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FAVENI – FACULDADE VENDA NOVA DO EMIGRANTE PÓS GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS ANA CAROLINA MOREIRA CLAUDINO OS IMPACTOS CAUSADOS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA DIANTE DA PANDEMIA COVID – 19 E AS AULAS REMOTAS MARÍLIA, SÃO PAULO 2021 OS IMPACTOS CAUSADOS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA DIANTE DA PANDEMIA COVID – 19 E AS AULAS REMOTAS Autora¹, Ana Carolina Moreira Claudino E-mail ², anacarolina.mtc@gmail.com Declaro que sou autora¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). RESUMO Este estudo, tem como proposta principal, discorrer e discutir diante do cenário atual que estamos vivenciando, que devido a pandemia mundial do Coronavírus, COVID 19, veio a afetar diferentes e múltiplos setores sociais, inclusive a educação, gerando impactos relevantes para alunos, pais, e toda a equipe de uma instituição escolar. Neste artigo, são debatidos conceitos como Educação a distância, aulas remotas, a inserção urgente das Tecnologias na Educação no contexto pandêmico, e os prós e contras deste contexto. A pesquisa foi realizada através da interlocução de artigos, documentos oficiais, reportagens que retratam do tema, de forma bibliográfica. Ao concluir, pontam-se algumas considerações acerca das leituras de maneira linear, para explicar de maneira breve, as ações adotadas mediante ao ensino remoto durante a pandemia. Palavras-chave: Educação Remota. COVID-19 Educação a Distância. Pandemia. _______________________________________________________________________________ 1 Ana Carolina Moreira Claudino, aluna do curso de Pós Graduação pela Faculdade Venda Nova do Imigrante – FAVENI, Curso: Pós Graduação em Educação Infantil e Anos Iniciais, Cidade de Marília – SP. 2 E-mail ², anacarolina.mtc@gmail.com 1. INTRODUÇÃO As tecnologias digitais, enquanto mediação pedagógica diante do processo de ensino e aprendizagem para a educação, sempre representou um enorme desafio para as instituições de ensino, para ser superado. Considerado desafio, pois o contexto escolar ainda tem muitas dificuldades como o acesso a interação dos alunos a tecnologia, onde as vezes o acesso é limitado até mesmo para os educadores, a baixa infraestrutura das escolas, que por muito, não conseguem oferecer o mínimo de subsídios para que se possa executar as atividades em plataformas digitais, inclusive sem conexão com a internet, formação precária dos educadores para elaborarem seus planejamentos e suas práxis, para mediar as aulas, com evidencia diante das ferramentas e instrumentos de tecnologia. Este cenário, vendo sendo um marco na história da educação em todos os diferentes níveis de ensino, sendo eles, Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior, isto a mais de 20 anos, e estão sendo exasperados agora, com a situação caótica da pandemia, que se estabeleceu em contexto mundial, exigindo ainda, aulas mais dinâmicas diversificadas para sobreviver mediante ao Coronavírus, que ao impor sua presença, vem contaminado rapidamente e registrando óbitos em todo o mundo por conta da COVID-19. Mesmo com medidas restritivas de isolamento e distanciamento social, decretadas por todos países, por meio do confinamento, com múltiplas regras para manter a população em casa, preocupa-se com a economia dos países, com paralisação de serviços e atividades, dentre eles o processo de ensino e aprendizagem, está sendo alvo desta preocupação também. Estudos apontam que no Brasil, a educação pública vem sendo desvalorizada e sem privilégios durante os últimos 50 anos, onde a educação privada é favorecida, por conta da condição social econômica das famílias, que podem pagar valores estabelecidos por estas instituições, na intenção de estar proporcionando a seus (as) filhos (as) uma melhor educação e com qualidade, relacionadas a educação pública. Em contrapartida, as definições da rede pública de ensino, as escolas privadas vem sendo consideradas por pais e especialistas, como as melhores para a condição de ensino, pois tem uma melhor infraestrutura atendendo as expectativas dos pais, com valores altíssimos, mas mesmo assim, a garantia de qualidade do ensino não é de fato exumada, pois por muito, os profissionais destas instituições, mesmo