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Material de Apoio - Aulas Complementares (Prof

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SUMÁRIO 
 
1. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ................................................................... 3 
2. RECURSO ORDINÁRIO .............................................................................. 15 
3. RECURSO EXTRAORDINÁRIO .................................................................. 23 
4. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO ...................... 35 
5. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA ................................................................ 39 
6. REPERSCUSSÃO GERAL E SUSPENSÃO DE TODOS OS PROCESSOS 
PENDENTES ................................................................................................... 44 
7. DA RECLAMAÇÃO ...................................................................................... 55 
8. INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA/IAC ............................... 60 
9. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS - INTRODUÇÃO ....................................... 61 
10. HOMOLOGAÇÃO DO PENHOR LEGAL ................................................... 62 
11. REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA ........................................................ 69 
12. DA DIVISÃO E DEMARCAÇÃO DE TERRAS PARTICULARES ............... 76 
13. RESTAURAÇÃO DE AUTOS ..................................................................... 93 
14. HABILITAÇÃO .......................................................................................... 100 
15. DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE .............................................. 104 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - AULA COMPLEMENTAR EAD 
 
1.1 Previsão legal: art. 994, IV, art. 1.022 a 1.026 do CPC. 
 
1.2 Cabimento 
É cabível Embargos de Declaração de qualquer decisão judicial quando 
obscura, omissa ou contraditória ou quando contiver erro material (art. 1.022 do 
CPC). 
Diz-se que a fundamentação dos embargos de declaração é vinculada 
(DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 250). 
Segundo Sá e Aguirre (2017, p. 102) os embargos de declaração não 
possuem como função principal a modificação de uma decisão. A finalidade 
principal dos embargos de declaração é esclarecer ou integrar uma decisão 
judicial que possui um dos vícios mencionados no artigo 1.022 do CPC. 
 O objetivo dos Embargos de Declaração é o esclarecimento da questão 
obscura ou contraditória, ou, ainda, a manifestação sobre o ponto omisso na 
decisão judicial pelo julgador que a prolatou. 
Justamente por isso a apreciação dos Embargos de Declaração é feita 
pelo próprio órgão que proferiu a decisão. 
 
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão 
judicial para: 
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; 
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se 
pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; 
III - corrigir erro material. 
 
Assim, os embargos de declaração possuem como objetivo emitir 
pronunciamento judicial que integra a sentença, acordão, decisão interlocutória, 
aperfeiçoando-os, abrindo o caminho para irresignação principal (DOROSO; 
SERAU JUNIOR, 2017, p. 250). 
O entendimento é de que cabe Embargos de Declaração contra 
qualquer decisão judicial, e não apenas contra sentença, inclusive quanto 
às decisões interlocutórias e decisão monocráticas ou acórdão. 
 
01 
 
 
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A finalidade dos Embargos de Declaração é distinta. Ou seja, não é 
modificar a decisão, mas integrá-la, ou seja, complementar, esclarecer a 
decisão. 
As hipóteses de cabimento estão no art. 1.022 do CPC: 
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão 
judicial para: 
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; 
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se 
pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; 
III - corrigir erro material. 
 
 
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição: Obscuridade se 
caracteriza pela falta de clareza, pela confusão de ideias, pela dificuldade no 
entendimento da decisão. Também pode ser considerada obscuridade 
decisões escritas a mão com letra ilegível, com passagens em língua 
estrangeira ou dialeto incompreensível. A decisão deve ser vista como um todo 
e deve ser compreensível ao homem médio, se não for será obscura. 
(DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 254). 
Já no que se refere à contradição, contraditória é aquela decisão 
incoerente, porque em seu conteúdo são lançadas ideias opostas. A 
contradição pode ser entre duas ou mais fundamentações, entre a 
fundamentação e o dispositivo ou apenas no dispositivo. A contradição tem que 
ser interna, ou seja, dentro da decisão. 
 
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se 
pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento: 
 
Decisão omissa é aquela em que o julgador deixa de apreciar alguma 
matéria sobre a qual teria de manifestar-se de ofício ou a requerimento, 
proferindo uma decisão citra petita. (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 257). 
Essa omissão pode se referir a ponto ou questão sobre o qual deveria se 
pronunciar o julgador. Ou seja, pode ser sobre um ponto ventilado pela parte 
sem que tenha havido impugnação pelo adversário (como exemplo: o pedido 
de gratuidade da justiça) ou a um ponto que tenha sido objeto de impugnação 
pela parte contrária (como exemplo: quando o autor diz que conduzia seu 
veículo em velocidade compatível, mas o réu impugna dizendo que estava em 
excesso de velocidade). (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 257). 
 
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Além disso, a omissão pode se referir a ponto ou questão que o 
pronunciamento judicial deveria se dar de ofício ou a requerimento da parte. Ou 
seja, mesmo que a matéria não tenha sido ventilada pelas partes, sendo uma 
daquelas que o julgador deve se pronunciar de ofício, caberão embargos de 
declaração diante de eventual omissão. Neste caso estariam incluídas não 
apenas aquelas matérias de ordem pública, mas também os chamados 
pedidos implícitos, que embora não tenham sido expressamente articulados, 
devem ser objeto de apreciação na decisão (ex: juros legais, correção 
monetária, verbas de sucumbência, conforme previsão do art. 322, §1º do 
CPC). (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 257-258). 
Ainda, Donoso e Serau Junior (2017, p. 258) destacam a seguinte 
situação: “e se a decisão judicial se omitir quanto a algum ponto ou questão 
originado da participação do amicus curiae (art. 138 do CPC) poderão as 
partes opor embargos de declaração? a resposta, segundo os autores deve ser 
positiva. Sem prejuízo da legitimidade do próprio amicus curiae para opor os 
embargos de declaração, não se pode negar às partes a oportunidade de 
embargar decisões para corrigir vício da decisão relativo aos argumentos 
trazidos pelo amicus curiae. Nesse sentido, inclusive o enunciado 394 do 
FPPC.”. 
Além da previsão genérica dos embargos de declaração em caso de 
omissão, o parágrafo único do artigo 1.022 vem trazer três hipóteses 
específicas de presunção de omissão (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 
258): 
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que: 
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos 
repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao 
caso sob julgamento; 
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º. 
 
 Ou seja, uma vez firmada uma tese em julgamento de casos repetitivos, 
cria-se um dever de ofício ao julgador de se manifestar a seu respeito, desde 
que tal tese seja aplicável ao caso concreto. Não o fazendo, serão cabíveis os 
embargos de declaração. (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 259). 
Da mesma forma, cabe embargos de declaração no caso de incidente 
de assunção de competência aplicável ao caso. Ou seja, o acórdão proferido 
em assunção de competência é vinculativo a todos os juízes e órgãos 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
 
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fracionários do tribunal (art. 947, §3º do CPC), sendo assim se a decisão 
proferida no incidente de assunção de competência for aplicávelao caso, é 
dever do julgador se manifestar a seu respeito, não o fazendo caberão os 
embargos de declaração. (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 259). 
Observar que o comando se dirige tanto ao próprio tribunal que criou a 
tese, quanto aos órgãos hierarquicamente inferiores. (DONOSO; SERAU JUN 
IOR, 2017, p. 259). 
Por fim, segundo o inciso II do parágrafo único do art. 1.022 do CPC, o 
artigo 489, §1º do CPC trata da exigência de motivação das decisões judiciais, 
destacando que não basta uma fundamentação superficial, sendo exigido doo 
julgador uma fundamentação efetiva e suficiente. Diante da falta dessa 
fundamentação é cabível embargos de declaração. 
 
Art. 489. (...) 
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja 
ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato 
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão 
decidida; 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o 
motivo concreto de sua incidência no caso; 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra 
decisão; 
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo 
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem 
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o 
caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou 
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de 
distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. 
 
 
III - corrigir erro material: Erros materiais podem ser inexatidões 
materiais ou erros de cálculo. A correção do erro material pode se dar a 
requerimento da parte ou até mesmo de ofício pelo juiz, conforme previsão do 
artigo 494, I do CPC. (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 261) 
 
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: 
I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões 
materiais ou erros de cálculo; 
II - por meio de embargos de declaração. 
 
