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Vínculo mãe-filho após o parto, Morfologia da mama e as modificações gravídicas e puerperais, Aleitamento materno, Peso do bebê

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Problema 6: A primeira semana de vida é muito importante 
1. Identificar o estabelecimento do vínculo mãe-filho após o parto e os fenômenos que interferem nesta relação. 
Com a gravidez, tem início a formação do vínculo que pode ser estabelecido desde o momento da concepção e 
caracteriza-se como um mecanismo psicológico desencadeado por todas as mudanças decorrentes da gravidez, de 
forma natural ou com obstáculos que muitas vezes até impedem a sua formação. 
O PUERPÉRIO, período compreendido após o parto, é um momento crítico em que ocorrem alterações de humor 
associadas à diminuição das concentrações hormonais de progesterona e estrógeno, gerando um sentimento de 
instabilidade frente ao papel materno. Esses distúrbios de humor são mais característicos nas primeiras quatro a 
seis semanas após o parto e podem afetar diretamente a relação mãe/recém-nascido. A alteração mais comum no 
estado psíquico das mães nesse período é a DEPRESSÃO PÓS-PARTO, caracterizada por irritabilidade, mudanças de 
pensamentos, dificuldade em tomar decisões, dificuldade de concentração e/ou agressividade com o bebê, podendo, 
assim, acarretar mudanças no temperamento e no desenvolvimento da criança e, até mesmo, desencadear 
distúrbios cognitivos. 
Além dos fatores dificultadores, existem vários fatores de risco associados ao comprometimento do vínculo, como a 
gravidez indesejada; gravidez na adolescência; condições socioeconômicas desfavoráveis; ausência paterna e 
prematuridade, que aumentam as chances de desenvolvimento de depressão pós-parto e, consequentemente, a 
desestruturação do vínculo mãe/bebê. 
Ao contrário do que se argumentava até o início do século passado, os bebês, quando nascem, não são como tabula 
rasa, ou seja, destituídos de qualquer experiência sensorial; eles já estão equipados com certo número de sistemas 
comportamentais, prontos para serem ativados por estímulos, como o contato pele-a-pele (toque), olho-no-olho, a 
fala e/ou a emanação de sons, o odor (cheiros) e a amamentação. 
O Ministério da Saúde brasileiro preconiza que todo recém-nascido deva ser colocado junto à mãe para sugar seu 
leite durante a primeira meia hora de vida, sempre que ambos estiverem em boas condições, o que proporciona o 
contato necessário para o seguimento do quarto passo a ser implementado nas instituições de saúde para o sucesso 
do aleitamento materno, conforme indicam as evidências científicas. 
Um aspecto relevante desta etapa de reconhecimento entre mãe e filho refere-se à disposição da mulher para 
conhecer o bebê, ainda que enfrentando sensações dolorosas, em decorrência do trabalho de parto. Para a maioria 
das mães, a dor, em si, não era empecilho para o contato, sendo mesmo, para algumas, o próprio ponto de 
superação das sensações dolorosas. 
 
2. Descrever a anatomia, a histologia e a fisiologia da mama e as modificações gravídicas e 
Puerperais. 
• ANATOMIA 
As mamas são formadas por tecido glandular e tecido fibroso de sustentação integrados a uma matriz adiposa, 
junto com vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. As glândulas mamárias estão localizadas na tela subcutânea, 
sobre os músculos peitorais maior e menor. 
Nos homens, são rudimentares e não funcionais, formadas apenas por alguns pequenos ductos ou cordões 
epiteliais. Em geral, a gordura presente em mamas masculinas não é diferente da tela subcutânea encontrada em 
outras partes do corpo, e normalmente não há desenvolvimento do sistema glandular. 
 