tendo qualificação, apesar de que ainda na rede pública se investe mais na formação docente, assim sendo, com o distanciamento social determinado pelo cenário da pandemia, as atividades de toda a rede de ensino foram suspensas, pressionando a rede privada a buscar alternativas para atender a demanda dos pais e estudantes. Diante deste paradigma, surgiu uma nova configuração do processo de ensino e de aprendizagem, nomeada como “Educação Remota”, ou seja, práticas pedagógicas mediadas por plataformas digitais, como aplicativos com os conteúdos, tarefas, notificações, plataformas síncronas e assíncronas. GOMES, (2020), exemplifica: “como o Teams (Microsoft), Google Class, Google Meet, Zoom essas últimas entrando em uma competição acirrada para ver quem consegue pegar a maior fatia do mercado”. Essa concepção, está sendo delineada, principalmente na rede de Ensino privada brasileira, que por apresentarem uma perspectiva de interesses financeiros para com a educação, a qual vende um serviço, onde os estudantes são compreendidos como clientes, mediante a contratos. Entretanto, SANTOS, (2020) fala que “a lógica imposta pelo atual governo brasileiro, aponta uma mudança dessa perspectiva por meio das políticas que vêm sendo adotadas ao longo dos últimos anos, com a premissa de Estado Mínimo acirrando-se a partir de 2019”. Assim quando o governo brasileiro, anunciou em diferentes momentos o interesse em ampliar a Educação a Distância, desfigurando e desprestigiando os educadores da rede pública de ensino. Sendo assim, de acordo com PAULA, (2020, p. 6) quando: A crise se torna permanente, transforma-se em causa que explica todo o resto. Por exemplo, a crise financeira permanente é utilizada para explicar os cortes nas políticas sociais (saúde, educação, previdência social) ou degradação dos salários. crise que estamos vivendo por conta do Coronavírus veio agravar o que temos vivido nos últimos quarenta anos. (PAULA, 2020, p. 6). Desta forma, surge a pressa em organizar e propor aulas e atividades de caráter remoto, sendo que este cenário, infelizmente poderá marginalizar mais ainda os que já são excluídos, desprovidos de acesso as informações tecnológicas. Este estudo está organizado em cinco seções, onde procuro esclarecer as questões envolventes sobre o tema através de uma pesquisa de cunho bibliográfico, fundamentada com materiais da atualidade disponibilizados na Internet. como artigos, revistas digitais, notícias e dados acerca da atual situação da pandemia no Brasil. Na introdução faço um breve aparato sobre o cenário pandêmico, pontuando a situação COVID-19, e seus impactos na educação brasileira. Em um segundo momento, apresento questões direcionadas as aulas remotas, bem como as dificuldades apresentadas por pais, alunos e educadores,e em seguida os objetivos destas aulas. Após, procuro retratar a pandemia e a urgência que a mesma ocasionou, diante da inserção do uso das tecnologias na educação, e por fim, a conclusão com o fechamento das ideias pertinentes ao contexto estudado. Portanto, o objetivo perante a este estudo, é esclarecer as desordens conceituais que atingem, educadores, instituições escolares, bem como pais e alunos, e também órgãos oficiais que legislam o sistema educacional no país, diante do cenário pandêmico instalado na sociedade. 2. AULAS REMOTAS: DIFICULDADES PARA PAIS, ALUNOS E EDUCADORES O cenário escolar e o país todo, bem como o mundo, foram pegos de surpresa pela emergência da pandemia COVID-19, mediante as orientações apresentadas a comunidade escolar, e os País em todo o mundo, pela Organização Mundial de Saúde (ONU), a qual recomendou o isolamento, e também o tratamento dos casos identificados, testes em massa, e distanciamento social para toda a população, bem como cuidados de higiene, com o intuito de frear a transmissão do vírus. O distanciamento social, atingiu de forma relevante os estudantes, educadores, pais e instituições escolares, ocasionando um sentimento de angustia e muitas dúvidas diante da emergente necessidade de permanecer em casa, se afastando totalmente dos espaços escolares, e desta forma, como consequência, longe das interações sociais, que estabelecem aspectos fundamentais para o desenvolvimento do ser humano enquanto indivíduo. Por mais que muitos