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Resumo Fibras

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Resumo – Fibras – Fundamentos de Nutrição e Dietética
As fibras são carboidratos não digeríveis, parcialmente, pois não temos a enzima beta-1-4. Assim, não são digeridas pelas enzimas do intestino delgado e não são consideradas fontes energéticas, não são contabilizadas como fonte de energia.
Mas, as fibras possuem propriedades funcionais e tem efeitos sob o metabolismo da glicose, lipídeos, e biodisponibilidade de micronutrientes, justamente por essa questão da absorção não ocorrer, dependendo do tipo de fibra, conseguimos ter absorção mais lenta desses nutrientes, ou até mesmo através da fermentação estimular a síntese dessas vitaminas específicas no nosso intestino.
A diferença das fibras e dos carboidratos, é nessa ligação beta. Os carboidratos possuem essa ligação no lado alfa, já as fibras no lado beta. 
E assim não temos enzimas capazes de digerir as fibras quando consumimos. 
Fibra alimentar: carboidratos não digeríveis e de lignina presentes de forma intrínseca e intacta nas plantas. Ex: celulose, pectina, as hemiceluloses, as gomas, as b-glucanas, o amido resistente encontrado naturalmente ou produzido durante o processamento convencional de cereais (cereais matinais), os oligossacarídeos encontrados em leguminosas (como rafinose e estaquiose) e as frutanas (frutooligossacarídeos e inulina encontrados na cebola e na chicória).
Fibra funcional: carboidratos não digeríveis, isolados que oferecem efeitos benéficos aos indivíduos. Fazem parte da fibra funcional as fracoes isoladas ou extraídas usando-se processos químicos, enzimáticos, ou aquosos de celulose, lignina, hemicelulose, pectina, b-glucanos, gomas, oligossacarídeos ou psilium. 
Amido resistente manufaturado e polissacarídeos como a polidextrose, bem como produtos de origem animal como a quitina e quitosanas, encontrados em artrópodes como caranguejo e lagosta, estão incluídos nessa definição. 
Fibra alimentar total = fibra alimentar + fibra funcional.
Classificação das Fibras
As fibras podem ser classificadas por seus componentes químicos ou por categorias botânicas.
De acordo com a sua constituição química, as fibras alimentares totais são carboidratos complexos, com exceção da lignina que é um polifenol.
As fibras totais possuem diferentes graus de metilacão e de sulfonacao. Seus principais resíduos são glicose, galactose, manose e algumas pentoses. Mas elas também sao compostas de outras partes.
A forma de arranjo dessas partes são mais importantes para os seus efeitos fisiológicos que os constituintes por si só.
Ex: a pectina é um polímero de resíduos de ácido galacturônico que podem estar metilados, assim não tem como grupos iônicos se ligarem ao cálcio e reter água.
-> Categorias botânicas de fibras: celuloses, hemiceluloses, substancias pécticas, gomas, mucilagens, polissacarídeos de algas, e lignina.
-> Quanto à características fisiológicas, são classificadas de acordo com a solubilidade, a fermentabilidade e a viscosidade, podem ser:
· Solúveis, viscosas, fermentáveis: facilmente fermentáveis no cólon e por isto são mais viscosas (formam gel no intestino). São as estruturais: celulose, lignina, e algumas hemiceluloses.
· Insolúveis, não viscosas, não fermentáveis: pouco fermentáveis, não formam géis. São: pectinas, gomas, mucilagens e demais hemiceluloses. Exceção da goma-arábica. 
Solubilidade é a habilidade de se dissolver em água, gerando o gel e aumentando a viscosidade. As fibras insolúveis se separam da água quando misturadas. 
Viscosidade é a resistência do fluxo causada pela interação entre os polissacarídeos na solução (gel). Essa viscosidade esta diretamente ligada com o tempo de transito intestinal, pois ela afeta as funções da porção superior do trato digestório e a fermentabilidade, a porção inferior do intestino grosso. 
