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Infecções Sexualmente Transmissíveis

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Prevenção 
 Abstinência sexual 
 ↓ parceiros 
 Vacinação 
 Preservativo 
 Educação e aconselhamento 
 Tratamento das doenças 
 Identificação de infectados assintomáticos 
 
Fatores de risco para IST: 
 Idade abaixo de 30 anos 
 Novas ou múltiplas parcerias sexuais 
 Parcerias com IST 
 História prévia/presença de outra IST 
 Uso irregular de preservativo 
 
Anamnese e exame físico: 
 História clínica: avaliar práticas sexuais e fatores de risco para IST 
 Lesões: ulcerativas erosivas, precedidas ou não por pústulas e/ou vesículas, acompanhadas ou não 
de dor, ardor, prurido, drenagem de material mucopurulento, sangramento e linfadenopatia regional 
 
Sinais e sintomas 
Focais 
 Leucorreia 
 Verrucosidades 
 Nodulações 
 Vesículas 
 Linfonodos inguinais 
 Alteração nos pelos 
 Ulcerações 
 Prurido 
 Ardência vulvar 
 Hiperemia 
 
Sistêmicos 
 Dor pélvica aguda e crônica 
 Febre 
 Cutâneos: modularidade, manchas, vesículas 
 Neurológicos 
 Cardiovasculares 
 
 
 
 
 
 
Complicações 
 DIP 
 Infertilidade – 25% 
 Doenças sistêmicas: neurológicas, cardiovasculares, ósseas 
 Cicatrizes 
 Cirurgias com ablação de órgãos 
 Complicações obstétricas: abortos, prematuridade, infecções puerperais, transmissão vertical... 
 Sociais 
 Óbito 
 
Principais síndromes genitais agudas 
 
SÍFILIS 
 Treponema pallidum (bactéria) 
 Lesão primária indolor → disseminação → ↑ incidência 
 Transmissão: contato sexual, transfusão de sangue ou transplacentária 
 Infecção: 
o Sífilis recente: contato 
o Sífilis latente: fluido corporal, principalmente sangue 
o A infectividade decresce com o passar do tempo 
 Período de incubação: 10 a 90 dias (média 21 dias). É inversamente proporcional ao tamanho da 
inoculação. 
 Fácil detecção e tratamento simples, de baixo custo e eficaz 
 1/3 dos expostos a um parceiro infectado adquire a doença 
 3,5 milhões de novos casos por ano no mundo – principalmente em países em desenvolvimento 
 
Classificação de acordo com o tempo de infecção: 
 Sífilis adquirida recente: menos de 1 ano de evolução 
 Sífilis adquirida tardia: mais de 1 ano 
 
Classificação de acordo com as manifestações clínicas: 
Sífilis primária (cancro duro): 
 Surge entre 1 a 3 semanas após o contágio 
 Lesão papulosa indolor no ponto de penetração do T. pallidum → torna-se ulcerada, endurecida, 
circular, de 1 a 2cm de diâmetro, bordas infiltradas, base avermelhada não purulenta 
(PROTOSSIFILOMA) 
 Enfartamento ganglionar discreto (bubão sifilítico), geralmente homolateral, indolor, sem sinais 
flogísticos, que aparecem 1 a 2 semanas após o cancro. Persistem por 6 a 7 semanas e desaparecem 
espontaneamente. 
 Área genital, perineal ou anal 
 Após o tratamento, cura rapidamente e deixa de ser infectante em 24h 
 
Sífilis secundária: 
 Lesões polimorfas, como as roséolas (pápulas ou lesões planas eritematosas que acometem 
principalmente o tronco) e as sifílides (lesões papuloerosivas, pustulosas e hipertróficas, que 
acometem as cavidades oral e genital, palmas e plantas) 
 Disseminadas e confluentes 
 Surgem 6 semanas a 6 meses após o contágio (geralmente 4-8 semanas após o cancro) 
 Duram 3 a 12 semanas 
 Condiloma plano ou lata: confluência das pápulas formando placas secretantes 
 Sintomas sistêmicos: mialgia, artralgia, mal-estar e febrícula 
 Melhoram espontaneamente, sem deixar cicatriz, passando para a fase latente 
 A adenopatia pode persistir por meses antes de desaparecer 
 
