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* Pós-Graduação em Yxz Abcde da Universidade Estácio de Sá, e outras informações que julgar importantes. Email abcdefg@abc.com. A utilização das técnicas de marketing e neuromarketing para o varejo de luxo Nome Sobrenome* Resumo A delineação da pesquisa se dá por intermédio da análise da utilização de técnicas de marketing e neuromarketing para os consumidores do mercado do varejo de produtos de luxo. É cediço que o mercado de consumo de produtos de luxo é diferenciado dos demais, pois o público alvo requer uma atenção maior da marca quanto a sua divulgação, atração de clientes, fidelização e outros fatores. Sendo assim, tenciona-se levantar técnicas funcionais de marketing e neuromarketing para atração, fidelização de clientes e também a divulgação quanto aos produtos do varejo de luxo. A metodologia utilizada para a composição do artigo se deu por intermédio de pesquisa bibliográfica, por usufruto de livros, busca de periódicos em bases de dados e repositórios institucionais. Palavras-chave: Marketing; Neuromarketing; Varejo de luxo. Introdução O ser humano e sua identificação na sociedade, até mesmo a união de grupos e divisão desses grupos pela denominação de castas, sempre teve como objeto de preocupação a diferenciação das demais classes. A expressão de “possuir sangue azul”, esta amplamente utilizada pela monarquia para a diferenciação entre os monarcas e plebeus, identifica essa premissa falada, pois é um símbolo que representa os direitos de hereditariedade e poder para quem possuir poder aquisitivo. O ser humano, seja em qual época viveu, sempre teve por objetivo a ostentação e consumo de artigos valiosos e caros. A burguesia e o proletariado e a instalação do capitalismo trouxeram e enraizaram ainda mais nas mais diversas camadas da sociedade a dominação da classe mais alta em relação ao poder obtido pela economia. A ostentação foi conquistada pelos insurgentes, que venceram o aspecto da hereditariedade e herança de berço para fugirem desse sistema, alcançando a tão almejada condição social inerente a uma classe mais alta e seus mais diversos benefícios. O capitalismo contemporâneo traz a tona no ser humano a sua necessidade de diferenciação, pelo menos é uma característica inerente e que se for inexistente em algum indivíduo é puramente pelo seu reconhecimento e luta para extirpação dessa característica. Conceitos como a meritocracia traz um certo ar de liberdade a algumas condutas, o que reforça o capitalismo e a visão de mercado que as organizações podem apresentar para o alcance as mais diversas camadas da sociedade. A necessidade das empresas se apresentarem ao seu público alvo, para o alcance das pessoas que podem consumir seus produtos que deu origem ao marketing. O marketing visa estudar o mercado com analise, planejamento e implementação de mecanismos que apresentem aos indivíduos os seus objetos de desejo, ao qual o limite tem questões pessoais ao indivíduo tal como seu poder aquisitivo e visão quanto as compras a serem realizadas. Conforme dito, a sociedade tem a sua divisão em classes e até mesmo cada indivíduo tem sua subjetividade expressa em seu poderio de compra. Diversos são os artigos a disposição para compras, o que é missão do marketing entender o objetivo de cada um desses objetos e fazer a correta proposição no mercado para aqueles a quem são destinados. Assim surgiu o marketing de luxo, que tem por visão dissecar os desejos, até por vezes subversivos de pessoas que possuam alto poder aquisitivo para comprarem esses itens, transformando esses desejos em procura, com a oferta do produto correto e da forma correta, ocasionando assim na demanda, efetivando o consumo e garantindo a satisfação das partes envolvidas nessa transação. O marketing e as suas utilizações, com a inovação trazida pelas técnicas de neuromarketing visam trazer a sociedade a correta busca pelo desejo, pela busca de um artigo necessário ou então pela compra de um item supérfluo, somente pela manifestação e busca pelo êxito do desejo de se comprar algo. Com isso, busca-se investigar como o marketing e as técnicas de neuromarketing, com utilização do entendimento do consumidor quanto a marca, ao valor da