Componentes das fibras presentes nos alimentos:
Celulose
Molécula orgânica mais abundante na natureza, é o principal polissacarídeo estrutural das plantas, conferindo rigidez aos seus tecidos.
A celulose não é hidrolisada pelas enzimas digestivas mas pode ser parcialmente fermentada pelas bactérias intestinais.
Sua principal função é oferecer uma massa não digerível que estimula o peristaltismo, promovendo uma função intestinal eficiente. 
Está presente na polpa e casca das frutas, caule e folha de hortaliças, revestimento externo de grãos, sementes e nozes.
Hemiceluloses
Incluem-se vários polímeros complexos que combinam pentoses (xilose e arabinose), e hexoses (glicose, galactose e manose, e ácidos uronicos). 
Formam as paredes celulares vegetais junto com as celulose e a lignina.
Não são digeridas pelas enzimas do TGI, mas são mais suscetíveis à degradação microbiana que a celulose. 
As hemiceluloses com moléculas ácidas são levemente carregadas, portanto solúveis em água. Outras são insolúveis. 
Os cereais contém polímeros ricos em arabinose e xilose, enquanto a batata possui polímero da galactose, sendo classificado como fibra alimentar. 
Pectinas
Formam um grupo de polissacarídeos amorfos, encontrados principalmente no material intercelular cimentante dos tecidos vegetais, mas também ocorrem na parede celular. 
Não são hidrolisadas pelas enzimas digestivas, mas podem ser totalmente fermentadas pela microbiota intestinal. 
São polímeros de ácido galacturônico, e a presença de l-ramnose na cadeia principal confere à molécula uma configuração de zigue zague, e a presença das ramificações é importante característica gelificante das pectinas.
As frutas e os vegetais contém de 5 a 10% de pectina, mas nas frutas cítricas e maçãs pode chegar a 30%. 
Isolados de pectina podem ser usados na produção de geleia e de produtos light, como iogurte. Assim, são consideradas fibras alimentares e funcionais. 
Ligninas
São componentes essenciais das paredes celulares, e não são carboidratos. Mas, são considerados como fibra alimentar devido aos seus efeitos fisiológicos e à associação com a fibra na planta.
Ela é extremamente resistente e não é digerida e nem fermentada pela microbiota intestinal. 
Como é muito apolar, ao contrário das hemiceluloses e pectinas, não retém água. 
A lignina isolada e adicionada aos alimentos é considerada fibra funcional, apresentando efeitos fisiológicos positivos em humanos. 
Estão em vegetais formados por raízes, como cenoura, trigo, e frutas consumidas como sementes, como morango, são ricos em lignina. 
Gomas: goma-arábica, guar, tragacante, etc
São grupos de polissacarídeos encontradas naturalmente nos alimentos como farinha de aveia, cevada e leguminosas ou isolados de sementes.
São usadas como agentes espessantes, podendo ser classificada como fibra alimentar e funcional. 
As gomas-guar e “locust bean” são polímeros contendo manose e galactose e são encontradas em leguminosas e usadas como agentes geleificantes.
A goma-arábica é o hidrocolóide mais usado como aditivo dos alimentos, por ser muito solúvel, ter estabilidade do pH e ser geleificante. 
Certas bactérias contém polissacarídeos tipo goma, e se enquadram como fibras funcionais, como as gomas xantanas. 
Quitina e Quitosana
Quitina: aminopolissacarídeo como a celulose. A diferença é que os grupos hidroxilas da posição 2 foram substituídos pelos grupos acetaminos. 
Mais encontrada que a quitosana, está nas carapaças de crustáceos, e em insetos, algas verdes, leveduras, fungos, esporos e algas marrons. Tem uso na indústria alimentícia. 
Quitosana: produto desacetilado da quitina, considerado com mais de 30% de desacetilação. 