Donoso e Serau Junior (2017, p. 261) mencionam que não se pode 
confundir erro material com erro de julgamento. Apenas o primeiro desafia 
 
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embargos de declaração, pois o erro de julgamento deverá ser objeto de 
recurso próprio (ex: apelação). 
No entanto, mencionam os autores que percebe-se uma tendência no 
alargamento do cabimento dos embargos de declaração, no sentido de serem 
admitidos diante de erros evidentes, assim entendidos aqueles resultantes de 
premissas fáticas evidentemente equivocadas. Mencionam DONOSO E 
SERAU JUNIOR que o STJ já se firmou nesse sentido. (DONOSO; SERAU 
JUNIOR, 2017, p. 261). 
 
1.3 Legitimidade e Prazo para oposição dos Embargos de Declaração: 
Os embargos podem ser opostos por qualquer uma das partes, 
vencedor e vencido. Observar ainda a legitimidade do Amicus Curiae (art. 138, 
§1º do CPC) para oposição dos Embargos de Declaração. 
Prazo para interposição dos embargos: 05 dias. Deve ser dirigida ao 
órgão julgador, conforme o caso. Não há preparo a ser recolhido. 
 Entendimento de DONOSO E SERAU JUNIOR (2017, p. 265) que 
não se aplica o entendimento da Sumula 641 do STF aos embargos de 
declaração, porque não exige sucumbência para configurar interesse recursal 
no caso dos embargos de declaração. 
 Vale todas as regras de prazo em dobro (229, 180, 183 e 186 do 
CPC); 
 
 
 
Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, 
em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, 
contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo. 
§ 1o Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229. 
§ 2o O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no 
prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu 
eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada. 
 
 
 
 
ATENÇÃO 
O prazo para interposição dos embargos de declaração é de 05 DIAS. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
 
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1.4 Do Preparo nos Embargos de Declaração 
Não há preparo nos embargos de declaração, conforme previsão do art. 
1.023 do CPC, parte final. 
 
1.5 Efeitos 
Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo. 
 
Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito 
suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso. 
 
 Porém, tal efeito suspensivo poderá ser concedido, de acordo com a 
previsão do §1º do artigo 1.026 do CPC: 
§ 1o A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser 
suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a 
probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a 
fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil 
reparação. 
Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição do 
recurso. A interrupção constitui na concessão de novo prazo para a 
interposição de outro recurso da decisão embargada, que só começará a correr 
depois da intimação da decisão embargada. 
Como interrompe os prazos para interposição de outros recursos, a fim 
de evitar manobras com o intuito meramente proletários, o legislador previu 
nestes casos a multa de 2%, conforme previsão do artigo 1.026, §2º do CPC: 
§ 2o Quando manifestamente protelatórios os embargos de 
declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, 
condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente 
a dois por cento sobre o valor atualizado da causa. 
1.6 Processamento 
Os embargos devem ser opostos perante o próprio órgão que proferiu a 
decisão, na forma do art. 1.023 do CPC. 
Após serão analisados seus requisitos de admissibilidade, sendo 
admitidos ou não. 
Poderá ou não haver contraditório nos embargos de declaração. 
Somente haverá se tiverem efeitos infringentes, conforme previsão do art. 
1.023, §2º do CPC: 
 
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§ 2o O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no 
prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu 
eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada. 
Possui pequena variação caso seja oposto no primeiro ou segundo grau. 
No primeiro grau, recebidos os embargos e verificando o juiz a 
possibilidade de modificação da decisão embargada em caso de acolhimento, 
determinará a intimação do embargado para responder no prazo de 5 dias, 
caso em que, com ou sem manifestação do embargado, o juiz deve decidir no 
prazo de 5 dias. 
Caso seja no tribunal, recebidos os embargos e verificado que o 
acolhimento do recurso implique em reforma da decisão embargada, 
determinará a intimação do embargado para se manifestar no prazo de 5 dias. 
Assim, em seguida, com ou sem manifestação do embargado, os apresentará 
em mesa na sessão subsequente proferindo voto. 
Cabe ressaltar ainda, que, caso a decisão tenha sido proferida 
monocraticamente pelo próprio relator, cabe a ele unicamente proferir decisão 
acerca dos embargos. 
 
Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias. 
§ 2o Quando os embargos de declaração forem opostos contra 
decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal, 
o órgão prolator da decisão embargada decidi-los-á 
monocraticamente. 
 
Em qualquer situação, a decisão acerca dos embargos vai integrar a 
decisão embargada e o seu conteúdo poderá ser impugnado no mesmo 
recurso interposto contra a decisão original. 
Ou seja, no tocante a sentença o juiz não poderá modificar o conteúdo 
da decisão, a não ser no sentido de corrigir a falha. 
Excepcionalmente, o suprimento do vício poderá acarretar a modificação 
do resultado. Neste caso, fala-se nos embargos de declaração com efeitos 
infringentes. EXEMPLO: complementa a decisão acerca do dano material que 
não mencionou. 
Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias. 
§ 1o Nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na 
sessão subsequente, proferindo voto, e, não havendo julgamentonessa sessão, será o recurso incluído em pauta automaticamente. 
§ 2o Quando os embargos de declaração forem opostos contra 
decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal, 
 
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o órgão prolator da decisão embargada decidi-los-á 
monocraticamente. 
§ 3o O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como 
agravo interno se entender ser este o recurso cabível, desde que 
determine previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 
(cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las 
às exigências do art. 1.021, § 1o. 
§ 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique 
modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver 
interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de 
complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da 
modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da 
decisão dos embargos de declaração. 
§ 5o Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não 
alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto 
pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de 
declaração será processado e julgado independentemente de 
ratificação. 
 
1.7 Do julgamento dos Embargos de Declaração 
Previsão do art. 1.024 do CPC. 
Opostos os embargos e oferecida a defesa (caso seja hipótese) o juiz de 
primeiro grau deverá julgar os embargos no prazo de 05 dias. 
Observar que se os embargos atacarem decisão monocrática, o 
julgamento também será monocrático, conforme previsão do art. 1.024, §2º do 
CPC. (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 276). 
Da mesma forma se a decisão embargada for decisão colegiada, a 
decisão dos embargos deverá também se dar por órgão colegiado, conforme 
previsão do art. 1.024, §1º do CPC. 
 
1.8 Dos recursos interpostos antes do julgamento dos embargos de 
declaração 
Previsão dos §4º e §5º do art. 1.024 do CPC: 
 
§ 4º Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique 
modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver 
interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de 
complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da 
modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da 
decisão dos embargos de declaração. 
§ 5º Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem 
a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra 
parte antes da publicação do julgamento dos embargos de 
declaração será processado e julgado independentemente de 
ratificação. 
 
 
 
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1.9 Dos embargos para fins de pré-questionamento 
Outra possibilidade dos embargos declaratórios se refere para fins de 
prequestionamento em relação ao recurso especial ou extraordinário no sentido 
de provocar o tribunal para se manifestar sobre determinado dispositivo, para 
fins de preenchimento deste requisito. 
 
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o 
embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os 
embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o 
tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou 
obscuridade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXEMPLO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
 
DOUTO JUIZO DA ...VARA CÍVEL DA COMARCA DE... 
(OBS: aqui já se sabe onde o processo tramita, se o enunciado 
fornecer você pode completar com a vara e a comarca) 
 
Processo nº... 
 
EMBARGANTE..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., 
portador do RG nº..., inscrito no CPF sob o nº..., endereço eletrônico..., 
residente e domiciliado na Rua..., Nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., 
por intermédio de seu procurador constituído (procuração em anexo), 
ADVOGADO..., OAB..., endereço eletrônico..., com escritório profissional na 
Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe intimações..., 
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento 
nos art. 994, IV e art. 1.022, II e seguintes do Código de Processo Civil, 
opor os presentes 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
 
ATENÇÃO 
ENUNCIADOS FPPC: 23, 360, 361, 394, 475, 483, 562, 563, 598, 614. 
 
12 
 
Com o fim de supressão de omissão contida na sentença de fls..., 
proferida nos autos da AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E 
MORAIS, que move em face do EMBARGADO..., nacionalidade..., estado 
civil..., profissão..., portador do RG nº..., inscrito no CPF sob o nº..., endereço 
eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., Nº..., Bairro..., Cidade..., 
Estado..., CEP..., pelas razões expostas a seguir. 
 