alunos da Educação Básica, tenham acesso precocemente as tecnologias digitais, considera-se que os alunos tenham níveis de entendimento e desenvolvimento de maneira diferente neste cenário, tanto informal como formal. Nestas fases de desenvolvimento o “face-to-face” ¹ é condição “sine- qua-non” ², para estes indivíduos, possam estar interagindo juntamente com seus educadores, os quais atribuem sentidos aos diferentes objetos de conhecimento e aprendizagem em forma de produzir no coletivo, sendo que espaços presenciais, para essas práticas são fato, proposições de caráter básico. Mesmo sendo importante a criação de momentos de interação com o recurso das plataformas digitais, as quais contribuem no caso de simulações e experimentações diante das situações de aprendizagem, este não deve ser o único recurso a ser adotado, pois a proposta de educação remota, pode se consolidar em um enorme equívoco, pois os estudantes, em sua maioria, são oriundos de classes populares sociais mais baixas, sem acesso a tecnologias digitais, os quais vivem em casas que têm pequenos espaços, onde muitas vezes não têm lugar para estudar, sendo preciso ter muita atenção neste processo. Na perspectiva de Bezerra, Silva, Soares e da Silva (2020, p. 6): Existe uma discussão na mídia e no senso comum que a parcela com menor renda está praticando menos o isolamento social em relação à parcela com maior renda, principalmente em função da necessidade de locomoção para o trabalho, uma vez que a população mais pobre está vinculada a atividades essenciais que não pararam, e a população com maior renda está, de forma geral, mais vinculada às atividades que pararam e/ou estabeleceram o trabalho remoto. Bezerra, Silva, Soares e da Silva (2020, p. 6). Adiante destas questões essenciais, a equipe pedagógica, por muito, não se sente preparada para assumir as tarefas escolares utilizando as mediações das plataformas digitais, seja por conta do nível de instrução, ou letramento digital, ou até mesmo por limitações tecnológicas perante ao acesso dessas ferramentas. Se faz fundamental ressaltar que, nos anos 1980, o MEC (Ministério da Educação) e as secretarias de Educação dos estados, começaram a realizam programas de formação para interação com as tecnologias, inclusive digitais, a exemplo do Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO) (BRASIL, 1997), mas sem efetividade, como diz COUTINHO, (2017); COUTINHO, (2006), por situações políticas, tecnológicas, infraestrutura física das escolas, dentre outras mais. Porém, a educação remota, chegou na rede privada e na rede pública, compulsando aos educadores, aos pais e aos alunos, uma nova maneira de pensar e agir mediante as atividades pedagógicas, onde essas práticas que vêm acontecendo desde o início da pandemia em março de 2020. Santos (2020), ao se referir a lógica do ensino remoto, pontua que a sociedade moderna está regulada pelo Estado, nos dizendo: “(...) o mercado e a comunidade, reforçando a proletarização produtivista dos professores e a conversão dos estudantes em consumidores de serviços”. Estes pressupostos podem ser aplicados correlacionando os educadores, os pais, os alunos, bem como os donos das instituições de caráter privado. Mesmo que estes venham a possuir uma condição financeira e cultural divergente diante das classes populares, a imersão na proposta tem apresentado também problemas, que são facultados nos ambientes digitais. Com a intenção de tentar minimizar algumas dificuldades, as instituições de ensino disponibilizaram as atividades impressas e os pais devem ir buscá-las na escola, porém existem muitos outros problemas enfrentados pelos pais como por exemplo: a falta de computadores em suas casas, já que utilizam os dispositivos móveis para acessar a rede internet, a falta de experiência com o manuseio das plataformas que vem sendo utilizadas para os encontros virtuais, como Google Meet, Teams, Zoom, dentre outros, as dificuldades de estar organizando e mediando as atividades que seguem a sequência prevista para as aulas presenciais, exigindo dos pais conhecimento e estratégias para ensinar aos filhos(as) os conteúdos que são cobrados e não ensinados pelos educadores. Muitos dos pais vindos de classes mais favorecidas, estão realizando trabalhos home office, portanto, além