➢ MAMAS FEMININAS 
A GORDURA ao redor do tecido glandular determina o tamanho das 
mamas não lactantes. O CORPO aproximadamente circular da mama 
feminina fica apoiado sobre um leito que se estende transversalmente 
da margem lateral do esterno até a linha axilar média e verticalmente da 
costela II a VI. 
Entre a mama e a fáscia peitoral há um plano de tecido conectivo frouxo 
— o ESPAÇO RETROMAMÁRIO. Esse plano, que contém pouca gordura, 
permite que a mama tenha algum grau de movimento sobre a fáscia 
peitoral. Uma pequena parte da glândula mamária pode estender-se ao 
longo da margem inferolateral do músculo peitoral maior em direção à 
fossa axilar, formando um processo axilar ou CAUDA DE SPENCE. 
A glândula mamária está firmemente fixada à derme da pele 
sobrejacente, sobretudo por ligamentos cutâneos significativos, 
os LIGAMENTOS SUSPENSORES DA MAMA (de Cooper). Essas 
condensações de tecido conectivo fibroso, mais desenvolvidas na 
parte superior da glândula, ajudam a sustentar os LOBOS E 
LÓBULOS da glândula mamária. 
Os DUCTOS LACTÍFEROS dão origem a brotos que formam 15 a 
20 lóbulos da glândula mamária, que constituem o parênquima 
da glândula mamária. Assim, cada lóbulo é drenado por um 
ducto lactífero, esses ductos convergem e têm aberturas 
independentes. Cada ducto tem uma parte dilatada, situada 
profundamente à aréola, o SEIO LACTÍFERO, na qual uma pequena gotícula de leite se acumula ou permanece na 
lactante. Quando o neonato começa a sugar, a compressão da aréola (e do seio lactífero abaixo dela) expele as 
gotículas acumuladas e estimula o neonato a continuar mamando enquanto ocorre o reflexo de ejeção do leite, 
mediado por hormônios. 
As aréolas da mama contêm muitas GLÂNDULAS SEBÁCEAS, que aumentam durante a gravidez e secretam uma 
substância oleosa, que atua como um lubrificante protetor para a aréola e a papila. 
As PAPILAS MAMÁRIAS são proeminências cônicas ou cilíndricas situadas nos centros das aréolas. As papilas 
mamárias não têm gordura, pelos nem glândulas sudoríparas. As extremidades das papilas são fissuradas e os 
ductos lactíferos abrem-se nelas. As papilas são formadas principalmente por fibras musculares lisas circulares que 
comprimem os ductos lactíferos durante a lactação e causam a ereção das papilas em resposta à estimulação, como 
quando um bebê começa a sugar. 
As GLÂNDULAS MAMÁRIAS são glândulas sudoríferas modificadas; portanto, não têm cápsula nem bainha. O 
contorno arredondado e a maior parte do volume das mamas são produzidos por gordura subcutânea, exceto 
durante a gravidez, quando as glândulas mamárias aumentam e há formação de novo tecido glandular. 
Os ALVÉOLOS que secretam leite são organizados de modo semelhante a cachos de uvas. Na maioria das mulheres, 
as mamas aumentam ligeiramente durante o período menstrual em razão do aumento da liberação dos hormônios 
gonadotrópicos — hormônio foliculestimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) — no tecido glandular. 
 
➢ VASCULATURA DA MAMA 
A IRRIGAÇÃO ARTERIAL da mama provém de: Ramos mamários mediais de ramos perfurantes e ramos intercostais 
anteriores da artéria torácica interna, originados da artéria subclávia; Artérias torácica lateral e toracoacromial, 
ramos da artéria axilar; Artérias intercostais posteriores, ramos da parte torácica da aorta no 2°, 3° e 4° espaços 
intercostais. 
A DRENAGEM VENOSA da mama se faz principalmente para a veia axilar, mas há alguma drenagem para a veia 
torácica interna 
A DRENAGEM LINFÁTICA da mama é importante devido ao seu papel na metástase de células cancerosas. A linfa 
passa da papila, da aréola e dos lóbulos da glândula mamária para o plexo linfático subareolar. Desse plexo: A maior 
parte da linfa (>75%), sobretudo dos quadrantes laterais da mama, drena para os linfonodos axilares, inicialmente 
para os linfonodos anteriores ou peitorais; mas também para outros linfonodos axilares ou até mesmo para os 
linfonodos interpeitorais, deltopeitorais, supraclaviculares ou cervicais profundos inferiores. A maior parte da linfa 
remanescente, sobretudo dos quadrantes mediais da mama, drena para os linfonodos paraesternais ou para a 
mama oposta, enquanto a linfa dos quadrantes inferiores flui profundamente para os linfonodos abdominais. A linfa 
da pele da mama, com exceção da papila e da aréola, drena para os linfonodos axilares, cervicais profundos 
inferiores e infraclaviculares ipsilaterais e, também, para os linfonodos paraesternaisde ambos os lados. A linfa dos 
linfonodos axilares drena para os linfonodos claviculares (infraclaviculares e supraclaviculares) e daí para o tronco 
linfático subclávio, que também drena a linfa do membro superior. A linfa dos linfonodos paraesternais entra nos 
troncos linfáticos broncomediastinais, que também drena linfa das vísceras torácicas. 
 