imagem da marca e demais conceitos podem influenciar para o consumo de produtos inseridos no varejo de itens de luxo. É preciso entender como o ser humano busca um produto, seja esse produto extremamente oneroso, mas quais são as suas motivações, seus anseios, como se pode apresentar de forma a que fique marcado na mente do consumidor os itens de luxo, sendo este um mercado extremamente rentável e de objeto de preocupação quanto aos mecanismos que compõem o seu sucesso. Referencial teórico É muito importante conhecer o comportamento do consumidor, pois é o que envolve o estudo quanto aos indivíduos, organizações, grupos ou processos que podem ser usados para selecionar, obter, usar e dispor de produtos, experiências, serviços ou ideias para a satisfação de necessidades, sendo este o impacto para o consumidor (HAWKINS; MOTHERSBAUGH; BEST, 2007, p.4). Além disso, “[...] todas as decisões e regulamentações de marketing se baseiam nas premissas e no conhecimento à cerca do comportamento do consumidor.” (HAWKINS; MOTHERSBAUGH; BEST, 2007, p.6). Portanto é necessário ter canais de comunicação abertos com o consumidor para que se possa entender o seu comportamento e, partir disso, elaborar as estratégias de marketing para atrair e fidelizar o cliente. O mercado de luxo Encontra-se dificuldade quanto ao estudo do mercado de luxo em um primeiro momento quanto ao seu conceito. O termo possui sentidos materiais, concretos e aspectos intangíveis. Os sentidos convivem com os valores que tem ligação ao simbolismo no mercado de luxo. É visto que luxo não é algo necessário, mas sim que se apresenta como raro ou desejado, encontrando então sua necessidade quanto a mente e o desejo, mas não a uma realidade tangível de necessidade de produtos primordiais (CASTARÉDE, 2005). O conceito de luxo tem diversas interpretações, dinamismo e também tem alteração quanto a percepção da sociedade a época em que se é analisado. Um produto pode apresentar variação de categoria, em razão de um número maior de pessoas de diversas classes sociais possuírem acesso e ainda possuindo a sua representatividade quanto ao seu uso (STREHLAU, 2004). O luxo é visto como o mais alto nível das marcas prestigiadas pela sociedade, abarcando assim valores físicos e tangíveis, mas também psicológicos. Os itens de luxo representam status, valor para o indivíduo, assim como para o grupo de indivíduos a quem se tornam consumidores. O valor do luxo possui ainda quatro dimensões: a individual, sendo a orientação da pessoa ao que é considerado como item de luxo; financeiro, como a valoração do produto; funcional, como a qualidade, raridade e demais características do produto e ainda a social, como a apreciação do grupo social quanto a posse do item de luxo (LIPOVETSKY; ROUX, 2003) Alléres (2000) ainda apresenta que o ato da compra e do consumo tem reflexão não somente as necessidades que devem ser providas para a sobrevivência humana, porquanto, itens de consumo primordial, mas também não se pode desconsiderar, pois os indivíduos podem apresentar ainda a necessidade que tem ligação ao contexto social e a inserção dos indivíduos na sua classe social e a posse de itens de luxo. De maior percepção a raridade e inacessibilidade do item de consumo, maior se tem a distancia social e pertencimento a um grupo seleto. Kosmann ainda apresenta que: Quanto mais um objeto se reveste de atratividade subjetiva, mais significativo é seu papel social. A compra de bens sofisticados não obedece apenas a fatores econômicos. 0 valor simbólico e social ligado a eles revela um impacto significativo da cultura. Ao analisar o consumo pelaótica da permissão ao consumo, pode- se afirmar que a compra de bens de luxo satisfaz, principalmente, o apetite do comprador pelo simbolismo presente nos itens que adquire, seja de diferenciação ou pertencimento social, de extensão ou afirmação de si mesmo (KOSMANN, 2009, p. 43). O consumo quanto aos objetos de luxo atende a percepção do ser humano quanto ao que é suntuoso, sublime, raro, inacessível, talvez sendo por isso a origem dos desejos e fantasias de diversos indivíduos, mesmo que não possuam o poder aquisitivo para a compra de tal item. São itens que podem ser indispensáveis, a depender da importância