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Prevenção Abstinência sexual ↓ parceiros Vacinação Preservativo Educação e aconselhamento Tratamento das doenças Identificação de infectados assintomáticos Fatores de risco para IST: Idade abaixo de 30 anos Novas ou múltiplas parcerias sexuais Parcerias com IST História prévia/presença de outra IST Uso irregular de preservativo Anamnese e exame físico: História clínica: avaliar práticas sexuais e fatores de risco para IST Lesões: ulcerativas erosivas, precedidas ou não por pústulas e/ou vesículas, acompanhadas ou não de dor, ardor, prurido, drenagem de material mucopurulento, sangramento e linfadenopatia regional Sinais e sintomas Focais Leucorreia Verrucosidades Nodulações Vesículas Linfonodos inguinais Alteração nos pelos Ulcerações Prurido Ardência vulvar Hiperemia Sistêmicos Dor pélvica aguda e crônica Febre Cutâneos: modularidade, manchas, vesículas Neurológicos Cardiovasculares Complicações DIP Infertilidade – 25% Doenças sistêmicas: neurológicas, cardiovasculares, ósseas Cicatrizes Cirurgias com ablação de órgãos Complicações obstétricas: abortos, prematuridade, infecções puerperais, transmissão vertical... Sociais Óbito Principais síndromes genitais agudas SÍFILIS Treponema pallidum (bactéria) Lesão primária indolor → disseminação → ↑ incidência Transmissão: contato sexual, transfusão de sangue ou transplacentária Infecção: o Sífilis recente: contato o Sífilis latente: fluido corporal, principalmente sangue o A infectividade decresce com o passar do tempo Período de incubação: 10 a 90 dias (média 21 dias). É inversamente proporcional ao tamanho da inoculação. Fácil detecção e tratamento simples, de baixo custo e eficaz 1/3 dos expostos a um parceiro infectado adquire a doença 3,5 milhões de novos casos por ano no mundo – principalmente em países em desenvolvimento Classificação de acordo com o tempo de infecção: Sífilis adquirida recente: menos de 1 ano de evolução Sífilis adquirida tardia: mais de 1 ano Classificação de acordo com as manifestações clínicas: Sífilis primária (cancro duro): Surge entre 1 a 3 semanas após o contágio Lesão papulosa indolor no ponto de penetração do T. pallidum → torna-se ulcerada, endurecida, circular, de 1 a 2cm de diâmetro, bordas infiltradas, base avermelhada não purulenta (PROTOSSIFILOMA) Enfartamento ganglionar discreto (bubão sifilítico), geralmente homolateral, indolor, sem sinais flogísticos, que aparecem 1 a 2 semanas após o cancro. Persistem por 6 a 7 semanas e desaparecem espontaneamente. Área genital, perineal ou anal Após o tratamento, cura rapidamente e deixa de ser infectante em 24h Sífilis secundária: Lesões polimorfas, como as roséolas (pápulas ou lesões planas eritematosas que acometem principalmente o tronco) e as sifílides (lesões papuloerosivas, pustulosas e hipertróficas, que acometem as cavidades oral e genital, palmas e plantas) Disseminadas e confluentes Surgem 6 semanas a 6 meses após o contágio (geralmente 4-8 semanas após o cancro) Duram 3 a 12 semanas Condiloma plano ou lata: confluência das pápulas formando placas secretantes Sintomas sistêmicos: mialgia, artralgia, mal-estar e febrícula Melhoram espontaneamente, sem deixar cicatriz, passando para a fase latente A adenopatia pode persistir por meses antes de desaparecer Sífilis latente: Assintomática Diagnóstico: sorologia positiva Desde quando desaparecem as lesões cutâneas do secundarismo até manifestações terciárias Recente: menos de 1 ano de evolução. Tardia: mais de 1 ano ou tempo indeterminado. Pode durar longos anos Pode transmitir a doença Sífilis terciária: Manifestações tardias e raras Em 1/3 dos pacientes que não