de um acompanhamento mais sistemático e contínuo das atividades remotas que os (as) filhos (as) estão realizando e precisam, às vezes, da supervisão de um adulto, precisam dar conta das suas próprias demandas profissionais, gerando a um esgotamento entre pais, professores e estudantes. (IDOETA, 2020). Muitas instituições de ensino criaram ou adquiriram, plataformas específicas para realização das aulas remotas, porém ainda muitos alunos tem resistência a esta nova rotina, pois, por estarem em casa acreditam que de fato, que o ensino perdeu sua essencialidade. Assim, isto tem proporcionado situações de grande estresse nas famílias, onde os pais se sentem desanimados diante as situações, principalmente quando não se tem um espaço físico, específico e adequado e recursos para a realização das tarefas escolares, para que os alunos conseguirem participar das interações virtuais. Se faz pertinente ressaltar que, apesar das crianças na atualidade serem extremamente desenvoltas no sentido de lidar com as tecnologias, bem como com as plataformas digitais, por conta da sua interação com aplicativos e jogos virtuais, a relação nestes ambientes, que são estabelecidas, são muito diferentes das propostas de ensino de forma remota, as quais exigem responsabilidade e autonomia. _______________________________________________________________________________ 1.F2F é a sigla de Face to Face, que traduzido para o português fica “cara a cara”. Como o próprio nome já diz, trata-se de uma estratégia de captação de recursos feita pessoalmente com os possíveis doadores. 2.Indispensável, essencial (ex.: a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão são condições sine qua non para a democracia). 2.1 Aulas remotas e seus objetivos Muitas das estratégias usadas nas aulas, de formato remoto, têm como base a correção de atividades e tarefas que são encaminhadas para os pais, por meio impresso, ou páginas indicadas dos livros didáticos. Os educadores corrigem juntamente como aluno, e nesta correção os mesmos, fazem explicações acerca dos conceitos apresentados nas atividades, porém, não existe nenhuma evidencia de que os alunos aprendam de fato com a utilização deste recurso, pois se torna muito aleatório. Os educadores das instituições privadas de ensino, discordam deste processo, mas cumprem as exigências estabelecidas pela instituição pois precisam prestar o serviço aos seus “clientes”, mesmo que muitas vezes de maneira comprometida. Ocorre de fato, um sentimento de impotência, por muitas vezes, não saberem como ensinar e de não saberem o que fazer, e como fazer nessas aulas remotas. De fato, diante deste cenário, podemos afirmar que nunca mais seremos os mesmos pós-pandemia, pois tudo aquilo que era considerado normal, de rotina, jamais voltará. Sendo assim o processo de escolarização dos alunos de diferentes níveis, será meramente afetado por este momento de repressão, e ao retomar as atividades presenciais, principalmente aqueles sujeitos que fazem uso do formato das aulas remotas, terão que correr atras de conteúdos que não conseguiram fazer aquisição, gerando inúmeras frustações e insatisfações, em todos os envolvidos neste processo. Na concepção de Santos (2020, p. 21): A quarentena não só torna mais visíveis, como reforça a injustiça, a discriminação, a exclusão social e o sofrimento imerecido que elas provocam. Acontece que tais assimetrias se tornam mais invisíveis em face do pânico que se apodera dos que não estão habituados a ele. (2020, p. 21). Mediante ao atual contexto, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), busca reunir organizações internacionais governamentais e privadas, na esperança de que juntos consigam delimitar estratégias alternativas para garantir a continuidade do processo de aprendizagem, por meio da “Coalizão #AprendizagemNuncaPara” ¹. Esta foi uma iniciativa a Unesco (2020), que tem objetivos de auxiliar os países na mobilização de recursos e na implementação de soluções inovadoras e adequadas ao contexto para fornecer educação a distância, utilizando abordagens de baixa e alta tecnologia, ou mesmo sem nenhuma tecnologia, buscando assim soluções equitativas e acesso universal, bem como assegurar respostas coordenadas e evitar a duplicação de esforços. Facilitar o retorno