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1 BLS – Engasgamento, sangramento e traumatismo de membros: Engasgamento: o trato respiratório é composto pelas cavidades nasal e oral, faringe, laringe, taqueia, brônquio e bronquíolos; a faringe também compõe o trato digestório. O engasgamento ocorre quando um objeto, alimento, líquido ou secreção aloja-se em alguma porção do trato respiratório de forma que obstrua a passagem do ar; segue pelo trato respiratório por falha da epiglote ao invés do trato digestório. A obstrução de vias aéreas por corpo estranho pode ser leve/obstrução parcial (tosse violenta e dificuldade respiratória; deve-se estimular a tosse para expelir o corpo estranho; não deve-se ingerir alimentos ou bebidas) ou grave/obstrução total (não consegue emitir sons e falar; há grande agitação; reflexo de levar as mãos a garganta; extremidades arroxeadas indicando baixa oxigenação do sangue). Essa situação pode levar a instabilidade oxi-hemodinamica e ocasionar parada cardiorrespiratória; a cada minuto diminuem-se 10% das chances de recuperação. Deve-se acionar o serviço de emergência. Se a vítima estiver consciente: bater 4 vezes com a mão espalmada nas costas da vítima. Se necessário realizar a Manobra de Heimlich - Em adultos e crianças grandes: posicionar-se por trás da vítima; posicionar a perna fletida entre as pernas da vítima; envolver os braços em torno da cintura, em baixo dos braços da vítima; localizar a cicatriz umbilical e o processo xifoide; fechar uma de suas mãos e posicionar a fáscia do polegar entre o umbigo e o processo xifoide; envolver o punho com a outra mão; iniciar as compressões abdominais puxando a mão em sua direção e para cima de forma rápida e vigorosa; repetir as manobras até o objeto ser expulso; realizar força e firmeza com pressão positiva para expelir o corpo estranho. - Em gestantes e obesas: quando não é possível abraçar a vítima ou for contraindicado, realizar as compressões sobre o esterno. - Em crianças pequenas: coloque-a inclinada com a cabeça mais baixa que o corpo, apoiando a região ventral da criança em seu antebraço, e dê tapinhas com a mão espalmada em suas costas. Se não resolver, vire-a e tente aspirar delicadamente posicionando sua boca sobre a boca e o nariz da criança. - Se você engasgar e estiver sozinho: realize compressões em seu abdome. Caso não consiga empregar a força necessária, posicione-se atrás do espaldar de uma cadeira colocando-o entre suas costelas e umbigo, soltando o peso do corpo sobre ela. Se a vítima estiver inconsciente: abrir as vias aéreas da vítima (inclinação da cabeça para trás e elevação do queixo, em casos em que não há suspeita de trauma ou elevação do mento/queixo e abertura da mandíbula em suspeita de trauma); inspecionar a cavidade oral retirando o objeto se visível ou alcançável; ventilar uma vez e se o ar não passar, reposicionar a cabeça; ventilar outra vez e se o ar ainda não passar realizar 30 compressões torácicas; inspecionar a cavidade oral retirando o objeto se visível e alcançável; realizar uma ventilação observando se o tórax expande, e se o ar não entrar repetir a sequência a partir das compressões até o ar passar ou até o socorro chegar. - Compressões no adulto: em local rígido, posicionar-se ao lado da vítima iniciar as 30 compressões no terço médio. - Crianças: utilizar somente uma mão (“aberta”). - Bebê: somente os dedos. Sangramento e choque hemorrágico: sangramento é a perda de sangue para fora dos vasos sanguíneos e pode ser externa/interna, leve/moderado/grave. Sangramento externo: lesão no corpo que faz comunicação com o ambiente. Exemplos: cortes, furos, amputações, fraturas expostas. Pode ser venoso (sangue escuro em baixa 2 pressão; leve infecção; colocar luvas, lavar o ferimento com água e sabão e realizar curativo podendo realizar ponto falso) ou arterial (sangue de cor viva e maior pressão; grave hemorragia; colocar luvas e comprimir [compressão direta com mão ou dedos] interrompendo o sangramento, após estancar realizar curativo; se não estancou, realizar um torniquete). - Torniquete: a única indicação do torniquete (interrompe toda a circulação) é assumir que o paciente terá um membro amputado, mas é a única solução para salvar a vida (sangramento extenso e sem controle). Roga-se pela preservação da vida em detrimento do membro. Realizar com manguito de pressão ou improviso (envolver circunferencialmente o braço com um pano e dar um nó; colocar um cabo e dar outro nó; girar várias vezes o cabo apertando o local). Após 10 minutos pode-se retirar (sangramento interrompido ou facilmente controlável). - Compressão direta: realizar compressão em