1. TEMPESTIVIDADE 
O presente recurso é tempestivo, uma vez que oposto dentro do prazo 
legal de 05 dias, conforme previsão do art. 1.023 do Código de Processo 
Civil, sendo contabilizado a partir da intimação da decisão, na forma do art. 
1.003, caput, do CPC/15 e em dias úteis, na forma do art. 219 do Código de 
Processo Civil e excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento, 
na forma do art. 224, caput, do CPC/15. 
 
2. CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO 
O presente recurso possui cabimento, pois objetiva sanar a omissão 
da sentença proferida que...(colocar a razão), consoante previsão do art. 
1.022, II do Código de Processo Civil e parágrafo único, inciso II, fazendo 
referência a qual inciso do art. 489, §1º está inserida a omissão (verificar 
sempre a situação exposta no enunciado). 
 
3. BREVE RELATO DOS FATOS 
Fazer um breve relato sobre o processo. 
 
4. RAZÕES DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM FACE DA 
OMISSÃO 
Demonstrar onde está a omissão, verificar se podem ser apontados 
alguns dispositivos do art. 489, §1º, do Código de Processo Civil, já que o 
exemplo é de omissão. 
 
5. EFEITO SUSPENSIVO 
Verificar se é o caso de pedir o efeito suspensivo, conforme a previsão 
 
13 
 
do art. 1.026, §1º, do Código de Processo Civil. 
 
6. PEDIDOS 
Diante do exposto, requer o embargante: 
 
a) O recebimento e processamento dos presentes embargos, eis que 
preenchidos os requisitos de admissibilidade; 
 
b) Que sejam acolhidos os presentes embargos com o fim de suprir a 
omissão... 
 
c) A interrupção do prazo para interposição de eventual recurso, 
conforme previsão do art. 1.026 do Código de Processo Civil. 
 
d) Considerando, assim, que há possibilidade de modificação da 
decisão, requer-se a intimação do Embargado para que possa exercer o 
contraditório, consoante previsão do art. 1.023, §2º, do Código de Processo 
Civil. 
 
OBSERVAÇÃO: Conforme o art. 1.023 do Código de Processo Civil, 
os embargos não se sujeitam a preparo: “Os embargos serão opostos, no 
prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, 
obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo”. 
 
OBSERVAÇÃO: Poderá ser requerido efeito suspensivo, conforme 
previsão do artigo 1.026, §1º do Código de Processo Civil: 
 
Art. 1.026. Os embargos de declaração 
não possuem efeito suspensivo e interrompem o 
prazo para a interposição de recurso. 
§ 1º A eficácia da decisão monocrática ou 
colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo 
juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de 
 
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provimento do recurso ou, sendo relevante a 
fundamentação, se houver risco de dano grave ou 
de difícil reparação. 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local..., data... 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
2. RECURSO ORDINÁRIO - AULA COMPLEMENTAR EAD 
 
2.1 Previsão legal: O Recurso Ordinário encontra respaldo nos arts. 994, V 
e 1.027 a 1.028 do Código de Processo Civil. Está previsto, também, na 
Constituição Federal nos arts. 102, II e 105, II. Recurso dirigido ao STJ ou ao 
STF. 
 
2.2 Cabimento 
É cabível contra determinadas decisões proferidas em ações cuja 
competência originária seja dos Tribunais. Julgado pelo STJ ou pelo STF. Tem 
previsão constitucional nos artigos 102, II e 105, II DA CF: 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guardada Constituição, cabendo-lhe: 
II - julgar, em recurso ordinário: 
 a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o 
mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais 
Superiores, se denegatória a decisão; 
b) o crime político; 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
II - julgar, em recurso ordinário: 
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do 
Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; 
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do 
Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; 
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo 
internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente 
ou domiciliada no País; 
 
 
 
 
 
 
O recurso ordinário pretende o reexame das decisões proferidas em 
ações de competência originária dos tribunais. 
Segundo Haroldo Lourenço (2017, p. 521): “cabe àqueles tribunais 
exercer competência recursal, funcionando como segundo grau de jurisdição, 
não havendo qualquer espécie de limitação em relação à matéria fática, 
02 
ATENÇÃO 
Dentre os recursos para o STJ e STF, tem-se 03: Recurso Especial, 
Recurso Extraordinário e Recurso Ordinário. 
 
16 
 
havendo devolução ampla da matéria a ser apreciada ao STF/STJ, abrangendo 
tanto matéria de fato como reexame de provas e cláusulas contratuais, bem 
como matéria de direito, como constitucional, federal e local, dispensando-se, 
ainda, o prequestionamento”. 
No artigo 1.027 do CPC também está estabelecido o cabimento do 
recurso ordinário a ser julgado pelo STF: 
 
 Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: 
I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, 
os habeas data e os mandados de injunção decididos em única 
instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão; 
 
Os tribunais superiores que aos quais cabem recurso ordinário 
encaminhando ao STF são: STJ, TSE, TST E STM. 
DECISÃO DENEGATÓRIA  é aquela que rejeita o mérito, bem como 
extingue o processo sem resolução de mérito. 
Observar que somente caberá neste caso o recurso ordinário quando for 
acórdão de competência originária daqueles tribunais, de forma que se tais 
meios de impugnação chegarem aos tribunais superiores por meio do manejo 
de apelação, por exemplo, não será cabível o recurso ordinário, consoante 
entendimento de HAROLDO LOURENÇO (2017, p. 522). 
Haroldo Lourenço apresenta os seguintes requisitos para interposição do 
recurso ordinário para o STF (art. 1.027, I do CPC): 
 Decisões denegatórias; 
 Competência originária dos tribunais superiores; 
 
II - pelo Superior Tribunal de Justiça: 
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos 
tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados 
e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; 
b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro 
ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa 
residente ou domiciliada no País. 
 
EXEMPLO: decisão denegatória de Mandado de segurança interposto 
diretamente no tribunal contra ato do juiz de primeiro grau. 
Ou seja, aqui também somente caberia recurso ordinário quando o MS 
for interposto diretamente no tribunal de justiça ou Tribunal regional federal e 
 
17 
 
não chegando lá em caso de eventual recurso de apelação. (LOURENÇO, 
2017, p. 523). 
Observar que na hipótese do inciso II, alínea b, entende-se que o 
recurso ordinário se equipara a apelação, inclusive o §1º faz a ressalva de 
que nestes processos, as decisões interlocutórias serão impugnadas por meio 
de agravo de instrumento dirigidas ao STJ, nas hipóteses do artigo 1.015 do 
CPC: 
II - pelo Superior Tribunal de Justiça: 
b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro 
ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa 
residente ou domiciliada no País. 
§ 1o Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as 
decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento dirigido ao 
Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses do art. 1.015. 
 
Segundo Lourenço (2017, p. 526) no caso da alínea “b” tais processos 
são de competência dos juízes federais de primeira instancia, nos termos do 
artigo 109, II da CF, competência definida em razão da pessoa. Sendo 
irrelevante se for pessoa física ou jurídica, bem como em qual dos polos estão 
os sujeitos, basta que estejam em polos adversários. RECURSO QUE CABE 
DA SENTENÇA. 
 CUIDADO QUE A CF/88 ESTABELECE OUTRAS HIPÓTESES 
DE CABIMENTO DO RECURSO ORDINÁRIO, NOS ARTIGOS 102, II E 105, II 
DA CF. 
 
2.3 Objetivo 
O recurso ordinário (também chamado de ROC) permite o duplo grau de 
jurisdição para as decisões denegatórias de ações constitucionais. É 
considerado semelhante ao recurso de apelação pelo seu processamento. 
 
2.4 Interposição 
Na hipótese da alínea B do inciso II do art. 1.017, a interposição do 
Recurso ordinário vai seguir os requisitos de admissibilidade e o procedimento, 
os relativos à APELAÇÃO e o regimento interno do STJ, conforme previsão do 
art. 1.028 do CPC: 
Art. 1.028. Ao recurso mencionado no art. 1.027, inciso II, alínea 
“b”, aplicam-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao 
procedimento, as disposições relativas à apelação e o Regimento 
Interno do Superior Tribunal de Justiça. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
 
18 
 
 
No mais, o CPC não indica expressamente quais os requisitos 
específicos do recurso ordinário previsto no inciso I e alínea “a” do inciso II do 
artigo 1.027, indicando apenas parte do seu procedimento no §2º do art. 1.028 
do CPC: 
§ 2o O recurso previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, deve 
ser interposto perante o tribunal de origem, cabendo ao seu 
presidente ou vice-presidente determinar a intimação do recorrido 
para, em 15 (quinze) dias, apresentar as contrarrazões. 
§ 3o Findo o prazo referido no § 2o, os autos serão remetidos ao 
respectivo tribunal superior, independentemente de juízo de 
admissibilidade. 
 