recebem tratamento Lesões gomosas (15%), sífilis cardiovascular (10%) ou neurossífilis (8-10%) Aparece em até 1 ano (lesões gomosas) ou após intervalo longo (10 a 30 anos) Lesões gomosas: pele, tecido celular subcutâneo, osso e vísceras (principalmente fígado) Lesões cardiovasculares: aneurisma aórtico, insuficiência aórtica e estenose coronariana Neurossífilis: tabes dorsalis, mielite transversa e demência Obs: a neurossífilis (manifestações do SNC) pode ocorrer em qualquer estágio da sífilis! Obs 2: toda erupção cutânea sem causa determinada deve ser investigada com testes para sífilis! Diagnóstico: 1. Clínico 2. Identificação do antígeno: Campo escuro → a coloração torna os treponemas imóveis Sensibilidade: 74-86% Diagnóstico sífilis primária e secundária 3. Sorologia: Reações não treponêmicas ⟹ VDRL: Rastreamento e controle da cura Identifica anticorpos não específicos ao T. pallidum (outras doenças podem positivar) Falsos positivos Positiva de 30 a 50 dias após a inoculação Não utilizado na sífilis primária Simples, rápido e barato Reações treponêmicas: Detectam anticorpos específicos produzidos pela infecção pelo T. pallidum A reatividade do teste indica que o indivíduo teve contato com o T. pallidum em algum momento da vida e desenvolveu anticorpos específicos → pode permanecer positivo após tratamento (perde a qualidade para diagnóstico de recidiva) Teste rápido: o Negativo: sem sífilis (a não ser que tenha lesão aparente, daí desconfiar de janela imunológica) o Positivo: tem ou teve sífilis. Solicitar VDRL. VDRL +: sífilis VDRL -: teve e tratou FTA-ABS (teste de absorção fluorescente contra treponema): o Padrão ouro o Geralmente é o primeiro a positivar após a infecção ELISA: o Teste imunoenzimático o Utiliza antígenos de T. pallidum. Os anticorpos do usuário se ligarão a estes antígenos. o Confirmar VDRL o Específico Suspeita de sífilis: o VDRL: rastreamento o Se VDRL positivo ⟹ teste treponêmico para confirmação (geralmente FTA-ABS) Treponêmico positivo e não treponêmico negativo: realizar outro teste treponêmico com metodologia diferente do primeiro. Se +, diagnóstico de sífilis ou cicatriz sorológica. Se -, resultado falto positivo para o primeiro teste, sendo excluído o diagnóstico de sífilis. Existe um período em que a pessoa está com sífilis primária, mas ainda não positiva nenhum dos testes (JANELA IMUNOLÓGICA). Não treponêmico: O VDRL começa a positivar de 1 a 3 semanas após o surgimento da úlcera do cancro duro. Na sífilis secundária, o VDRL está muito alto. Na sífilis latente o VDRL diminui um pouco. Nos não tratados, diminui menos do que nos tratados. Algumas pessoas continuam com VDRL positivo em níveis baixos, mesmo após tratamento adequado (CICATRIZ SOROLÓGICA). Treponêmico: positiva um pouco antes do não treponêmico. Níveis altos para o resto da vida. Tratamento Penicilina: único efetivo na gestação Se alergia à penicilina → doxiciclina Gestação + alergia à penicilina = dessenssibilização (pequenas doses) antes de cada dose do tto SEMPRE testar e tratar parceiros o Negativo: tratar com apenas 1 dose (pode estar na janela imunológica, aí será doença recente) Repetir VDRL 6, 12 e 24 meses após tratamento. Se tratado adequadamente, VDRL diminui dentro de 6 meses. Se reinfecção, VDRL aumenta 2 titulações (ex: de 1:4 para 1:16) Sorologia decresce lentamente VDRL negativa em 80% e FTA-abs não negativa Novo tratamento: o Persistência de sintomas ou surgimento de novos o Aumento de pelo menos 2 titulações no VDRL o Título alto de VDRL sem redução de ¼ em 1 ano GONORREIA Blenorreia, blenorragia ou gonococcia Agente etiológico: Neisseria gonorrhoeae (bactéria) Transmissão: