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TCC PÓS GRADUAÇÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E FINANÇAS - INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO

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FAVENI 
Faculdade Venda Nova do imigrante 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E FINANÇAS 
 
 
 
 
 Maurílio Aires Costa 
 
 
 
 
 
 
 
 CONTRATAÇÃO DIRETA POR INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONFRESA-MT. 
2019 
 
 
 
 
 
CONTRATAÇÃO DIRETA POR INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO 
 
Autor1, Maurílio Aires Costa 
 
 
 
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo 
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou 
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente 
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por 
mim realizadas para fins de produção deste trabalho. 
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e 
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos 
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). 
 
 
 
 
 
RESUMO- Para aquisição de bens ou serviços pela administração pública, a abertura de um processo 
denominado licitação é obrigatória, permitindo ampla participação de fornecedores e identificando a 
proposta mais vantajosa. Esse processo e suas regras têm embasamento legal na Lei Geral das Licitações 
– Lei 8.666/93 e alterações posteriores. A legislação aplicada às compras e contratações de bens ou 
serviços públicos determina que a regra é licitar, contudo, permite algumas excepcionalidades, quando não 
é possível a disputa por falta de concorrentes. Nesses casos é permitida a contratação direta, sem a 
abertura de um processo licitatório. Dentre essas exceções encontra-se a Inexigibilidade de Licitação, que 
possibilita ao administrador adotar medidas especiais para que a contratação do bem ou serviço ocorra de 
forma legal, transparente e com preço justo. Nesta pesquisa bibliográfica as possibilidades de 
inexigibilidade de licitação foram abordadas separadamente, demonstrando que embora seja uma das 
modalidades de licitação mais complexas e que demande muito zelo na sua condução, devido à 
excepcionalidade das situações em que é aplicada, a inexigibilidade traz benefícios tanto para o ente 
público contratante quanto para os contratados e possíveis beneficiários dos bens ou serviços. 
 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Licitação. Contratação. Inexigibilidade 
 
 
 
 
 
1 maurilioairescontabilidade@gmail.com 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
A Constituição Federal é a lei maior da República Federativa do Brasil, sendo o 
conjunto de regras fundamentais que norteiam e regem o funcionamento do País, à qual 
todos os cidadãos brasileiros estão sujeitos. Nela estão inseridos os direitos e deveres, 
bem como estabelecidas normas de funcionamento das instituições. 
A constituição brasileira de 1988 estabelece, em seu artigo 37, as normas gerais 
para contratação e aquisição de bens e serviços pela administração pública, de forma a 
permitir ampla participação de todos os interessados em negociar com o governo. Essas 
normas foram regulamentadas e mais detalhadas através da Lei 8.666/93 – Lei Geral das 
Licitações e suas alterações posteriores. 
Licitação é o conjunto de procedimentos administrativos adotados para compras 
ou serviços contratados pelo governo, em todas as esferas, inclusive por empresas 
estatais. Permite que todo o processo de compra seja realizado de forma transparente, 
com ampla participação dos interessados que preencham os requisitos necessários para 
participação nas disputas. 
As licitações obedecem a ritos estabelecidos em seus editais de licitação e são 
classificadas em tipos e modalidades visando atender aos interesses da administração 
pública. Mas existem casos especiais onde não é possível a realização de uma licitação. 
Nesses casos, a contratação é realizada de forma direta, sendo a mesma dispensada, 
dispensável ou inexigível de licitação. Isso não exime a administração pública de adotar 
procedimentos legais e formais visando cumprir princípios da administração pública que 
também são aplicados à licitação, que são: legalidade, impessoalidade, moralidade, 
igualdade, publicidade, probidade administrativa, vinculação ao instrumento convocatório 
e julgamento objetivo. 
Os casos de inexigibilidade de licitação, de forma geral, ocorrem quando não há 
possibilidade de licitar por falta de concorrentes. É um tema que apresenta constantes 
discussões pela sua subjetividade, sendo objeto de várias decisões do Tribunal de 
Contas da União, que tem emitido acórdãos visando sanar dúvidas, coibir irregularidades 
face à interpretação das normas e tornar menos complexa a sua aplicação e 
entendimento. 
 