Tanto a quitina quanto a quitosana são consumidas principalmente como suplementos e podem ser classificadas como fibra funcional, se os efeitos fisiológicos forem documentados em humanos. 
Inulina, Oligofrutose e Frutooligossacarídeo
Inulina e oligofrutose são encontradas em várias plantas, e as formas comerciais são extraídas da sacarose ou purificadas das raízes da chicória. 
A oligofrutose também é formada pela hidrólise parcial da inulina. É fermentada no cólon, formando 10% de gases, 50% de ácidos graxos voláteis e 40% excretada na biomassa bacteriana. 
A oligofrutosesintética contém ligação beta com 2 a 8 monomeros de frutose com e sem unidades de glicose terminal.
Os frutooligossacarídeos sintéticos tem a mesma composição química e a estrutura das oligofrutoses, exceto o grau de polimerização que varia de dois a quatro. São encontradas no trigo, centeio, aspargos, cebola, chicória e alcachofra. 
Não são consideradas como fonte de fibra alimentar, pois as frutanas são insolúveis em etanol, portanto não são analisadas. 
As frutanas encontradas em plantas como alho e chicória podem ser classificadas como fibra alimentar, enquanto as extraídas e sintetizadas podem ser classificadas como fibras funcionais quando existirem dados suficientes apresentando efeitos fisiológicos benéficos em humanos. 
Mucilagens
As fibras sofrem fermentação no nosso intestino.
Cerca de 70% da fibra alimentar pode ser fermentada no intestino grosso. 
A fermentabilidade depende do tipo de fibra e da microflora intestinal. 
Os principais produtos dessa fermentação são:
Gases: metano, amônia e hidrogênio.
Ácidos graxos de cadeia curta: acético, propiônico e butírico. 
Quando as fibras, principalmente as solúveis que são mais fermentáveis, estão nesse processo de fermentação no intestino e produzem esses ácidos graxos de cadeia curta, esses ácidos diminuem o pH do intestino, facilitando a proliferação de bactérias benéficas e inibindo a proliferação de mo patógenos e também diminuem a produção de substancias tóxicas que podem ser cancerígenas.
As fibras são usadas como fonte energética pela microbiota no cólon, aumentando o número de bactérias benéficas no intestino e também atuam nessa prevenção do câncer devido a essa fermentação que reduz o pH do intestino e diminui a produção de substancias toxicas e cancerígenas e também diminui a proliferação de mo patogênicos pro nosso organismo.
Prebióticos
As fibras são consideradas prebióticos, que são componentes alimentares não digeríveis pelas enzimas humanas que estimulam seletivamente o crescimento e/ou atividade de uma ou de um número limitado de bactérias no cólon. 
Os probióticos são de fato essas bactérias benéficas da nossa microbiota.
Por favorecerem a multiplicação de bactérias benéficas, beneficiam a saúde do hospedeiro. -> Quando queremos dar probióticos para um indivíduo, estamos querendo aumentar as bactérias benéficas da microbiota intestinal, através de substrato energético pra eles, e as fibras atuam assim.
No processo de fermentação as fibras funcionam como substrato energético pra microbiota e pra proliferação celular ali no intestino. 
Carboidratos resistentes à digestão são fermentados e estimulam o crescimento de bactérias benéficas capazes de produzir vitaminas e minerais. Diversas vitaminas do complexo B, e minerais como o potássio, são produzidas ali no intestino através da fermentação desses carboidratos e proliferação dessas bactérias benéficas. 
Dois exemplos de prebióticos:
Inulina e FOS (frutooligossacarídeos) -> frutas e vegetais.
Exemplos de prebióticos: alcachofra, cevada, mirtilo, bananas, linhaça, alho, mel, couve, acelga, chicória, alho poró, legumes e grãos integrais.
Ao consumirmos, estamos ingerindo uma boa quantidade de fibras solúveis que atuam no nosso intestino estimulando a multiplicação de bactérias benéficas e atuando também no estimulo de produção (biodisponibilidade desses nutrientes) de vitaminas e minerais. 