De acordo com o §2º, o recurso deve ser interposto por petição 
endereçada ao presidente do órgão que proferiu a decisão: 
Art. 1.028. Ao recurso mencionado no art. 1.027, inciso II, alínea “b”, 
aplicam-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao 
procedimento, as disposições relativas à apelação e o Regimento 
Interno do Superior Tribunal de Justiça. 
§ 1o Na hipótese do art. 1.027, § 1o, aplicam-se as disposições 
relativas ao agravo de instrumento e o Regimento Interno do Superior 
Tribunal de Justiça. 
§ 2o O recurso previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, deve 
ser interposto perante o tribunal de origem, cabendo ao seu 
presidente ou vice-presidente determinar a intimação do recorrido 
para, em 15 (quinze) dias, apresentar as contrarrazões. 
§ 3o Findo o prazo referido no § 2o, os autos serão remetidos ao 
respectivo tribunal superior, independentemente de juízo de 
admissibilidade. 
 
2.5 Prazo para interposição do Recurso Ordinário: 
 O prazo do recurso ordinário é de 15 dias, devendo a parte contrária ser 
intimada no prazo de 15 dias para apresentar contrarrazões, conforme previsão 
do art. 1.028, §2º do CPC: 
§ 2o O recurso previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, deve ser 
interposto perante o tribunal de origem, cabendo ao seu presidente 
ou vice-presidente determinar a intimação do recorrido para, em 15 
(quinze) dias, apresentar as contrarrazões. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1027ihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1027iia
 
19 
 
Petição de interposição + petição das razões: 
A petição de interposição será dirigida ao PRESIDENTE DO TRIBUNAL 
RECORRIDO. Já a petição das razões do recurso ordinário será dirigida ao 
STF ou STJ, de acordo com a hipótese de cabimento do recurso ordinário. 
 
 
 
 
 
EXEMPLO DE RECURSO ORDINÁRIO 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR 
PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO 
RIO GRANDE DO SUL – RS. (OU DE TRIBUNAL SUPERIOR OU TRF, OU 
SEJA, É O TRIBUNAL QUE JULGOU A AÇÃO EM ÚNICA INSTÂNCIA, 
POR EXEMPLO) 
 
PROCESSO Nº: ... 
RECORRENTE: ... 
RECORRIDO: ... 
 
RECORRENTE..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador 
do RG nº..., inscrito no CPF sob o nº..., endereço eletrônico..., residente e 
domiciliado na Rua..., Nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por 
intermédio de seu procurador constituído (procuração em anexo), 
ADVOGADO..., OAB..., endereço eletrônico..., com escritório profissional na 
Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP...,onde recebe intimações..., 
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, não se 
conformando com a respeitável decisão denegatória de Mandado de 
Segurança, com fundamento no artigo (VERIFICAR O ARTIGO 
RECURSO ORDINÁRIO 
PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO 
Dirigida ao Presidente do Tribunal 
Recorrido 
PETIÇÃO DE RAZÕES 
Dirigida ao STF ou STJ 
ATENÇÃO 
ENUNCIADOS FPPC: 207, 208, 209, 210 e 357. 
 
20 
 
CORRESPONDENTE DA CF DE ACORDO COM O PROBLEMA DA FGV) 
da Constituição Federal de 1988 e artigos 994,V, e 1.027 (MENCIONAR O 
INCISO DE ACORDO COM O CABIMENTO) e 1.028 do Código de 
Processo Civil, interpor o presente 
 
RECURSO ORDINÁRIO 
 
Nos autos do Mandado de Segurança impetrado em face de 
RECORRIDO..., nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador do RG 
nº..., inscrito no CPF sob o nº..., endereço eletrônico..., residente e 
domiciliado na Rua..., Nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., com fundamento 
nas razões que seguem em anexo. 
Requer que o presente recurso seja recebido e processado, 
intimando-se o Recorrido para que ofereça as contrarrazões no prazo de 15 
dias, conforme determina o §5º do artigo 1.003 e §2º do artigo 1.028, ambos 
do CPC/2015, remetendo-se, posteriormente, os autos ao Superior Tribunal 
de Justiça (ou STF, conforme o caso). 
Requer, ainda, a juntada da guia que comprova o recolhimento do 
preparo recursal, nos termos do artigo 1.007 do CPC/2015. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local..., Data... 
Advogado... 
OAB... 
 
COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (OU PODE SER 
STF) 
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO 
 
Autos nº... 
RECORRENTE... 
 
21 
 
RECORRIDO... 
 
COLENDO TRIBUNAL, 
EGRÉGIA TURMA, 
NOBRES JULGADORES, 
 
I – DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO ORDINÁRIO: 
Trata-se de decisão denegatória de Mandado de Segurança que foi 
impetrado no Tribunal de Justiça (ou TRF OU algum Tribunal Superior), 
sendo cabível, assim, recurso ordinário, conforme previsão do artigo 102, II, 
... ou 105, II...da CF E 1.027, inciso respectivo... do CPC. 
 
II – DA TEMPESTIVIDADE: 
O presente recurso ordinário é tempestivo, eis que o Recorrente foi 
intimado da decisão recorrida no dia..., consoante preconiza o artigo 1.003, 
caput do CPC, interpondo o recurso no prazo de 15 dias úteis, de acordo 
com o §5º do artigo 1.003, 219 e 224, todos do CPC/2015. 
 
III – DA BREVE EXPOSIÇÃO DA LIDE: (OU DO FATO E DO 
DIREITO): 
Dizer o que ocorreu, a razão pela qual foi impetrado o Mandado de 
segurança (de acordo com o problema fornecido pela FGV). 
 
IV – DAS RAZÕES RECURSAIS (OU DAS RAZÕES PARA 
REFORMA DA DECISÃO: 
Trazer os argumentos e fundamentos jurídicos para a reforma da 
decisão recorrida. 
 
V – DOS PEDIDOS: 
Diante do exposto, requer o Recorrente: 
 
a) O conhecimento do presente recurso, eis que presentes os 
requisitos de admissibilidade; 
 
22 
 
 
b) A inversão do ônus da sucumbência; (CASO TENHA HAVIDO 
CONDENAÇÃO) 
 
c) A intimação do recorrido para oferecer contrarrazões no prazo legal; 
 
d) Intimação do Ministério Público para que intervenha no feito. (CASO 
SEJA HIPÓTESE) 
 
 e) Ao final, seja dado total provimento ao presente recurso ordinário, 
reformando a decisão recorrida para o fim de... 
 
OBSERVAÇÃO: Quanto ao Recurso Ordinário aplica-se o 
requerimento de efeito suspensivo, conforme previsão do art. 1.029, §5º, do 
CPC/15. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local..., data... 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
3. RECURSO EXTRAORDINÁRIO - AULA COMPLEMENTAR EAD 
 
3.1 Previsão legal: Art. 102, III da CF; 994, VII e 1.029 e seguintes do CPC. 
 
3.2 Cabimento 
O Recurso Especial e o Recurso Extraordinário apresentam vários 
pontos em comum. O objetivo do Recurso Extraordinário não é rediscutir a 
matéria, mas, sim, que o dispositivo constitucional seja observado pelos 
Tribunais. Cabe, portanto, nos casos de violação à Constituição Federal, bem 
como quando se nega vigência do texto constitucional. Diante disso, para 
interposição do Recurso Extraordinário deve-se demonstrar que a decisão 
impugnada fere algum dispositivo da Constituição. 
Para verificar o cabimento do recurso extraordinário, verificar o art. 
102 da Constituição Federal. 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em 
única ou última instância, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição ; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta 
Constituição 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
Entende-se que como não fala Tribunais, cabe Recurso Extraordinário 
das decisões proferidas pelas Turmas Recursais do JEC. 
Ainda, o Recurso Extraordinário é julgado pelo STF e para sua 
interposição, deve-se ter esgotado anteriormente os recursos cabíveis, 
portanto, não cabe de decisão monocrática proferida pelo relator. 
Verificar Súmula 281 do STF: “É inadmissível o recurso extraordinário, 
quando couber na Justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada”. 
Da mesma forma, é de se observar que assim como no Resp, no 
Recurso Extraordinário também não se pode discutir matéria de fato  Súmula 
279 do STF: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. 
 
