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Anatomia da Cavidade Abdominal M. Lúcia Silva Considerações gerais Parede abdominal: possui musculaturas que estão localizadas nessa região tanto anterior, como lateral, como posterior. Unidas por tecido conjuntivo e por aponeuroses... → Funções e ações: - Sustentação forte para a parede - Fixam e protegem vísceras - Comprimem o conteúdo abdominal: durante a respiração, durante a defecação, na urina... - Movem e ajudam manter postura. → Delimitações: Na região medial: epigástrio, umbilical, púbica (hipogástrio). Nas laterais: hipocôndrio direito e esquerdo, lateral direita (flanco direito), lateral esquerda (flanco esquerdo), inguinal esquerda e inguinal direita. Delimitadas também por quadrantes: Quadrante superior direito e esquerdo, e quadrante inferior direito e esquerdo. Camadas do abdome Na região abdominal, temos vários músculos que estão sobrepostos, um músculo sozinho não seria suficiente para proteger as vísceras. Assim que abrimos o abdome, não é possível ver as vísceras abdominais, existem algumas camadas até ser possível visualizar. Na região anterolateral, temos músculos, fáscias musculares e também aponeuroses, que são tendões achatados de cada músculo. Temos a pele, abaixo da pele vamos ter a tela subcutânea, que forma os tecidos de gordura que nos homens principalmente abaixo do umbigo possuem um acúmulo maior dessa gordura. Abaixo dessa região de umbigo é mais comum que se tenha um volume maior desse tecido de gordura porque além dos adipócitos, existem fibras colágenas e elásticas que revestem essa região, aumentando assim o volume. Então teremos: pele, tela subcutânea, abaixo dessa tela temos o panículo adiposo (fáscia de Camper) que é formada por essa tela subcutânea, depois o estrato membranáceo da tela subcutânea (fáscia de Scarpa) e as musculaturas. Temos 3 músculos planos nessa região: - Músculo mais anterior: reto do abdome. - Músculos mais laterais: oblíquo externo, oblíquo interno e o transverso do abdome. Cada músculo vai ter uma aponeurose, como são músculos planos, o tendão desses músculos é achatado. Cada musculatura do oblíquo externo, interno e transverso vão continuar como aponeuroses. Vamos ter 3 aponeuroses. Na frente, vamos ter o reto do abdome, que em pessoas mais magras vai apresentar uma proeminência. As aponeuroses vão envolver o reto do abdome, formando uma bainha, uma capa protetora. A parede anterolateral do abdome é formada por: pele, tela subcutânea, composta principalmente por gordura, logo após os músculos, suas aponeuroses que são suas partes tendíneas achatadas e a fáscia muscular de cada músculo que está localizado nessa região. Depois que tivermos a última fáscia muscular, vamos ter a presença ainda de uma gordura extraperitoneal e depois dessa gordura o peritônio parietal, membrana de revestimento da cavidade abdominal. Anatomia clínica: importância clínica da fáscia abdominal: A indicação de uma lipoaspiração é gordura localizada, mais ou menos 6% do peso corporal do paciente. Mulheres que estão com a musculatura em diástase, pessoas que emagreceram muito e ficou muita pele. Músculos da parede anterolateral do abdome: 5 pares bilaterais de músculos: 3 músculos planos: oblíquo externo, interno e transverso. 2 músculos verticais: reto abdominal e piramidal. Continuam anterior e medialmente como aponeuroses fortes. Entrelaçam formando uma rafe mediana, a linha alba. ✓ Músculo oblíquo externo do abdome: Possui fibras oblíquas que se abrem em um leque. Eles vêm desde as costelas, da V até a XII e vão se inserir na região de linha alba: o entrelaçamento das fibras, dessas aponeuroses, formam a linha alba. Músculos longos que se fixam em várias partes. Além de sustentar vísceras, e comprimir, essa musculatura flexiona e roda o tronco. Ele faz isso porque suas fibras se comunicam com as fibras do músculo que está mais interno a ele. Quando cruzam essas fibras aponeuróticas juntam as fibras do músculo do oblíquo externo com as do oblíquo interno. Por isso se consegue movimentar o cotovelo em direção ao joelho do outro lado. 2 ventres musculares: conseguem fazer movimentação nos 2 lados do abdome. É o maior desses 3 músculos, se encontra na região lateral e vão se tornar contínuos com as fibras tendíneas do oblíquo interno. Por isso conseguem fazer a movimentação de rodar e flexionar o tronco. Mais superficial. ✓ Músculo oblíquo interno do abdome: É intermediário. Se articula com o oblíquo externo. Além de comprimir e sustentar as vísceras abdominais, ele consegue flexionar o tronco. Ele vai da fáscia toracolombar, uma fáscia espessa que temos posteriormente, vem também da crista ilíaca e do ligamento inguinal. Se insere nas costelas, na parte inferior, na região de linha alba e na linha pectínea do púbis. As fibras dele se entrelaçam com o oblíquo externo. As fibras carnosas seguem perpendiculares às fibras do músculo oblíquo externo do abdome (sentido superomedial). Ligamento inguinal Ligamento que vem desde a região da crista ilíaca até o tubérculo púbico. É uma faixa espessa que serve de fixação para essas musculaturas. Uma das funções desse ligamento é justamente ser um retináculo, local que garante a passagem de estruturas neurovasculares. A artéria ilíaca externa e a veia ilíaca externa, quando passam pelo retináculo, pelo ligamento inguinal, se transformam em artérias e veias femurais, então