Buscar

Genética - Erros inatos do metabolismo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

1 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética – Erros inatos do metabolismo 
Erros inatos do metabolismo 
Quando se fala em erros inatos do metabolismo são 
erros que já nascem com a pessoa, ou seja tem origem 
genética, sendo alguma alteração no DNA, genoma ou 
processo de expressão gênica do indivíduo, o que faz 
com determinadas rotas metabólicas sejam inibidas, 
seja pelos produtos ou subprodutos que são gerados 
para a rota funcionar. 
As rotas metabólicas funcionam em cascata. Ex.: 
glucagon faz a mediação da cascata de glicólise. São 
uma série de enzimas que vai ativando umas às outras, 
para que se consiga uma resposta no final de todo o 
processo, que é a mobilização de lipídios. Isso é 
metabolismo. Algumas pessoas podem apresentar 
alteração genética para alguma das enzimas 
envolvidas nesse processo, fazendo com que o processo 
seja prejudicado. 
Todo o mecanismo que envolve erros metabólicos que 
estão relacionados com alteração do material genético 
é chamado de erro inato do metabolismo, pois está no 
DNA. 
Atenção: não é só na síntese e degradação!! O EIM 
também abrange o erro no transporte e no 
armazenamento de moléculas. Ex.: o acúmulo de 
fenilalanina em uma célula, por conta de defeito no 
armazenamento, pode ser tóxico. 
Obs: nenhum tipo de fibrose cística é por conta de EIM. 
Imagem: exemplo de 
possibilidades de 
desenvolver erro inato. 
Essa primeira situação 
é NORMAL - em que se 
tem um substrato que 
é convertido em um 
produto por uma enzima. Quando se tem um defeito 
enzimático acontece que a enzima defeituosa não 
consegue fazer essa conversão normalmente (enzima 
truncada – com defeito, funciona pouco ou não 
funciona). Pode se ter uma conversão do substrato em 
um produto por outras reações não enzimáticas. Por 
exemplo, posso quebrar o peróxido de hidrogênio 
(H2O2) em água e oxigênio (H2O e O2). Tem uma 
enzima que faz isso, como a catalase. Normalmente a 
catalase faz isso de forma rápida, porque as enzimas 
são catalisadores biológicos, ou seja, aceleram a 
velocidade das reações químicas. Mas, essa é uma 
reação que pode acontecer sem a necessidade da ação 
de uma enzima. E, por isso que na segunda situação, o 
produto está sendo formado mesmo com o defeito na 
enzima, só não irá acontecer da mesma forma. Não 
terá a mesma reação, com a mesma intensidade, ou 
mesma velocidade. O que acontece é que se acumula 
substrato que deveria ter sido convertido em produto, 
que talvez precise até mesmo de uma outra rota 
metabólica adiante, e acaba interrompendo outras vias 
que dependem desse produto. 
Mas, supondo que a substância que se acumula é o 
H2O2 (peróxido de hidrogênio – água oxigenada, no 
popular) é extremamente tóxico; no organismo, em 
excesso, pode provocar até dano ao material genético. 
Havendo defeito na enzima, não será metabolizado da 
mesma forma; pode até chegar a converter de maneira 
mais lenta, porém vai haver acúmulo dessa substância 
no organismo, gerando intoxicação. Ou pode cair numa 
rota alternativa, de outra enzima que trabalha com ele 
também, o utiliza como substrato e gera um produto 
alternativo, que pode ser interessante pra célula ou 
que cause intoxicação. 
Importante: é necessário entender bioquimicamente e 
biologicamente o erro inato, pra só depois conhecer os 
erros específicos. 
Imagem abaixo: temos quatro enzimas trabalhando 
juntas para gerar o produto final. E, se uma delas for 
defeituosa terá ausência do produto final, porque todas 
são importantes pra geração dele. 
As enzimas Cinases (ou quinase) uma vai fosforilando a 
outra, na cascata de fosforilação, na sinalização 
celular. Vai adicionando fosfato e mais fosfato e essa 
adição provoca a ativação da enzima. Se uma enzima 
dessas estiver ausente, quebra-se a cascata, não vai 
conseguir ser fosforilada e nem as outras 
subsequentes. 
Os erros inatos do metabolismo (EIM) são distúrbios de 
natureza genética que geralmente correspondem a um 
defeito enzimático capaz de acarretar a interrupção de 
uma via metabólica. Ocasionam, portanto, alguma falha de 
síntese (anabólicas), degradação (catabólicas), 
armazenamento ou transporte de moléculas no organismo. 
 