Sífilis latente: 
 Assintomática 
 Diagnóstico: sorologia positiva 
 Desde quando desaparecem as lesões cutâneas do secundarismo até manifestações terciárias 
 Recente: menos de 1 ano de evolução. Tardia: mais de 1 ano ou tempo indeterminado. 
 Pode durar longos anos 
 Pode transmitir a doença 
 
Sífilis terciária: 
 Manifestações tardias e raras 
 Em 1/3 dos pacientes que não recebem tratamento 
 Lesões gomosas (15%), sífilis cardiovascular (10%) ou neurossífilis (8-10%) 
 Aparece em até 1 ano (lesões gomosas) ou após intervalo longo (10 a 30 anos) 
 Lesões gomosas: pele, tecido celular subcutâneo, osso e vísceras (principalmente fígado) 
 Lesões cardiovasculares: aneurisma aórtico, insuficiência aórtica e estenose coronariana 
 Neurossífilis: tabes dorsalis, mielite transversa e demência 
 
Obs: a neurossífilis (manifestações do SNC) pode ocorrer em qualquer estágio da sífilis! 
Obs 2: toda erupção cutânea sem causa determinada deve ser investigada com testes para sífilis! 
 
Diagnóstico: 
1. Clínico 
2. Identificação do antígeno: 
 Campo escuro → a coloração torna os treponemas imóveis 
 Sensibilidade: 74-86% 
 Diagnóstico sífilis primária e secundária 
3. Sorologia: 
Reações não treponêmicas ⟹ VDRL: 
 Rastreamento e controle da cura 
 Identifica anticorpos não específicos ao T. pallidum (outras doenças podem positivar) 
 Falsos positivos 
 Positiva de 30 a 50 dias após a inoculação 
 Não utilizado na sífilis primária 
 Simples, rápido e barato 
 
Reações treponêmicas: 
 Detectam anticorpos específicos produzidos pela infecção pelo T. pallidum 
 A reatividade do teste indica que o indivíduo teve contato com o T. pallidum em algum momento da 
vida e desenvolveu anticorpos específicos → pode permanecer positivo após tratamento (perde a 
qualidade para diagnóstico de recidiva) 
 Teste rápido: 
o Negativo: sem sífilis (a não ser que tenha lesão aparente, daí desconfiar de janela imunológica) 
o Positivo: tem ou teve sífilis. Solicitar VDRL. 
VDRL +: sífilis 
VDRL -: teve e tratou 
 FTA-ABS (teste de absorção fluorescente contra treponema): 
o Padrão ouro 
o Geralmente é o primeiro a positivar após a infecção 
 ELISA: 
o Teste imunoenzimático 
o Utiliza antígenos de T. pallidum. Os anticorpos do usuário se ligarão a estes antígenos. 
o Confirmar VDRL 
o Específico 
 
Suspeita de sífilis: 
o VDRL: rastreamento 
o Se VDRL positivo ⟹ teste treponêmico para confirmação (geralmente FTA-ABS) 
 
 
Treponêmico positivo e não treponêmico negativo: realizar outro teste treponêmico com metodologia 
diferente do primeiro. Se +, diagnóstico de sífilis ou cicatriz sorológica. Se -, resultado falto positivo 
para o primeiro teste, sendo excluído o diagnóstico de sífilis. 
 
 
Existe um período em que a pessoa está com sífilis primária, mas ainda não positiva nenhum dos 
testes (JANELA IMUNOLÓGICA). 
Não treponêmico: O VDRL começa a positivar de 1 a 3 semanas após o surgimento da úlcera do cancro 
duro. Na sífilis secundária, o VDRL está muito alto. Na sífilis latente o VDRL diminui um pouco. Nos 
não tratados, diminui menos do que nos tratados. Algumas pessoas continuam com VDRL positivo em 
níveis baixos, mesmo após tratamento adequado (CICATRIZ SOROLÓGICA). 
Treponêmico: positiva um pouco antes do não treponêmico. Níveis altos para o resto da vida. 
 
