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1 Amaríntia Rezende – Estágio supervisionado MANUAL DO ESTAGIÁRIO CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS EXAME FÍSICO BÁSICO PARÂMETROS VITAIS Os parâmetros devem ser aferidos e monitorados rotineiramente, se possível, 2 vezes/dia, uma pela manhã e outra ao final da tarde. Nessa fase do exame, é importante observar se está ocorrendo ou não alguma alteração nos valores indicativos de normalidade e a evolução correspondente (para melhor ou pior) daqueles já existentes. (FEITOSA, 2020) FREQUÊNCIA CARDÍACA FC BATIMENTOS CARDÍACOS POR MINUTO CÃO JOVEM 160 a 200* CÃO ADULTO 60 a 160* GATO 160 a 240* *A FC pode variar de acordo com o tamanho do animal FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA FR RESPIRAÇÕES POR MINUTO CÃO 18 – 35* GATO 20 – 40* *A FR pode variar de acordo com o tamanho do animal TEMPERATURA ESPÉCIE TEMPERATURA RETAL C CÃO JOVEM 36,1 a 37,7 c CÃO ADULTO 37,5 a 39,2 c GATO 37,8 a 39,2 c NÍVEL DE CONSCIÊNCIA NÍVEL DE CONSCIÊNCIA COMPORTAMENTO DIMINUÍDO Apático AUSENTE Coma NORMAL - AUMENTADO Excitado 2 Amaríntia Rezende – Estágio supervisionado POSIÇÃO Trata-se do posicionamento que o animal adota quando em posição quadrupedal, em decúbito e durante a locomoção. É necessário avaliar se o animal assume algum padrão de postura pouco usual, indicativo, muitas vezes, de anormalidades. Postura de cachorro sentado: observada, por exemplo, nos casos de paralisia espástica dos membros posteriores Postura de foca: comumente vista nas paralisias flácidas dos membros posteriores Postura de cavalete: observam-se rigidez e abdução dos quatro membros, sendo vista, mais frequentemente, nos casos de tétano. ESTADO NUTRICIONAL Ao examinar o estado nutricional do animal, é necessário considerar: (1) a espécie; (2) a raça; e (3) a utilidade ou aptidão. Em animais normais, todas as partes proeminentes do esqueleto estão cobertas por músculos ou gordura, dando ao corpo um aspecto arredondado. (FEITOSA, 2020) 3 Amaríntia Rezende – Estágio supervisionado DESIDRATAÇÃO TESTE TURGOR CUTÂNEO GRAU DE DESIDRATAÇÃO ESTIMATIVA DE DESIDRATAÇÃO PARÂMETROS ATÉ 5% (NÃO APARENTE ↓ Elasticidade da pele discreta ou sem alteração Enoftalmia ausente ou muito discreta Estado geral sem alteração ou levemente alterado Apetite preservado/sucção geralmente presente Animal alerta e em posição quadrupedal ENTRE 6 E 8% (LEVE) ↓ Elasticidade da pele (2 a 4 s) Enoftalmia leve Animal ainda alerta ENTRE 8 E 10% (MODERADA) ↓ Elasticidade da pele (6 a 10 s) Enoftalmia evidente ↓ Reflexos palpebrais ↓ Temperatura das extremidades dos membros, de orelhas e focinho Mucosas secas Animal se mantém em posição quadrupedal e/ou em decúbito esternal Apatia de intensidade variável ENTRE 10 3 12% (SEVERA) ↓ Marcante da elasticidade da pele (> 10 s) Enoftalmia intensa Extremidades, orelhas e focinho frios Tônus muscular ↓ ou ausente Mucosas ressecadas Reflexos muito ↓ ou ausentes Decúbito lateral Apatia intensa TEMPO DE PREENCHIMENTO CAPILAR (TPC) ESTADO SEGUNDOS SADIO 1 a 2 segundos DESIDRATADO 2 a 4 segundos GRAVEMENTNE DESIDRATADO > 5 segundos A pele saudável é elástica quando pinçada com os dedos, voltando rapidamente à posição normal quando solta (2s em média). Em animais desidratados, quanto maior for o grau de desidratação, maior será o tempo que a pele permanecerá deformada. 4 Amaríntia Rezende – Estágio supervisionado EXAME DAS MUCOSAS Mucosas: oculopalpebral, bucal, nasal, vulvar, prepucial. *OBSERVAR TODAS AS MUCOSAS COLORAÇÃO INDICATIVO HIPOCORADA Pálida. Hipoperfusão, anemia NORMOCORADA Rosada. Normal. ICTÉRICA Amarelada. Retenção de bilirrubina nos tecidos CIANÓTICA Azulada. Insuficiência respiratória, hipóxia HIPERÊMICA Vermelho vivo. Aumento da permeabilidade vascular Teste de preenchimento capilar é uma manobra muito simples destinada a avaliar a velocidade de enchimento do leito capilar superficial após compressão (até a mucosa ficar branca) e descompressão da mucosa bucal. Em um animal saudável a mucosa cora novamente em 1 ou 2 segundos. MUCOSA NORMOCORADA MUCOSA HIPOCORADA MUCOSA HIPEREMICA MUCOSA ICTÉRICA MUCOSA CIANÓTICA 5 Amaríntia Rezende – Estágio supervisionado AVALIAÇÃO DOS LINFONODOS Os linfonodos são estruturas muitas vezes palpáveis, de modo que fornecem boa orientação sobre o local em que está ocorrendo determinado processo infeccioso ou inflamatório. Os linfonodos possíveis de serem examinados na rotina prática são: mandibulares ou maxilares, retrofaríngeos, cervicais superficiais ou pré-escapulares, poplíteos, mamários e inguinais superficiais ou escrotais OS LINFONODOS SÃO AVALIADOS EM SENSIBILIDADE Nos processos inflamatórios e/ou infecciosos agudos, os linfonodos tornam-se sensíveis. Nos animais normais e durante os processos crônicos, a sensibilidade é normal ou discretamente aumentada, respectivamente CONSITÊNCIA Em geral, apresentam consistência firme, ou seja, são moderadamente compressíveis, cedendo à pressão, e voltando ao formato inicial uma vez cessada a pressão. Nos processos inflamatórios e infecciosos agudos, a consistência não se altera, mas é possível denotar o aumento de volume e de sensibilidade. Nos processos inflamatórios e infecciosos crônicos e neoplásicos, os linfonodos ficam duros. MOBILIDADE Os linfonodos costumam apresentar boa mobilidade; eles são móveis tanto com relação à pele quanto às estruturas vizinhas quando palpados. A perda ou a ausência de mobilidade é um achado comum nos processos inflamatórios bacterianos agudos, devido ao desenvolvimento de celulite localizada, que os fixa nos tecidos vizinhos. TEMPERATURA Em geral, os linfonodos apresentam temperatura igual à da pele que os recobre. A elevação da temperatura é acompanhada, na maioria das vezes, de dor à palpação.
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