➢ NERVOS DA MAMA 
Os nervos da mama derivam dos ramos cutâneos anteriores e laterais dos 4° – 6° nervos intercostais. 
 
 
• HISTOLOGIA 
Cada LÓBULO é imerso em tecido conjuntivo intralobular frouxo e muito celularizado, sendo que o TECIDO 
CONJUNTIVO INTERLOBULAR que separa os lóbulos é mais denso e menos celularizado. Próximo à abertura do 
mamilo, os DUCTOS LACTÍFEROS se dilatam para formar os SEIOS LACTÍFEROS. As aberturas externas dos ductos 
lactíferos são revestidas por epitélio estratificado pavimentoso. Esse epitélio bruscamente se transforma em 
estratificado colunar ou cuboide nos ductos lactíferos. O revestimento dos ductos lactíferos e ductos interlobulares 
terminais é formado por epitélio simples cuboide, envolvido por células mioepiteliais. O tecido conjuntivo que cerca 
os alvéolos, contém muitos linfócitos e plasmócitos. A população de plasmócitos aumenta significativamente no fim 
da gravidez; eles são responsáveis pela secreção de imunoglobulinas (IgA secretora), que conferem imunidade 
passiva ao recém-nascido. 
O MAMILO externamente, é coberto por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado contínuo com o da pele 
adjacente. A pele ao redor do mamilo constitui a ARÉOLA. O mamilo é provido de abundantes terminações nervosas 
sensoriais, importantes para produzir o reflexo da ejeção do leite pela secreção de ocitocina. 
 
➢ GLÂNDULAS MAMÁRIAS DURANTE A GRAVIDEZ E A LACTAÇÃO 
As GLÂNDULAS MAMÁRIAS sofrem intenso crescimento durante a gravidez por ação sinérgica de vários hormônios, 
principalmente estrógenos, progesterona, prolactina e lactogênio placentário humano. Uma das ações desses 
hormônios é o desenvolvimento de ALVÉOLOS nas extremidades dos ductos interlobulares terminais. Quatro a seis 
células mioepiteliais de forma estrelada envolvem cada alvéolo; elas se localizam entre as células epiteliais 
alveolares e a lâmina basal do epitélio. 
Na lactação as CÉLULAS SECRETORAS se tornam cuboides pequenas e baixas, e o seu citoplasma contém gotículas 
esféricas de vários tamanhos que contêm triglicerídios principalmente neutros. 
 
 
➢ REGRESSÃO PÓS-LACTACIONAL E INVOLUÇÃO SENIL DAS GLÂNDULAS MAMÁRIAS 
Quando cessa a amamentação (desmame), a maioria dos alvéolos desenvolvidos durante a gravidez sofre 
degeneração por apoptose. Células inteiras são liberadas no lúmen dos alvéolos e seus restos são retirados por 
macrófagos. Depois da menopausa, ocorre a involução das glândulas mamárias em consequência da diminuição da 
produção regular de hormônios sexuais. 
 
 
 
• FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO 
A fisiologia mamária está intimamente relacionada com a ESFERA NEUROENDÓCRINA e pode ser dividida, 
fundamentalmente, em três processos: 1. Mamogênese, o desenvolvimento da glândula mamária; 2. Lactogênese, o 
início da lactação; 3. Lactopoese, a manutenção da lactação. 
 
