questão social foi a mola propulsora que impulsionou o surgimento do Estado Social. A previsão de direitos sociais, em primeiro momento, deferidos aos trabalhadores, com viés expansionista, até a inclusão na carta de direitos das constituições adotadas após o fim da Primeira Guerra Mundial, tinha como objetivo precípuo permitir que a vida em sociedade fosse usufruída com o mínimo de dignidade. O estudo da Seguridade Social passa pela compreensão do seu surgimento e evolução no mundo, através dos tempos – a sua história. Cada direito, neste campo, que hoje é garantido a qualquer cidadão do mundo ou do Brasil, existe por uma razão muito específica – a dialética estabelecida entre cidadão e Estado. Desde o surgimento até os dias de hoje, a Seguridade Social foi, basicamente, fruto da dialética estabelecida entre o Estado e o cidadão, consistente em uma “luta pelo direito”, em que grupos de trabalhadores que até então eram completamente desamparados e desprovidos de qualquer garantia caso adoecessem ou mesmo perdessem total ou parcialmente, temporária ou permanentemente a sua capacidade de trabalhar, seja por acidentes, doenças ou pela idade, lutaram pela garantia de sua subsistência e de suas famílias. Estes grupos de trabalhadores começaram a se unir de forma organizada e reivindicar por parte do Poder Público uma resposta sobre estes eventos adversos, a fim de que o seu próprio sustento e de suas famílias fossem assegurados caso não pudessem trabalhar por algum motivo. Assim, o Estado, de um lado, enquanto fruto de um pacto ou contrato social, figura no campo previdenciário como um agente protetor, ou assim pelo menos deve ser. É neste sentido que se diz que cabe ao Estado garantir a subsistência ou o também chamado “mínimo existencial” ao cidadão que necessite de recursos materiais quando não mais possui condições físicas ou psicológicas de exercer uma atividade remunerada que provenha o seu sustento. Ou, ainda, quando este cidadão alcance determinados requisitos necessários – e estabelecidos pelo Estado – para gozar de um merecido descanso, por exemplo, quando do nascimento ou adoção de um filho, ou quando se aposenta. Situações em que o trabalhador que preencha as condições estabelecidas pelo Estado para tanto, pode usufruir de descanso enquanto recebe uma quantia que seja suficiente para garantir sua subsistência e de sua família. Geralmente, todo o grupo de segurados em plena atividade – ou seja, que estão trabalhando – é que contribui financeiramente para que os trabalhadores sem possibilidade de trabalhar possam usufruir dos benefícios com tranquilidade. Como exatamente tudo isso começou no mundo? O surgimento da Seguridade Social no mundo foi, como não poderia deixar de ser, um fenômeno social, como já visto, fruto da luta dos trabalhadores organizados por dignidade para além dos seus ambientes de trabalho, mas notadamente para a manutenção de condições dignas de vida em situações de impossibilidade de trabalhar. TÓPICO 2 — A SEGURIDADE SOCIAL NO MUNDO 27 Importante considerar que a Seguridade Social pode se desenvolver porque suas sementes foram lançadas sobre um solo fértil, chamado Estado sólido. Sem um Estado forte, capaz de assegurar aos seus cidadãos o mínimo existencial, a Seguridade Social não teria se desenvolvido tal qual a conhecemos hoje. Neste sentido, alguns movimentos históricos ocorridos em alguns países do mundo são considerados os precursores da Seguridade Social, servindo de inspiração para o sistema de Seguridade Social de praticamente todos os países do mundo. Alguns escritores ou doutrinadores do direito costumam classificar estes movimentos e momentos históricos por regiões ou países, mas, aqui, para promover uma melhor compreensão desta dinâmica, vamos apresentar por data: da mais antiga, para a mais atual. Para tanto, utilizaram-se as lições históricas e doutrinárias de Bradbury (2020), Santos (2019), Kertzman (2015) e Leitão (2018), cujos títulos encontram-se nas referências desta unidade e recomendamos fortemente a leitura. Vamos lá? 1601 – Inglaterra O documento intitulado “Poor Relief Act” (ou “A Lei de Alívio para os Pobres”) foi uma espécie de política de assistência social. Também conhecido como “Lei dos Elisabetanos”, o Poor Relief Act foi instituído em 1601 durante o 43ᵒ ano de reinado de Elizabeth I, e previa uma contribuição obrigatória por parte de toda a sociedade em auxílio aos necessitados. Os critérios e a dinâmica desta lei eram bastante subjetivos, e os registros históricos mostram que a rainha delegou que magistrados em geral nomeassem a seu livre critério inspetores, que eram responsáveis por arrecadar de forma discricionária (livre de condições) valores de proprietários de imóveis considerados de grande extensão territorial, e dízimos da população em geral, devendo destinar tais valores para o financiamento da assistência pública – uma espécie, como dito, de assistência social. 1883 – Alemanha Muito embora não tenha sido o primeiro país a estabelecer auxílios de natureza previdenciária, a Alemanha também pode ser considerada como uma das precursoras do Direito Previdenciário e da própria Seguridade Social, posto que os modelos lá criados e estabelecidos são até hoje os mais adotados globalmente, e foram, efetivamente, de natureza previdenciária, e não assistencial, mas que, de todo modo, encontram-se dentro do “guarda-chuva” da Seguridade Social. No ano de 1883, o Chanceler alemão Otto von Bismark estabeleceu o primeiro benefício previdenciário do mundo: o auxílio-doença, logo em seguida incluindo também um auxílio para os trabalhadores que sofressem acidentes de trabalho. O auxílio-doença era custeado tanto pelos trabalhadores, como pelos empresários e pelo próprio Estado. Um modelo já bem semelhante ao atualmente seguido pela maior parte dos países do mundo. 28 UNIDADE 1 — FUNDAMENTOS E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL Já o auxílio prestado aos trabalhadores que sofressem acidentes de trabalho, era custeado integralmente pelos empresários, atendendo, assim, às reinvindicações dos trabalhadores organizados para que houvesse mais segurança em seus ambientes de trabalho, notadamente nas grandes indústrias. De forma que, se ocorresse qualquer acidente de trabalho que impossibilitasse um trabalhador de exercer suas atividades temporária ou definitivamente, seria de responsabilidade integral do seu empregador custear o seu sustento e de sua família. Mais adiante, vamos estudar um pouco mais a fundo sobre este modelo, chamado de Bismarckiano. 1889 – Alemanha Em 1889, também na Alemanha, e ainda sob a batuta de Bismark, foi criado o seguro por invalidez, que hoje poderíamos chamar de aposentadoria por invalidez, e, ainda no mesmo ano, o seguro-velhice, correspondente a atual aposentadoria. Estes benefícios eram custeados pelos empregados, empregadores e Estado. Como estudamos anteriormente, a Previdência Social surgiu como fruto da dialética entre os trabalhadores organizados e o Estado. Neste sentido, Bismark entendeu por bem criar tais benefícios em uma tentativa de acalmar os ânimos e evitar movimentos socialistas, posto que naquela época a Alemanha passava por uma profunda crise industrial. 1917 – México Pela primeira vez na história um país incluiu no texto da sua constituição direitos de natureza análoga a Seguridade Social, e mais especificamente previdenciária. A constituição mexicana de 1917 trouxe na sua redação direitos
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