atribuída do indivíduo ao item de luxo, sendo assim possível demarcar as mais diversas características aos itens pertencentes ao mercado de luxo (ALLÉRÈS, 2000, p. 60). Existe uma tipologia quanto ao mercado de luxo, sendo apresentado por Allérês sendo: • O luxo inacessível: trata-se da primeira classe dos bens de luxo, que tem preços mais elevados, são de maior raridade e mais seletivos, pertencentes A. marcas que desfrutam de prestigio mais elevado, com baixa escala de produção, distribuição com alto grau de exclusividade e comunicação discreta, que o grande público praticamente desconhece; • O luxo intermediário: divisão das primeiras extensões das marcas de referência. Como o luxo inacessível, também são produzidos em pequena escala e almejam apropriação de atributos de produtos topo de linha, da divisão superior do luxo. São objetos elegantes, sinônimos de bom gosto e refinamento, normalmente em função da marca, não necessariamente do produto. São caracterizados por comunicação seletiva. Os seus compradores possuem sensibilidade à qualidade dos produtos que adquirem, bem como ao prestigio da marca; • O luxo acessível: são os produtos que participam do universo do luxo, mas tem produção em série, o que resulta em uma melhor relação preço-qualidade. Muitas vezes trata-se de extensões de linha de marcas prestigiosas, que buscam atender a consumidores sensíveis ao conteúdo e aspecto dos produtos. Há uma redução nos critérios de qualidade, a comunicação e a distribuição mais amplas, apesar de ainda seletivas (ALLÉRÈS, 2000, p. 65). Para melhor exemplificação acerca do conceito levantado, tem-se a figura 1 para representação da pirâmide niveladora dos níveis de luxo: FIGURA 1 – Níveis dos itens de luxo Fonte: Allérès, (2000). É preciso que exista a definição clara quanto ao nível de pertencimento que o item ou serviço de luxo pertence, para que somente então possa ser criada um plano de ações e estratégias de marketing voltada para a marca, para o público- alvo, quanto ao seu poderio de compra, preferencias e estilo de vida (ALLÉRÈS, 2000). Marketing para a marca e o consumidor Um dos pontos básicos para criação de uma campanha de marketing para atrair o consumidor é saber o que ele deseja (e principalmente, o que ele deseja, mas não diz). Note que “[...] o valor para o cliente é a diferença entre as percepções do cliente quanto aos benefícios da compra e uso dos produtos e serviços, e os custos em que eles incorrem para obtê-los.” (CHURCHILL JR.; PETER, 2012, p.15). Ou seja, o valor para o consumidor consiste numa análise constante entre benefícios adquiridos versus sacrifícios realizados, os quais têm um limite de tolerância. Ainda segundo Churchill Jr. e Peter há diversos tipos de benefícios e custos: • Benefício funcional – benefícios tangíveis (Exemplo: saciar a fome no restaurante). • Benefício social – respostas positivas ou elogios recebidos por outras pessoas por comprar ou usar o produto/serviço. (Exemplo, receber um “curtir” no Facebook ou um comentário positivo). • Benefícios pessoais – bons sentimentos (satisfação pessoal) dos clientes pelo uso do produto/serviço. (Exemplo, sensação de alimentação mais leve e saudável). • Benefícios experimentais – prazer sensorial obtido com produto/serviço (Exemplo: experiência sensorial no restaurante). • Custos monetários – dinheiro pago pelo produto/serviço. • Custos temporais – tempo gasto na compra. • Custos psicológicos – tensão da compra e o risco de não atender às expectativas. • Custos comportamentais – energia física gasta para a compra (Exemplo: deslocamento ou filas) (CHURCHILL; PETER, 2012). A campanha de marketing deve focar, portanto na maximização dos benefícios e suavização dos custos (sacrifícios) para criar um posicionamento de valor positivo na mente do cliente alvo. Contudo, não se pode esquecer também que cada cliente é único e é necessário obter o feedback destes de forma personalizada para ajudar a medir o sucesso da campanha e verificar se o valor do negócio está na prática, sendo percebido pelo cliente. Ainda segundo Churchill Jr e Peter (2012), o valor da marca ajuda o consumidor a entender o produto, a confiar nele e ter satisfação ao fazer a compra. O valor da marca também