 
• MAMOGÊNESE 
▶ ESTEROIDES SEXUAIS. Na menácma, os esteroides sexuais ovarianos 
exercem, por meio dos ESTROGÊNIOS, efeitos proliferativos nos canais 
mamários, enquanto a PROGESTERONA, em atuação conjunta com aqueles, 
produz o crescimento e a expansão dos ácinos. 
 
▶ COMPLEXO LACTOGÊNICO. A diferenciação completa do tecido funcional 
da mama requer, além dos esteroides sexuais, a participação de diversos 
outros hormônios que constituem o complexo lactogênico: prolactina (PRL), 
hormônio do crescimento (GH), cortisol e, secundariamente, tireoxina e 
insulina. 
 
▶ GESTAÇÃO. Com a produção acentuada de estrogênios e de progesterona, acentua-se o crescimento das 
estruturas glandulares mamárias. 
A elevação dos níveis de PRL na gravidez ocorre à custa da hiperplasia e da hipertrofia das células lactóforas 
situadas na adeno-hipófise. A elevação dos níveis de PRL parece ter íntima relação com a menor produção de 
dopamina hipotalâmica, o fator inibidor da prolactina (PIF). 
 
• LACTOGÊNESE 
Durante os primeiros 2 dias do pós-parto há poucas transformações nas mamas. É possível observar apenas 
secreção de COLOSTRO, substância amarelada já existente na gravidez, com grande concentração de proteínas, 
anticorpos e células tímicas, que ajudam a imunizar o bebê contra infecções, particularmente gastrintestinais. Pelo 
3º dia de pós-parto, todavia, ocorre aumento na consistência das mamas, que se tornam pesadas, congestas e 
dolorosas. Algumas pacientes chegam a referir a sensação de “formigamento”. É a “subida do leite”, ou APOJADURA. 
O aumento do fluxo sanguíneo local e a intensificação dos fenômenos secretórios produzem calor na região, que 
pode ser confundido com elevação térmica patológica (“febre do leite”). 
O leite materno é constituído por proteínas, carboidratos, lipídios, sais minerais e vitaminas. A lactogênese é 
considerada o início da produção láctea, que não ocorre na gravidez em função do EFEITO INIBITÓRIO DA 
PROGESTERONA, que impede a atuação da PRL nos seus receptores nas células mamárias. Após o parto, com o 
declínio acentuado dos esteroides ovarianos placentários, desaparecem os efeitos inibidores sobre os receptores de 
PRL, que se constitui como o principal hormônio da lactogênese. A produção láctea adequada pressupõe que a 
glândula mamária esteja plenamente desenvolvida, sendo relevante a contribuição de outros hormônios, como 
insulina, corticoides, tireoxina. Os mecanismos neuroendócrinos envolvidos na lactação são complexos. A 
progesterona, o estrogênio e o lactogênio placentário humano (hPL), assim como a PRL, o cortisol, a tireoxina e a 
insulina, agem em conjunto para estimular o crescimento e o desenvolvimento do aparelho lácteosecretor da 
glândula mamária. Após o parto há queda abrupta e profunda dos níveis de progesterona e de estrogênio, o que 
remove a influência inibitória da progesterona na produção da lactalbumina-α pelo retículo endoplasmático, 
promovendo a ação da PRL. O aumento da lactalbumina-α estimula a secreção da lactose láctea. 
 