2 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética – Erros inatos do metabolismo 
• As enzimas 1,2,3 e 4 atuam 
conjuntamente para gerar o 
produto final; 
• Na ausência de qualquer uma 
destas enzimas o defeito 
será o mesmo: falta do produto final. 
Aqui é uma situação diferente, que também caracteriza 
um erro inato. A enzima Y atua em rotas metabólicas 
que produzem produtos diferentes e, se não tiver a 
enzima Y todos os quatro produtos que ela ajuda a 
formar estarão ausentes, o que resulta numa mesma 
causa clínica. Por conta dessa enzima ausente você 
acaba não tendo 4 produtos diferentes. As rotas 
metabólicas dependem muitas vezes de várias 
enzimas, e muitas enzimas são responsáveis pela 
geração e fabricação de mais de um produto. Muitas 
vezes não diretamente. Indiretamente elas podem 
ajudar na produção desse elemento, que pode ser um 
elemento vital, um elemento importante pra célula, que 
não existindo ela, a célula pode haver perda de função 
ou prejuízo importante num tecido específico. Logo, 
tudo isso pode ser considerado como erro inato, pois é 
um erro de origem genética, fazendo com que a rota 
seja bloqueada pelo defeito na enzima. 
• A enzima Y atua em 4 
rotas metabólicas, que 
produzem produtos 
diferentes; 
• Logo, na ausência da 
enzima Y todos os 4 
produtos estarão 
ausentes, o que resulta numa mesma causa clínica. 
A patogênese dos EIMs pode ser devido ao aumento na 
concentração do substrato, diminuição da 
concentração de produtos ou aumento da concentração 
de uma via secundária. 
Ex. Galactosemina, o acúmulo de Galactitol leva a um 
tipo específico de catarata. 
Histórico 
Dr. Archibald Garrod: 
• 1904 – Ele estudava a alcaptonúria: 
❖ Autossômica recessiva; 
❖ É um erro inato do metabolismo da fenilalanina e 
tirosina: normalmente esses indivíduos terão um 
erro que está relacionado com a metabolização 
dos aminoácidos, fenilalanina e tirosina, que são 
aminoácidos naturais, que fazem parte dos 20 da 
nossa fisiologia; 
❖ Essa doença pode ser chamada de ocronose; 
❖ Característica de tornar a 
pele mais escura , por conta da 
deficiência desses dois 
aminoácidos. A urina também 
fica mais escura, se tiver muita exposição ao ar, 
isso acaba fazendo com que os indivíduos tenham 
essas sintomatologias. Imagem: Depósito de 
pigmentação ocronótica de coloração azul-
enegrecida na pele das mãos. 
❖ Normalmente esses indivíduos apresentarão uma 
certa rigidez nas regiões de cartilagem; 
❖ Resulta da deficiência completa da enzima ácido 
homogentísico oxidase (HGO), que faz a 
metabolização desses aminoácidos; 
❖ Mutação no gene 3q (3q21 – q23); 
❖ Acúmulo do ácido em diversos órgãos e tecidos, 
com aumento de sua excreção urinária: urina com 
pH bem menor que o normal; 
❖ ➔ 1909 – Descreveu outras doenças e introduziu o 
termo “Erros inatos do Metabolismo”. 
Mapa metabólico celular 
Para vermos a complexidade do mapa metabólico das 
nossas células. São rotas extremamente complexas no 
sentido de que muitas participam de várias delas, e 
consequentemente elas podem estar implicadas. Se 
estiverem ausentes, tem várias condições patológicas, 
fisiopatológicas associadas a erros inatos. 
No mapa metabólico celular conseguimos ver a 
complexidade de rotas convergentes, divergentes, 
rotas cíclicas, que acabam fazendo com que várias 
enzimas tenham participação importantes, que se 
correlacionem umas com as outras dentro desse mapa. 
• Produtos/substratos: 
❖ Enzima. 
 