ajuda a empresa na eficiência de programas de marketing, ajuda a criar lealdade, criar vantagem competitiva e criar uma alavancagem comercial. Com relação a valores, uma discussão importante é se a campanha de marketing irá tentar impor alguma crença como, por exemplo, de que o veganismo deve ser praticado para que não seja necessário matar os animais para criação de produto. A imagem da marca é “o que as pessoas pensam e sentem quando ouvem ou veem o nome de uma marca. Em essência, é o conjunto de associações que os consumidores aprenderam sobre a marca.” (HAWKINS; MOTHERSBAUGH; BEST, 2007, p. 163). Numa campanha de marketing, o consumidor é exposto a uma ou mais informações a respeito do negócio. A Figura 2 abaixo mostra como a informação é processada para a tomada de decisão. “Percepção é um processo que começa com a exposição e a atenção do consumidor aos estímulos de marketing e termina com a interpretação do consumidor.” (HAWKINS; MOTHERSBAUGH; BEST, 2007, p.114). FIGURA 2 – Processo de tomada de decisão Fonte: HAWKINS; MOTHERSBAUGH; BEST, (2007) A exposição está relacionada aos tipos de anúncios e mídias que serão utilizadas e ainda quanto a demonstração do valor do negócio, sendo este também um fator decisivo para a tomada de decisão. Sendo assim, os valores do negócio devem ser coerentes. Segundo a psicologia da Gestalt, a mente só vê o todo, não vemos as partes isoladas e, portanto nada deveria quebrar o equilíbrio do todo, causando dissonância cognitiva (LIMA, 2012). De fato,“[...] tanto a propaganda como qualquer outro tipo de comunicação transmitida ao cliente deve gerar expectativas compatíveis com a capacidade do sistema de operações.” (GIANESI; CORRÊA, 2012, p.83). Por exemplo, um preço alto pode gerar no cliente uma expectativa de um serviço de alto nível, de um produto de qualidade, o que deve ser atendido desde o oferecimento do produto até mesmo o atendimento desde a entrada do cliente na loja até a sua saída, sendo esse conceito a ser adaptado para e-commerce de itens de luxo. Após a fase de exposição, vem a fase da atenção. A atenção está relacionada com o estímulo, o indivíduo e a situação. Fatores relacionados ao estímulo são: tamanho (anúncios grandes x pequenos); intensidade (volume, brilho, comprimento); atrativos visuais (cenas bucólicas, modelos atraentes); cor e movimento (cores vivas e quentes e animações dinâmicas são mais estimulantes); posição (canto superior esquerdo de revistas tem mais alto impacto); isolamento (colocar mensagem no centro de um espaço em branco chama a atenção); formato (simples e direto); contraste e expectativas (usar fundos que contrastam com a imagem; usar propagandas originais e inesperadas); atratividade (uso de propagandas divertidas, filmes, histórias interessantes) e quantidade de informação (expor mais informação em mídia impressa e menos em mídia de TV para não haver saturação). Fatores relacionados ao indivíduo são: motivação(interesse particular ou necessidade do consumidor) e habilidade (do consumidor em prestar atenção à propaganda). E fatores relacionados à situação são: congestionamento (o excesso de estímulos de propaganda dispersa a atenção) e envolvimento com a programação (ou seja, o quanto o público gosta da programação (TV, revista, etc.) na qual a propaganda está inserida). (HAWKINS, MOTHERSBAUGH E BEST, 2007). Ainda segundo Hawkins, Mothersbaugh e Best (2007), após a exposição e atenção, a etapa seguinte é a interpretação pelo consumidor que pode ser: cognitiva, ou seja, o consumidor tenta classificar uma propaganda numa categoria existente; ou pode ser afetiva, ou seja, o consumidor atribui à propaganda uma resposta emocional (como animado ou chato). Essas são as etapas que compõem o conhecimento do produto de luxo até a busca do consumidor pelo mesmo. Neuromarketing Segundo a neurociência, existem três áreas diferentes do cérebro que lidam com três forças distintas: instinto, afeto e razão, também chamadas de três cérebros. O cérebro reptiliano é relacionado com o instinto de sobrevivência (medo), defesa territorial, eliminação de predadores (concorrentes) e reprodução (sexualidade). O cérebro límbico está relacionado às emoções, sociabilidade e memória afetiva. O córtex está