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2ª fase da fixação de pena: atenuantes 1 ⚖ 2ª fase da fixação de pena: atenuantes Column Revisado Segundo Guilherme Nucci, as agravantes e atenuantes são Circunstâncias legais, objetivas ou subjetivas, que aderem ao delito sem modificar a sua estrutura típica, influindo apenas na quantificação da pena – para mais (agravantes) ou para menos (atenuantes) – em razão da particular culpabilidade do agente, devendo o juiz elevar ou minorar a pena dentro do mínimo e do máximo, em abstrato, previstos em lei. Portanto, devem ficar dentro do limite cominado abstratamente no tipo legal. As atenuantes estão dispostas no art. 65. Menoridade relativa May 9, 2021 450 PM 2ª fase da fixação de pena: atenuantes 2 I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 Para a maioria da doutrina e da jurisprudência, esta é uma atenuante que se sobrepõe a qualquer agravante, inclusive a reincidência. A prova da menoridade se faz por qualquer documento hábil, como preceitua a Súmula 74 do Superior Tribunal de Justiça Admite-se que, no tocante ao maior de 70, a atenuante seja aplicada também na data do reexame feito pelo tribunal. Há divergência, contudo, pois "sentença" é a decisão do juiz de 1º grau, sendo questionável a observância do princípio da estrita legalidade na ocorrência da consideração no reexame. Desconhecimento da lei II - o desconhecimento da lei; Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 Segundo Nucci: Se o agente não sabia que era ilícito, nem tinha condições de saber, há o erro de proibição escusável (absolvição); se o agente não sabia que era ilícito, mas tinha condições de saber, bastando que se informasse um pouco mais, há o erro de proibição inescusável (causa de diminuição da pena); se o agente não sabia que era ilícito, mas tinha condições de saber, embora a informação não lhe fosse fácil, por se tratar de crime em desuso (atenuante). Relevante valor social ou moral Está na alínea 'a" do inciso III 2ª fase da fixação de pena: atenuantes 3 a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; Na visão de Nucci: O relevante valor é um valor importante para a vida em sociedade, tais como patriotismo, lealdade, fidelidade, inviolabilidade de intimidade e de domicílio, entre outros. Para tanto, é utilizada como parâmetro a visão do homem médio, e não o perfil subjetivo do réu. Contudo, isso não se refere a interesse particular. Se for de interesse particular, mas não for adequado aos parâmetros do homem médio, não há ocorrência da alínea. Por exemplo, se o agente difama em redes sociais a vítima por meramente ter perdido uma partida em um jogo online, pode até haver interesse particular, mas não há adequação aos parâmetros do homem médio, não se falando, portanto, de relevante valor social ou moral. Valor social refere-se a interesses que não sejam de mera ordem individual, mas de ordem geral. Por exemplo, matar um estuprador que amedrontava as pessoas da rua em que se vive. Valor moral refere-se ao interesse particular, quando o agente, por exemplo, mata o estuprador de sua filha. Arrependimento b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; O arrependimento do agente, ao executar o crime, pode conduzi-lo ao arrependimento eficaz (art. 15, ao arrependimento posterior (art. 16 ou à atenuante do arrependimento (art. 65, III, b, CP. No arrependimento eficaz, o agente pratica os atos, mas evita a consumação, não respondendo sequer pela tentativa, mas apenas pelos atos praticados. 2ª fase da fixação de pena: atenuantes 4 Exemplo: A atira em B, atingindo-o, porém o leva ao hospital logo após, evitando sua morte. No arrependimento posterior, não há violência ou grave ameaça, a reparação é feita até o momento do recebimento da denúncia ou da queixa e não há necessidade de arrependimento, mas apenas da objetiva devolução do bem. A pena é reduzida de 1 a 2 terços. Exemplo: o agente furta um celular, mas o devolve logo após, devido a uma discussão com sua mãe acerca do furto. Na atenuante do arrependimento, o Código exige um aspecto objetivo, a reparação, e um subjetivo, o arrependimento, a sinceridade, a vontade espontânea do agente, podendo ocorrer até o momento do julgamento.~~ Exemplo disso: o agente repara o dano causado pelo roubo antes do julgamento ou busca sustentar a família desamparada da pessoa que matou. Coação resistível, obediência indevida e influência de emoção c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; Há dois tipos de coações: física (excluindo a própria conduta) e moral. A coação moral pode ser irresistível (gerando causa de exclusão de culpabilidade) ou resistível. Quando atuar por causa de coação resistível, aplica-se a atenuante. Ex.: alguém furta um estabelecimento por receio de que o coator narre à sua esposa um caso extraconjugal. Quanto ao cumprimento da ordem de superior, deve ser no contexto de relações de direito público, podendo se caracterizar, nas palavras de Nucci: a) ordem legal, exclui a antijuridicidade do fato, por estrito cumprimento do dever legal; b) não manifestamente ilegal, exclui a culpabilidade (obediência hierárquica – art. 22, CP; c) ilegal. Neste último caso, permite-se ao juiz aplicar ao 2ª fase da fixação de pena: atenuantes 5 agente uma atenuante, pois é sabida a dificuldade do subordinado em evitar o cumprimento de uma ordem superior, mesmo que ilícita. A influência de violenta emoção por ato injusto admite um estágio mais ameno que possa influenciar a alteração do estado emocional do agente. Não é necessário que o crime ocorra logo após a provocação, porém também não se admite esta atenuante nos casos de premeditação. Confissão espontânea d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; Para a confissão, o agente deve ter pleno discernimento, e agir de maneira voluntária, expressa e pessoal, diante da autoridade competente, em ato solene e público reduzido a termo. Ela pode ocorrer até o trânsito em julgado da condenação. A função da atenuante é ter uma prova da autoria, não se exigindo, portanto, arrependimento, mas simplesmente ter confessado sem ser coagido. 💡 Na prática, normalmente não vale a pena confessar. Não se aplica a atenuante quando o agente tenta alterar o tipo penal através da confissão, a exemplo de quando se é acusado de roubo, porém se diz ter cometido furto, ou quando se é acusado de tráfico, mas se diz que a droga era pra consumo próprio. Confissão qualificada É aquela na qual o agente admite que realizou o fato típico, porém sob uma causa de exclusão de ilicitude ou de culpabilidade. Há divergência jurisprudencial quanto a isso. Para o STJ, a atenuante pode ocorrer quando desta confissão; para o STF, não. 2ª fase da fixação de pena: atenuantes 6 Influência de multidão, em meio a tumulto e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. É o exemplo de brigas em estádios de futebol ou de furtos em meio a rebeliões. Não se aplica a atenuante quando o agente premedita o crime. Referências Nucci, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal: parte geral: arts. 1º a 120 do Código Penal / Guilherme de Souza Nucci. – 3. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2019. Masson, Cleber. Direito Penal: parte geral (arts 1º a 120 - v.1 / Cleber Masson - 14. ed. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020.
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