 
3 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética – Erros inatos do metabolismo 
 
Erros inatos do 
metabolismo estão 
associados com 10% 
das doenças genéticas. 
Existem alguns casos 
raros, como exemplo a doença que Archibald Garrod 
descobriu, onde nessecaso especificamente, o 
diagnóstico acaba sendo mais difícil. Hoje em dia já 
temos mecanismos para fazer um diagnóstico mais 
preciso dessas patologias. 
Diagnóstico 
Correlação genótipo (presença de mutações) – fenótipo 
(expressão clínica). Normalmente faz primeiro o 
genótipo, que a partir disso, podemos suspeitar de erro 
inato. Diante da suspeita, faremos a análise genética. 
São análises baseados na pesquisa e na busca de 
mutações pontuais, através de técnicas moleculares. 
Avaliar as mutações no DNA dos pacientes, e fazer 
uma exclusão/inclusão no diagnóstico de erro inato. 
= Intensidade da doença, sobrevida e resposta ao 
tratamento. 
Grupo X Características X Doenças 
 
DEFEITO DE SÍNTESE OU CATABOLISMO DE 
MOLÉCULAS COMPLEXAS: PROTEÍNAS, 
POLISSACARÍDEOS, MOLÉCULAS GRANDES 
• Características: Sinais e sintomas permanentes e 
progressivos. 
• Doenças: Doenças lisossomais e peroxissomais. 
DEFEITO NO METABOLISMO 
INTERMEDIÁRIO 
• Características: Tem elementos que são quebrados 
e gerados a partir de proteínas, lipídeos e 
carboidratos, provocando intoxicação nos 
pacientes. Intoxicação aguda e crônica; intervalo 
livre de sintomas; relação com ingestão alimentar. 
• Doenças: Aminoacidopatias; acidúrias orgâncias; 
defeitos do ciclo da uréia e intolerância aos 
açúcares. Ex: Intolerância a lactose (açúcar 
intermediário). O paciente não tem problemas com 
açúcares maiores como o amido, pois o problema é 
no metabolismo intermediário. 
DEFEITO NA PRODUÇÃO OU NA UTILIZAÇÃO 
DE ENERGIA 
• Características: Metabolismo intermediário de 
fígado, músculo ou cérebro. 
• Doenças: Doenças de depósito de glicogênio; 
defeitos de ß-oxidação de A.G; doenças 
mitocondriais e hiperlacticemias. Nós temos a 
produção de glicogênio no tecido hepático e quebra 
dele no músculo. Temos também a utilização de 
bastante ácido graxo, principalmente nos músculos. 
Podemos ter problemas no SNC, principalmente no 
cérebro, por conta da utilização de glicose para 
funcionamento dos tecidos. 
Os sintomas no grupo 1 são permanentes e 
progressivos porque essas moléculas são as que nós 
normalmente nos alimentamos. Nosso organismo muitas 
vezes produz essas próprias moléculas, a exemplo do 
glicogênio, justificando esses sinais e sintomas 
permanentes e progressivos. 
Já no grupo 2, nos alimentamos de moléculas que são 
grandes, mas que podem não ser quebradas. Só teremos 
os sintomas caso elas sejam quebradas. Aqui pode-se ter 
um certo controle através do ajuste da dieta desse 
paciente, fazendo com que esses açúcares, lipídios e 
proteínas não sejam produzidos através da quebra de 
compostos maiores. 
 
