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7 BLS Engasgamento, sangramento e traumatismo de membros

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BLS – Engasgamento, sangramento e traumatismo de membros: 
 Engasgamento: o trato respiratório é composto pelas cavidades nasal e oral, faringe, laringe, 
taqueia, brônquio e bronquíolos; a faringe também compõe o trato digestório. O engasgamento 
ocorre quando um objeto, alimento, líquido ou secreção aloja-se em alguma porção do trato 
respiratório de forma que obstrua a passagem do ar; segue pelo trato respiratório por falha da 
epiglote ao invés do trato digestório. A obstrução de vias aéreas por corpo estranho pode ser 
leve/obstrução parcial (tosse violenta e dificuldade respiratória; deve-se estimular a tosse para 
expelir o corpo estranho; não deve-se ingerir alimentos ou bebidas) ou grave/obstrução total 
(não consegue emitir sons e falar; há grande agitação; reflexo de levar as mãos a garganta; 
extremidades arroxeadas indicando baixa oxigenação do sangue). Essa situação pode levar a 
instabilidade oxi-hemodinamica e ocasionar parada cardiorrespiratória; a cada minuto 
diminuem-se 10% das chances de recuperação. Deve-se acionar o serviço de emergência. 
 Se a vítima estiver consciente: bater 4 vezes com a mão espalmada nas costas da vítima. Se 
necessário realizar a Manobra de Heimlich - Em adultos e crianças grandes: posicionar-se por 
trás da vítima; posicionar a perna fletida entre as pernas da vítima; envolver os braços em 
torno da cintura, em baixo dos braços da vítima; localizar a cicatriz umbilical e o processo 
xifoide; fechar uma de suas mãos e posicionar a fáscia do polegar entre o umbigo e o processo 
xifoide; envolver o punho com a outra mão; iniciar as compressões abdominais puxando a 
mão em sua direção e para cima de forma rápida e vigorosa; repetir as manobras até o objeto 
ser expulso; realizar força e firmeza com pressão positiva para expelir o corpo estranho. 
- Em gestantes e obesas: quando não é possível abraçar a vítima ou for contraindicado, 
realizar as compressões sobre o esterno. 
- Em crianças pequenas: coloque-a inclinada com a cabeça mais baixa que o corpo, apoiando 
a região ventral da criança em seu antebraço, e dê tapinhas com a mão espalmada em suas 
costas. Se não resolver, vire-a e tente aspirar delicadamente posicionando sua boca sobre a 
boca e o nariz da criança. 
- Se você engasgar e estiver sozinho: realize compressões em seu abdome. Caso não consiga 
empregar a força necessária, posicione-se atrás do espaldar de uma cadeira colocando-o 
entre suas costelas e umbigo, soltando o peso do corpo sobre ela. 
 Se a vítima estiver inconsciente: abrir as vias aéreas da vítima (inclinação da cabeça para trás 
e elevação do queixo, em casos em que não há suspeita de trauma ou elevação do 
mento/queixo e abertura da mandíbula em suspeita de trauma); inspecionar a cavidade oral 
retirando o objeto se visível ou alcançável; ventilar uma vez e se o ar não passar, reposicionar 
a cabeça; ventilar outra vez e se o ar ainda não passar realizar 30 compressões torácicas; 
inspecionar a cavidade oral retirando o objeto se visível e alcançável; realizar uma ventilação 
observando se o tórax expande, e se o ar não entrar repetir a sequência a partir das 
compressões até o ar passar ou até o socorro chegar. 
- Compressões no adulto: em local rígido, posicionar-se ao lado da vítima iniciar as 30 
compressões no terço médio. 
- Crianças: utilizar somente uma mão (“aberta”). 
- Bebê: somente os dedos. 
 