 
 
Tratamento 
 Penicilina: único efetivo na gestação 
 Se alergia à penicilina → doxiciclina 
 Gestação + alergia à penicilina = dessenssibilização (pequenas doses) antes de cada dose do tto 
 SEMPRE testar e tratar parceiros 
o Negativo: tratar com apenas 1 dose (pode estar na janela imunológica, aí será doença recente) 
 Repetir VDRL 6, 12 e 24 meses após tratamento. Se tratado adequadamente, VDRL diminui dentro de 
6 meses. Se reinfecção, VDRL aumenta 2 titulações (ex: de 1:4 para 1:16) 
 Sorologia decresce lentamente 
 VDRL negativa em 80% e FTA-abs não negativa 
 Novo tratamento: 
o Persistência de sintomas ou surgimento de novos 
o Aumento de pelo menos 2 titulações no VDRL 
o Título alto de VDRL sem redução de ¼ em 1 ano 
 
 
 
GONORREIA 
 Blenorreia, blenorragia ou gonococcia 
 Agente etiológico: Neisseria gonorrhoeae (bactéria) 
 Transmissão: contato sexual, canal do parto ou fômites 
 Facilita transmissão do HIV 
 Complicações: DIP, infertilidade, gestação ectópica e dor pélvica crônica 
 Rastreamento anual: mulheres <25 anos ou mais velhas com risco aumentado para DST 
 Período de incubação: 4 a 7 dias no homem e variávelna mulher 
 
Quadro clínico 
 Assintomática em 60 a 80% dos casos 
 Infecta o epitélio colunar ou de transição (uretra, reto, endocérvice, faringe, conjuntiva, etc) 
 Sinais e sintomas urogenitais: secreção endocervical mucopurulenta, dor pélvica, dispareunia, 
sangramento irregular, hiperemia vaginal, disúria, polaciúria, sinais e sintomas de acordo com o 
estágio da DIP 
 Sinais e sintomas extragenitais: de acordo com o tipo de infecção 
 Cervicite: secreção purulenta associada a secreção vaginal anormal e a sangramento fácil na 
manipulação do colo uterino 
 
Diagnóstico 
 Cultura de secreção endocervical para N. gonorrhoeae – utiliza-se o meio de Thayer-Martin e 
imunofluorescência direta e/ou indireta para Chlamydia trachomatis 
 Gram da secreção cervical: revela diplococos gram-negativos associados a leucócitos 
polimorfonucleares 
o Sensibilidade no homem: 98% - não necessita cultura 
o Sensibilidade na mulher: 30-60% - necessita cultura 
 Técnicas de teste de amplificação de ácido nucleico (NAAT) 
 
 
 
Tratamento 
 Ceftriaxona isolada: surgimento de cepas resistentes 
 Ciprofloxacino 500 mg VO em dose única + azitromicina 1 g VO em dose única 
 Ceftriaxona 250 a 500 mg intramuscular (IM) + azitromicina 1 g VO em dose única 
 Ausência de ceftriaxona: 
o Cefixima 400 mg VO em dose única + azitromicina 1 g VO em dose única 
o Cefotaxima 500 mg IM em dose única 
 Monoterapia com azitromicina: evitar para impedir resistência 
 Tratar SEMPRE o parceiro e oferecer tratamento para infecção por clamídia (40-60%) 
 Suspensão das relações sexuais até a conclusão do tratamento e o desaparecimento dos sintomas 
 Critério de cura: cultura negativa 7 a 10 dias após o tratamento 
 
CLAMÍDIA 
 Chlamydia trachomatis 
o Responsável por várias síndromes infecciosas: ocular, pulmonar, entérica, genital 
o 17 sorotipos diferentes (L1, L2 e L3 são responsáveis pelo linfogranuloma venéreo) 
 