• LACTOPOESE 
Iniciada a lactação (lactogênese), ela é mantida (lactopoese) pela existência do reflexo neuroendócrino da sucção 
do mamilo pelo lactente, que age no EIXO HIPOTALÂMICOHIPOFISÁRIO e culmina por determinar a liberação de PRL 
(aumento dos níveis de 6 a 9 vezes) e de ocitocina. O ato da sucção por VIA MEDULAR inibe a dopamina 
hipotalâmica, aqui chamada PIF, promovendo, em última análise, a liberação da PRL. 
A PRL mantém a secreção láctea (proteínas, caseína, ácidos graxos, lactose) e a ocitocina age nas células 
mioepiteliais e musculares situadas, respectivamente, ao redor dos ácinos e dos canais intralobulares e determina a 
contração deles com a consequente ejeção láctea. A solicitação repetida do mamilo, com o esvaziamento 
continuado dos ácinos, resulta em intensificação da produção de leite. A intensidade e a duração da lactação são 
controladas, em parte, pelo ESTÍMULO REPETITIVO DA AMAMENTAÇÃO. A PRL é essencial para a lactação. Embora, 
após o parto, a PRL plasmática caia a níveis inferiores aos da gravidez, cada ato de sucção do mamilo estimula a sua 
produção. Provavelmente o estímulo do mamilo refreia a PIF hipotalâmica, possibilitando o aumento da secreção de 
PRL. A neuro-hipófise também secreta ocitocina em pulsos. Isso estimula a ejeção do leite ao causar a contração das 
células mioepiteliais do alvéolo mamário. 
O leite é produzido no intervalo das mamadas, de forma a ficar armazenado na glândula mamária. A síntese do leite 
é um processo lento e não poderia completar-se no decurso da amamentação, episódio fisiológico relativamente 
rápido. 
Na 1ª semana pós-parto (colostro), após a secreção da glândula mamária, segue-se um “leite de transição”,por 2 a 3 
semanas, para, finalmente, surgir o “leite maduro”, definitivo. Metade do conteúdo proteico elevado do colostro é 
composto de globulinas, que parecem idênticas às gamaglobulinas do plasma. Por esse meio, há proteção 
imunológica pós-natal, posto que anticorpos maternos assim veiculados são absorvidos no intestino sem digestão 
(presença de inibidor da tripsina). Os CORPÚSCULOS DE DONNÉ, compostos de leucócitos, histiócitos, linfócitos e 
células epiteliais descamados, são típicos do colostro. 
 
• MODIFICAÇÕES GRAVÍDICAS E PUERPERAIS 
a) Os ESTROGÊNIOS da gravidez determinam a proliferação do sistema ductal mamário e, em conjunto com a 
PROGESTERONA, promovem o desenvolvimento do tecido glandular. Após o parto, a súbita cessação do estímulo 
estrogênio-progesterona possibilita o estabelecimento da lactação. 
b) A POSTURA da gestante se altera: as mamas, dilatadas e engrandecidas, pesam no tórax, o centro de gravidade se 
desvia para frente, e todo o corpo, em compensação, projeta-se para trás. A atitude adotada então é, de modo 
involuntário, a de quem carrega objeto pesado, mantendo-o, com as duas mãos, na frente do abdome. 
c) Durante a gravidez normal há aumento constante nos TRIGLICERÍDIOS PLASMÁTICOS e pequeno acréscimo no 
COLESTEROL. A indução da LPL nas mamas por volta do parto dirige triglicerídeos circulantes para essa glândula, 
visando à produção de leite. Por esse mecanismo, ácidos graxos essenciais da dieta materna que circulam na forma 
de triglicerídeos podem se tornar disponíveis para o lactente. 
d) Durante a lactação, ocorre a perda diária de CÁLCIO pelo leite de 220 a 340 mg. Os níveis de PTHrP de origem 
mamária estão significativamente elevados na lactante e são responsáveis pela desmineralização do seu esqueleto, 
por estímulo à reabsorção tubular renal de cálcio e por supressão do PTH. 
e) Há aumento na pigmentação das aréolas mamárias. 
f) A inspeção mostra as mamas com volume maior, em consequência da hipertrofia e das modificações que 
gradativamente vão ocorrendo para prepará-las à amamentação. A partir de 16 semanas, aparece SECREÇÃO DE 
COLOSTRO, que pode ser percebido pela expressão da base, na direção dos canais galactóforos. A ARÉOLA 
PRIMITIVA, com cor mais escura que fora da gestação, apresenta, ao redor, a ARÉOLA SECUNDÁRIA, menos 
pigmentada, de limites imprecisos, chamada também aréola gravídica (sinal de Hunter). A melhor circulação que 
acompanha o desenvolvimento das mamas deixa perceber uma trama de vasos venosos na pele: é a REDE DE 
HALLER. Na aréola primitiva, durante a gestação, aparecem os TUBÉRCULOS DE MONTGOMERY, em número de 12 a 
15, que costumam regredir no puerpério e são de duas naturezas: glândulas mamárias acessórias, ou sebáceas, 
hipertrofiadas. O exame das mamas, além de mostrar essas características que traduzem modificações gravídicas, e, 
portanto, orientam no diagnóstico, deve ser feito a fim de verificar malformações do mamilo (umbilicação ou 
inversão) que mostrem a dificuldade ou incapacidade para a amamentação. 
g) Com 5 semanas, as pacientes relatam que as mamas estão congestas e doloridas. Na 8ª semana, a aréola primária 
torna-se mais pigmentada e surgem os tubérculos de Montgomery; em torno de 16 semanas, é produzida secreção 
amarela (colostro), e pode ser obtida por expressão mamária correta. Além disso, o aumento da circulação venosa é 
comum – rede de Haller. Em torno da 20ª semana, surge a aréola secundária, que aumenta a pigmentação em volta 
do mamilo. 
h) Recomenda-se o uso de sutiãs apropriados. No 3º dia pós-parto, é comum ocorrer APOJADURA (é o preparo da 
mama para o início da produção do leite), com desconforto considerável às pacientes. As mamas ficam ingurgitadas 
e dolorosas. Nesse caso, é possível aliviá-las suspendendo-as, aplicando-lhes bolsa de gelo e administrando 
ocitocina por via nasal, que provoca ejeção láctea, amenizando a congestão. Deve-se administrar ocitocina spray 
nasal – 1 jato em cada narina 30 min antes das mamadas. Durante todo o período de aleitamento, as mamas devem 
ser mantidas bem elevadas pelo sutiã, para evitar acotovelamentos vasculares responsáveis pela congestão 
sanguínea e pela galactoestase. 
 