Fibras Solúveis x Fibras Insolúveis
Estão presentes em todos os alimentos fontes de fibra. O que diferencia é o % maior de uma ou de outra.
Ex: pode ser 1/3 solúvel e 2/3 insolúvel.
Então tem os dois tipos de fibras, mas se preciso de mais de um tipo de fibra que de outro para um paciente, uso daquela que tem mais a que preciso mais. Assim temos resposta melhor para resolver o problema dele. 
Aveia possui os dois tipos de fibras, mas é considerada solúvel porque apresenta mais fibras solúveis.
Tabela de Classificação das Fibras de acordo com a sua Solubilidade
Fibras Insolúveis
Celulose, hemicelulose e lignina: são pouco fermentáveis, não produzem aquele gel que aumenta a viscosidade.
As principais funções das fibras insolúveis: por ela não ser solúvel, ela retém água ali, aumentando o bolo fecal, aumentando a velocidade do transito intestinal, fazendo com que as fezes fiquem menos tempo ali. 
Lignina: diminui as chances de câncer.
Apesar das fibras insolúveis não serem fermentáveis, não quer dizer que elas não fermentam. Todas as fibras não são digeridas no intestino devido a ausência da enzima, porém são fermentáveis. As solúveis são mais fermentáveis e produzem mais ácidos de cadeias curtas, mas as insolúveis também produzem. 
Fibras Solúveis
São mais fermentáveis, solúveis em água, formam o gel e aumentam a viscosidade. 
Uma das principais funções: formar gel, diminuindo o esvaziamento gástrico (digestão mais lenta), e tempo de transito intestinal e absorção da glicose mais lenta: como há formação do gel e aumento da viscosidade, essas fibras tendem a ter um tempo de digestão e absorção de nutrientes mais lentos, sendo muitos deles excretados nas fezes. 
 
As pectinas são excretadas nas fezes, porque esse tipo de fibra se liga aos ácidos graxos e aos ácidos biliares, que são compostos que tem colesterol na sua composição, e aumentam a excreção desses nutrientes, diminuindo a sua excreção. Colesterol alto: as pectinas aumentam a excreção desses nutrientes, porque eles se ligam aos ácidos graxos.
Fibras Funcionais
São fibras consideradas solúveis, mas tem mais funções no organismo que trazem benefícios para nossa saúde.
Frutanos: frutooligossacarídeos
B-glucanas: presentes na aveia
Resumindo
• Fibras insolúveis: celulose, hemicelulose e lignina.
- Chegam intactas pelo trato gastrointestinal.
- Atividades funcionais que exercem:
- Incremento do bolo fecal e estímulo da motilidade intestinal: como não são digeridas, aumentam o transito intestinal e não há presença da formação de gel que diminuiria o esvaziamento gástrico e aumentaria o tempo do transito. Elas fazem o intestino funcionar mais rápido e aumentam bolo fecal.
- Maior necessidade de mastigação que é interessante para indivíduos com compulsão alimentar.
• Fibras solúveis: pectinas, algumas hemiceluloses, mucilagens e betaglucanos.
- Formam géis em contato com a água, aumentando a viscosidade dos alimentos parcialmente digeridos no estômago; 
Esse aumento da viscosidade causa:
- Atrasam o esvaziamento gástrico, saciedade prolongada por aumento da viscosidade de formação de géis, e menor velocidade de absorção de nutrientes, como a glicose e alguns tipos de lipídios. 
Digestão e absorção das fibras solúveis:
Possuem elevada capacidade de retenção de água, formando géis e soluções viscosas que irão modular o transito intestinal.
As fibras insolúveis:
Provocam estímulo mecânico, aumentando o peso das fezes e acelerando o transito colônico. Como tem mais fezes, o intestino se apressa mais para excretar, e isso faz com que os nutrientes não sejam tão bem absorvidos, como nas fibras solúveis que os nutrientes ficam ali mais tempo e há mais absorção. 