relacionado com a razão, capacidade analítica e cognitiva. Em particular a região frontal do córtex chama-se neocórtex pré-frontal e está relacionada com a capacidade de abstração, imaginação, agir por auto interesse, mentir e blefar entre outras capacidades conscientes, voluntárias e cognitivas. (GONÇALVES, PAIVA E SALAMANCHA, 2015). Com a ajuda da neurociência fica fácil de saber por que não se consegue obter todas as informações necessárias do cliente mesmo fazendo pesquisas de consumidor: [...] a neurociência demonstra claramente que até 95% das nossas decisões são inconscientes. [...] Se as pesquisas tradicionais possuem a limitação de acessar basicamente o consciente do consumidor, [...] parece lógico que 5% a 15% do que decidimos conscientemente não é um percentual altamente relevante para entender o que os clientes realmente necessitam e desejam. (PERUZZO, Marcelo, 2015, p.63). Ou seja, os cérebros reptiliano e límbico é que tomam a maioria das decisões por motivos inconscientes, por mais que uma pessoa diga que sua decisão tenha sido tomada de forma racional e consciente. Além disso, há o conceito de Neurônio-espelho: copia-se aquilo que vemos e gostamos. Por exemplo: uma mulher compra produtos de beleza quando vê uma propaganda que mostra uma mulher bonita (nos padrões de beleza da sociedade) para tentar copiá-la e superá-la. O motivo real: ela não compra somente para que ela fique bonita, mas pelo medo de tornar-se feia e não ser aceita pela sociedade (processo límbico, ligado à sociabilidade) ou pelo medo de ser rejeitada pelo marido/namorado ou quem sabe até ser trocada (processo reptiliano de competição e eliminação das ameaças) (PERUZZO, 2015). Um método interessante para preparar uma campanha de marketing é usar a matriz PC/neutro. Essa matriz possui quatro quadrantes formados por dois eixos e é dividia em três zonas. O eixo horizontal é o estado emocional, que é dicotômico: positivo (felicidade, alegra, amor) ou negativo (nojo, raiva, medo, tristeza), ou seja, gostamos ou não gostamos. O eixo vertical é o estado de excitação que pode variar de: muito excitado a plenamente calmo. Os quatro quadrantes gerados pelos dois eixos são: Insatisfação (excitação e emoção negativa) – nesse caso queremos sair dessa situação rapidamente e há uma urgência de eliminar a insatisfação que você sente consigo mesmo. É causada por fatores como medo, raiva, perigo e insegurança; Expectativa (excitação e emoção positiva) – é a expectativa de resolver a sua insatisfação através da compra futura do produto podendo o produto ser usado ou não; Satisfação (clama e emoção positiva) – as expectativas foram atendidas e o consumidor está calmo e feliz. Não está mais insatisfeito nem alerta; Frustração (calma e emoção negativa) – o consumidor fica decepcionado e sem ação, a compra não atendeu as suas expectativas e não tem vontade de reagir, somente não vai mais comprar no mesmo lugar (PERUZZO, 2015). Finalmente, as três zonas dessa matriz são: • Zona Neutra - a estratégia de marketing foi tão mal elaborada que o consumidor não sentiu nada nem ficou excitado ou calmo. Os estímulos não foram suficientes. • Zona Elástica – a estratégia de marketing deu certo e surtiu e efeito desejado (o consumidor ficou insatisfeito, na expectativa, satisfeito ou frustrado). • Zona Inelástica – o estímulo foi demais para o consumidor e agora não adianta mais aplicar mais estímulos que ele fica inerte. Exemplos: Insatisfação – cliente recebeu estímulos negativos demais e agora está inerte; expectativa – cliente recebeu promessas inexistentes e descobriu que o que prometeram não existia; satisfação – foi dado tudo que o cliente queria de uma vez só, então, ele não tem porque voltar a fazer outra compra; frustração – a experiência foi tão ruim que o cliente não quer nem falar com o vendedor e passa a falar mal do produto para os outros. (PERUZZO, 2015). Portanto, a campanha de marketing deve levar em conta esse efeito do consumidor copiar o que vê para se sentir aceito. Além disso, temos que entender em que momento do processo de compra ocorre a produção e dopamina (neurotransmissor que provoca prazer): pode ser na descoberta de uma expectativa (propaganda de um prato novo; ganhou um brinde) ou