03 
 
24 
 
3.3 Da admissibilidade do recurso extraordinário 
Além dos requisitos de admissibilidade gerais dos recursos (subjetivos e 
objetivos), o recurso extraordinário ainda apresenta requisitos específicos. 
Assim, como requisitos específicos de admissibilidade do Recurso 
Extraordinário podem ser apontados os seguintes: 
 
 
 
 
 
 
 
a. Prequestionamento: 
Deve haver o prequestionamento. Ou seja, que a matéria objeto do 
recurso extraordinário tenha sido objeto de análise pelas instâncias inferiores. 
 
 
 
 
 
 
Ou seja, sabe-se que os Embargos de Declaração podem ser opostos 
com o fim de prequestionamento. Dessa forma, caso não tenha havido o 
prequestionamento na decisão recorrida, deverão ser opostos os Embargos de 
Declaração com o fim de ser sanada a omissão e cumprir esse requisito. 
 
Além disso, deve-se observar o disposto no artigo 1.025 do CPC/15, no 
caso de opostos os Embargos de Declaração, mas o Tribunal de origem não 
sanar a omissão. Neste caso, para efeitos de se considerar a matéria objeto de 
recurso prequestionada considera-se a previsão do artigo 1.025 do CPC: 
 
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os 
elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-
questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam 
inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunalsuperior considere 
existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade. 
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Esgotamento das vias recursais – não se discute matéria de fato. 
Pré-questionamento. 
A decisão deve ser prolatada em única ou última instância. 
Repercussão geral. 
SÚMULA 282 do STF: É inadmissível Recurso Extraordinário quando não ventilada, na 
decisão recorrida, a questão federal suscitada. 
SÚMULA 356 do STF: O ponto omisso da decisão sobre o qual não foram opostos 
embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito 
do prequestionamento. 
 
25 
 
 
 
Sobre o prequestionamento Silva e Colombo (2017, p.184) fazem o 
seguinte questionamento: “caso a matéria tenha sido debatida, e ainda assim o 
Tribunal de origem deixar de sanar a omissão apontada nos embargos de 
declaração, é de se indagar, se os dispositivos legais afirmados como violados 
ou cuja vigência eventualmente tenha sido negada, estariam ou não 
prequestionados? O novo CPC resolve essa problemática de forma distinta da 
súmula 211 do STJ, consoante disposição do art. 1.025 do CPC. OU seja, a 
opção do novo CPC foi pela solução já adotada pela Súmula 356 do STF”. 
 
SÚMULA 356 DO STF: “O ponto omisso da decisão, sobre o qual não 
foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso 
extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento”. 
 
 
b. Esgotamento das vias recursais e Não se discute matéria de fato: 
Deve ter havido o esgotamento das vias recursais ordinárias e não se 
discute matéria de fato. 
 
 
 
 
Ou seja, assim como o Recurso especial, o Recurso extraordinário se 
destina à revisão de acórdãos, não se prestando a revisar fatos, mas somente 
questão de direito. No caso do recurso extraordinário, eventual violação da 
Constituição Federal. 
 
c. Decisão deve ser prolatada em única ou última instância: 
O inciso III do artigo 102 da CF refere que cabe ao STF julgar, mediante 
recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância. 
Além disso, como já referido ao contrário do artigo 105 da CF (que trata 
do recurso especial), o recurso extraordinário não menciona que o julgamento 
da causa decidida em única ou última instância seja proferida por Tribunal, do 
SÚMULA 281 do STF: É inadmissível Recurso Extraordinário quando couber na Justiça de 
origem, recurso ordinário da decisão impugnada. 
SÚMULA 279 do STF: Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário. 
 
26 
 
que se extrai ser possível o cabimento do recurso extraordinário das decisões 
proferidas pelas Turmas Recursais. 
Observar neste caso a Súmula 640 do STF: “É cabível recurso 
extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de 
alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal. 
Assim sendo, para caber recurso extraordinário deve ter havido o 
esgotamento das vias recursais, não sendo possível a interposição de outros 
recursos ainda. 
 
d. Repercussão geral: 
De acordo com o §3º do artigo 102 da CF, ainda deve haver a 
repercussão geral das questões constitucionais: 
 
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a 
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, 
nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do 
recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois 
terços de seus membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, 
de 2004). 
 
A repercussão geral significa que o recurso deve ser importante não 
somente para as partes, mas para a sociedade como um todo. 
Assim sendo, não basta o Recorrente demonstrar que a decisão 
recorrida viola a CF/88, é necessário ainda que haja a repercussão geral para 
que o Recurso Extraordinário seja admitido. 
 
A necessidade de repercussão geral foi regulamentada no art. 1.035 
do CPC: 
Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não 
conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional 
nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo. 
§ 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência 
ou não de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, 
social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do 
processo. 
§ 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão 
geral para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal. 
 
Observar ainda, conforme §3º do artigo 1.035 do CPC, que haverá 
repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que 
 
27 
 
 
§ 3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar 
acórdão que: 
I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal 
Federal; 
II - tenha sido proferido em julgamento de casos repetitivos; 
II – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) 
(Vigência) 
III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei 
federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal. 
 
É do STF a competência para apreciar a questão da repercussão geral. 
Neste caso, a competência para apreciar se há ou não a repercussão geral é 
do STF. 
Se 2/3 dos Ministros do STF, ou seja 8 de 11, julgarem que não há a 
repercussão geral  o recurso extraordinário não será conhecido. 
Conforme o artigo 1.035 do CPC, a decisão acerca da repercussão geral 
é irrecorrível. Portanto, de acordo com a previsão do §2º do artigo 1.035 do 
CPC, deve o recorrente demonstrar a existência de repercussão geral, disso 
decorre que no Recurso Extraordinário deve ser demonstrado claramente a 
existência da repercussão geral, sob pena de não ser conhecido. 
Há quem defenda a possibilidade de Amicus Curiae no que se refere à 
repercussão geral, em razão da previsão do §4º do artigo 1.035 do CPC: “§ 4o 
O relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de 
terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno 
do Supremo Tribunal Federal. 
Se for reconhecida a repercussão geral, será determinada pelo relator a 
suspensão de todos os processos, sejam individuais ou coletivos que tratam 
daquele tema objeto do recurso em todo o pais, conforme previsão do §5º do 
artigo 1.035 do CPC: 
 
§ 5º Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal 
Federal determinará a suspensão do processamento de todos os 
processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a 
questão e tramitem no território nacional. 
 
De acordo com o §9º do artigo 1.035 do CPC o recurso que tiver 
reconhecida a repercussão geral deverá ser julgado no prazo de 01 ano: 
 
 
28 
 
§ 9º O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser 
julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais 
feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de 
habeas corpus. 
 
E se for negada a repercussão geral? Aplica-se o §8º do artigo 1.035 do 
CPC: 
§ 8º Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente 
do tribunal de origem negará seguimento aos recursos extraordinários 
sobrestados na origem que versem sobre matéria idêntica. 
 
Ou seja, conforme a previsão do §8º do artigo 1.035 do CPC, se for 
negada a repercussão geral, a presidência do Tribunal intermediário negará 
seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versam 
sobre a matéria. 
Silva e Colombo (2017, p. 188) ainda ensinam sobre a repercussão geral 
“que o interessado poderá requerer, ao presidente ou vice-presidente do 
tribunal de origem, que exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o 
recurso extraordinário que tenha sido interposto intempestivamente, tendo o 
recorrente o prazo de 05 dias para manifestar-se acerca desse requerimento 
(art. 1035, §6º). Da decisão que indeferir o requerimento ou que aplicar 
entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de 
recursos repetitivos caberá agravo interno”.3.4 Efeito DEVOLUTIVO e SUSPENSIVO do Recurso 
Extraordinário 
Via de regra é recebido somente no efeito devolutivo, porém, pode ser 
buscado o efeito suspensivo ao Recurso Extraordinário. Isso, porque, conforme 
previsão do artigo 995 do CPC os recursos não terão efeito suspensivo, com 
exceção da Apelação, mas poderá ser requerido conforme previsão do 
parágrafo único do artigo 995 do CPC: 
 
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo 
disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso. 
Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser 
suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus 
efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, 
e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. 
 