Isso também auxilia no controle do colesterol, porque ele será excretado. 
Aumento do bolo alimentar -> formação de gel -> retardo do quimo para o duodeno -> aumento da saciedade -> aumento do tempo da digestão.
Fibra Solúvel – Pectina
- Não são hidrolisadas pelas enzimas digestivas, mas podem ser completamente fermentadas pela microbiota; -> característica de fibras solúveis, que são altamente fermentáveis.
- Tem alta capacidade de reter água e formar gel, é completamente fermentada no cólon;
- Utilizadas na indústria como agente espessante por conta dessa formação de gel; 
- A maior ingestão de fibras exige um maior aumento do consumo de água. Caso contrario, as fibras puxam a água no intestino endurecendo as fezes e podem causar efeito contrario daquele esperado. Mais água para ter fezes macias e hidratadas, e nosso intestino funcionar direito. 
Alguns exemplos de pectina, que podemos incluir na alimentação. 
Cascas e bagaço: presença de fibrasnesses alimentos, queremos aumentar a saciedade desse individuo com as pectinas presentes nas casacas e bagaços. 
Fibra Solúvel – Betaglucana
- Fibra solúvel da aveia: beta-glucana (tem em todo tipo de aveia, mas tem mais no farelo de aveia).
- Farelo de aveia: mais indicado, tem maior percentual de betaglucana, com 9,5%
- Farinha de aveia: é pobre neste tipo de fibra, com 3,74%
Não pode ser consumida por indivíduos com intolerância ao glúten/doença celíaca: a proteína contida na aveia é a avenina, que representa 12 a 16% do total proteico do grão. Ela é similar ao gluten, mas não costuma causar a mesma reação inflamatória no organismo dos celíacos - não é comum ocorrer reação, mas depende da sensibilidade que a pessoa tem com o glúten.
Além disso, a aveia geralmente é cultivada no mesmo solo/compartilha maquinário com outras farinhas que contém glúten na composição, podendo haver contaminação cruzada.
- a utilização de 3 a 6g de betaglucana/dia: equivale a 40g de farelo de aveia/dia, reduz em até 5% os níveis de LDL-colesterol no plasma.
Reduz também o índice glicêmico dos alimentos ingeridos, por exemplo utilizar junto da tapioca. 
Dislipidemia e descontrole na glicemia -> aveia é indicada!
Fibra Solúvel – Psyllium
- Extraído das sementes maduras da Plantago ovata.
- Proporção de fibra solúvel/insolúvel é de 70%/30%
- Possui alta concentração de hemicelulose e aumenta o volume fecal, diminuindo o tempo de trânsito intestinal. 
Podemos usar essas estratégias simples e baratas no plano do paciente, sem precisar gastar muito, e podemos incluir no dia a dia.
- 5,8g de psyllium por 8 semanas, 2x ao dia: melhor controle glicêmico e lipídico em indivíduos portadores de diabetes e hipercolesterolemia. 
- Dose sugerida para adultos: 5 a 20g/dia
- Dose sugerida para crianças: 5 a 10g/dia
Geralmente pede 3 meses de dieta para ver se controla, senão, começa tratamento com fármaco.
Fibra Solúvel – Goma Guar
- Extraída da espécie Cyamopsis tetragonolobus
- Aditivo alimentar -> espessante ou como fibra alimentar
- Em contato com a água, forma um gel altamente viscoso
- Cuidado: cirurgia bariátrica: pode causar obstrução total do trato gastrointestinal devido a sua capacidade de formar gel altamente viscoso. 
Colesterolemia:
Doses entre 15 e 21g/dia: relevantes reduções no colesterol -> em indivíduos com elevações moderadas de colesterolemia, hipercolesterolêmicos ou diabéticos do tipo 2.