4 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética – Erros inatos do metabolismo 
QUANDO PENSAR EM ERRO INATO? 
Isso inicialmente clinicamente. Não temos uma 
fenotipagem ou uma pesquisa de mutação na nossa mão. 
A nossa missão é solicitar esses exames com base nas 
características abaixo: 
CARACTERÍSTICAS QUE SUGEREM EIM 
• RN: coma, hipotonia, irritabilidade, convulsões, 
acidose, hipoglicemia, distúrbio hidroeletrolítico, 
sepse, icterícia, vômitos ou diarreia. 
• Retardo no desenvolvimento neuromotor e/ou 
deficiência mental. 
• Regressão neurológica, com perda de habilidades 
anteriormente adquiridas (ex: estava andando e de 
repente começa a cair). 
• Hepato e/ou esplenomegalia, icterícia colestática 
e diarreia crônica. 
• Deficiência de crescimento e/ou alterações 
osteoarticulares. 
• Episódios recorrentes de hipoglicemia, acidose 
metabólica, desequilíbrio hidroeletrolítico. 
• Relato de irmão falecido precocemente, sem 
diagnóstico definido (fala um pouco da questão 
genética envolvida naquela patologia, não sendo 
necessariamente um erro inato). 
• Consanguinidade entre os pais. 
• Todas essas avaliações devem ser feitas 
combinadas, fazendo a suspeita de erro inato e 
buscando formas para diagnosticar isso. 
EXAMES PARA DIAGNOSTICAR ERROS 
INATOS DO METABOLISMO 
• Suspeita de EIM: 
❖ Urina: Cheiro, aspecto (ex. acronose), substâncias 
redutoras, corpos cetônicos (sinais de acidose), pH, 
eletrólitos, ácido úrico. 
➢ Indícios de possíveis erros inatos. 
❖ Sangue: Hemograma completo, eletrólitos 
(comparar com os da urina - saber se há acúmulo), 
gasometria (pH, bicarbonato, pCO2...), glicose, 
lipidograma, coagulograma, transaminases, ác. 
úrico, CK, CK-MB, amônia, lactato. 
INVESTIGAÇÃO DE ERROS INATOS DO 
METABOLISMO 
Suspeita clínica → testes de triagem → Análises 
qualitativas → análises quantitativas → ensaios 
enzimáticos → Análises moleculares → Diagnóstico. 
Basicamente o roteiro é o acima demonstrado para a 
investigação. Quando falamos de aspecto e cheiro 
estamos falando de análise qualitativa, já quando 
falamos em concentração de LDL é uma análise 
quantitativa. Ensaios enzimáticos (ver enzimas nos 
sangue). Análises moleculares (associados com o 
diagnóstico genético). 
• Padrões de herança: 
Autossômica recessiva; 
autossômica dominante; 
ligada ao X; herança 
mitocondrial. 
Podemos ter diferentes padrões de herança como 
descritos nos tópicos acima. 
AUTOSSÔMICA RECESSIVA 
Imagens: somente para 
lembrar que a herança 
cromossômica recessiva 
está no cromossomo que 
não é o sexual, assim 
precisa-se dos 2 alelos alterados par o indivíduo ser 
afetado. Ex: aa. 
AUTOSSÔMICA DOMINANTE 
Imagem: temos outra 
demonstração do 
cruzamento de um 
heterozigoto com um 
homozigoto recessivo. 
Mostrando os indivíduos afetados (Aa). 
HERANÇA LIGADA AO X 
Quando a herança é 
ligada ao X, esses 2 
indivíduos que 
receberam o X da mãe 
são os afetados. Os 
outros 2 indivíduos que 
não são afetados receberam o X normal da mãe. 
Doenças metabólicas hereditárias 
Substâncias utilizadas como substrato para a 
produção e armazenamento de energia. Os açucares 
são metabolizados em 3 monossacarídeos: galactose, 
frutose e glicose. 
A começar com grupo de patologias que está associado 
ao metabolismo de açúcares. Existem açucares que não 
 
5 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética – Erros inatos do metabolismo 
são metabolizados pela célula, moléculas grandes, que 
são quebrados em açucares menores. Estes são 
absorvidos e metabolizados pelas nossas células. 
GALACTOSEMIA 
Causada pela incapacidade de metabolizar a galactose 
-1-fosfato em glicose-1-fosfato. Dieta livre de 
galactose previne complicações da doença. 
Pode ser causada pela deficiência de uma das 3 
enzimas: 
❖ Galactose-1-fosfato-Uridiltransferase (GALT) 
❖ Galactoquinase (GALK) 
❖ UDP- Galactose-4-epimerase (GALE). 
A maioria dos açucares podem ser convertidos em 
glicose. E é a nossa principal fonte energética. 
Às vezes, várias enzimas estão envolvidas numa mesma 
rota. E tem 3 enzimas envolvidas nessa mesma rota. 
Defeitos nessas enzimas podem provocar a 
galactosemia. 
Galactosemia por deficiência de G Galactose-1-
fosfato-Uridiltransferase (GALT) é a principal 
galactosemia. É a clássica, afetando a maior parte dos 
indivíduos, com prevalência 1:47.000 indivíduos 
nascidos. 
O gene da GALT está localizado em 9p13=160 
mutações; 
 