de estudantes às escolas quando estas reabrirem, para evitar um aumento nas taxas de abandono e evasão escolar. Empresas como Facebook, Google, por exemplo, se colaram a disposição para colaborar e participar de campanhas com a finalidade de garantir a privacidade dos dados dos alunos e dos educadores que precisam serem preservadas. Enfim, um aspecto que precisa ser impoluto, por estes enormes acumulados, os quais tem acesso e controle de dados da população mundial, por conta dos inúmeros acessos em suas plataformas, poderá resultar em ações positivas, que poderão estar garantindo a todos, a independência, seja qual for as diferenças existentes, tanto sociais, econômicas ou culturais, de maneira segura, sustentável e com qualidade para os indivíduos, envoltos no processo de ensinar e de aprender. _______________________________________________________________________________ 1.#AprendizagemNuncaPara. A Coalizão Global de Educação lançada pela UNESCO é uma plataforma de colaboração e intercâmbio para proteger o direito à educação durante este período de interrupção educacional súbita e sem precedentes e além. 3. PANDEMIA DO COVID-19 E A URGÊNCIA DOS RECURSOS TECNOLOGICOS NA EDUCAÇÃO Estamos vivendo um momento atípico, que jamais pensaríamos em viver. O Novo Corona Vírus trouxe grandes impactos para o mundo todo, dentre tantas mortes, famílias destruídas, a economia mundial sofre drásticas mudanças, um verdadeiro caos. Escolas fechadas, educadores precisando se reinventar dia após dia. Pensando pelo lado de que, em diversos casos, a inovação surge como resposta a um grande problema, no cenário de crise em que estamos vivendo, a tecnologia veio como suporte imediato e se tornou mais um desafio diante da demanda, de um trabalho diferenciado que de fato, ninguém estava preparado. Todo este contexto que vem sido vivido, gerou a oportunidade não só pra as escolas e seus profissionais, mas sim para todas as áreas de atuação de uma sociedade totalmente atingida por este cenário, a utilização das tecnologias como ferramentas pedagógicas. A tecnologia veio neste momento, meio que de paraquedas, para tentar suprir um pouco as necessidades e manter os vínculos entre a família e a escola. Educadores estão conseguindo com ela, propor uma transformação muito significativa, e esta, tem dado resultados positivos. Aulas online, plataformas digitais, dentre tantos outros recursos vem sendo utilizado pelas escolas, estão sendo fundamentais para este momento. Muito mais que isso, é pensar que muitas vezes a implementação das novas tecnologias precisam de um alto investimento para obter sucesso, mas na verdade a eficácia do seu uso pode, ser de maneira simples e sem muitos investimentos. Claro é necessário que os profissionais consigam dar conta da demanda bem como utilizar todas estas ferramentas que vem sendo lhes apresentadas. É notável que com o contexto de pandemia o ambiente escolar e educacional sofreu muito com todo o impacto que tem sido gerado, com aulas suspendidas por um longo período, sem previsão de retorno, universidades e escolas de todo o país tiveram mudanças relativamente sérias em sua rotina tendo que se adequar de uma hora pra outra. Neste contexto o setor educacional tanto privado como público, precisou encarar as tecnologias como grande aliada para dar sequência, na rotina e tentar suprir a necessidade dos alunos, de uma forma de amenizar este problema encontrando as estratégias necessárias, para que os impactos sejam os menores possíveis para a classe educacional. Foram criadas plataformas de ensino e também outras ferramentas tecnológicas as quais vem ganhando destaque e também contribuindo para que o ensino continue sendo oferecido e contribuindo com os estudantes. Aqui no Brasil, a tecnologia educacional conseguiu organizar estratégias com soluções eficazes para todo este problema, é claro na medida do possível, pois como citamos antes, jamais teríamos imaginado viver uma situação tão grave, como a que nos encontramos. A contribuição vai muito além de somente repassar os conteúdos no período da quarenta, mas também todo este trabalho vem pensando em como manter o vínculo, pois as instituições estão propondo de todas as maneiras oferecer suporte para todos estes novos desafios, promovendo assim