Diabetes:
Consumo de goma guar: fator relevante na redução dos parâmetros como glicemia de jejum e pós-prandial, tanto em diabéticos tipo II, quanto em não diabéticos.
Doses variam de 10 a 30g.
O efeito hipoglicemiante é controverso. 
Todas essas fibras solúveis demonstraram resultados significativos na glicemia e no colesterol! Ja mostra que fibras solúveis sao interessantes pra usar com esses pacientes, com colesterol alto e glicemia alterada. 
Fibras – Farinha de Banana Verde – Solúvel
Quanto mais verde, menos biodisponível o amido está para nossa digestão. 
Por isso chama amido resistente, não conseguimos converter para a formação de energia. Então, ele tem ação similar a da fibra solúvel.
Amido resistente é considerado um carboidrato análogo, pois são estruturas que não podem ser hidrolisadas pelas enzimas digestivas, consideradas, portanto, fibras alimentares. 
Rica em potássio, magnésio, manganês, fósforo, cobre e zinco!
Fibras – Farinha de Maracujá – Solúvel
Rica em pectina.
Sugere-se usar 2 colheres de sobremesa no leite ou no suco, no café da manhã, almoço e jantar -> 3x ao dia. 
43 pacientes com DM2 receberam 30g/dia durante 60 dias. Houve:
Redução da glicemia de jejum e da hemoglobina glicada;
Redução dos triglicérides e aumento do HDL;
Não foi verificado redução nos níveis de colesterol total e LDL.
Fibras
O consumo adequado de fibras reduz o risco de varias doenças, como:
Diabetes mellitus: melhora os níveis de glicose
DCV: reduz o colesterol
Doenças gastrointestinais: melhora a função intestinal
Câncer de cólon
Fibras: prevenção e tratamento de doenças
Fibras - Constipação Intestinal
- A definição de constipação é difícil, portanto, sua incidência não é bem conhecida: as vezes o que é normal para mim não é normal para você. 
- Uma proposta de definição: quando o indivíduo não vai ao banheiro pelo menos 1x ao dia.
- Hemorroida: consequência secundaria da constipação intestinal
- Está associada à baixa ingestão de fibras -> fezes endurecidas e difíceis de serem eliminadas
- A pressão das fezes endurecidas no intestino grosso pode levar à formação de bolsas em sua parede (divertículos) que podem inflamar ou romper-se (diverticulite).
Sempre que atender um paciente, é ideal perguntar sobre o funcionamento do intestino, se tem dificuldade pra evacuar ou vai ao banheiro várias vezes ao dia, se o coco boia ou afunda.. temos que perguntar porque estão diretamente relacionadas com a alimentação, e podemos incluir estratégias para melhorar o funcionamento intestinal desse indivíduo. 
- Carboidratos prebióticos são solúveis em água e estimulam o crescimento de bactérias probióticas no intestino grosso.
- Microbiota intestinal saudável: maior resistência contra patógenos invasores, maior produção de AGCC (butirato), redução do risco de neoplasia no intestino
- Fibras promovem o aumento do volume fecal, maior teor de água nas fezes, maior proliferação de bactérias benéficas, redução no tempo de transito intestinal, melhorando a função intestinal.
• ambos os tipos de fibras vão atuar melhorando a função intestinal, mas as fibras insolúveis são principais nesse aspecto: vamos colocar no plano desse individuo os dois tipos de fibras, até porque os dois tipos estão presentes em todos os alimentos ricos em fibras, o que altera é a proporção. Mas para quem tem constipação, o mais importante, o essencial são as fibras insolúveis.
Vamos botar as duas, mas principalmente as insolúveis, que vão aumentar o bolo fecal, diminuir o tempo de transito intestinal, e a pessoa que não consegue ir ao banheiro vai começar a conseguir ir por conta desse aumento da motilidade intestinal.