Existe uma doença metabólica que pode provocar 
algumas patologias e complicações para os indivíduos 
em diversos sistemas e tecidos. Geralmente os 
indivíduos vão apresentar quadros de; 
❖ Convulsão, irritabilidade, letargia; 
❖ Má alimentação ou ganho de peso; 
❖ Pele e olhos amarelados; 
❖ Ascite; 
❖ Hipoglicemia; 
❖ Hepatomegalia. 
• Galactosemia por deficiência de Galactoquinase 
(GALK), mais rara. 
• Gene da GALK localiza—se no 
segmento 17q24=23 mutações. 
Não tem frequência definida. 
• Por ser mais rara, não tem uma 
prevalência definida. 
• Sintomas semelhantes aos da galactosemia 
clássica. 
FRUTOSEMIA 
Causada pela deficiência de 2 enzimas: 
• Frutose 1,6 – difosfato aldolase; 
• Frutose 1,6 – difosfatase. 
❖ Herdadas de modo autossômico 
recessivo; 
❖ Frutosemia causada por deficiência da frutose 1,6– difosfato aldolase; 
❖ Gene localizado em 9q22.3=25 mutações. 
• Disfunção hepática e cirrose – quadro crônico 
quando alta ingestão de frutose; 
• Indivíduos que apresentam essa patologia 
precisam fazer uma dieta sem frutas. 
❖ Frutose causa por deficiência de frutose 1,6 
difosfatase; 
❖ Alterações no gene localizado em 9q22=12 
mutações. 
❖ Sintomas para se suspeitar de erro inato: apneia, 
convulsões, irritabilidade, vômitos. 
DEFEITO NO METABOLISMO DOS METAIS – 
DOENÇA DE WILSON – GRUPO 2 
 
➢ Doença de Wilson está relacionada com o metabolismo 
de metais. 
➢ Os indivíduos apresentam problemas na metabolização 
do cobre. O cobre se acumula, atingindo níveis tóxicos 
para esses indivíduos, levando a quadros graves, 
movimentos mal coordenados. Além disso, vai se 
observar: inchaço, fadiga, muita dor abdominal e 
dificuldades de locomoção. 
 
6 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética – Erros inatos do metabolismo 
É muito comum apresentar um anel escuro na região 
da íris que são os anéis de Kayser-Fleischer. Visto em 
olhos claros e escuros. 
Várias apresentações dos anéis de Kayser-Fleischer 
 