 
 
 
Este trabalho, desenvolvido a partir da análise bibliográfica de várias fontes 
correlatas, principalmente de decisões do Tribunal de Contas da União (TCU), visa 
mostrar que a inexigibilidade de licitação, sendo um procedimento adotado nos casos em 
que não é possível licitar por falta de concorrentes que apresentem produtos com as 
mesmas características ou de profissionais com desempenho singular, deve ser cercada 
de todos os cuidados necessários para evitar favorecimentos, podendo o administrador 
público ser responsabilizado caso não atenda ou busque alternativas aos requisitos 
legais estabelecidos. 
Como toda norma legal, a Inexigibilidade de Licitação é um procedimento que deve 
ser seguido à risca, evitando-se o desperdício ou má aplicação de recursos públicos, 
causando prejuízos ao erário e, em consequência, ao contribuinte. Esses prejuízos são 
advindos de irregularidades cometidas pela má conduta de agentes públicos que visam 
tirar vantagens pessoais, em detrimento do bem comum. 
 
2 DESENVOLVIMENTO 
 
A Constituição Federal, em seu Artigo 37, inciso XXI estabelece: 
 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, 
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública 
que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas 
que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da 
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de 
qualificação técnica e econômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das 
obrigações. (CF/88). 
 
 
Dessa forma, a regra é que as contratações para aquisição de bens ou 
serviços pela administração pública devem ser precedidas de licitação. A Lei 8.666/93 – 
Lei Geral das Licitações – define os casos e procedimentos adotados para a realização 
dos processos licitatórios para contratações e aquisições de bens e serviços por todos 
os entes federados. Essa lei teve vários desdobramentos (Lei nº 10.520/2002, Decreto 
nº 3555/2000, Decreto 5.504/2005 – Pregão, Lei Complementar 123/2006, entre outras) 
visando seu aprimoramento, dando maior celeridade, economicidade, eficiência, licitude 
e transparência nas compras e contratações públicas. 
Celso Antônio Bandeira de Melo, assim define licitação: 
 
 
 
 
 
Procedimento administrativo pelo qual uma pessoa governamental, pretendendo 
alienar, adquirir ou locar bens, realizar obras ou serviços, outorgar concessões, 
permissões de obra, serviço ou de uso exclusivo de bem público, segundo 
condições por ela estipuladas previamente, convoca interessados na 
apresentação de propostas, a fim de selecionar a que se revele mais conveniente 
em função de parâmetros antecipadamente estabelecidos e divulgados. (MELLO, 
2009, p. 519). 
 
A Licitação Pública é um processo administrativo que deve ser amplamente 
divulgado, onde os interessados em fornecer bens e/ou serviços para os órgãos do 
Governo, em todas as esferas, podem concorrer apresentando suas propostas após 
cumprirem as exigências do Edital de Licitação,peça principal que compõe o processo 
licitatório. 
São várias as modalidades de licitação (Pregão, Concorrência, Tomada de 
Preços, Convite, Leilão, Concurso, Consulta), onde os concorrentes participam em 
igualdade de condições, apresentando seus produtos e serviços com características 
similares. 
Além das modalidades citadas, onde os concorrentes podem apresentar suas 
propostas, existem também os casos especiais previstos nos artigos 24 e 25 da Lei 
8.666/93 em que a contratação pode ser feita de forma direta, devidamente motivada e 
sem a realização de processo licitatório prévio. Nesses casos a licitação é dispensada ou 
inexigível devido à urgência para contratação dos bens e/ou serviços ou inviabilidade de 
competição. 
Assim define o artigo 25 de Lei 8.666/93: 
 
Art. 25 – É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em 
especial: 
I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser 
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada 
a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita 
através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que 
se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou 
Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes. 
 