contato sexual, canal do parto ou fômites Facilita transmissão do HIV Complicações: DIP, infertilidade, gestação ectópica e dor pélvica crônica Rastreamento anual: mulheres <25 anos ou mais velhas com risco aumentado para DST Período de incubação: 4 a 7 dias no homem e variávelna mulher Quadro clínico Assintomática em 60 a 80% dos casos Infecta o epitélio colunar ou de transição (uretra, reto, endocérvice, faringe, conjuntiva, etc) Sinais e sintomas urogenitais: secreção endocervical mucopurulenta, dor pélvica, dispareunia, sangramento irregular, hiperemia vaginal, disúria, polaciúria, sinais e sintomas de acordo com o estágio da DIP Sinais e sintomas extragenitais: de acordo com o tipo de infecção Cervicite: secreção purulenta associada a secreção vaginal anormal e a sangramento fácil na manipulação do colo uterino Diagnóstico Cultura de secreção endocervical para N. gonorrhoeae – utiliza-se o meio de Thayer-Martin e imunofluorescência direta e/ou indireta para Chlamydia trachomatis Gram da secreção cervical: revela diplococos gram-negativos associados a leucócitos polimorfonucleares o Sensibilidade no homem: 98% - não necessita cultura o Sensibilidade na mulher: 30-60% - necessita cultura Técnicas de teste de amplificação de ácido nucleico (NAAT) Tratamento Ceftriaxona isolada: surgimento de cepas resistentes Ciprofloxacino 500 mg VO em dose única + azitromicina 1 g VO em dose única Ceftriaxona 250 a 500 mg intramuscular (IM) + azitromicina 1 g VO em dose única Ausência de ceftriaxona: o Cefixima 400 mg VO em dose única + azitromicina 1 g VO em dose única o Cefotaxima 500 mg IM em dose única Monoterapia com azitromicina: evitar para impedir resistência Tratar SEMPRE o parceiro e oferecer tratamento para infecção por clamídia (40-60%) Suspensão das relações sexuais até a conclusão do tratamento e o desaparecimento dos sintomas Critério de cura: cultura negativa 7 a 10 dias após o tratamento CLAMÍDIA Chlamydia trachomatis o Responsável por várias síndromes infecciosas: ocular, pulmonar, entérica, genital o 17 sorotipos diferentes (L1, L2 e L3 são responsáveis pelo linfogranuloma venéreo) Epidemiologia 2 a 3x mais frequente que gonococo Mais prevalente em jovens sexualmente ativos ≤ 24 anos 1 a 25% das mulheres podem estar infectadas Mais comum em pacientes com infecção por N. gonorrhoeae e Trichomonas vaginalis Responsável por 30 a 50% das uretrites não gonocócicas e por 50% das uretrites pós-gonocócicas no homem Maior causa de epididimite Causa 50% dos casos de Síndrome de Reiter Quadro clínico Frequentemente assintomática Uretrite (síndrome uretral): 15 a 25% das parceiras de homens infectados têm cultura ureteral positiva Endocervicite mucopurulenta: o Ectopia hipertrófica folicular periorificial com secreção mucopurulenta endocervical o 10 ou mais leucócitos polimorfonucleares por campo de imersão corado pelo Gram Complicações: DIP, infertilidade, gestação ectópica, dor pélvica crônica Diagnóstico NAAT (PCR) em amostra de urina Imunofluorescência indireta: títulos a partir de 1:64 para igG e 1:6 para IgM ou ↑ 4x em 2 semanas Cultura: o Exame padrão o A partir de amostra endocervical o Especificidade de 100% e sensibilidade de 80 a 90% Imunofluorescência direta e coloração de Papanicolau: abandonados Rastreamento anual (NAAT) indisponível → tratamento presuntivo de mulheres < 25 anos ou de mulheres mais velhas em risco de contrair alguma DST Tratamento Doxiciclina 100 mg VO 2x/dia por 7 dias Azitromicina 1g VO em dose única Tratamentos alternativos: o Estearato de eritromicina 500 mg VO de 6/6 horas por 7 dias o Etilsuccinato de eritromicina 800 mg VO de 6/6 horas por 7 dias o Ofloxacino 300 