veias e artérias com luvas, e possivelmente gaze ou pano, realizando elevação do membro. Realizar por 10 minutos contínuos (sem interrupção). - Ponto falso (ferimento leve/superficial): aproximar as bordas da ferida após lavar para cicatrização melhor (de primeira intenção), colocando os esparadrapos em “X”, cobrindo com micropore; deixar de 5 a 7 dias, podendo trocar em caso de sujidades. Sangramento interno: lesão no corpo que aprisiona o sangue. Exemplos: lesão de olhos, fraturas fechadas, traumas graves. Deve-se evitar aumento da hemorragia, realizar rápido transporte ao serviço médico, e controle da hipotermia. Observação: a fratura de bacia em nível aberto (abertura da sínfise púbica) em traumas ocasiona grande sangramento interno; deve-se estabilizar a bacia em emergência aproximando-a e levar à cirurgia. Atletas (acostumado com alta demanda de oxigênio pode não apresentar alguns sinais), gestantes (o corpo não envia sangue ao feto), crianças (perda de sangue mais significativas) e idosos (reserva fisiológica menor; o medicamento beta-bloqueador, amplamente utilizado, impede a visualização de alguns sintomas) devem receber atenção especial. Choque hipovolêmico (por perda de sangue): falha na perfusão/nutrição dos tecidos. Os tecidos principais são coração, cérebro e pulmões e merecem maior atenção. Alterações no choque (resposta simpática): alterações ventilatórias (aumento da frequência respiratória), alterações no coração (aumento da frequência cardíaca), alterações na pele (palidez, diminuição da perfusão, pele fria, sudorese), alterações no SNC (ansiedade, agitação, inquietude, inconsciência), frio e sede; resumindo, observa-se pulso (acelerado), perfusão (diminuída) e pele (fria e pegajosa). Observações: não retirar objetos aderidos; imobilizar articulações com ferimentos; trocar e lavar curativos diariamente (quando não realizar sutura ou ponto falso). Situações especiais: - Amputação: conduta de sangramento; evitar panos felpudos e algodão; se precisar, torniquete; enrolar o membro em gaze estéril, colocar em saco plástico e gelo, identificar e enviar para o mesmo local que a vítima. - Sangramento nasal (epistaxe): comprimir a cartilagem nasal; colocar a cabeça voltada para baixo/frente; gelo na testa. - Sangramento no ouvido (otorragia): virar a cabeça para o lado do ouvido que está sangrando; levar para avaliação médica. - Perda de dentes: cabeça para frente; morder gazes; guardar o dente (em soro ou leite; em adultos pode-se limpar o dente e colocar abaixo da língua), não escovar. 3 - Sangramento no couro cabeludo: sangramento intenso por alta vascularização; realizar compressão direta com luvas. Traumatismo de membros: pode ocorrer lesões nos ossos, articulações e músculos. Contusão (pancadas, geralmente sem grandes lesões), estiramento (“esticamento” das fibras musculares que pode causar ruptura) e entorse (geralmente ocorre ruptura de ligamentos mas sem fratura óssea): realiza-se (“PRECE”) proteção, repouso, esfriamento (gelo local por 10 minutos, 4 vezes ao dia), compressão e elevação. Auxílio médico: edema (inchaço) importante, hematomas extensos, dor muito intensa em ligamento ou músculo ou persistente (mais de 15 dias). Cãibras: associado a contração muscular e falta de hidratação. Luxação (articulação/uniãode ossos se desloca parcial ou totalmente): tirar anéis, pulseiras, relógios e adornos (inchaço), realizar imobilização (impedir maiores lesões e é um fator de analgesia; em posição de conforto, imobilizar um osso acima e um abaixo da extremidade para o corpo, a favor do retorno venoso; evitar o contato da tala com a pele; sempre avaliar a perfusão e sensibilidade; elevar o membro), procurar ajuda médica. Fraturas: Pode ser cominutiva, impactada, em galho verde (só em um lado), oblíqua, espiral ou transversa. - Fratura exposta/aberta: pode ocasionar osteomielite (infecção). Retirar adornos; imobilizar uma articulação acima e uma abaixo (enfaixamento da extremidade para o corpo, elevar membro, avaliar perfusão e sensibilidade, evitar contato com a pele); procurar ajuda médica; cobrir o local com gaze e panos limpos, não alinhar. Se necessário, realizar compressão direta. É uma emergência. - Fratura fechada: pele íntegra; retirar adornos; imobilizar uma articulação acima e uma abaixo (alinhar membro sem resistência em colocando-o em posição natural; enfaixamento da extremidade para o corpo, elevar membro, avaliar perfusão e sensibilidade, evitar contato com a pele); procurar ajuda médica. - Imobilização improvisada: realizar improvisação, como tipoia e faixa ao redor em membros superiores.
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