 
O Tribunal de Contas da União, segundo Acórdão nº 146/2007 – 1.ª Câmara: 
(...) licitação é o procedimento administrativo mediante o qual os órgãos públicos 
e entidades selecionam a proposta mais vantajosa para a avença de seu 
interesse. Nesse contexto, surge um princípio basilar ao Direito Administrativo, 
qual seja, o da impessoalidade da licitação para se adquirir, alienar ou locar bens, 
contratar a execução de obras e serviços que tem assentamento constitucional 
(art. 37, inciso XXI, da Carta Política) e infraconstitucional – art. 20 da Lei 
8.666/1993 (...). Essa demanda decorre de princípios também insculpidos no 
caput do art. 37 da Constituição Federal de 1988, legalidade, impessoalidade, 
 
 
 
 
moralidade, publicidade e eficiência, além de outros elencados na doutrina para 
licitação. É dizer: a regra estatuída na Constituição Federal é a da 
obrigatoriedade de licitar, já que as hipóteses de dispensa e de inexigibilidade do 
certame devem ser interpretadas com exceção. 
 
A Inexigibilidade de Licitação, expressa no artigo 25 da Lei 8.666/93 é aplicada 
quando há inviabilidade de competição, ou seja, quando não há possibilidade de haver 
disputa por falta de mais de um fornecedor que possa atender à necessidade do poder 
público (contratante). Dessa forma, não há como aplicar a regra geral da licitação. Mesmo 
sendo um caso onde a regra não pode ser aplicada por não haver competidores, não 
exime o licitante de tomar todos os procedimentos administrativos e legais para 
formalização do processo de compra direta. 
Após definidas as características daquilo que se pretende contratar ou adquirir, 
torna-se necessária realização de pesquisa de mercado, que irá determinar a existência 
ou não de mais de um fornecedor, caracterizando, dessa forma, a inexigibilidade de 
licitação. 
A licitação é inexigível nos seguintes casos: a) fornecedor exclusivo; b) 
contratação de serviços técnicos especializados; c) contratação de serviços artísticos. 
 
2.1 FORNECEDOR EXCLUSIVO 
 
É inexigível de licitação a aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros 
que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial 
exclusivo, vedada a preferência de marca. 
A administração pública deve realizar pesquisa de mercado onde demonstre 
com clareza a razoabilidade de preço e que os produtos, materiais, gêneros, serviços ou 
equipamentos só podem ser fornecidos por produtor, empresa ou representante 
comercial exclusivo, caracterizando a inviabilidade de competição. Conforme 
estabelecido no inciso I do artigo 25 da Lei 8.666/93, a situação de exclusividade de 
fornecedor é determinada através de atestado de exclusividade fornecido por órgão de 
registro do comércio, sindicato, federação ou confederação patronal, ou ainda por 
entidades equivalentes. 
O Tribunal de Contas da União, com relação ao atestado de exclusividade que 
caracteriza a inviabilidade de competição, define: 
 
 
 
 
 
(...) Devem ser considerados válidos apenas os certificados de exclusividade 
emitidos pelos entes enumerados no art. 25, inciso I, da Lei 8.666/93, para fins 
de evidenciar a exclusividade do produtor, empresa ou representante comercial 
nas aquisições de que tratam esse dispositivo. (Acórdão 723/2005). 
 
 
Posteriormente, após inúmeros casos de certificados ou atestados de 
exclusividade com informações duvidosas, o mesmo TCU firma entendimento de que a 
apresentação de atestado de exclusividade por juntas comerciais e entidades sindicais, 
mesmo sendo requisito legal, não é suficiente para confirmar a exclusividade, cabendo à 
administração pública, para evitar possíveis fraudes, a adoção de providências para 
confirmar a veracidade da documentação comprobatória de exclusividade. 
Nesse sentido, o Ministro José Jorge, do TCU, declara: 
 