Epidemiologia 
 2 a 3x mais frequente que gonococo 
 Mais prevalente em jovens sexualmente ativos ≤ 24 anos 
 1 a 25% das mulheres podem estar infectadas 
 Mais comum em pacientes com infecção por N. gonorrhoeae e Trichomonas vaginalis 
 Responsável por 30 a 50% das uretrites não gonocócicas e por 50% das uretrites pós-gonocócicas 
no homem 
 Maior causa de epididimite 
 Causa 50% dos casos de Síndrome de Reiter 
 
Quadro clínico 
 Frequentemente assintomática 
 Uretrite (síndrome uretral): 15 a 25% das parceiras de homens infectados têm cultura ureteral 
positiva 
 Endocervicite mucopurulenta: 
o Ectopia hipertrófica folicular periorificial com secreção mucopurulenta endocervical 
o 10 ou mais leucócitos polimorfonucleares por campo de imersão corado pelo Gram 
 Complicações: DIP, infertilidade, gestação ectópica, dor pélvica crônica 
 
Diagnóstico 
 NAAT (PCR) em amostra de urina 
 Imunofluorescência indireta: títulos a partir de 1:64 para igG e 1:6 para IgM ou ↑ 4x em 2 semanas 
 Cultura: 
o Exame padrão 
o A partir de amostra endocervical 
o Especificidade de 100% e sensibilidade de 80 a 90% 
 Imunofluorescência direta e coloração de Papanicolau: abandonados 
 Rastreamento anual (NAAT) indisponível → tratamento presuntivo de mulheres < 25 anos ou 
de mulheres mais velhas em risco de contrair alguma DST 
 
Tratamento 
 Doxiciclina 100 mg VO 2x/dia por 7 dias 
 Azitromicina 1g VO em dose única 
 Tratamentos alternativos: 
o Estearato de eritromicina 500 mg VO de 6/6 horas por 7 dias 
o Etilsuccinato de eritromicina 800 mg VO de 6/6 horas por 7 dias 
o Ofloxacino 300 mg VO de 12/12 horas por 7 dias 
o Levofloxacino 500 mg VO 1 ×/dia por 7 dias 
 Testagem para HIV e sífilis 
 Testagem para confirmar a cura não é recomendado 
 TRATAR PARCEIROS 
 
LINFOGRANULOMA VENÉREO 
 Também chamado: linfogranuloma inguinal ou doença de Nicolas-Favre-Durand 
 Doença infecciosa sistêmica e crônica 
 Consequências: dano do sistema linfático de drenagem da infecção 
 Agente etiológico: Chlamydia trachomatis – sorotipos L1, L2 e L3 
 Período de incubação: 7 a 21 dias 
 
Quadro clínico 
1. Primeira fase: 
 É o ponto de inoculação 
 Geralmente desaparecido 
 Quando identificado: pequena úlcera ou pápula indolor, precoce e fugaz 
 
2. Segunda fase: 
 Aparece dentro de 4 dias 
 Invasão dos vasos linfáticos e comprometimento dos linfonodos regionais (linfadenite inguinal 
crônica) 
 Em 2 semanas, supuram, abscessam e podem fistulizar 
 
3. Terceira fase: 
 Áreas de fibrose cicatricial + abscesso + fistulização → elefantíase e estenose 
 Mulher: processo supurativo mais frequente nos linfonodos perirretais → devido à drenagem 
linfática da mucosa vaginal e do colo uterino (fístula e estenose retal) 
 
Diagnóstico 
 Pesquisa de Chlamydia trachomatis 
 Em praticantes de sexo anal que apresentam úlceras anorretais 
 Deve ser considerado em adenite inguinal, elefantíase genital e estenose uretral ou retal 
 
Tratamento 
 Cura a infecção e previne destruição tecidual, mas pode resultar em cicatrizes 
 Aspiração dos bubões pode ser necessária para drenagem e prevenção de ulcerações 
 Recidivas podem ocorrer em 6 a 18 meses 
 Doxiciclina 100 mg VO 12/12h por 3 semanas 
 Eritromicina 500 mg VO 6/6h por 3 semanas 
 Azitromicina 1g VO 1x/semana por 3 semanas 
 Sem melhora em 14 dias → substituir o antimicrobiano 
 