DEFEITOS RELACIONADOS A AMINOÁCIDOS 
Causa: mal funcionamento de uma enzima envolvida na 
conversão de um AA ou na via metabólica desse aa. 
Ex: Fenilcetonúria – exemplo clássico. Gera um quadro 
de hiperfenilalaninemia, ou seja, acúmulo do aa 
fenilalanina até níveis tóxicos para o organismo do 
indivíduo. A hiperfenilalaninemias é definida como altos 
níveis de fenilalanina plasmática maiores que 2mg/dL. 
Deficiência da fenilalanina hidroxilase 
(PAH) – Responsável pela conversão da 
fenilalanina em tirosina. A enzima PAH 
converte um aminoácido em outro. O 
gene da PAH – 12q 24.1 
• Fenilcetonúria (PKU): 1º doença 
metabólica associada ao retardo 
mental; 
• Causa: Incapacidade de metabolizar 
a fenilalanina, podendo provocar microcefalia, 
hipopigmentação da pele, cabelos e olhos, 
irritabilidade, epilepsia ... 
• Os ácidos orgânicos são convertidos em diversos 
compostos que atuam em diversas vias 
metabólicas. 
• Bloqueio das vias metabólicas –> Acúmulo de 
radicais ácidos. 
• Diagnóstico → Pesquisa de ácidos orgânicos 
urinários. 
Existem algumas doenças que são associadas a ácidos; 
tem algumas acidoses inatas que podem ser também 
consideradas erros inatos do metabolismo. 
Esses ácidos normalmente são excretados através da 
urina e, quando há acúmulo desses radicais ácidos, eles 
são excretados de maneira excessiva na urina. Dessa 
forma, o diagnóstico é feito através da pesquisa 
desses ácidos orgânicos urinários. Uma dessas doenças 
é a Acidúria Metilmalônica. 
ACIDÚRIA METIMALÔNICA (MMA) 
• Deficiência da metilmalonil-CoA mutase ou de seu 
cofator, a vitamina B12 (Adenosilcobalamina). 
• Propionato surge a partir da degradação de aa 
(isoleucina, valina, metionina e treonina) ou por 
ácidos graxos e fermentação de bactérias do 
intestino. 
Esses indivíduos terão dificuldade de 
converter esses ácidos, gerando seu 
acúmulo e, consequentemente, quadros 
clínicos graves, como o da imagem, 
apresentando uma série de lesões do 
tecido epitelial por conta da acidúria. 
Normalmente, são quadros bastante graves, que levam 
o paciente ao internamento, apresentando sintomas 
progressivos, que normalmente serão controlados com 
alguns medicamentos. São indivíduos que apresentam 
uma série de sintomas relacionados ao metabolismo, 
mas também irão apresentar sintomas relacionados às 
consequências do metabolismo, como sintomas 
neurológicos, isquemia cerebral. Importante lembrar 
que são pacientes com níveis diferentes de 
agravamento da doença a depender do tipo de defeito 
genético que apresentam, se afeta a enzima ou o seu 
cofator (vitamina B12), tendo uma sintomatologia muito 
variada, ou seja, são sintomas bem distintos 
dependendo da etiologia. 
O problema metabólico da 
MMA está nessa rota; há 
defeito na conversão da 
Metilmalonil CoA em 
Succinil CoA, que está 
associada com o 
metabolismo, ciclo de Krebs e ciclo de Cori. Um 
defeito na Metilmalonil CoA Mutase (MMA) ou no seu 
cofator (Vitamina B12) pode inibir essa conversão, 
causando o acúmulo da Metilmalonil CoA. 
Tratamento: Infusão endovenosa de glicose e 
bicarbonato, administração de carnitina, suspensão de 
ingesta proteica, etc. 
Diagnóstico pré-natal: é possível através da medição 
de metilmalonato no líquido amniótico e urina materna 
no 2° trimestre e por estudos de atividade funcional 
 
7 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética – Erros inatos do metabolismo 
da mutase e metabolismo da cobalamina em células do 
líquido amniótico em cultura. O diagnóstico pré-natal 
genético molecular também é possível quando as 
mutações segregantes na família são conhecidas. 
A ingesta proteica faz com que o paciente tenha uma 
acidúria mais acentuada, por isso é necessário 
suspendê-la, já que é uma doença relacionada ao 
acúmulo de ácidos. 
É algo muito difícil e muito específico de diagnosticar, 
dá para fazer, mas normalmente não é feito, já que nos 
exames pré-natais não invasivos é muito difícil 
encontrar alguma alteração morfológica relacionada a 
essa patologia; as manifestações morfológicas ocorrem 
depois do nascimento. Pode ser feito quando já existem 
casos na família; então se solicita os testes para 
avaliar a urina materna e o líquido amniótico. 
 
Para essa patologia, 
são descritas 
mutações em 2 
cromossomos - 4 e 6. 
 
Deficiência de enzimas lisossômicas – acúmulo do 
substrato não degradado. 
 