Bem de ver que a regra na Administração Pública é a licitação, sendo que a 
contratação direta, sobretudo na hipótese de inexigibilidade, deve ser entendida 
como exceção, e como tal foi tratada pelo legislador a contratação junto a 
fornecedor exclusivo ao impor como condição para sua efetivação a 
comprovação, por meio de atestado, da exclusividade. Então, em sendo a 
exclusividade a causa da inviabilidade de competição, razão da inexigibilidade, 
há que se ter o devido cuidado com sua caracterização. No entanto (...) o Tribunal 
lamentavelmente se deparou, em inúmeras oportunidades, com situações em 
que os atestados de exclusividade não condiziam com a realidade ou eram 
inverídicos, inclusive objeto de falsificação. Daí que a jurisprudência do Tribunal 
evoluiu no sentido de exigir dos agentes públicos responsáveis pelas 
contratações não só o recebimento e acolhimento do atestado de exclusividade 
mencionado no dispositivo legal, mas também a confirmação dessa condição, 
seja por diligências ou até mesmo consultas ao fabricantes, a exemplo do 
Acórdão 2.505/2006 - 2ª Câmara, em que se determinou à entidade 
jurisdicionada a adoção de medidas acautelatórias com vistas a assegurar a 
veracidade das declarações prestadas pelos órgãos e entidades emitentes. (...) 
Nesse contexto, afigura-se pertinente o projeto em questão, consistindo em mais 
um esforço do Tribunal no sentido de evitar irregularidades na comprovação da 
exclusividade de fornecedor e garantir a observância do preceito legal, não sendo 
demais ressaltar que a atuação do agente público não deve se resumir à 
exigência da documentação especificada, mas também à verificação da real 
condição de exclusividade invocada pelo fornecedor. (Acórdão 633/2010 - 
Plenário). 
 
Através do Acórdão 2724/2019 – Plenário – o Tribunal de Contas da União 
também orienta que “ao receber atestado de exclusividade de fornecimento de materiais, 
equipamentos ou gêneros (art. 25, inciso I, da Lei nº 8.666/93), adote, com fulcro nos 
princípios da igualdade e da proposta mais vantajosa, medidas visando assegurar a 
veracidade das declarações prestadas pelos órgãos e entidades emitentes, como, por 
exemplo, consulta ao fabricante, considerando sempre que a exclusividade no 
 
 
 
 
fornecimento de determinada marca comercial não preenche os requisitos do referido 
dispositivo legal, pois não resta afastada a possibilidade de existência do mesmo produto 
sob outro nome comercial”. 
Orienta, ainda, que “restrinja a aplicação do que dispõe o inciso I do art. 25 da 
Lei nº 8.666/1993 aos casos em que inequivocamente ficar caracterizada a inviabilidade 
de competição pela existência de um único fornecedor do produto pretendido, de modo 
a evitar nova contratação direta sem preenchimento dos requisitos legais com afrontaaos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da probidade 
administrativa, insculpidos no art. 3º da lei citada.” Acórdão 295/2005 – Plenário. 
 
2.2 SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIALIZADOS 
 
Na Contratação de Serviços Técnicos Especializados a licitação é inexigível 
quando o serviço técnico prestado é único ou o profissional tenha notória especialização. 
Tais serviços estão elencados no artigo 13 da Lei 8.666/93: a) estudos técnicos, 
planejamento e projetos básicos ou executivos; b) pareceres, perícias e avaliações em 
geral; c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; d) 
fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; e) patrocínio ou defesa 
de causas judiciais ou administrativas; f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; g) 
restauração de obras de arte e bens de valor histórico. Os serviços aqui elencados, a 
priori, devem ser precedidos de licitação, haja vista que existem muitos profissionais ou 
empresas com qualificação técnica para prestação desses serviços. 
Na hipótese de existir apenas um profissional ou empresa com notória 
especialização e para que seja contratada através de inexigibilidade de licitação, a 
contratação deve ser precedida de uma análise criteriosa que comprove a notoriedade e 
a singularidade do seu executante. Essa análise é feita a partir do desempenho em 
trabalhos anteriormente prestados pelo profissional ou empresa. 
Diante das controvérsias referentes ao tema, o TCU definiu: 
 
A contratação direta realizada com amparo no art. 25, inciso II, da Lei nº 
8.666/1993, sujeita-se à fundamentada demonstração de que a singularidade do 
objeto aliada ao caráter técnico profissional especializado dos serviços e à 
condição de notaria especialização do prestador inviabilizem a competição no 
caso concreto. Acórdão 2105/2009 Segunda Câmara (Sumário). 
 
