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1 Farmacologia ANTIFÚNGICOS Priscila Maria Rodrigues Araújo/3° Período Fármacos antifúngicos Anfotericina B (eficaz, porém bastante tóxico) Azóis (relativamente atóxicos) Equinocandinas (classe mais nova) Esses fármacos podem ser aplicados de maneira oral ou parenteral, para infecções mucocutâneas e sistêmicas e de maneira tópica para infecções mucocutâneas. Os mecanismos de ação desses fármacos se caracterizam por: - Anfotericina B: apresentam afinidade pelo ergosterol presente na membrana plasmática do fungo, criando um poro nessa membrana, e assim ocorre o extravasamento dos componentes internos (a nistidina também apresenta esse mecanismo) - Azóis: atuam na citocromo P450 que converte lanosterol em ergosterol, assim a formação do ergosterol é inibida - Terbinafina: inibe a conversão de esqualeno em epóxido de esqualeno, os quais fazem parte da formação de ergosterol de membrana. - Equinocandinas: inibem a b-glicano sintetase causando um rompimento na membrana. Anfotericina B Pode ser usada contra leveduras, organismos causadores de doenças endêmicas e mofo patogênicos. Apesar disso a Candida lusitaniae apresenta resistência a Anfotericina B, essa e outras resistência podem se dá pela diminuição da concentração do ergosterol em sua membrana ou pode promover uma modificação da sua molécula de ergosterol para que a afinidade com o fármaco seja reduzida. As formulações desse fármaco podem ser duas: - Anfotericina B desoxicolato (convencional): eficaz e de menor custo - Anfotericina B lipossomal: menos nefrotóxicas e bem tolerada, no entanto possui alto custo. Quanto a sua farmacocinética, ela possui má absorção no trato gastrointestinal e sua excreção é realizada pela urina de maneira lenta, tendo meia vida de 15 dias. Além disso, seu uso clínico está relacionado a infecções micóticas com risco de vida, sendo frequentemente usada inicialmente na terapia antifúngica para reduzir rapidamente a carga fúngica, e em seguida é substituída por azóis. Ademais, também é usada em pacientes imunossuprimidos, pneumonia fúngica grave, meningite criptocócica grave, artrite fúngica, leishmaniose em coninfecção com o HIV e doenças fúngicas sistêmicas. A dosagem é: 0,5 – 1mg / Kg / dia (aplicado por via intravenosa de maneira lenta) 2 No que se refere aos efeitos colaterais é importante citar: - febre, calafrios, espasmos musculares, vomito, cefaleia e hipotensão (nesses casos reduz-se a velocidade de infusão ou a dose diária) - nefrotoxicidade irreversível (caso o uso seja prolongado ou com doses superiores ao recomendado) Azóis Podem ser: Imidazólicos (infecções fúngicas superficiais e localizadas) Triazólicos (agem de forma mais seletiva sobre as enzimas fúngicas- infecções fúngicas sistêmicas) Esses fármacos possuem amplo espectro de ação atuando contra Candida, micoses endêmicas, dermatófitos e também são usados em caso de resistência a Anfotericina B. Os compostos Imidazólicos, por atuarem de forma menos seletiva, podem ser administrados via tópica e oral, não sendo administrados via intravenosa, diferentemente dos compostos Triazólicos, os quais podem ser administrados por via ora e IV. Os mecanismos de ação de azóis envolvem a inibição das enzimas citocromo P450 fúngicas, reduzindo a síntese de ergosterol na membrana do fungo. Quanto aos efeitos colaterais, observa-se o desconforto gastrointestinal, alterações de enzimas hepáticas e raramente causam a hepatite. Além disso o uso desses medicamentos é contraindicado junto a midazolam e triazolam (pelo prolongamento do efeito hipnótico e sedativo desses últimos) A interação medicamentosa desses fármacos com a ciclosporina faz com que a metabolização desse último seja danificada, aumentando a concentração plasmática e elevando a nefrotoxicidade desse fármaco. Antifúngicos sistêmicos p/ infecção .......................sistêmica