As solúveis vamos usar mais pensando na questão das bactérias no intestino: aumentar a proliferação das bactérias benéficas, e também trazer maciez pras fezes por conta da fermentabilidade das fibras solúveis, e por serem solúveis carreiam agua ali pra dentro.
Se você passa fibra solúvel para uma pessoa que já é constipada e não orienta a ingestão de agua, ela fica mais constipada ainda. Então o principal é as fibras insolúveis.
As fibras prebióticas chegam no nosso trato gastrointestinal (principalmente na parte do cólon do intestino), vão ser fermentadas por serem solúveis, produzindo ácidos graxos de cadeia curta (acetato, propionato, butirato), vão produzir gases como o dióxido de carbono, hidrogênio, amônia, e essa fermentação, essa produção de gases, essas fibras fermentáveis irão ser utilizadas como substrato energético pelas bactérias intestinais, aumentando a proliferação de bactérias benéficas, como por exemplo as bifidobactérias.
Fibras Solúveis – Colesterol
• para constipação, utilizamos os dois tipos de fibras, e principalmente as insolúveis. Já na dislipidemia, vamos utilizar as fibras solúveis, as insolúveis não exercem o mesmo efeito no colesterol, então não adianta adicionar mais couve na alimentação do individuo que tem colesterol alto...para diminuir colesterol tem que adicionar fibras solúveis: aveia, psyllium, farinha de maracujá, biomassa de banana verde... isso por que:
- Menor digestão e absorção de lipídeos devido a maior viscosidade, o que prejudica a ação das lipases : as lipases não vão conseguir hidrolisar os lipídeos e ácidos graxos para que eles sejam absorvidos, aumentando a excreção dos ácidos graxos.
- As fibras solúveis, principalmente a pectina: maior eliminação de ácidos biliares (ricos em colesterol), que se complexam com a pectina, interferindo na formação de micelas e reduzindo a absorção de colesterol. – mais colesterol será excretado porque eles irão se ligar àpectina, que não é hidrolisada e digerida.
- Outro mecanismo que contribui para a redução do colesterol: fermentação e produção de ácidos graxos de cadeia curta (butirado, propionato), que inibe a atividade da enzima HMGCoA redutase (que é fundamental para a síntese do colesterol hepático endógeno), e portanto a síntese de colesterol hepático endógeno diminuindo seus níveis sanguíneos. – além de excretar mais, nós vamos produzir menos devido a redução da ação dessa enzima.
• Aveia ajuda a reduzir o colesterol.
Fibras – Câncer de Cólon
Podemos usar as fibras solúveis e insolúveis, mas essa última é mais interessante na prevenção do câncer e as solúveis tanto na prevenção quanto no tratamento de câncer de cólon.
- Insolúveis: redução no tempo de trânsito intestinal, reduzindo a possibilidade de pró-carcinógenos e promotores de tumores interagirem com a superfície da mucosa: vai aumentar a motilidade e as fezes não vão ficar paradas ali por muito tempo). Aumento do volume e maciez das fezes diluem os carcinógenos.
- Já as fibras solúveis:
• Fermentação -> reduz o pH -> reduz a atividade das enzimas microbianas -> diminui a produção de ácidos biliares secundários (ex: ácido litocólico), que podem ser carcinogênicos. 
	• a fermentação das fibras ocorre junto com a produção de AGCC (butirato), que estimula a proliferação celular no cólon. Na presença de câncer, as fibras insolúveis (menos fermentáveis), são mais protetoras. 
Qual detalhe faz a gente pensar que as fibras solúveis são utilizadas mais na questão da prevenção de câncer de cólon e as insolúveis no tratamento -> as solúveis quando chegam no intestino e começam o processo de fermentação, produção de ácidos graxos de cadeia curta, os ácidos estimulam a proliferação celular no cólon, e quando você tem um câncer de cólon, você não quer estimular a proliferação celular, porque pode estar estimulando também a produção de células cancerígenas. 