 
 
 
 
 
De acordo com o Acórdão 2105/2009 e em decisões anteriores, o TCU 
entende que a singularidade é do objeto e não do executante. Em farta argumentação 
constante do Acórdão 550/2004, estabelece que somente após a definição do objeto da 
contratação é que a busca do seu executor seja iniciada, pois a notória especialização 
não inviabiliza a competição. A notória especialização deve ter “relação direta e imediata 
com a singularidade do objeto”. Acórdão 550/2004. 
Vale lembrar, ainda, que o inciso II do artigo 25 da Lei 8.666/93 não permite a 
contratação de serviços de publicação e divulgação por inexigibilidade de licitação. 
 
2.3 CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS ARTÍSTICOS 
 
A terceira excepcionalidade para contratação direta através de inexigibilidade 
de licitação refere-se à contratação de artistas, diretamente ou por meio de empresário 
exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. Esse 
caso difere pouco da contratação de serviços técnicos especializados. 
Assim define o ilustre mestre Ulysses Jacoby Fernandes: 
 
Artista, nos termos da lei, é o profissional que cria, interpreta ou executa obra de caráter 
cultural de qualquer natureza, para efeito de exibição ou divulgação pública, por meio 
de comunicação de massa ou em locais onde se realizam espetáculos de diversão 
pública. O profissional artista deve estar inscrito na Delegacia Regional do Trabalho, o 
mesmo ocorrendo com os agenciadores dessa mão de obra, constituindo esse registro 
elemento indispensável à regularidade da contratação. (Contratação Direta Sem 
Licitação, Ed. Fórum, 6ª Ed, PP. 726). 
 
 
O poder público, ao contratar nessa situação, deve levar em conta que os 
serviços artísticos estão relacionados com o interesse do público a que se destina sua 
contratação, não ao artista em si. Não basta o artista ser consagrado pela crítica 
especializada, sua arte deve estar diretamente relacionada ao evento a que se destina 
sua contratação. Daí advém a aceitação da contratação de um artista consagrado pelo 
público ou crítica especializada de uma determinada região, mesmo não sendo 
conhecido em outras regiões. Devido às características peculiares do evento a que se 
destina, sua contratação é justificável, pois o que está em apreço é o interesse público, 
não o artista em si. 
O TCU define através do Acórdão 96/2018 que a representação de artista por 
 
 
 
 
meio de empresário exclusivo deve ser comprovada através de contrato devidamente 
registrado em cartório e publicado no Diário Oficial da União, onde devem estar 
claramente definidos os termos da exclusividade, ou seja, que o empresário é o 
responsável exclusivo para representar os interesses do artista e não apenas para um 
evento específico. 
Diante disso o Tribunal de Contas da União determina: 
 
Na contratação de profissional do setor artístico por inexigibilidade de licitação, a 
apresentação de atestado de exclusividade restrito aos dias e à localidade do 
evento, em vez do contrato de exclusividade entre o artista e o empresário 
contratado, caracteriza grave infração à norma legal e regulamentar, ensejando, 
ainda que não configurado dano ao erário, condenação em multa e julgamento 
pela irregularidade das contas, haja vista que o contrato de exclusividade é 
imprescindível para caracterizar a inviabilidade de competição de que trata o art. 
25, inciso III, da Lei 8.666/1993.(Acórdão 4714/2018). 
 