significados para os alunos nas diferentes realidades. A tecnologia é um termo usado para representar um produto da área da ciência e engenharia, que assim, através de instrumentos, técnicas e métodos, propõe a resolução de problemas, tendo uma prática do conhecimento científico aplicada em diferentes setores de pesquisa. A palavra tecnologia tem origem no grego "tekhne" que significa "técnica, arte, ofício" juntamente com o sufixo "logia" que significa "estudo". Ao se tratar da mesma, mais antigas ou clássicas por assim dizer, são a descoberta do fogo, a escrita, a invenção da roda, e algumas outras. As tecnologias medievais envolvem também outras questões e invenções como tecnologias militares, no caso a criação de armas de fogo, e também das navegações que permitiram um avanço na expansão marítima. A Revolução Industrial, como já citamos antes, contribuiu muito para as transformações em todos os processos de produção. Todas essas tecnologias são consideradas um grande caminho para a inovação, e o ser humano teve, com certeza uma grande intervenção mediante a esses avanços. Considerando-se a realidade atual na qual, as novas tecnologias de informação estãopresentes a cada instante faz-se necessário um estudo de como o professor deve se adequar às novas tecnologias sem perder o conteúdo didático e o domínio da sala de aula. Pois, a rotina desgastante do trabalho do professor, faz com que, muitas vezes este fique a margem dos avanços tecnológicos, concentrando sua atenção na aprendizagem formal, nos problemas sociais dos alunos sem acompanhar as transformações que ocorrem a sua volta. Neste sentido, SOUZA (2010, p.145), vai esclarecer que: As tecnologias e seus produtos não são bons nem maus em si mesmos, os problemas não estão na televisão, no computador, na internet, ou em quaisquer outras mídias, e sim nos processos humanos, que podem empregá-los para a emancipação humana ou para a dominação. (SOUZA,2010, p.145). O avanço da tecnologia é constante, e a inclusão no ensino está tendo um grande debate, sendo a aprovação das escolas, professores e até mesmo dos pais dos alunos. Pois a grande preocupação é como incluir essas novas tecnologias no dia a dia de sala de aula sem que tire a atenção dos alunos para o conteúdo principal. Um outro fator importante é a capacitação dos professores, que além de dominar o conteúdo deverá ter domínio da tecnologia para esclarecer dúvidas que possam surgir nos alunos. Para o autor, Sobrinho, (2017, p.3), ele nos traz o seguinte conceito enquanto diante da evolução tecnológica: Com a evolução tecnológica, a sociedade tem passado constantemente por grandes transformações: mudanças na economia, na família, e também nas crianças, que mudaram completamente a maneira de ver o mundo e interagir na sociedade desde muito cedo. Hoje não se aprende da mesma forma que se aprendia antes. O cérebro humano vem passando por inúmeras transformações devido aos estímulos a que estamos sujeitos. (Sobrinho, 2017, p.3). As escolas também precisam ter a infraestrutura necessária para realizar essas atividades, sendo na aquisição de tablets ou computadores e outros diversos materiais necessários para a realização das tarefas, nem todas iram conseguir de imediato, isso demandará tempo até que o sistema de educação aprove e mande a verba necessária para aquisição destes materiais. Os pais têm um papel de grande importância nessa inclusão, pois é da família que vêm o respeito e educação, tendo que orientar seus filhos sobre a importância dessa nova forma no ensino, desde proteger os equipamentos, acessar sites e programas que o professor está lhe orientando e ter dedicação com o seu aprendizado. A educação é um processo que envolve toda a sociedade, diante das tecnologias que essa mesma vem desenvolvendo, seja para o progresso ou para o bem estar e promoção da sua comunidade. Os alunos também precisam estar cientes que as tecnologias disponíveis na escola são para tornar o ensino mais dinâmico, criativo, inovador e descontraído assim facilitando seu aprendizado, e não acessar jogos ou redes sociais. O maior empecilho para qualquer mudança é a resistência das pessoas envolvidas, as tecnologias estão aí e cada dia surgem mais, estão para melhorar todas as atividades, tanto para empresas como para o ensino, o