3. Identificar o estabelecimento do aleitamento materno e os fatores que interferem neste. 
a) ATO DA AMAMENTAÇÃO 
A amamentação será iniciada quando completadas as primeiras horas, ou antes mesmo, e embora as características 
nutritivas do leite (colostro) ainda sejam imperfeitas, ele deve ser ministrado para a hidratação adequada do recém-
nascido, visando, também, como foi referido, à proteção contra determinadas infecções, em virtude da ação de 
anticorpos nele presentes. 
A mãe inicia a amamentação colocando o mamilo na boca do bebê que, ao sugá-lo, comprime a aréola com o seu 
maxilar de maneira a forçar para o exterior o leite acumulado nos canais galactóforos subareolares. Depois de a 
criança ter sugado um dos seios por 10 min, o processo deve ser repetido no outro. Na próxima mamada a ordem 
deve ser invertida a fim de facilitar o esvaziamento das mamas. A paciente deve ser orientada a não aplicar nenhum 
tipo de creme nem pomada na área aréolomamilar, durante toda a gestação e no período do aleitamento, pois sua 
utilização aumenta o risco de traumas mamilares. 
Além disso, a higiene dos mamilos com água ou qualquer outra substância, antes e depois das mamadas, está 
contraindicada porque remove a CAMADA HIDROLIPÍDICA, formada naturalmente pela secreção das glândulas 
sudoríparas, sebáceas, pelos tubérculos de Montgomery e pelo leite materno. Essa camada tem como finalidade 
lubrificar a região mamilo-areolar. As mamas devem ser lavadas apenas no banho diário. A mulher que amamenta 
toda vez que o recém-nascido solicita tem melhor lactação do que aquela que só atende a um esquema rígido – a 
amamentação incrementa a lactação. O esvaziamento incompleto dos seios determina produção láctea inadequada; 
o leite elaborado em excesso, além das necessidades do bebê, deve ser eliminado manualmente ou com bomba de 
sucção. 
 