mg VO de 12/12 horas por 7 dias o Levofloxacino 500 mg VO 1 ×/dia por 7 dias Testagem para HIV e sífilis Testagem para confirmar a cura não é recomendado TRATAR PARCEIROS LINFOGRANULOMA VENÉREO Também chamado: linfogranuloma inguinal ou doença de Nicolas-Favre-Durand Doença infecciosa sistêmica e crônica Consequências: dano do sistema linfático de drenagem da infecção Agente etiológico: Chlamydia trachomatis – sorotipos L1, L2 e L3 Período de incubação: 7 a 21 dias Quadro clínico 1. Primeira fase: É o ponto de inoculação Geralmente desaparecido Quando identificado: pequena úlcera ou pápula indolor, precoce e fugaz 2. Segunda fase: Aparece dentro de 4 dias Invasão dos vasos linfáticos e comprometimento dos linfonodos regionais (linfadenite inguinal crônica) Em 2 semanas, supuram, abscessam e podem fistulizar 3. Terceira fase: Áreas de fibrose cicatricial + abscesso + fistulização → elefantíase e estenose Mulher: processo supurativo mais frequente nos linfonodos perirretais → devido à drenagem linfática da mucosa vaginal e do colo uterino (fístula e estenose retal) Diagnóstico Pesquisa de Chlamydia trachomatis Em praticantes de sexo anal que apresentam úlceras anorretais Deve ser considerado em adenite inguinal, elefantíase genital e estenose uretral ou retal Tratamento Cura a infecção e previne destruição tecidual, mas pode resultar em cicatrizes Aspiração dos bubões pode ser necessária para drenagem e prevenção de ulcerações Recidivas podem ocorrer em 6 a 18 meses Doxiciclina 100 mg VO 12/12h por 3 semanas Eritromicina 500 mg VO 6/6h por 3 semanas Azitromicina 1g VO 1x/semana por 3 semanas Sem melhora em 14 dias → substituir o antimicrobiano CANCRO MOLE Também chamado: cancroide, úlcera de Ducreyi e cancrela Agente etiológico: Haemophilus ducreyi (bactéria) Período de incubação: 2 a 5 dias Epidemiologia 10% das pacientes podem estar coinfectadas pelo T. pallidum ou herpes-vírus É fator de risco para a transmissão do HIV Comum em climas quentes e em populações de baixo nível socioeconômico Quadro clínico Pápula ou vesícula → úlcera Única ou múltipla, dolorosa, com base amolecida e bordos escavados com fundo purulento e fétido Associada a adenopatia satélite unilateral (bubão cancroide) – aparece após 7-14 dias por fusão de vários gânglios Pode causar destruição tecidual importante Manifestações sistêmicas discretas Úlceras genitais + linfadenopatia dolorosa: sugere diagnóstico de cancro mole Diagnóstico Geralmente clínico Diagnóstico diferencial: sífilis e herpes genital Identificação do H. ducreyi em meio de cultura específico: sensibilidade < 80% PCR pode auxiliar, mas é caro e não utilizado rotineiramente Biópsia pode ajudar na identificação do MO Pesquisa microscópica do H. ducreyi o Esfregaço do material obtido da úlcera o Método de gram o Bacilos gram-negativos formando cadeias o Baixa sensibilidade (40%) Tratamento Tratar o parceiro! Punção do bubão com agulha grossa (nunca drenar) para aliviar a dor e acelerar o tratamento Priorizar tto com dose única Dose única: o Azitromicina 1g VO ou o Ceftriaxona 250mg IM Doses múltiplas: o Ciprofloxacino 500 mg VO 12/12h por 3 dias ou o Estearato de eritromicina 500 mg 6/6h por 7 dias Reexaminar 3-7 dias após tto (tempo para cicatrização da úlcera) DONOVANOSE Também chamada: granuloma inguinal, granuloma venéreo ou granuloma contagioso Agente etiológico: Calymmatobacterium granulomatis (bactéria) Período de incubação: 3 a 6 meses (média 40-50 dias) Mais frequente em negros; pouco contagiosa Quadro clínico Infecção genital, extragenital e sistêmica Evolução crônica e progressiva Manifestação inicial: o Lesão nodular única ou múltipla subcutânea o