acesso à informação pode ser em qualquer lugar, possuímos esse poder e devemos desfrutar da melhor maneira possível, só precisa-se saber usar essas ferramentas disponíveis para melhorar nosso desempenho. O autor WEISS, (2014, p. 15), retrata diante do posicionamento das instituições escolares, dizendo que: As escolas deveriam se adaptar a essa realidade e preparar todos os funcionários, oferecendo-lhes curso de informática, mostrando esses recursos tecnológicos e treinando os professores a conduzir a tecnologia para que não haja qualquer tipo de discriminação. Isso fará com que os professores serão preparados para lidar com diversas situações, pois a tendência da tecnologia é sempre avançar e por isso, devemos ficar sempre atentos para não ficarmos para trás, e sim evoluir juntos, somente assim poderemos oferecer uma educação digna e de qualidade para nossas crianças. (WEISS, 2014, p. 15) Nota-se que muitas vezes os alunos acabam por ensinar os professores por serem os mesmos educadores da forma tradicional e não ter muitas afinidades com aparatos tecnológicos, no entanto para que se torne algo eficaz para a instituição deve se ter um consenso de inserção que vai desde pedagogo aos mais altos graus de administradores da instituição. Desta forma, Araújo (2012, p. 255), complementa dizendo que: A racionalidade instrumental inspira e dá fundamento aos projetos e experiências contemporâneos na integração das tecnologias ao processo educativo. Isto se revela nos discursos que abordam a integração das tecnologias à educação, baseando-se, preponderantemente, na visão da tecnologia como um meio para atingir finalidades pedagógicas. (Araújo, 2012, p. 255). Desta maneira, a tecnologia lúdica em suas incontáveis formas torna se algo indispensável nos dias atuais, nas mais variadas áreas de ensino como matemática, através de desenhos animados, educação e responsabilidades cognitivas e criativas em tablets, porém nota-se também que nesse local analisado as crianças não manuseavam os equipamentos pois como relatamos a cima pela falta de afinidade com as tecnologias contemporâneas os educadores passam por dificuldades já que podem haver desconfigurações de equipamentos sendo eles manuseados pelas crianças. Acrescenta-se ainda o incentivo, orientação, policiamento na hora de escolher os temas a serem utilizados nas salas de ensino cabe aos educadores, seguindo as normas estabelecidas pela grade, visando o melhor entendimento e melhor aprendizagem do que se deseja. O experimento em específico mostra que mesmo sendo utilizadas as tecnologias lúdicas nessa instituição os profissionais continuam tradicionais e dentro desta proposta mais uma vez vem a ideia de que o pedagogo deve se atentar para a constante busca por aprimoramento pessoal devido a que os alunos que antes tinham atenção a forma tradicional de ensino, hoje não mais se prendem senão com auxílio das mídias mesmo porque vêm de casa já com uma constante atividade de contato com a tecnologia. Tendo em vista esse acompanhamento pode-se dizer que se torna necessário o aprimoramento diário dos profissionais, e adaptação das instituições para que se incluam todos os aparatos necessários para a inclusão de todos na prática, da utilização das tecnologias lúdicas, já que as mesmas não tem prazo de validade, dentro de uma instituição com profissionais defasados de conhecimento nessa área e pouco investimentos partindo das áreas educacionais. Mais uma vez, o autor Sobrinho, (2017, p.4) ressalta sobre a utilização dos recursos tecnológicos: O uso, dessas tecnologias, tem se espalhado por boa parte do mundo, mas por mais que o governo faça investimentos em aparelhos tecnológicos nas escolas, ainda há aquelas mal equipadas e professores despreparados para desenvolver uma proposta pedagógica que atenda essa demanda. (Sobrinho, 2017, p. 4) É importante lembrar, que hoje se fala com crianças que aprendem de forma diferente e que as formas tradicionais não são mais atrativas como já foram e dessa forma o professor deve cada vez mais saber lidar com as mídias digitais a fim de melhoram sua conexão com os alunos e assim conseguir seu objetivo que é dar a sociedade um cidadão mais preparado para sua constante e imparável evolução. CONCLUSÃO Os temas que conduziram este estudo