b) QUANTIDADE NORMAL DE LEITE PRODUZIDA 
Varia de acordo com a mulher e as necessidades do bebê. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima em 850 
mℓ (600 kcal) por dia, valor médio satisfatório nos 6 primeiros meses de amamentação. Todavia, pondera-se que a 
melhor maneira de avaliar a lactação adequada é pelo CRESCIMENTO DO BEBÊ: ganho de 800 g ± 20% ao mês 
durante os 6 primeiros meses de vida, ou a duplicação do peso do nascimento à altura do 4° mês são parâmetros 
satisfatórios. 
 
c) LACTAÇÃO E FERTILIDADE 
A lactação condiciona efeito contraceptivo temporário. Da mesma maneira que a sucção do mamilo inibe a 
liberação da PIF hipotalâmica, com elevação da PRL, o HORMÔNIO LIBERADOR DE GONADOTROFINA (GnRH) está 
reduzido a níveis não ovulatórios. As mães que amamentam integralmente podem ficar amenorreicas no pós-parto 
por 8 a 12 meses, enquanto as não lactantes, por menos de 2 meses. A amamentação de curta duração (poucas 
semanas) ou parcial é menos eficiente em prolongar a amenorreia pós-parto. Cerca de 80% das puérperas ovulam 
antes da 1 a menstruação. Nas que o fazem entre 1 e 2 meses, 65% dos catamênios foram precedidos de ovulação, e 
naquelas que sangram após 2 meses, a taxa aumenta para 85%. No fim de 6 meses de puerpério, 90% das pacientes 
já ovularam. 
As mulheres que amamentarem integralmente, enquanto amenorreicas, não conceberão (3 a 10% de falhas). A fim 
de se evitar a gravidez, aconselha-se o uso de proteção anticoncepcional às não lactantes, 30 a 40 dias, e às 
lactantes, após 3 a 6 meses, se ainda amenorreicas, ou indistintamente após o retorno das menstruações. Os 
anovulatórios orais combinados podem inibir a produção láctea e devem ser evitados. Nas nutrizes são preferidos os 
métodos físicos (dispositivo intrauterino, diafragma, condom, esponjas), sendo permitidos os progestógenos em 
microdoses. Aparentemente, os hormônioselaborados pela lactante não são capazes de atuar na criança através do 
leite. Entretanto, atribuiu-se aos esteroides das pílulas anticoncepcionais a possibilidade de causar icterícia. Nada foi 
comprovado, e a ação inibidora sobre a própria lactação somente é verificada se instituída precocemente. Os 
agentes farmacológicos cruzam a membrana celular por microporos, por difusão ou por transporte ativo; e, ainda, 
vão diretamente ao leite via espaços intercelulares do epitélio alveolar. Em maioria, os medicamentos ingeridos 
aparecem no leite, em concentração que usualmente não excede 1% da dose, e é independente do volume da 
secreção. 
 
d) TÉRMINO DA LACTAÇÃO 
A secreção láctea finda quando cessa a amamentação. A falta de estímulo mamilar impede a liberação de ocitocina 
e, em consequência, não há ejeção láctea. A produção de leite pelo ácino túrgido é reduzida por efeito local do 
aumento da pressão. A ausência de sucção reativa a produção de PIF de modo a impedir a secreção de PRL. Com a 
reabsorção do leite no lúmen do ácino mamário, esse acaba por “secar”. 
 
e) INIBIÇÃO DA LACTAÇÃO 
As medidas adequadas são: Mamas suspensas por sutiãs ajustados, durante 3 a 10 dias; Bolsa de gelo por 10 min, 
4/dia; Não possibilitar a sucção pelo recém-nascido ou a expressão dos mamilos; Utilização de cabergolina: 
Inibição da lactação: dose única de 1 mg (2 comprimidos de 0,5 mg), via oral, no 1° dia do pós-parto e Suspenção da 
lactação: 0,25 mg (1 comprimido de 0,25 mg) 2/dia, via oral, por 2 dias. 
 