 
29 
 
Além disso, no caso específico do recurso especial e extraordinário, 
havendo necessidade de se requerer o efeito suspensivo, aplica-se o disposto 
no artigo 1.029, §5 º do CPC: 
 
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos 
previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o 
presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições 
distintas que conterão: 
§ 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso 
extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por 
requerimento dirigido: 
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a 
publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, 
ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo; 
 II - ao relator, se já distribuído o recurso; 
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no 
período compreendido entre a interposição do recurso e a publicação 
da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o 
recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. 
 
Observar que no caso do artigo 987 o RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
TERÁ EFEITO SUSPENSIVO QUANDO DO JULGAMENTO DO INCIDENTE 
DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS. 
 
3.5 Prazo para interposição 
O prazo para interposição do Recurso Extraordinário é de 15 dias, 
conforme a regra do artigo 1.003, §5º do CPC. O mesmo prazo é para a parte 
contrária oferecer as contrarrazões. 
 
3.6 Processamento do recurso extraordinário 
O Recurso Extraordinário é interposto perante o Tribunal de origem e 
não diretamente no STF, sendo dirigido à presidência do Tribunal de origem. 
Após o prazo das contrarrazões, oferecidas estas ou não, o recurso será 
encaminhado ao STF. 
Caso admitido o Recurso Extraordinário  os autos serão remitidos ao 
STF. E se o Recurso Extraordinário não for admitido na origem? Cabe Agravo 
em Recurso Extraordinário, consoante previsão do artigo 1.042 do CPC. 
 
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-
presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário 
ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de 
entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em 
julgamento de recursos repetitivos. 
 
 
30 
 
Ou seja, a redação original do artigo 1.030 do CPC teve alteração com a 
Lei 13.256/16, tendo tanto o recurso especial, quanto extraordinário duplo 
exame de admissibilidade, como ocorria já no CPC antigo. 
 
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, 
o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 
15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente 
ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: 
I – negar seguimento: 
a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual 
o Supremo Tribunal Federal não tenha reconhecido a existência de 
repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra 
acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo 
Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral; 
 b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra 
acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo 
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, 
exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos; 
 II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do 
juízo de retratação, se o acórdão recorrido divergir do entendimento 
do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça 
exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de 
recursos repetitivos; 
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter 
repetitivo ainda não decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo 
Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria 
constitucional ou infraconstitucional; 
 IV – selecionar o recurso como representativo de controvérsia 
constitucional ou infraconstitucional, nos termos do § 6º do art. 1.036; 
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito 
ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, 
desde que: 
 a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de 
repercussão geral ou de julgamento de recursos repetitivos; 
 b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da 
controvérsia; ou 
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação. 
§ 1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no 
inciso V caberá agravo ao tribunal superior, nos termos do art. 1.042. 
 § 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá 
agravo interno, nos termos do art. 1.021. 
 
Observar ainda que, conforme previsão do artigo 1.031 do CPC na 
hipótese de interposição conjunta de Recurso Especial e Recurso 
Extraordinário, os autos serão remetidos primeiro ao STJ. 
Além disso, o STF não está vinculado ao que decidiu o Tribunal de 
origem, podendo realizar novo exame de admissibilidade, podendo conhecer 
ou não o Recurso Extraordinário. 
 
3.7 Petição de interposição e Petição das razões 
 
31 
 
A petição de interposição é dirigida ao Presidente do Tribunal de 
Origem. Já a petição das razões é dirigida ao STF. 
 
 
 
 
 
 
 
MODELO EXEMPLIFICATIVO 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA DO ESTADO DE... 
 
Processo nº... 
 
NOME DO RECORRENTE, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., 
portador da Cédula de Identidade..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e 
domiciliado na Rua..., n..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio 
de seu procurador constituído (procuração em anexo) OAB..., endereço 
eletrônico..., com escritório profissional na Rua..., n..., Bairro..., cidade..., 
Estado..., CEP..., onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença 
de Vossa Excelência, com fundamento legal nos artigos 102, III, alínea a da 
Constituição Federal e artigos 994, VII e 1.029 e seguintes do Código de 
Processo Civil, interpor o presente 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Em razão do acórdão proferido no julgamento do recurso de Apelação 
interposto em face de NOME DO RECORRIDO, nacionalidade..., estado 
civil..., profissão..., portador da Cédula de Identidade..., CPF..., endereço 
eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., n..., Bairro..., Cidade..., 
Estado..., CEP..., pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO 
Dirigida ao Presidente do Tribunal de 
Origem 
PETIÇÃO DE RAZÕES 
Dirigida ao Supremo Tribunal Federal 
ATENÇÃO 
ENUNCIADOS FPPC: 169, 174, 197, 219, 220, 224, 305, 345, 348, 363, 
364, 423, 481, 482, 550, 557, 564, 565, 566. 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
 
32 
 
Requer a intimação do Recorrido para oferecer contrarrazões no prazo 
legal de 15 dias, conforme previsão dos artigos 1.003, §5º e 1.030, ambos do 
CPC. 
Após o prazo das contrarrazões, requer a remessa dos autos ao 
Supremo Tribunal Federal. 
Por fim, junta o Recorrente o comprovante do recolhimentodo preparo 
recursal, inclusive porte de remessa e de retorno, na forma do artigo 1.007 do 
CPC. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local..., data... 
Advogado... 
OAB... 
 
EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
RAZÕES DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
 
Processo... 
Recorrente... 
Recorrido... 
 
COLENDO TRIBUNAL, 
EGRÉGIA TURMA, 
NOBRES JULGADORES, 
 
I – CABIMENTO: 
O presente recurso extraordinário é o adequado, uma vez que impugna 
acórdão, pois trata-se de decisão proferida pelo órgão colegiado do Tribunal 
de Justiça do Estado de... , na forma do artigo 204 do CPC, que ao julgar o 
recurso de Apelação negou provimento ao mesmo. Além disso, no julgamento 
do recurso de Apelação, o Tribunal recorrido contrariou o artigo... da 
Constituição Federal. Dessa forma, sendo decisão proferida em última 
 
33 
 
instancia pelo Tribunal de Justiça do Estado ... cabe recurso extraordinário, 
nos termos do artigo 102, III, alínea... da CF. 
 
II – DA TEMPESTIVIDADE: 
Verifica-se que o recurso extraordinário é tempestivo, pois interposto 
dentro do prazo legal de 15 dias, a contar da intimação do advogado do 
Recorrente, nos termos do artigo 1003, caput e §5º, do Código de Processo 
Civil, computando-se somente os dias úteis, conforme previsão do artigo 219 
do CPC, excluindo o dia do início e incluindo o dia do vencimento, consoante 
disposição do artigo 224, caput do CPC. 
 
III – DO PREQUESTIONAMENTO: 
O RECURSO EXTRAORDINÁRIO possui esse requisito do 
prequestionamento. Ou seja, tem que ser demonstrado que a matéria 
impugnada já foi objeto de apreciação no Tribunal de origem. 
 Exemplo: que no julgamento da apelação o Tribunal Recorrido 
proferiu entendimento que contraria o artigo ... da CF. OBSERVAR QUE O 
ENUNCIADO DA FGV PODE MENCIONAR QUE O PREQUESTIONAMENTO 
FOI REALIZADO VIA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (art. 1.025 do CPC). 
 
IV – DA REPERCUSSÃO GERAL: 
Mencionar que o recurso possui repercussão geral, pois isso é requisito 
do Recurso Extraordinário, inclusive destacando as previsões dos artigos 102, 
§3º da CF e artigo 1.035 do CPC. 
Exemplo: Nos termos do artigo 102, §3º da CF e artigo 1.035 do CPC, a 
matéria objeto do presente recurso extraordinário possui repercussão geral, 
pois possui importância...(econômica, jurídica, social, política) requisito exigido 
para admissão do recurso extraordinário. 
No caso, verifica-se a repercussão geral pelos seguintes motivos: ... 
 
V- DA SÍNTESE DA DEMANDA: 
Dizer o que ocorreu no processo, conforme enunciado da FGV. 
 
 
34 
 
VI – DAS RAZÕES RECURSAIS: 
Trazer aqui as teses, devidamente com fundamentação legal. 
a) Da ofensa ao dispositivo constitucional: 
Trazer qual dispositivo constitucional que foi violado. Ou seja, o 
entendimento do tribunal recorrido está contrário, por exemplo, a qual artigo da 
CF? 
TRAZER AS DEMAIS TESES! 
 