CANCRO MOLE 
 Também chamado: cancroide, úlcera de Ducreyi e cancrela 
 Agente etiológico: Haemophilus ducreyi (bactéria) 
 Período de incubação: 2 a 5 dias 
 
Epidemiologia 
 10% das pacientes podem estar coinfectadas pelo T. pallidum ou herpes-vírus 
 É fator de risco para a transmissão do HIV 
 Comum em climas quentes e em populações de baixo nível socioeconômico 
 
Quadro clínico 
 Pápula ou vesícula → úlcera 
 Única ou múltipla, dolorosa, com base amolecida e bordos escavados com fundo purulento e fétido 
 Associada a adenopatia satélite unilateral (bubão cancroide) – aparece após 7-14 dias por fusão de 
vários gânglios 
 Pode causar destruição tecidual importante 
 Manifestações sistêmicas discretas 
 Úlceras genitais + linfadenopatia dolorosa: sugere diagnóstico de cancro mole 
 
Diagnóstico 
 Geralmente clínico 
 Diagnóstico diferencial: sífilis e herpes genital 
 Identificação do H. ducreyi em meio de cultura específico: sensibilidade < 80% 
 PCR pode auxiliar, mas é caro e não utilizado rotineiramente 
 Biópsia pode ajudar na identificação do MO 
 Pesquisa microscópica do H. ducreyi 
o Esfregaço do material obtido da úlcera 
o Método de gram 
o Bacilos gram-negativos formando cadeias 
o Baixa sensibilidade (40%) 
 
Tratamento 
 Tratar o parceiro! 
 Punção do bubão com agulha grossa (nunca drenar) para aliviar a dor e acelerar o tratamento 
 Priorizar tto com dose única 
 Dose única: 
o Azitromicina 1g VO ou 
o Ceftriaxona 250mg IM 
 Doses múltiplas: 
o Ciprofloxacino 500 mg VO 12/12h por 3 dias ou 
o Estearato de eritromicina 500 mg 6/6h por 7 dias 
 Reexaminar 3-7 dias após tto (tempo para cicatrização da úlcera) 
 
 
DONOVANOSE 
 Também chamada: granuloma inguinal, granuloma venéreo ou granuloma contagioso 
 Agente etiológico: Calymmatobacterium granulomatis (bactéria) 
 Período de incubação: 3 a 6 meses (média 40-50 dias) 
 Mais frequente em negros; pouco contagiosa 
 
Quadro clínico 
 Infecção genital, extragenital e sistêmica 
 Evolução crônica e progressiva 
 Manifestação inicial: 
o Lesão nodular única ou múltipla subcutânea 
o Pode erosar, produzindo ulceração 
o Crescimento lento e sangrante 
 Manifestações posteriores: 
o Dependem da resposta tecidual do hospedeiro 
o Formas localizadas, extensas ou até lesões viscerais (por disseminação hematogênica) 
 Indolores, autoinoculáveis, raramente associadas à adenopatia satélite 
 Mais frequente: ulcerovegetante com abundante tecido de granulação 
 
Diagnóstico 
 Esfregaço: 
o Material comprimido entre duas lâminas, fixado com álcool metílico e corado por Giemsa ou 
Wright 
o Identificação dos corpúsculosde Donovan 
 Cultura: alto custo e difícil cultivo 
 Histologia: identificação dos corpúsculos de Donovan 
 
Tratamento 
 Manter por 3 semanas ou até cicatrização das lesões 
 Investigar o parceiro 
 Tratamento cirúrgico em lesões extensas, cicatriciais e estenose 
 Ausência de tratamento: evolução para destruição tecidual 
 
Esquema de tratamento 
 Azitromicina 1 g VO por semana ou 500 mg VO por dia por 3 semanas 
 Doxiciclina 100 mg VO 12/12 horas por 21 dias 
 Ciprofloxacino 750 mg VO 2 ×/dia por 21 dias 
 Eritromicina 500 mg VO d6/6 horas por 21 dias 
 Sulfametoxazol + trimetoprima (160 mg + 800 mg) VO 12/12 horas por 21 dias ou até cura clínica 
 