Pode erosar, produzindo ulceração o Crescimento lento e sangrante Manifestações posteriores: o Dependem da resposta tecidual do hospedeiro o Formas localizadas, extensas ou até lesões viscerais (por disseminação hematogênica) Indolores, autoinoculáveis, raramente associadas à adenopatia satélite Mais frequente: ulcerovegetante com abundante tecido de granulação Diagnóstico Esfregaço: o Material comprimido entre duas lâminas, fixado com álcool metílico e corado por Giemsa ou Wright o Identificação dos corpúsculosde Donovan Cultura: alto custo e difícil cultivo Histologia: identificação dos corpúsculos de Donovan Tratamento Manter por 3 semanas ou até cicatrização das lesões Investigar o parceiro Tratamento cirúrgico em lesões extensas, cicatriciais e estenose Ausência de tratamento: evolução para destruição tecidual Esquema de tratamento Azitromicina 1 g VO por semana ou 500 mg VO por dia por 3 semanas Doxiciclina 100 mg VO 12/12 horas por 21 dias Ciprofloxacino 750 mg VO 2 ×/dia por 21 dias Eritromicina 500 mg VO d6/6 horas por 21 dias Sulfametoxazol + trimetoprima (160 mg + 800 mg) VO 12/12 horas por 21 dias ou até cura clínica MICOPLASMA Agentes: Mycoplasma hominis e Ureaplasma urealyticum Quadro clínico Alterações respiratórias e urogenitais Uretrite: pode estar relacionada a piúria e cistite Vaginite e cervicite Provoca alteração nos espermatozoides → abortamento e esterilidade Doença inflamatória pélvica: pode causar infertilidade (17%) e gravidez ectópica (risco 7x maior) Diagnóstico Suspeitar em casos persistentes de cervicite e DIP Não há teste padrão Micoplasmas podem ser habitantes normais do homem e da mulher, mas titulação maior ou igual a 10 3 UTC/mL demonstra desequilíbrio da flora PCR de material coletado em amostra de urina: grande potencial diagnóstico Meios líquidos de Shepard (A3, U9), M42 e meio sólido A7: isolamento, identificação e titulação dos micoplasmas. o U9: identificação do U. urealyticum o M42: identificação do M. hominis Tratamento Doxiciclina 100 mg VO 12/12h por 7 dias Azitromicina 1g VO em dose única Beta-lactâmicos não são eficazes, pois os agentes etiológicos não possuem parede celular HERPES Herpes-vírus simples 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2) Vírus de localização mucocutânea e dos núcleos neuronais de gânglios sensoriais Doença recorrente e incurável É a DST ulcerativa mais frequente Grande maioria é causada por HSV-2 Infecções sintomáticas: 13-37% Portadores do HSV-2 podem disseminar o vírus na ausência de sintomas HIV-positivos: mais grave → comprometimento genital e perineal Recorrência: o HSV-1: 50-60% o HSV-2: 80-90% o A recorrência genital no primeiro ano é quatro vezes maior para o HSV-2, chegando a ocorrer em até 95% dos casos Quadro clínico Primo-infecção: Mais intenso que recorrência Mais intenso na mulher do que no homem Vesículas → pústula → úlcera → crosta Lesões bilaterais e múltiplas, dor local e linfadenopatia inguinal dolorosa Disúria, parestesia sacra, febre, mal-estar e mialgia Incubação: 6 dias Regressão espontânea das lesões em 7-10 dias, com ou sem cicatriz Complicações: Meningite asséptica (1/3 das mulheres e 10% dos homens) Retenção urinária – por mielite transversa ou disfunção do SNA (raro) Disseminação cutânea e visceral Recidivas: 50% é precedido por pródromos (menos de 1h ou 1-2 dias): aumento da sensibilidade local, parestesia, prurido, ardência ou dor Menor duração e intensidade Disseminação: 4 dias. Cicatrização: 10 dias. Fatores desencadeantes: trauma mecânico, tensão emocional, doença sistêmica, alteração imune, menstruação, febre, exposição ao sol ou frio intenso, fadiga e estresse Diagnóstico Clínico