na realização da satisfação (consumo dos pratos). Isto é o que vai provocar a repetição de uma próxima compra em busca desse prazer (recompensa). O modo como são processadas as informações no cérebro e como isso deve ser utilizado pelas campanhas de marketing para a atração e fidelização de clientes para o varejo de luxo é algo de suma importância para o estudo desse âmbito do mercado varejista empresarial. Análise dos resultados É necessária uma análise sintetizada quanto a contribuição do neuromarketing e também a utilização para o delineamento de uma campanha de marketing para varejo de itens de luxo, sendo em primeiro momento apresentada a metodologia usada para a composição da pesquisa e posteriormente a discussão dos resultados. Metodologia O percurso metodológico é a junção de um conjunto de etapas e processos a serem realizados, de forma ordenada e sistemática, na investigação científica, representando o passo-a-passo que consiste desde a assistência da realização da pergunta problema até a obtenção dos resultados da pesquisa e quais os caminhos percorridos para obtenção de tal ato (REIS, 2010, p. 12). Já Lakatos e Marconi (2007, p. 86) afirmam que o método da indução representa um processo mental, ao qual por meio da partilha de dados particulares, com a devida constatação, pode-se inferir a respeito da verdade geral ou universal, abrangente a mais do que as partes examinadas. O objetivo central desse método é da investigação mais ampla do que as premissas que deram base a mesma. Ainda em consonância com o método do raciocínio indutivo, a generalização de conceitos que são abordados, originam-se por observações de casos concretos. As constatações particulares dos pesquisadores originam da elaboração do aspecto geral. Com isso, a pesquisa possui sua base no método de abordagem indutiva, ao que concerne a demonstração de caráter geral com abordagem da problemática apresentada em momento anterior (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 28). De acordo com Gerhardt e Silveira (2009, p. 33), a pesquisa qualitativa tem preocupação com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, com foco na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais. Segundo os autores, essa modalidade tem como escopo o universo designificados, motivos, aspirações, valores, entre outros, o que compreende um aspecto não tangível da pesquisa. Algumas das características dessa modalidade de pesquisa consistem na objetivação do fenômeno, hierarquização das ações de descrever, compreender, explicar, precisão das relações entre o global e o local em determinado fenômeno, observância das diferenças entre o mundo social e o mundo natural, entre outros métodos. Ao que concerne quanto a tipologia da pesquisa, tem-se a evidenciação quanto ao método exploratório, com a finalidade de proporcionar a maior familiaridade do problema evidenciado, para que se possa ter maior facilidade na construção de hipóteses. A natureza quanto ao objetivo da pesquisa é exploratório, pelo fato da sua busca por fatores que, por meio do procedimento metodológico, levam a evidenciação das hipóteses de pesquisa (GIL, 2010). Para o levantamento de dados, consoante preconiza Fonseca, se dá por meio da pesquisa bibliográfica, a saber: A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32). Porquanto, busca-se pela análise sobre a teoria por meio de livros, artigos científicos, periódicos, teses e documentos produzidos pelo meio acadêmico para sintetização do pensamento de autores que visaram o entendimento acerca dos elementos motivadores da pesquisa, para que assim possa ser compreendida um delineamento da importância quanto a utilização de técnicas de marketing e neuromarketing para o plano de divulgação, atração e fidelização de cliente para itens de luxo na área varejista. Discussão dos resultados É imperioso ressaltar que um dos aspectos quanto ao varejo de itens de luxo é a existência de alguns preconceitos naturais em razão das diferenças sociais presentes no país. Existe uma noção clichê quanto ao aspecto glamuroso, de status para os itens de luxo. É necessário que se veja que para a construção de uma marca de luxo e manutenção dessa marca em um dos mercados mais competitivos