 Sangramento e choque hemorrágico: sangramento é a perda de sangue para fora dos vasos 
sanguíneos e pode ser externa/interna, leve/moderado/grave. 
 Sangramento externo: lesão no corpo que faz comunicação com o ambiente. Exemplos: 
cortes, furos, amputações, fraturas expostas. Pode ser venoso (sangue escuro em baixa 
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pressão; leve infecção; colocar luvas, lavar o ferimento com água e sabão e realizar curativo 
podendo realizar ponto falso) ou arterial (sangue de cor viva e maior pressão; grave 
hemorragia; colocar luvas e comprimir [compressão direta com mão ou dedos] 
interrompendo o sangramento, após estancar realizar curativo; se não estancou, realizar um 
torniquete). 
- Torniquete: a única indicação do torniquete (interrompe toda a circulação) é assumir que o 
paciente terá um membro amputado, mas é a única solução para salvar a vida (sangramento 
extenso e sem controle). Roga-se pela preservação da vida em detrimento do membro. 
Realizar com manguito de pressão ou improviso (envolver circunferencialmente o braço com 
um pano e dar um nó; colocar um cabo e dar outro nó; girar várias vezes o cabo apertando o 
local). Após 10 minutos pode-se retirar (sangramento interrompido ou facilmente 
controlável). 
- Compressão direta: realizar compressão em veias e artérias com luvas, e possivelmente gaze 
ou pano, realizando elevação do membro. Realizar por 10 minutos contínuos (sem 
interrupção). 
- Ponto falso (ferimento leve/superficial): aproximar as bordas da ferida após lavar para 
cicatrização melhor (de primeira intenção), colocando os esparadrapos em “X”, cobrindo com 
micropore; deixar de 5 a 7 dias, podendo trocar em caso de sujidades. 
 Sangramento interno: lesão no corpo que aprisiona o sangue. Exemplos: lesão de olhos, 
fraturas fechadas, traumas graves. Deve-se evitar aumento da hemorragia, realizar rápido 
transporte ao serviço médico, e controle da hipotermia. Observação: a fratura de bacia em 
nível aberto (abertura da sínfise púbica) em traumas ocasiona grande sangramento interno; 
deve-se estabilizar a bacia em emergência aproximando-a e levar à cirurgia. Atletas 
(acostumado com alta demanda de oxigênio pode não apresentar alguns sinais), gestantes (o 
corpo não envia sangue ao feto), crianças (perda de sangue mais significativas) e idosos 
(reserva fisiológica menor; o medicamento beta-bloqueador, amplamente utilizado, impede 
a visualização de alguns sintomas) devem receber atenção especial. 
 Choque hipovolêmico (por perda de sangue): falha na perfusão/nutrição dos tecidos. Os 
tecidos principais são coração, cérebro e pulmões e merecem maior atenção. Alterações no 
choque (resposta simpática): alterações ventilatórias (aumento da frequência respiratória), 
alterações no coração (aumento da frequência cardíaca), alterações na pele (palidez, 
diminuição da perfusão, pele fria, sudorese), alterações no SNC (ansiedade, agitação, 
inquietude, inconsciência), frio e sede; resumindo, observa-se pulso (acelerado), perfusão 
(diminuída) e pele (fria e pegajosa). 
 Observações: não retirar objetos aderidos; imobilizar articulações com ferimentos; trocar e 
lavar curativos diariamente (quando não realizar sutura ou ponto falso). 
 Situações especiais: 
- Amputação: conduta de sangramento; evitar panos felpudos e algodão; se precisar, 
torniquete; enrolar o membro em gaze estéril, colocar em saco plástico e gelo, identificar e 
enviar para o mesmo local que a vítima. 
- Sangramento nasal (epistaxe): comprimir a cartilagem nasal; colocar a cabeça voltada para 
baixo/frente; gelo na testa. 
- Sangramento no ouvido (otorragia): virar a cabeça para o lado do ouvido que está 
sangrando; levar para avaliação médica. 
- Perda de dentes: cabeça para frente; morder gazes; guardar o dente (em soro ou leite; em 
adultos pode-se limpar o dente e colocar abaixo da língua), não escovar. 
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- Sangramento no couro cabeludo: sangramento intenso por alta vascularização; realizar 
compressão direta com luvas. 
 
 Traumatismo de membros: pode ocorrer lesões nos ossos, articulações e músculos. 
 Contusão (pancadas, geralmente sem grandes lesões), estiramento (“esticamento” das fibras 
musculares que pode causar ruptura) e entorse (geralmente ocorre ruptura de ligamentos 
mas sem fratura óssea): realiza-se (“PRECE”) proteção, repouso, esfriamento (gelo local por 
10 minutos, 4 vezes ao dia), compressão e elevação. Auxílio médico: edema (inchaço) 
importante, hematomas extensos, dor muito intensa em ligamento ou músculo ou 
persistente (mais de 15 dias). 
 Cãibras: associado a contração muscular e falta de hidratação. 
 Luxação (articulação/uniãode ossos se desloca parcial ou totalmente): tirar anéis, pulseiras, 
relógios e adornos (inchaço), realizar imobilização (impedir maiores lesões e é um fator de 
analgesia; em posição de conforto, imobilizar um osso acima e um abaixo da extremidade 
para o corpo, a favor do retorno venoso; evitar o contato da tala com a pele; sempre avaliar 
a perfusão e sensibilidade; elevar o membro), procurar ajuda médica. 
 Fraturas: Pode ser cominutiva, impactada, em galho verde (só em um lado), oblíqua, espiral 
ou transversa. 
- Fratura exposta/aberta: pode ocasionar osteomielite (infecção). Retirar adornos; imobilizar 
uma articulação acima e uma abaixo (enfaixamento da extremidade para o corpo, elevar 
membro, avaliar perfusão e sensibilidade, evitar contato com a pele); procurar ajuda médica; 
cobrir o local com gaze e panos limpos, não alinhar. Se necessário, realizar compressão direta. 
É uma emergência. 
- Fratura fechada: pele íntegra; retirar adornos; imobilizar uma articulação acima e uma 
abaixo (alinhar membro sem resistência em colocando-o em posição natural; enfaixamento 
da extremidade para o corpo, elevar membro, avaliar perfusão e sensibilidade, evitar contato 
com a pele); procurar ajuda médica. 
- Imobilização improvisada: realizar improvisação, como tipoia e faixa ao redor em membros 
superiores.

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