Existem ainda outros 3 grupos de patologias 
interessantes (mucopolissacaridoses, mucolipdoses e 
esfigolipdoses) que também estão relacionados aos 
erros inatos de metabolismo, deficiência de enzimas 
lisossômicas que geram acúmulo do substrato não 
degradado. 
Mucopolissacaridoses 
• Deficiência lisossômica que degradam os 
glicosaminoglicanos (GAGs). 
• Mutações gênicas resultam em excesso de 
mucopolissacarídeos incompletamente 
metabolizados com acúmulo dos mesmos em ossos 
e tecido conjuntivo. Apresentam-se na urina. 
• Por conta disso, esses indivíduos terão uma série de 
problemas relacionados a esses tecidos, tanto aos 
ossos quanto ao tecido conjuntivo. 
Tabela de classificação das mucopolissacaridoses (MPS) 
Mostra se é autossômica 
recessiva, qual o padrão de 
herança, qual a enzima que 
está envolvida em cada uma 
dessas patologias e qual o 
açúcar/composto que é 
motivo do acúmulo e, 
consequentemente, do erro inato. Aqui serão faladas as mais 
importantes. 
SÍNDROME DE HURLER (MPS I) 
Deficiência da enzima alfa-L-iduronidase – 4p16.3 = 70 
mutações. 
• Aumento da clavícula e das costelas; 
• Encurtamento significativo da estatura; 
• Encurtamento do pescoço; 
• Mãos grossas e em forma de garra; 
• Achatamento da ponte nasal; 
• Narinas amplas. 
São características associadas ao osso, a cartilagem, a 
estrutura, ao tecido conjuntivo, que normalmente são 
afetadas nas mucopolissacaridoses. Os pacientes 
apresentam muitos problemas de crescimento, de 
articulação. 
• O diagnóstico pré-natal já é possível pelo exame 
bioquímico de fibroblastos do líquido amniótico. 
• Após sexto mês de vida, alterações faciais, turvação da 
córnea e hérnias umbilicais e inguinais. É necessário que 
seja feito o somatório dessas características, já que as 
hérnias são comuns em outros indivíduos que não tem 
essa síndrome. 
• A suspeita pode aparecer porque uma das coisas que 
são avaliadas é a ossificação nasal (o achatamento da 
ponte nasal) já na USG; então, ao detectar alguma 
anormalidade, poderá ser feita a amniocentese para 
verificação. 
 
Indivíduo com a síndrome 
de Hurler. É possível 
observar fácies típicas. 
 
 
Outro indivíduo afetado, 
com narinas amplas, 
dificuldade de fechar a 
boca. 
 
 
8 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética – Erros inatos do metabolismo 
1. Hérnia umbilical desenvolvida; 
2. Indivíduos com dificuldadede crescimento, narinas 
amplas, baixa estatura; 
3. Hérnia umbilical (circulada): indivíduo com síndrome 
de Hurner, com 12 anos de idade. Dificuldade de 
crescimento, inclusive com alterações morfológicas 
que dizem respeito à coluna vertebral, devido aos 
muitos problemas do tecido ósseo. 
 
 
Indivíduo com baixa 
estatura por síndrome 
de Hurler aos 16 anos 
de idade; mãos e 
dedos grossos. 
 
 
22 anos, hérnias 
umbilicais grandes. 
 
 
 
 
Problemas de articulação, de extensão máxima do 
cotovelo, não conseguem estender muito bem. O 
cotovelo é conectado por uma espécie de membrana 
que pode ser removida cirurgicamente para aumentar 
a capacidade de extensão do braço desses indivíduos. 
1 - Caso brando 
de córnea 
opacificada. 
2 – Caso mais 
grave de opacificação da córnea. São sintomas clássicos. 
 
Ressonância nuclear 
magnética mostrando 
hidrocefalia em criança 
com síndrome de Hurler. 
 
SÍNDROME DE HUNTER 
• Condição recessiva ligada ao 
cromossomo X; 
• Ocorre em 1:130.000 a 1: 
150.000 nascidos vivos; 
• Em Israel, a prevalência é bem maior, estando a cada 
1 entre 36.000 nascimentos. 
❖ A questão étnica é importante para o surgimento 
dessa doença vide os casos em Israel. 
❖ Características físicas semelhantes às observadas 
na síndrome de Hurler; 
❖ Manifesta-se por volta dos 2 a 4 anos; 
❖ Declínio no desenvolvimento observado, em geral, 
por volta dos 18 aos 36 meses; 
❖ O comprometimento cognitivo pode ser 
progressivo; 
❖ Hidrocefalia e perdas auditivas podem ocorrer de 
forma progressiva; 
❖ Morte pode decorrer de problemas respiratórios 
ou insuficiência cardiovascular. 
❖ Os pacientes terão basicamente as mesmas 
características dos pacientes com síndrome de 
Hurler, já que continua sendo uma 
mucopolissacaridose. 
 