o Diagnóstico diferencial: sífilis, cancro mole, linfogranuloma e donovanose Citologia: presença de células multinucleares (2-5x maior que leucócito normal) Sorologia: o IgM 1 e 2 e IgG o Tem valor se houver elevação dos títulos em 4 semanas Colposcopia: visualização das lesões ou úlceras Imunofluorescência direta: anticorpos monoclonais para HSV-1 e 2 Cultura: o Em células vero ou fibroblastos humanos o Efeito citopático após 24h o Isolamento do vírus em 90% a partir de vesículas e pústulas Papanicolau ou Giemsa PCR Tratamento Encurtar o curso da doença e diminuir intensidade Tópico: menos efetivo Episódio inicial: o Aciclovir 400 mg VO 3x/dia por 7-10 dias ou 200mg VO 5x/dia por 7-10 dias o Fanciclovir 250 mg VO 3x/dia por 7-10 dias o Valaciclovir 1000 mg VO 2x/dia por 7-10 dias o Sem cura em 10 dias: prolongar o Persistência por 30 dias: investigar HIV Recidiva: tto da primo-infecção, mas por apenas 4 dias Tratamento supressivo: o Em casos de recidivas frequentes (6 episódios/ano) o Aciclovir 400 mg 2x/dia por 6-12 meses o Valaciclovir 500 (≤ 9 recorrências/ano) ou 1000mg/dia (> 9) por 6-12 meses o Fanciclovir 250 mg 2x/dia por 6-12 meses MOLUSCO CONTAGIOSO Poxvírus: maior vírus causador de doença humana Transmissão: contato direto Atinge principalmente crianças e imunossuprimidos Diagnóstico clínico Quadro clínico Pápulas 3-6 mm: o Semiesféricas, isoladas e bem delimitadas, geralmente agrupadas o Coloração pérola, rósea ou igual a da pele o Centro umbilicado e base eritematosa o Facilmente removível, dando saída a material esbranquiçado que contém partículas virais o Frequentemente localizadas na face, no tronco e extremidades o Adolescentes e adultos: região pubiana e genitais Tratamento: Destruição das lesões: eletrocoagulação, crioterapia, curetagem, cauterização química ou espremedura manual Iniciar quando surgirem as primeiras lesões, evitando disseminação CONDILOMA ACUMINADO Manifestação clínica do HPV Papilomavírus humano (HPV): o DNA-vírus do grupo papovavírus o 120 subtipos o 6 e 11: lesões cutâneas o 16, 18, 31, 33 e 35: alto risco; principal causa de câncer de colo uterino 22 a 80% das mulheres em vida sexual ativa (em CPs alterados) Transmissão: canal de parto (incubação de até 3 anos) e contato sexual Resolução espontânea em até 5 anos em 50% dos casos Diagnóstico Clínico: Olho nu Colposcopia/ vulvoscopia Biópsia: Dúvida diagnóstica Suspeita de neoplasia: lesões pigmentadas, endurecidas, fixas ou ulceradas Lesões não respondem ao tratamento Lesões aumentam de tamanho durante ou após o tratamento Paciente imunodeficiente Definitivo: PCR ou captura híbrida Vacina Crianças e adolescentes: o 2 doses (0 e 6 meses) o Meninas de 9 a 14 anos o Meninos de 11 a 14 anos PVHIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos: o 3 doses (0, 2 e 6 meses) o 9 a 26 anos Pode ser feita em qualquer faixa etária, porém é mais eficaz em quem ainda não teve relação sexual, pois ainda não entrou em contato com o vírus. Tratamento Ácido tricloroacético (ATA): 1x/semana Podofilina 10-25%: 1x/semana Crioterapia Eletrocauterização Laser Imiquimod ABORDAGEM SINDRÔMICA Tratamento mais rápido e completo Sem especialização Diagnóstico clínico Depois: Informação/ educação Oferta de preservativos, gel lubrificante e testes para ISTs Ênfase na adesão ao tratamento Vacinação para HBV e HPV Oferta de profilaxia pós-exposição para o HIV Notificação de caso Comunicação, diagnóstico e tratamento dos parceiros sexuais (mesmo que assintomáticos) Referências PASSOS, E. P. et al. Rotinas em Ginecologia. 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
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