Cetoconazol Pode ser usado para infecções cutâneas causadas por Candida, Microsporum, Trycophyton. Sua administração pode ser feita via oral ou tópica e age inibindo o citocromo P450. Sua absorção no trato GI depende da conversão do Cetoconazol em um sal pelo ph estomacal, o que acontece de maneira melhor em ph ácido. (Não deve ser usado com fármacos que alterem o ph estomacal) Suas efeitos colaterais incluem: ginecomastia, aumento de enzimas hepáticas e hepatite. Obs.: é importante lembrar que esse fármaco não ultrapassa a barreira hematoencefálica, ou seja, não atinge o SNC. Fluconazol É um fármaco triazol de escolha para o tratamento da meningite criptocócica, o qual possui alta solubilidade em água e boa penetração na barreira hematoencefálica, além de uma boa biodisponibilidade na via oral. Também pode ser usado contra candidíases. Por sem um triazol, apresenta uma maior seletividade, causando efeitos mínimos sobre as enzimas microssomais. Itraconazol 3 Sua aplicação se dá de maneira oral e IV e é o fármaco de escolha para a histoplasmose e blastomicose, sendo um potente antifúngico, no entanto, essa potência pode ser afetada pela biodisponibilidade reduzida (Caso interaja com rifamicinas sua biodisponibilidade é reduzida; já em associação com o ciclodextrano sua disponibilidade aumenta) Sua absorção é aumentada pelo alimento e pelo baixo ph do estômago, interagindo com enzimas microssomais hepáticas. Possui uma baixa penetração no líquido CE (não sendo indicado para meningite criptocócica) Seus efeitos adversos incluem: hepatotoxicidade, distúrbios GI, dor abdominal, tontura e cefaleia. Voriconazol Sua aplicação pode ser oral e IV, podendo atuar contra Candida e como um potente antifúngico, sendo o tratamento de escolha para a aspergilose invasiva e seu uso clínico é: É um fármaco bem absorvido por via oral com biodisponibilidade maior que 90%, agindo como um inibidor da CP3A4. Além disso, pode gerar exantemas, elevação de enzimas hepáticas, distúrbios visuais. Flucitosina É um fármaco que atua contra Cryptococcus neoformans, algumas espécies de Candida, mofos dematiáceos quer provocam a cromoblastomicose. Apesar disso, ocorre uma resistência fúngica rápida em relação a esse fármaco. Seu uso associado a anfotericina B pode aumentar a penetração da Flucitosina em células fúngicas lesionadas, essa combinação é eficiente contra a meningite criptocócica. Já sua combinação com o Itraconazol é eficiente contra cromoblastomicose. Seu mecanismo de ação baseia-se na captação por células fúngicas pela enzima citosina permeasse (específica para fungos), incorporando-se ao RNA posteriormente. Antifúngicos sistêmico p/ infecção ...............mucocutânea Nistatina É um fármaco ativo contra a maior parte de organismo tipo Candida, sendo indicado para monilíase orofanrínge, candidíase vaginal. Sua administração se dá por via oral e tópica. Terbinafina É um fungicida de administração oral e tópica que interfere na biossíntese do ergosterol, inibindo assim a enzima fúngica esqualeno, o que pode causar o acumulo de esterol esqueleno (tóxico). Foi inicialmente, desenvolvida para: Dermatofitose (onicomicose) sendo mais eficaz do que itraconazol e griseofulvina, e para infecções fúngicas profundas em monoterapia ou associada a outros antifúngicos. Seus efeitos colaterais incluem perda de apetite e paladar, desconforto GI, diarreia, cefaleia,erupções cutâneas, prurido, dores musculares e articulares, hepatotoxicidade. Griseofulvina É um fármaco usado para infecções dermatofíticas da pele ou das unhas, quando o tratamento local for ineficaz, porém o tratamento precisa ser muito prolongado. Seus efeitos adversos incluem alterações gastrintestinais, cefaleia (frequente), hepatotoxicidade (frequente) e fotossensibílidade, Reações alérgicas (erupções cutâneas, febre), letargia, vertigem, etc. 4
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