Fácies típicas com narinas 
abertas. 
 
 
 
SÍNDROME DE SANFILIPO (MPS III) 
• Padrão de herança autossômica recessiva. 
 
9 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética – Erros inatos do metabolismo 
• Caracteriza-se pela presença de severos prejuízos 
neurológicos. 
❖ Demência progressiva; 
❖ Comportamento agressivo; 
❖ Hiperatividade; 
❖ Crises convulsivas; 
❖ Prejuízo auditivo e visual; 
❖ Distúrbios do sono. 
 
• Alterações somáticas similares às observadas nas 
outras MPS costumam ser menos evidentes e 
surgem mais tardiamente. 
• Incidência (dos 4 tipos) é de 1:70.000 nascimentos. 
• Foram identificados 4 tipos dessa MPS com 
características clínicas similares, sendo o tipo A o 
mais severo. 
• Fácies típicas da síndrome de Sanfilipo. 
 
Patologias associadas 
Patologias associadas a erros inatos. 
DOENÇA DE GAUCHER 
• Deficiência: glicocerebrosidade; 
• Acúmulo: glicocerebrosídeo. 
• É um tipo de lipídeo que se acumula e acaba por 
ser tóxico para o indivíduo. 
DOENÇA DE NIEMANN-PICK 
• Deficiência: esfingomielinase; 
• Acúmulo: esfingomielina; 
• A esfingomielina é um tipo específico de lipídio, que 
está presente, inclusive, em algumas membranas 
de algumas células. 
DOENÇA DE GAUCHER 
• Herança ligada ao sexo no cromossomo X; 
• Doença de depósito lisossômico causada pela 
deficiência de enzima alfa-galactosidade; 
• Afeta 1 indivíduo em casa 40.000. 
O paciente normalmente 
irá apresentar fígado e 
baço desenvolvidos 
(hepatoesplenomegalia). 
 
DOENÇA DE NIEMANN-PICK 
• Doença causada pelo armazenamento lisossômico. 
• Origem autossômica recessiva (eventos 
mutacionais). 
• As quatro formas da doença de Niemann-Pick 
caracterizam-se por um acúmulo de Esfingomielina 
e de colesterol nos lisossomos das células, 
particularmente nas células de órgãos importantes, 
como o fígado e o baço. As três formas mais 
conhecidas da doença são os tipos A, B e C. 
• Os lisossomos não conseguem fazer a 
metabolização desses lipídeos, por isso há o 
acúmulo de Esfingomielina e colesterol. 
• Das três formas principais, a forma A é a mais 
comum. 
HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR 
• Patologia genética onde os indivíduos atingidos 
apresentam níveis de colesterol elevado desde o 
nascimento, tendo, por isso, um risco elevado para 
doenças cardiovasculares. 
• Causa: Mutação no gene receptor do LDL. 
• Erro inato do metabolismo de lipídios. Doença 
relacionada ao receptor de LDL nas células dos 
vasos e de alguns tecidos. Em geral, há uma 
mutação na proteína de forma que ela não 
consegue internalizar o LDL. O LDL fica até ligado 
a essa proteína (receptor), mas não consegue ser 
internalizado. Como não consegue internalizar a 
proteína receptora junto com o LDL, essa molécula 
fica presa na superfície, provocando um acúmulo 
de colesterol que, no caso de um vaso, por exemplo, 
esse acúmulo pode formar placas de gordura, 
ateromas, gerando aterosclerose. São indivíduos 
que não precisam consumir muito colesterol para 
formar ateromas, ter obstruções vasculares. O 
problema genético os impede de internalizar o 
colesterol por conta da mutação no receptor de 
LDL, consequentemente, gerando um acúmulo de 
colesterol, sendo considerado um erro inato do 
metabolismo. 
• Hipercolesterolemia familiar pode ser tratada com 
estatinas. O colesterol desses pacientes chega a 
600 até 800 ou mais do que isso, é um colesterol 
bastante elevado. Precisa ser tratado com 
medicamento, não pode tratar apenas com dieta.

Continue navegando