 
 
 
 
 
 
 
MICOPLASMA 
Agentes: Mycoplasma hominis e Ureaplasma urealyticum 
 
Quadro clínico 
 Alterações respiratórias e urogenitais 
 Uretrite: pode estar relacionada a piúria e cistite 
 Vaginite e cervicite 
 Provoca alteração nos espermatozoides → abortamento e esterilidade 
 Doença inflamatória pélvica: pode causar infertilidade (17%) e gravidez ectópica (risco 7x maior) 
 
Diagnóstico 
 Suspeitar em casos persistentes de cervicite e DIP 
 Não há teste padrão 
 Micoplasmas podem ser habitantes normais do homem e da mulher, mas titulação maior ou igual a 
10 3 UTC/mL demonstra desequilíbrio da flora 
 PCR de material coletado em amostra de urina: grande potencial diagnóstico 
 Meios líquidos de Shepard (A3, U9), M42 e meio sólido A7: isolamento, identificação e titulação dos 
micoplasmas. 
o U9: identificação do U. urealyticum 
o M42: identificação do M. hominis 
 
Tratamento 
 Doxiciclina 100 mg VO 12/12h por 7 dias 
 Azitromicina 1g VO em dose única 
 Beta-lactâmicos não são eficazes, pois os agentes etiológicos não possuem parede celular 
 
HERPES 
 Herpes-vírus simples 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2) 
 Vírus de localização mucocutânea e dos núcleos neuronais de gânglios sensoriais 
 Doença recorrente e incurável 
 É a DST ulcerativa mais frequente 
 Grande maioria é causada por HSV-2 
 Infecções sintomáticas: 13-37% 
 Portadores do HSV-2 podem disseminar o vírus na ausência de sintomas 
 HIV-positivos: mais grave → comprometimento genital e perineal 
 Recorrência: 
o HSV-1: 50-60% 
o HSV-2: 80-90% 
o A recorrência genital no primeiro ano é quatro vezes maior para o HSV-2, chegando a ocorrer 
em até 95% dos casos 
 
Quadro clínico 
Primo-infecção: 
 Mais intenso que recorrência 
 Mais intenso na mulher do que no homem 
 Vesículas → pústula → úlcera → crosta 
 Lesões bilaterais e múltiplas, dor local e linfadenopatia inguinal dolorosa 
 Disúria, parestesia sacra, febre, mal-estar e mialgia 
 Incubação: 6 dias 
 Regressão espontânea das lesões em 7-10 dias, com ou sem cicatriz 
 
Complicações: 
 Meningite asséptica (1/3 das mulheres e 10% dos homens) 
 Retenção urinária – por mielite transversa ou disfunção do SNA (raro) 
 Disseminação cutânea e visceral 
 
Recidivas: 
 50% é precedido por pródromos (menos de 1h ou 1-2 dias): aumento da sensibilidade local, 
parestesia, prurido, ardência ou dor 
 Menor duração e intensidade 
 Disseminação: 4 dias. Cicatrização: 10 dias. 
 Fatores desencadeantes: trauma mecânico, tensão emocional, doença sistêmica, alteração imune, 
menstruação, febre, exposição ao sol ou frio intenso, fadiga e estresse 
 
Diagnóstico 
 Clínico 
o Diagnóstico diferencial: sífilis, cancro mole, linfogranuloma e donovanose 
 Citologia: presença de células multinucleares (2-5x maior que leucócito normal) 
 Sorologia: 
o IgM 1 e 2 e IgG 
o Tem valor se houver elevação dos títulos em 4 semanas 
 Colposcopia: visualização das lesões ou úlceras 
 Imunofluorescência direta: anticorpos monoclonais para HSV-1 e 2 
 Cultura: 
o Em células vero ou fibroblastos humanos 
o Efeito citopático após 24h 
o Isolamento do vírus em 90% a partir de vesículas e pústulas 
 Papanicolau ou Giemsa 
 PCR 
 