ele garante a passagem dessas estruturas. Outra função desse ligamento é porque ele vai continuar também como fáscia muscular dos músculos que estão localizados na coxa. Estrutura importante que divide a região abdominal da região de membros inferiores, estrutura importante para fixação muscular também. ✓ Músculo transverso do abdome: Terceiro músculo plano que temos na região lateral, diferente dos oblíquos externos e internos, o transverso é mais profundo, e ele não vai fazer movimentação no nosso tronco, ele não vai fazer flexão, nem rotação. A função do transverso é de comprimir e sustentar vísceras abdominais. Ele se origina das cartilagens costais, ele vai se inserir na linha alba, na aponeurose do músculo oblíquo interno e na crista púbica. É o mais interno dos 3 músculos planos. Entre os músculos oblíquo interno e transverso do abdome, encontra-se uma passagem de estruturas neurovasculares que estão localizadas nessa região. ✓ Músculo reto do abdome: Está localizado bem anteriormente, vem reto, desce reto na perna. Surge da sínfise púbica e vai se fixar na região do processo xifoide e cartilagens costais. Flexiona o tronco e comprime as vísceras abdominais, além de conseguir estabilizar a pelve, estabiliza e controla a inclinação da pelve (antilordose). Esse músculo apresenta aspecto de ‘’gominhos’’. Esses gominhos se dão porque, como esse músculo reto é um músculo longo, como se fosse uma tira, ele precisa ser sustentado transversalmente. Ele é sustentado por conta das aponeuroses dos músculos planos. Essas aponeuroses envolvem o músculo reto abdominal, formam uma bainha para esse músculo, uma bainha de proteção. Esse músculo é aderido a nossa parede abdominal anterior por conta dessa lâmina anterior da bainha. Ele vai apresentar uma lâmina anterior e uma lâmina posterior. Temos 2 músculos retos, o reto direito e o reto esquerdo e ele é estabilizado por conta da sustentação transversal que ele tem formada por esse entrelaçamento das aponeuroses e que formam as intersecções tendíneas, que dão o aspecto de 3 a 4 ‘’gominhos’’ nesse músculo. Essas intersecções são para estabilizar, formar o cinturão. Auxilia também no abaixamento dacaixa torácica, comprimindo o conteúdo abdominal durante a expiração forçada. ✓ Músculo piramidal: Não é encontrado em 20% das pessoas, basicamente insignificante, ele tensiona a linha alba formada na região medial do corpo, serve de ponto de referência para incisões que são medianas. Músculo triangular pequeno. Anatomia clínica: Incisões cirúrgicas abdominais. Hérnias umbilicais: alças intestinais, extravasamento de estruturas que escapam da sua devida região. Mais comuns na região inguinal, umbilical e epigástrica. Bainha, linha alba e umbigo Bainha é um compartimento fibroso para preencher, estabilizar esse reto abdominal que é justamente formado pelo entrelaçamento das aponeuroses. A linha alba é formada justamente por esse entrelaçamento; essas aponeuroses além de formarem a bainha, elas se entrelaçam, formando fibras de um lado para o outro, formam essa depressão que chamados de linha alba. O umbigo nada mais é que um defeito na linha alba, justamente pela entrada dos vasos umbilicais, do cordão umbilical, durante o período gestacional. Anatomia clínica: Proeminência do abdome e diástase. Músculos da parede posterior do abdome: Principais: ✓ Psoas maior: Segue em sentido inferolateral. Quando ele se junta com o ilíaco, forma o principal flexor de coxa, conseguem também fazer movimentos na coluna, porque se fixam nas vértebras lombares. Logo, faz flexão de tronco, de coxa e quando se está sentado, garantem que eu tenha um equilíbrio no meu tronco, uma melhor postura. ✓ Ilíaco: Situado ao longo das faces laterais da parte inferior do músculo psoas maior. Localizado na fossa ilíaca. Se junta com o psoas maior formando o íliopsoas. Basicamente o ilíaco serve para estabilizar a articulação do quadril e ele atua com o psoas maior. ✓ Quadrado do lombo: Situado adjacente aos processos transversos das vértebras lombares e lateral às partes superiores do músculo psoas maior. Faz movimento de extensão de tronco e também uma flexão lateral da coluna, bem como fixar as costelas durante a inspiração. Peritônio e cavidade peritoneal Membrana serosa transparente que faz o recobrimento de estruturas abdominais. É contínua, brilhante e escorregadia. Parte em contato com a parede: peritônio parietal. Parte em contato com as vísceras: peritônio visceral. Possui cavidade e líquido. → Formações peritoneais: Como formações a partir dele, temos o omento: como se tivéssemos um avental de gordura nessa região, justamente uma extensão desse peritônio ou prega de peritônio que vai ser em duas camadas e que vai surgir a partir do estômago e vai recobrir, irrigar, estruturas adjacentes. Temos o omento maior e o omento menor. O omento maior: vem da curvatura maior do estômago, recobre boa parte do intestino, sobe e se fixa na tênia... Proteção, evita também a aderência do peritônio parietal com o visceral. Bolsa omental: situa-se posteriormente ao estômago e ao omento menor. Omento menor: liga-se a estruturas, serve para estabilizar. Do estômago até o fígado. Vai formar 2 ligamentos funcionais: lig. Hepatoduodenal e lig. Hepatogástrico. Nada mais é que uma prega de peritônio que surge da curvatura menor do estômago até o nosso fígado.
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