mediante a educação, são muito recentes, para todos os níveis de ensino, tanto na rede privada quanto na rede pública, e conduziram o tema norteador que é a questão frente a emergência ocasionada pela pandemia da COVID-19, que transformou a vida de toda uma sociedade, desestabilizando uma rotina, onde por muito, se faz necessário estar em isolamentocom todas as restrições de contato social. Diferentes setores foram afetados, pode-se dizer que todos em geral, e as instituições de ensino, sofrem com a grande perca das relações, pois a escola é vista como um cenário de interações, como um ambiente importantíssimo para a socialização e construção, bem como trocas de experiencias e conhecimentos. Sendo assim, neste estudo, o contexto relatado e apresentado, dia após dia gera muitas perturbações e preocupações, pois o processo de ensino, o qual deveria ser de grande proveito e prazeroso, passa a ser um tanto quanto estressante, frustrante e desgastante para os indivíduos, tanto alunos, pais e educadores, diante do processo de aprender e ensinar, que precisou tomar rumos diferentes de forma emergencial. Apesar de todos os envolvidos estarem se esforçando demasiadamente, até o momento não existem respostas ou uma fórmula, que possa resolver estas questões de imediato, pois a sociedade não pode parar de agir em sua totalidade. Os educadores sofrem bastante pressão também diante da situação, pois não estavam preparados para mudanças tão repentinas, e muitos deles não tiveram a possibilidade de ter formações para realizar tal trabalho, ou até mesmo interagir com as plataformas digitais e pensar como propor atividades que engajem os seus alunos, possibilitando um ensino de qualidade como o presencial, o qual já estavam acostumados. É importante estabelecer e organizar estratégias para engajar os alunos, porem muitas incertezas acerca deste momento surgem, diante da prática docente, porém, uma das certezas, através das leituras para concluir este breve estudo, é que não é passando e corrigindo atividades e exercícios, usando uma plataforma como o Google Meet, por exemplo, que os educadores estarão motivando seus alunos neste momento de incertezas e desafios. As estratégias para o ensino que estamos presenciando, devem desafiar os alunos para que possam criar, serem autônomos, se autorizar, participar e interagir com seus educadores, de maneira pensante, com significados, os quais permitam a eles participem de discussões e questionamentos fundamentados pelo cenário que estão vivendo Infelizmente, as práticas utilizadas pelos educadores, estão reproduzindo o que existe de pior mediante as aulas presenciais, pois com a utilização de modelos de interação chamados de broadcasting¹, no qual os educadores acabam transmitindo as orientações e informações para um determinado grupo de alunos, que por muitas vezes, não conseguem fazer o acompanhamento necessário, nestes encontros de caráter virtual, sem poder até mesmo participar, por falta de acesso aos recursos e instrumentos tecnológicos. O cenário que permeia a atualidade, com certeza trará inúmeras consequências extremamente negativas diante de relações estabelecidas para com os estudantes, escola e educadores. O que se pode fazer é aproveitar o momento para possíveis reflexões, com a criação de fóruns de debates para discutir soluções que podem ser adaptadas e construídas, pensando em um processo educacional de qualidade, para o pós-COVID-19, (que está longe de cessar), porém já pode ir se delineando perspectivas educacionais, que possibilitem aos educadores e aos alunos, discussões de estratégias e alternativas, que venham a viabilizar discussões críticas a partir do momento em que estamos vivenciando, fazendo desde já, análises das consequenciais para vida, dos sujeitos nos diferentes pontos do mapa, bem como com proposições de como ensinar, para uma geração que estão interagindo com as tecnologias digitais, para se comunicar e realizar suas tarefas de rotina, que antes eram estabelecidas de forma natural. _____________________________________________________________________________ 1.Em telecomunicações e teoria da informação, broadcasting é um método de transferência de mensagem para todos os receptores simultaneamente. 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