do mundo, é preciso esforço de gestão, segmentação de mídia, constante atenção as tendências de moda, dentro outras diversas variáveis presentes no marketing a ser desempenhado pela empresa de itens de luxo. Mesmo que exista uma confusão do público-alvo quanto aos preconceitos existentes pelas diferenças sociais, e acabar esboçando um comportamento impulsivo de consumo que possa ser até mesmo inexplicável, é preciso que seja tomado todo cuidado possível da empresa para que o seu produto não tenha associação somente com compras impulsivas, mas que se torne um produto de longo desejo, para isso sendo atenção das técnicas de marketing e neuromarketing da empresa. O luxo pode trazer satisfação pessoal, status em meio a sociedade, prazer pessoal a quem se tornar dono de um item de luxo. A busca pelo consumo do mercado varejista de luxo é para a grande satisfação pessoal, que muitas vezes pode ser até mesmo interpretada por um desejo de coleção, para que a satisfação e a exibição social do produto possa ser alcançada. Em geral, é preciso que o empreendedor de varejos de luxo veja também quanto a natureza do seu produto, se possui um aspecto clássico e, sendo assim, o seu valor não reside no tempo de duração e de posse de quem comprar o bem de luxo. Diversos são os aspectos, tal como a durabilidade, raridade, utilidade dos itens de luxo, sendo que seus pontos fortes devem ser destacados em todas as campanhas que forem feitas, de forma a atingir os consumidores com o que o produto tem de melhor e de diferencial no mercado varejista de luxo. A atração pelo luxo é algo que ganha cada vez mais espaço na vida de milhares de pessoas ao redor do mundo. É cediço que o mercado varejista de itens de luxo deve sempre se preocupar em trazer as melhores técnicas de divulgação dos seus itens, sempre respeitando também a divisão desses itens de luxo. Conclusões A visualização de um panorama de grandes possibilidades para o mercado empresarial de itens de luxo é de grande positividade quanto ao segmento varejista. Existem diversas possibilidades quanto ao varejo de itens de luxo que podem e devem ser explorados pelos empreendedores do ramo. Deve ser imparcial a visão quanto a divulgação do produto, sendo uma visão estratégica não contaminada por uma possível visão consumerista do responsável pela divulgação dos itens de luxo. Os diversos benefícios trazidos pela compra de itens de luxo devem ser objetos de destaque para o plano de ações na área de marketing, com ainda utilização dos preceitos do neuromarketing, elevando as características de maior presença dos itens, para que assim possam ser atraídos mais clientes e ainda os consumidores sejam fidelizados. Deve ser uma preocupação da área de marketing do mercado de varejo de luxo a visualização quanto ao aspecto único que os produtos de luxo podem apresentar, sendo necessário entender também que a pesquisa e analise do mercado e dos consumidores deve ser feita de forma própria, com utilização de mecanismos atualizados e precisos para o destaque do varejo de luxo. Referências ALLËRÈS, D. Luxo...estratégias, marketing. Rio de Janeiro: FGV, 2000. CASTARÈDE, J. O Luxo: Segredo dos produtos mais desejados do mundo, São Paulo: Barcarol la, 2005. CHURCHILL JR., G. A..; PETER, J. P. Marketing: criando valor para os clientes. 3ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012. FONSECA, J. J. S. da. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. (Org.). Métodos de Pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. HAWKINS, Del I.; MOTHERSBAUGH, David L.; BEST Roger J. Comportamento do Consumidor: Construindo a Estratégia de Marketing. 2ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. KOSMANN, G. Estratégias de Marketing: Um Estudo Sobre o Mercado do Luxo, 2009. Trabalho de Conclusão de Estágio (Graduação em Administração). Curso de Administração, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. 5. reimp. São Paulo: Atlas, 2007. LIPOVETSKY, G.; ROUX, E. O Luxo Eterno: Da idade do sagrado ao tempo das marcas, São Paulo: Companhia das Letras, 2003. PERUZZO, M. As Três Mentes do Neuromarketing.1ª edição, Rio de Janeiro: Editora Alta Books, 2015. PRODANOV, C. 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