 
Com a utilização em larga escala do artifício da “Carta de Exclusividade” 
apresentada por empresários para caracterizar a exclusividade do artista para 
determinado evento, o Tribunal de Contas da União firmou jurisprudência proibindo 
definitivamente essa prática. O empresário detentor da exclusividade de um artista deve 
ter contrato de exclusividade registrado em cartório e publicado no Diário Oficial da União 
no prazo de cinco dias, sob pena de perda ou devolução dos valores recebidos. 
3 CONCLUSÃO 
A Inexigibilidade de Licitação, uma das formas pelas quais a administração pública 
pode fazer a contratação direta sem a necessidade da abertura de processo licitatório, 
caracterizada pela falta de concorrentes ou pela exclusividade no fornecimento de um 
bem ou serviço não pressupõe ausência de procedimentos legais para a contratação. Por 
estar baseada em critérios subjetivos, por falta de conhecimento técnico ou má-fé dos 
entes envolvidos no processo, em muitos casos a singularidade de um trabalho é 
confundida com a singularidade do seu executante. A unicidade que deve ser levada em 
conta na contratação é a do trabalho ou obra a ser executada, não do profissional que a 
executa. Daí a necessidade da definição dos parâmetros do que se deseja contratar, para 
depois buscar o seu executor. Agindo dessa forma, dificilmente surgirão questionamentos 
 
 
 
 
como os comumente analisados e decididos pelo TCU e demais cortes de contas em 
todo o país. 
Verifica-se que apesar da seriedade com que o legislador apresenta os requisitos 
necessários para que seja caracterizada a inexigibilidade de uma contratação pelo poder 
público, na prática, existem aqueles que buscam burlar a lei para auferir vantagens 
indevidas. 
Se o artigo 25 da Lei 8.666/93, já amplamente debatido, for cuidadosamente 
observado, verificar-se-á que não existem lacunas que permitam burlar a legislação em 
casos de inexigibilidade de licitação. Nem tampouco é possível superfaturar os serviços 
ou bens contratados, pois na pesquisa a ser executada antes da abertura do processo 
de compra direta, a cotação de preço deve ser uma das medidas adotadas. 
Combater a ação daqueles que buscam “brechas” na Lei, agindo com dolo na 
conduta de processos de compras governamentais é uma das ações adotadas 
diariamente por servidores públicos de todos os tribunais de contas do país, 
comprometidos com o fim da improbidade administrativa, contribuindo com o bem-estar 
geral da sociedade através da correta aplicação dos recursos públicos. 
4 REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição da República Federativa doBrasil de 1988. Brasília: Senado 
Federal, 1988. 
BRASIL. Lei n 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da 
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração 
Pública e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF, 1993. 
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Licitações e Contratos: Orientações e 
Jurisprudência do TCU. – 4ª Ed. rev., atual, e ampl. – TCU: Secretaria Geral da 
Presidência. Senado Federal: Secretaria Especial de Editoração e Publicações, Brasília, 
DF, 2010. 
BRASIL. Tribunal de Contas da União. Acórdão 4714/2018-Segunda Câmara, Pesquisa 
Textual. Disponível em: <https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia> 
 
 
 
 
OLIVEIRA, R. C. R. Licitações e Contratos Administrativos 4ª Ed. ver., atual. e ampl. 
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015. 
AMORIM, V. A. J. Licitações e Contratos Administrativos: Teoria e Jurisprudência, 
1986. Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas. Brasília, DF, 2017. 
JUS.COM.BR. Artigos. NOVO, B. N. Direito Administrativo, Inexigibilidade de Licitação, 
Fev. 2018. Disponível em: <http://www.jus.com.br/artigos/70065/inexigibilidade-de-
licitacao>, Acesso em 25 out. 2019. 
CHAVES, L. C. A. A contratação por inexigibilidade de licitação com fornecedor ou 
prestador de serviço exclusivo. Breve análise do art. 25, I da Lei 8.666/93. Disponível 
em: <https://revista.tcu.gov.br/ojs/index.php/RTCU/article/view/1335/1450>. Acesso em 
06 nov. 2019.

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