VII – DO PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO: 
Caso seja situação de pedir o efeito suspensivo, fundamentar no artigo 
995, parágrafo único e 1.029, §5º, ambos do CPC, dizendo as razões de ser 
concedido o efeito no caso. 
 
 VII – DOS PEDIDOS: 
Diante do exposto, requer o Recorrente: 
a) Que o presente recurso seja conhecido e admitido, eis que preenchidos 
os requisitos de admissibilidade; 
b) A intimação do Recorrido para oferecer contrarrazões no prazo legal de 
15 dias, conforme previsão dos artigos 1.003, §5º e 1.030, ambos do CPC; 
c) Requer-se, ainda, a concessão do efeito suspensivo com fundamento 
nos artigos 995, parágrafo único e 1.029, §5º, ambos do CPC, com fim 
de...(especificar o que pretende com o efeito suspensivo); 
d) O total provimento do recurso extraordinário com o fim de (por exemplo: 
reformar o acórdão do julgamento da Apelação e...) 
e) A inversão do ônus de sucumbência. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local..., data... 
Advogado... 
 OAB... 
 
 
 
35 
 
 
4. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO - 
ASSISTIR AULA COMPLEMENTAR 
 
4.1 Previsão legal: art. 994, VIII e 1.042 do CPC/15. 
 
4.2 Cabimento 
Observar que houve alteração no NOVO CPC antes mesmo da entrada 
em vigor. Conforme a Lei 13.256/2016, o entendimento é que se trouxe de 
volta, nesta parte, a sistemática do CPC/1973. 
 
 
 
No CPC/73, o juízo de admissibilidade no Recurso Especial e 
Extraordinário era feito no Tribunal de Origem. Na versão original do CPC, o 
juízo de admissibilidade do Recurso Especial e Extraordinário não seria mais 
feito na origem e, sim, no Tribunal Superior, contudo, com a Lei 13.256/2016 o 
juízo de admissibilidade voltou a ser do tribunal de origem. 
 
 
Cabe, portanto, quando o Tribunal de Origem não admitir o Recurso 
Especial ou Extraordinário, conforme previsão do art. 1.042 do CPC/15: 
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-
presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário 
ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de 
entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em 
julgamento de recursos repetitivos. (Redação dada pela Lei 
nº 13.256, de 2016) 
 
Portanto, com o Agravo em Recurso Especial o que se pretende é 
justamente fazer com que o Recurso Especial seja julgado pelo STJ e o 
Recurso Extraordinário pelo STF, caso tenham sido inadmitidos. 
04 
 
CABIMENTO: é utilizado quanto à admissibilidade do Recurso Especial e 
Extraordinário. 
OBJETIVO: o agravo em Recurso Especial OU Extraordinário possui a 
função de fazer subir o recurso, caso não admitido. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm
 
36 
 
Isso porque, segundo o artigo 1.030 do CPC, será feita uma análise dos 
requisitos dos recursos especial e extraordinário, sendo que somente será 
possível a remessa do referido recurso ao STF ou STJ, SE: 
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, 
o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 
15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente 
ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: 
 (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
I – negar seguimento: (Incluído pela Lei nº 13.256, de 
2016) (Vigência) 
a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual 
o Supremo Tribunal Federal não tenha reconhecido a existência de 
repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra 
acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo 
Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral; 
 (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra 
acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo 
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, 
exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos; 
 (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo 
de retratação, se o acórdão recorrido divergir do entendimento do 
Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça 
exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de 
recursos repetitivos; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 
2016) (Vigência) 
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter 
repetitivo ainda não decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo 
Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria 
constitucional ou infraconstitucional; (Incluído pela Lei 
nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
IV – selecionar o recurso como representativo de controvérsia 
constitucional ou infraconstitucional, nos termos do § 6º do art. 
1.036; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) 
(Vigência) 
V –realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito 
ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, 
desde que: (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) 
a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de 
repercussão geral ou de julgamento de recursos repetitivos; 
 (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da 
controvérsia; ou (Incluída pela Lei nº 13.256, de 
2016) (Vigência) 
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação. 
 (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
§ 1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no 
inciso V caberá agravo ao tribunal superior, nos termos do art. 
1.042. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) 
(Vigência) 
§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá 
agravo interno, nos termos do art. 1.021. (Incluído 
pela Lei nº 13.256, d 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
 
37 
 
Observar, portanto, que cabe agravo em recurso especial ou 
extraordinário contra decisão do presidente ou vice-presidente do tribunal 
recorrido que inadmitir recurso especial ou extraordinário, salvo quando 
fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão 
geral ou em julgamento de recurso repetitivo, situação que cabe agravo 
interno (art. 1.030, §2º)!!! 
4.3 Processamento 
As razões do Agravo em Recurso Especial e Extraordinário não devem 
repetir as razões do RESP ou REXT, mas justamente impugnar a decisão que 
inadmitiu o recurso. O Agravo em Recurso Especial ou Extraordinário será 
interposto nos autos do processo (não há necessidade de se formar um 
instrumento) perante o Tribunal de Origem, no prazo de 15 dias. 
A peça deve ser endereçada (folha de interposição) ao presidente ou 
vice-presidente do tribunal recorrido – daquele que inadmitiu o recurso especial 
ou o recurso extraordinário. 
 Não há recolhimento de preparo recursal, nem porte de remessa ou de 
retorno, conforme art. 1.042, §2º, do CPC/15: 
 
§ 2º A petição de agravo será dirigida ao presidente ou ao vice-
presidente do tribunal de origem e independe do pagamento de 
custas e despesas postais, aplicando-se a ela o regime de 
repercussão geral e de recursos repetitivos, inclusive quanto à 
possibilidade de sobrestamento e do juízo de retratação. 
(Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) 
 
O Agravado será intimado para oferecer contrarrazões no prazo de 15 
dias, conforme previsto no art. 1.042, §3º, do CPC/15: 
§ 3o O agravado será intimado, de imediato, para oferecer resposta 
no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
Poderá haver retratação. Se não houver retratação, após o prazo de 
resposta, o agravo será remetido ao Tribunal competente, ou seja, STJ ou STF: 
§ 4o Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo 
será remetido ao tribunal superior competente. 
 
Caso não haja retratação, os próprios autos serão encaminhados para 
julgamento do agravo, contudo, se houver retratação, os autos serão 
encaminhados ao respectivo tribunal (STJ ou STF). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm
 
38 
 
E na hipótese de a parte interpor RESP e REXT ao mesmo tempo e 
nenhum deles ser admitido? Deverá interpor 2 recursos de agravo, conforme 
previsão do §6º do artigo 1.042 do CPC/15: 
 
§ 6o Na hipótese de interposição conjunta de recursos extraordinário 
e especial, o agravante deverá interpor um agravo para cada recurso 
não admitido. 
 
Diante da interposição de dois recursos de Agravo, primeiro os autos 
serão remetidos ao STJ e depois ao STF: 
 
§ 7o Havendo apenas um agravo, o recurso será remetido ao tribunal 
competente, e, havendo interposição conjunta, os autos serão 
remetidos ao Superior Tribunal de Justiça. 
§ 8o Concluído o julgamento do agravo pelo Superior Tribunal de 
Justiça e, se for o caso, do recurso especial, independentemente de 
pedido, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para 
apreciação do agravo a ele dirigido, salvo se estiver prejudicado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENUNCIADOS FPPC: 225, 228 e 229. 
 
39 
 
 
5. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA - ASSISTIR AULA COMPLEMENTAR 
 
5.1 Previsão legal 
Os embargos de divergência encontram respaldo legal nos artigos 994, 
IX, 1.043 e 1.044 do Código de Processo Civil. Ainda, importante observar o 
regimento interno do tribunal para qual o recurso é direcionado. No caso do 
STJ, art. 266 e 267 do regimento interno. No caso do STF, art. 330 a 336 do 
regimento interno deste tribunal. 
 