Tratamento 
 Encurtar o curso da doença e diminuir intensidade 
 Tópico: menos efetivo 
 Episódio inicial: 
o Aciclovir 400 mg VO 3x/dia por 7-10 dias ou 200mg VO 5x/dia por 7-10 dias 
o Fanciclovir 250 mg VO 3x/dia por 7-10 dias 
o Valaciclovir 1000 mg VO 2x/dia por 7-10 dias 
o Sem cura em 10 dias: prolongar 
o Persistência por 30 dias: investigar HIV 
 Recidiva: tto da primo-infecção, mas por apenas 4 dias 
 Tratamento supressivo: 
o Em casos de recidivas frequentes (6 episódios/ano) 
o Aciclovir 400 mg 2x/dia por 6-12 meses 
o Valaciclovir 500 (≤ 9 recorrências/ano) ou 1000mg/dia (> 9) por 6-12 meses 
o Fanciclovir 250 mg 2x/dia por 6-12 meses 
MOLUSCO CONTAGIOSO 
 Poxvírus: maior vírus causador de doença humana 
 Transmissão: contato direto 
 Atinge principalmente crianças e imunossuprimidos 
 Diagnóstico clínico 
 
Quadro clínico 
 Pápulas 3-6 mm: 
o Semiesféricas, isoladas e bem delimitadas, geralmente agrupadas 
o Coloração pérola, rósea ou igual a da pele 
o Centro umbilicado e base eritematosa 
o Facilmente removível, dando saída a material esbranquiçado que contém partículas virais 
o Frequentemente localizadas na face, no tronco e extremidades 
o Adolescentes e adultos: região pubiana e genitais 
 
Tratamento: 
 Destruição das lesões: eletrocoagulação, crioterapia, curetagem, cauterização química ou 
espremedura manual 
 Iniciar quando surgirem as primeiras lesões, evitando disseminação 
 
CONDILOMA ACUMINADO 
 Manifestação clínica do HPV 
 Papilomavírus humano (HPV): 
o DNA-vírus do grupo papovavírus 
o 120 subtipos 
o 6 e 11: lesões cutâneas 
o 16, 18, 31, 33 e 35: alto risco; principal causa de câncer de colo uterino 
 22 a 80% das mulheres em vida sexual ativa (em CPs alterados) 
 Transmissão: canal de parto (incubação de até 3 anos) e contato sexual 
 Resolução espontânea em até 5 anos em 50% dos casos 
 
Diagnóstico 
Clínico: 
 Olho nu 
 Colposcopia/ vulvoscopia 
 
Biópsia: 
 Dúvida diagnóstica 
 Suspeita de neoplasia: lesões pigmentadas, endurecidas, fixas ou ulceradas 
 Lesões não respondem ao tratamento 
 Lesões aumentam de tamanho durante ou após o tratamento 
 Paciente imunodeficiente 
 
Definitivo: 
 PCR ou captura híbrida 
 
Vacina 
 Crianças e adolescentes: 
o 2 doses (0 e 6 meses) 
o Meninas de 9 a 14 anos 
o Meninos de 11 a 14 anos 
 PVHIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos: 
o 3 doses (0, 2 e 6 meses) 
o 9 a 26 anos 
 Pode ser feita em qualquer faixa etária, porém é mais eficaz em quem ainda não teve relação sexual, 
pois ainda não entrou em contato com o vírus. 
 
Tratamento 
 Ácido tricloroacético (ATA): 1x/semana 
 Podofilina 10-25%: 1x/semana 
 Crioterapia 
 Eletrocauterização 
 Laser 
 Imiquimod 
 
ABORDAGEM SINDRÔMICA 
 Tratamento mais rápido e completo 
 Sem especialização 
 Diagnóstico clínico 
 
Depois: 
 Informação/ educação 
 Oferta de preservativos, gel lubrificante e testes para ISTs 
 Ênfase na adesão ao tratamento 
 Vacinação para HBV e HPV 
 Oferta de profilaxia pós-exposição para o HIV 
 Notificação de caso 
 Comunicação, diagnóstico e tratamento dos parceiros sexuais (mesmo que assintomáticos) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
PASSOS, E. P. et al. Rotinas em Ginecologia. 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.

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