Então na presença de um câncer, as fibras insolúveis, menos fermentáveis, que irão estimular menos essa proliferação, vão ser mais protetoras, fazendo o intestino funcionar mais rápido e serão protetoras em relação ao câncer no sentido de não ser tão fermentáveis, e não estimular tanto a proliferação celular ali no cólon. Fibras solúveis atuariam na prevenção! 
Fibras insolúveis na prevenção e também no tratamento do câncer de cólon.
Fibras Solúveis – Obesidade
- Maior sensação de saciedade: devido a formação de gel, tempo de esvaziamento gástrico é menor. 
- Menor ingestão energética -> emagrecimento.
- Diminui o esvaziamento gástrico.
- Maior viscosidade no intestino.
- Regula a absorção de carboidratos, proteínas e lipídeos. 
• indivíduos com obesidade tem mais tendência a alterações no metabolismo de carboidratos, lipídeos, então tem maior risco de diabetes, resistência a insulina, dislipidemia, então usar as fibras solúveis auxilia não só a perda de peso mas também o controle da glicemia, do colesterol... que já possuem maior propensão a desenvolver essas comorbidades associadas.
Fibras – Diabetes
Solúveis: retardo do esvaziamento gástrico, então os carboidratos vão ser digeridos e absorvidos de forma mais lenta, absorção da glicose mais lenta.
Insolúveis: vão atuar na redução do tempo do transito intestinal: aumentando a motilidade, vai absorver também menos glicose, trazendo resposta interessante pro controle do diabetes e resistência à insulina, melhor resposta glicêmica.
- Redução da resposta glicêmica: redução da necessidade de insulina;
As fibras melhoram a sensibilidade à insulina: AGCC como fonte alternativa de glicose;
- A viscosidade influencia na absorção de carboidratos;
- Fibras insolúveis: redução do tempo de transito intestinal
Fibras solúveis: retardo no esvaziamento gástrico
As duas levam a menor absorção de glicose.
Fibras – Recomendação
- Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes (2019-2020): 
Mínimo de 14g/1000kcal para diabéticos tipo 1 sem síndrome metabólica
DM II: 20g/1000kcal
- Organização Mundial da Saúde e Associação Dietética Americana (ADA):
Adultos: 25 a 30g/dia.
- Instituto de Medicina (IOM, 2002): 
Varia a sua recomendação de acordo com o gênero e a idade:
Alguns alimentos ricos em fibras
As Fibras podem ter alegação funcional: principalmente as fibras solúveis
a. não impede a absorção de colesterol.
Fibras solúveis por conta da saciedade: psyllium, aveia, farinha de maracujá, goma guar, frutas com casca...
Em relação a colesterol e triglicerídeo: fibras solúveis também pela formação de gel, diminuindo a absorção dos lipídeos e também do colesterol por conta da viscosidade impedindo as lipases de atuar de forma eficaz impedindo a absorção de um quantidade normal, e forma ácidos graxos de cadeia curta que inibem a atividade da enzima, impedindo a formação do colesterol endógeno e diminuindo o colesterol no sangue. A pectina também se liga aos ácidos biliares diminuindo sua absorção também. 
Tipos de fibras solúveis que podemos incluir na alimentação dessa pessoa para diminuir o colesterol: psyllium, aveia, leguminosas, pectina...
Em relação a dificuldade de evacuar: melhor a insolúvel para aumentar o bolo fecal e a motilidade, peristaltismo. E aumentar a ingestão de águas. 
Em relação a baixa ingestão de frutas e alta de industrializados: isso prejudica toda a questão da obesidade, dislipidemia e constipação: baixa ingestão de fibras (consome industrializados que não tem e não consome frutas que tem)... e o consumo híbrido que está baixo: vamos orientar que essa baixa ingestão de agua está prejudicando ela ao funcionamento intestinal. 
Vamos incluir mais fibras por conta da saciedade e do colesterol, e se não beber água vai ter problema maior para ir ao banheiro.

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