5.2 Cabimento 
O objetivo dos embargos de divergência é uniformizar a jurisprudência 
dentro do STJ ou dentro do STF. No CPC/15, o cabimento tem previsão no art. 
1.043: 
Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que: 
I - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do 
julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os 
acórdãos, embargado e paradigma, de mérito; 
II - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do 
julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os 
acórdãos, embargado e paradigma, relativos ao juízo de 
admissibilidade; (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016) 
III - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do 
julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um 
acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, 
embora tenha apreciado a controvérsia; 
IV - nos processos de competência originária, divergir do julgamento 
de qualquer outro órgão do mesmo tribunal 
 
Ou seja, cabe quando existir conflito no julgamento dentro dopróprio 
tribunal. EXEMPLO: quando o julgamento proferido no STJ DIVERGIR do 
julgamento dentro do STJ, proferido por outra turma, seção. 
Comentando o aludido artigo DONOSO E SERAU JUNIOR (2017, p. 
374) mencionam que cabe embargos de divergência em decisões proferidas 
por colegiados, afastando a oposição dos embargos de divergência contra 
decisões monocráticas dos relatores. Nesse caso, será necessário, 
inicialmente, interpor agravo interno, ou agravo regimental, conforme o caso. 
Assim, segundo o inciso I do art. 1043 do CPC estabelece que cabem 
embargos de divergência contra acórdão de órgão fracionário do STF (suas 
Turmas) ou do STJ (Turmas ou Seções) que sejam divergentes do julgamento 
05 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art3
 
40 
 
de qualquer outro órgão do mesmo Tribual, estabelecendo também que o 
acórdão deve ser de mérito. (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 374). 
O inciso III do art. 1043 assegura a interposição dos embargos de 
divergência na hipótese da divergência ocorrer entre um acórdão de “mérito” e 
outra que não tenha conhecido do recurso especial ou recurso extraordinário, 
mas, de alguma forma, tenha analisado a controvérsia de “mérito”. (DONOSO; 
SERAU JUNIOR, 2017, p. 374). 
Observar que a divergência pode ocorrer no julgamento de RECURSO 
ESPECIAL OU EXTRAORDINÁRIO, ou seja, no JULGAMENTO DE MÉRITO 
ou no caso de ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL ou 
EXTRAORDINÁRIO. 
Observar que não cabem embargos de divergência com fundamento em 
acórdão paradigma de outra turma que, no passado, detinha competência para 
julgar aquela matéria, mas atualmente não tem, estando válida a súmula 158 
do STJ. (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 375). 
Ainda, conforme o §3º do artigo 1.043 cabe Embargos de divergência de 
decisão (julgado) da mesma turma, se houver tido mudança de composição: 
 
§ 3o Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da 
mesma turma que proferiu a decisão embargada, desde que sua 
composição tenha sofrido alteração em mais da metade de seus membros. 
 
Os Embargos de divergência são utilizados, portanto, quando houver 
divergência entre os órgãos do STJ ou STF, de modo que se a divergência 
ocorrer entre entendimentos de tribunais diferentes é cabível o recurso especial 
ao STJ. EXEMPLO: se o STJ tiver julgado de forma diferente a questão 
impugnada, por qualquer outro órgão interno do STJ  cabe Embargos de 
divergência, buscando justamente uniformizar a matéria. 
Segundo DONOSO E SERAU JUNIOR (2017, p. 375) o §1º do art. 1.043 
inova em relação ao regime processual anterior, e prevê que a divergência na 
interpretação pode ser comparada entre recursos e também ações de 
competência originárias dos Tribunais: 
§ 1º Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em 
julgamentos de recursos e de ações de competência originária. 
 
 
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Por ausência de previsão legal, não cabem embargos de divergência de 
acórdãos proferidos em sede de recurso ordinário constitucional. Da mesma 
forma, tendo em vista que apenas o acórdão de órgão fracionário é 
embargável, não comportam embargos de divergência acórdãos proferidos 
pela corte especial no STJ, e pelo tribunal pleno no STF. (DONOSO E SERAU 
JUNIOR, 2017, p. 376). 
Observar ainda o §2º do artigo 1.043: § 2o A divergência que autoriza a 
interposição de embargos de divergência pode verificar-se na aplicação do 
direito material ou do direito processual. 
Em relação à divergência sobre questão meramente processual, entende-
se que a similitude fática que dá suporte à causa pode ser relevada, desde a 
divergência se trate de idêntica questão processual (por exemplo, a forma de 
realização da citação, requisitos de admissibilidade recursal, etc.). (DONOSO; 
SERAU JUNIOR, 2017, p. 376). 
Os embargos de declaração opostos contra acórdão proferido em recurso 
especial e extraordinário integram o julgamento anterior e, portanto, é cabível o 
recurso de embargos de divergência contra o acórdão proferido neste tipo de 
embargos de declaração. (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p.376. 
No mesmo sentido observar também a previsão da súmula 316 do STJ. 
 
5.3 Comprovação da divergência 
O art. 1.043, §4º refere-se a necessidade de comprovação da 
divergência, devendo o embargante juntar cópia do acórdão paradigma com 
declaração de autenticidade. 
 
§ 4o O recorrente provará a divergência com certidão, cópia ou 
citação de repositório oficial ou credenciado de jurisprudência, 
inclusive em mídia eletrônica, onde foi publicado o acórdão 
divergente, ou com a reprodução de julgado disponível na rede 
mundial de computadores, indicando a respectiva fonte, e mencionará 
as circunstâncias que identificam ou assemelham os casos 
confrontados. 
 
De acordo com o art. 1.043, §4º, o embargante deve fazer uma 
comparação entre o acórdão embargado e o acórdão paradigma, justamente 
demonstrando o entendimento diverso que foi dado a situações semelhantes. 
 
 
42 
 
 
 
 
 
5.4 Prazo dos embargos de divergência 
O prazo para interposição dos embargos de divergência é de 15 dias, 
conforme previsão do art. 1.003, §5º, do CPC. 
 
5.5 Prazo para contrarrazões 
O prazo para o embargado apresentar contrarrazões aos embargos de 
divergência é de 15 dias, na forma do art. 1.003, §5º, do CPC. 
 
5.6 Petição dos embargos de divergência 
 
 
 
5.7 Processamento dos embargos 
De acordo com o artigo 1.044 do CPC, os embargos de divergência 
seguem o previsto nos regimentos internos dos tribuanis: 
 
Art. 1.044. No recurso de embargos de divergência, será observado 
o procedimento estabelecido no regimento interno do respectivo 
tribunal superior. 
 
5.8 Preparo recursal 
A doutrina aponta que é devido o prepare recursal em sede de 
embargos de divergência, apesar do CPC/15 silenciar quanto a esse aspecto. 
 
5.9 Efeito interruptivo dos embargos de divergência 
Previsão do art. 1.044, §1º, do CPC/15: 
§ 1o A interposição de embargos de divergência no Superior Tribunal 
de Justiça interrompe o prazo para interposição de recurso 
extraordinário por qualquer das partes. 
Isso porque do acórdão proferido pelo STJ podem caber três recursos: 
1) Recurso Extraordinário ao STF. 2) Embargos de declaração 3) Embargos de 
ATENÇÃO: Observar a aplicação da súmula 168 do STJ, que determina que o recurso 
deve trazer dissidio atual: “Não cabem embargos de divergência quando a jurisprudência 
do tribunal se firmou no mesmo sentido do acórdão embargado”. 
LEMBRE-SE: tratando-se de embargos de divergência, o verbo adequado é 
“OPOR”. 
 
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Divergência. Assim os Embargos de Divergência INTERROMPEM o prazo para 
interposição do Recurso Extraordinário. 
Por fim a previsão do §2º do artigo 1.044 do CPC, que diz que não 
precisa o embargante reiterar o recurso extraordinário interposto antes do 
julgamento dos embargos de divergência se não houver alteração na decisão: 
§ 2o Se os embargos de divergência forem desprovidos ou não 
alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso 
extraordinário interposto pela outra parte antes da publicação do 
julgamento dos embargos de divergência será processado e julgado 
independentemente de ratificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENUNCIADOS FPPC: 230 e 232 
 
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6. REPERSCUSSÃO GERAL E SUSPENSÃO DE TODOS OS 
PROCESSOS PENDENTES 
 
Previsão do §5º do artigo 1.035 do CPC: 
 
§ 5º Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal 
Federal determinará a suspensão do processamento de todos os 
processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a 
questão e tramitem no território nacional. 
 
Esse recurso em que ficar reconhecida a repercussão geral deverá ser 
julgado no prazo de 01 ano e terá preferência sobre os demais feitos, 
ressalvados os que envolvem réu preso e os pedidos de habeas corpus, 
conforme previsão do §9º do artigo 1.035 do CPC: 
 
§ 9o O recurso que tiver

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