4. Citar as vantagens do aleitamento materno sobre o aleitamento artificial. 
O leite materno é altamente nutritivo e pode suprir todas as necessidades alimentares do bebê durante os 4 a 6 
primeiros meses de vida. 
De 6 a 12 meses, fornece 3/4 das proteínas de que carece a criança e daí em diante permanece como valioso 
suplemento proteico à dieta infantil. Além desses elementos, o leite materno contém açúcar, gorduras, sais 
minerais e vitaminas. Exceto para gorduras e vitaminas, sua composição é relativamente independente da nutrição 
materna. 
Devido à sua composição e, principalmente, ao seu conteúdo em substâncias imunológicas, o leite materno protege 
o recém-nascido contra infecções bacterianas do sistema gastrintestinal, poliomielite, alergias, obesidade e certos 
distúrbios metabólicos. 
O leite materno é isento de bactérias e não estraga, exceto na amamentação artificial em áreas tropicais, onde a 
esterilização e a refrigeração dos alimentos são deficientes ou inexistentes. 
É econômica e conveniente desde que a mãe possa alimentar o filho quando queira, não havendo necessidade de 
preparo. 
Psicologicamente recompensadora para a mãe e para o bebê. 
Relativamente efetiva como método anticoncepcional, pois as lactantes, enquanto amenorreicas, não costumam 
conceber. 
Nessa fase, é importante considerar a possibilidade de diversos medicamentos, a nicotina, o álcool e outras 
substâncias serem eliminados pela secreção láctea, em face de possíveis efeitos ominosos para o recém-nascido. 
 
5. Descrever a evolução do peso do bebê nos primeiros dias de vida. 
• GANHO DE PESO NO PRIMEIRO MÊS 
Em média, meninas nascem pesando 3kg, enquanto meninos nascem pesando 3,3kg. Espera-se, de acordo com a 
Sociedade Brasileira de Pediatria, que um recém-nascido tenha entre 2,5kg e 3,9kg. 
Na PRIMEIRA SEMANA DE VIDA, ele pode perder até 10% do seu peso por alguns fatores: 
– Eliminação do excesso de água corporal. 
– Eliminação do mecônio (fezes acumuladas durante a gestação). 
– Uso de suas próprias reservas calóricas (gordura e glicogênio), especialmente nas primeiras 48 horas de vida, 
quando o volume de leite materno ainda é pequeno. 
– Possível baixa ingestão de leite materno nos primeiros dias, até mãe e bebê se acostumarem com a dinâmica da 
amamentação. 
A partir da SEGUNDA SEMANA, no entanto, o bebê passa a ganhar peso progressivamente. O bebê já está mais ativo, 
mamando de forma eficiente. Já a mãe está mais confiante e domina melhor a técnica de amamentação. 
Além disso, há a substituição do colostro pelo leite materno nas mamas. O colostro é uma secreção rica em calorias, 
proteínas e anticorpos, produzida pelo peito antes da descida do leite. Já o leite materno tem maior teor de 
gorduras. 
Na média, ao final do primeiro mês, espera-se que o bebê tenha engordado 30 gramas por dia, o que dá quase um 
quilo durante o período. 
 
• GANHO DE PESO NO PRIMEIRO ANO DE VIDA 
A Sociedade Brasileira de Pediatria dá referências para o ganho de peso do bebê no primeiro ano de vida. Perceba 
que o ganho de peso no primeiro ano de vida é inversamente proporcional à idade cronológica, ou seja, quanto mais 
idade tem o bebê, menos peso ele ganhará por mês. 
POR SEMESTRE: 
– Aumento de aproximadamente 600g por mês no primeiro semestre. 
– Aumento de aproximadamente 500g por mês no segundo semestre. 
POR DIA: 
– Aumento de 20 a 30g por dia durante o primeiro trimestre. 
– Aumento de 15 a 20g por dia durante o segundo trimestre. 
– Aumento de 10 a 15g por dia durante o terceiro trimestre. 
– Aumento de 5 a 10g por dia durante o quarto trimestre. 
 
A seguir, confira a tabela da Organização Mundial de Saúde com uma média de como deve ser o ganho de peso do 
bebê desde o nascimento até os dois meses de vida.

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