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Resumo - Clostridium Botulinum (Botulismo)

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Clostridium Botulinum – Botulismo	
Agente Etiológico 	
O Clostridium botulinum é o gente etiológico causador da doença do botulismo; é um bacilo flagelado Gram positivo; anaeróbio (que se desenvolve em meio com baixa concentração de oxigênio); produtor de esporos; é encontrado com frequência no solo, natureza, poeira, pratos e conservas caseiras mal preparadas e agroprodutos frescos ou industrializados. Sua temperatura máxima de crescimento é de 50°C. Hoje são descritos 07 tipos de C. botulinum classificados de A à G de acordo com as neurotoxinas que produzem. Os tipos A, B, E, e F, são as principais causas de botulismo em humanos. 
Patogênese	
Os esporos e a toxina que produz são importantes fatores de patogenicidade dessa bactéria. Seus esporos estão amplamente distribuídos no solo e natureza. São resistentes à temperaturas de 120°C, se favorecem de pH alcalino e são resistentes à desidratação. Quando em condições favoráveis de anaerobiose a 37°C eles se modificam pra assumir a forma da bactéria e ela vai produzir a toxina botulínica. 
Essa toxina produzida pela bactéria quando atinge o sistema nervoso periférico causa grandes danos à pessoa. Essa toxina não suporta temperaturas altas e ela é facilmente destruída a cerca de 80 a 100°C e dessa forma é aconselhado que se ferva os alimentos antes do uso como forma de precaução. 
Ação da Toxina 	
A toxina botulínica é absorvida no trato gastrointestinal ou em ferimentos e dissemina-se por via hematogênica até as terminações nervosas do Sistema Nervoso Periférico (SNP), mais especificamente (irreversivelmente) na membrana pré-sináptica da junção neuromuscular, bloqueando a liberação da acetilcolina que é o neurotransmissor responsável pela contração muscular. Com isso, haverá falha na transmissão de impulsos nervosos, resultando em paralisia aguda flácida. Isso pode levar facilmente uma pessoa a morte pelo fato de que com o tempo a pessoa pode não conseguir mais respirar por ter os músculos da respiração comprometidos. A recuperação do paciente vai depender da formação de novas terminações neuromusculares podendo variar de 1 a 12 meses. O paciente deve ser levado rapidamente para uma uti por ser um local onde as chances de morte são reduzidas. Além disso, a coleta tardia do sangue pode impedir a detecção dessa toxina, pois ela vai sendo rapidamente absorvida pelos tecidos. Em geral, após 8 dias do início da doença, a toxina não é mais encontrada. 
Tipos	
Existem três tipos de botulismo: o botulismo intestinal, o botulismo alimentar e o botulismo por ferimentos. Os três tipos apresentam manifestações neurológicas e/ou gastrintestinais muito semelhantes. 
Botulismo Alimentar	
O botulismo alimentar ocorre após a ingestão de alimentos contaminados com a toxina e é a forma que mais acomete adultos, muito frequente pela ingestão de pratos e conservas caseiras mal higienizadas. Os sinais e sintomas característicos incluem os gastrointestinais como náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal, e neurológico como paralisia facial, cefaleia, vertigem, disartria, disfagia, diplopia e ptose palpebral. E se a doença evolui para os músculos do tronco pode ocorrer insuficiência respiratória e tetraplegia flácida. É importante lembrar que nem sempre ocorrem alterações aparentes nos alimentos, como odor, sabor, cor e textura, bem como nem sempre as latas contendo alimentos contaminados estão degradadas, o que acaba dificultando a identificação e facilitando a contaminação. 
Botulismo por Lesão	
O botulismo por ferimentos é o tipo mais raro se dá pela contaminação de ferimentos profundos por esporos da bactéria e ainda ferimentos produzidos por agulhas em usuários de drogas injetáveis ou inalatórias devido aos ferimentos na cavidade nasal. Os sintomas são semelhantes aos do tipo de botulismo alimentar, mas pode ocorrer febre e pode não ocorrer sintomas gastrintestinais. 
Botulismo Intestinal
O botulismo intestinal ou infantil se dá pela colonização do intestino por esporos de C. botulinum, muito frequente em crianças de até um ano pela ingestão de mel contaminado por esporos, pois a criança ainda não possui uma flora intestinal bacteriana resistente e pode acontecer de que pela falta de informação uma mãe dê mel para o seu filho e ele desenvolva o botulismo ou ainda pode ocorrer em adultos pelo uso prolongado de antibióticos, pacientes com cirurgia gastrointestinal recente ou que seja portador de doença inflamatória intestinal, o que poderia ter predisposto à colonização do c. botulinum no intestino. 
Diagnóstico	
O diagnóstico é feito pela anamnese de exame físico mais os exames gastrintestinais e neurológicos. Na suspeita de botulismo deve ser verificada principalmente a evolução do quadro neurológico apresentado e a presença de sinais e sintomas associados. O diagnóstico laboratorial deve ser feito o mais precocemente para se identificar a presença da toxina, é baseado na análise de amostras clínicas como sangue, soro, material de ferimento, lavado gástrico e fezes ou conteúdo intestinal. É importante lembrar que nem todos os sintomas acontecem na mesma pessoa e que, às vezes, só aparecem os sintomas menos graves, dificultando o diagnóstico da doença.
Bioensaio
O diagnóstico laboratorial pode ser realizado por meio de vários tipos de testes, mas o mais comum é a detecção da toxina botulínica por meio de bioensaio em camundongos. Esse teste é feito pela coleta do soro de um paciente com suspeita de botulismo e a administração desse soro no organismo de camundongos vivos, para confirmar a presença de substâncias tóxicas, pode levar até quatro dias. Ele é realizado em três etapas: presuntiva, confirmatória e específica. A etapa presuntiva vai nos confirmar a presença de uma toxina termolábil e que causa sintomas semelhantes aos do botulismo, a etapa confirmatória vai nos confirmar a presença da toxina botulínica e a etapa específica vai nos confirmar a presença da toxina botulínica e o tipo dela. Sempre que esse teste é realizado e dá positivo, o diagnóstico está confirmado e não necessita de outros exames laboratoriais ou da determinação da toxina em outras amostras do mesmo paciente.
Tratamento
Para um bom tratamento as providências precisam ser tomadas o mais precocemente em hospital que possua unidade de terapia intensiva. A monitorização cardiorrespiratória e assistência ventilatória quando necessária são as condutas mais importantes para o tratamento. Além da eliminação da toxina circulante e sua fonte de produção no caso a bactéria pelo uso do soro antibotulínico e de antibióticos como penicilina e metronidazol. Nos casos de botulismo por ferimento deve ser realizado o debridamento cirúrgico, no caso, a remoção do tecido necrótico juntamente com o uso do SAB (soro antibotulínico). Além de lavagens gástricas e laxantes, nos casos de botulismo alimentar. 
A administração de antitoxina é a única terapia específica para o botulismo e evidências sugerem que é efetiva somente quando dada precocemente no curso da disfunção neurológica. Dessa forma, o diagnóstico não pode aguardar os resultados dos estudos que podem demorar e serem confirmatórios em apenas alguns casos. O diagnóstico deveria ser feito com base na história do caso e nos achados clínicos. 
PREVENÇÃO – CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Boas práticas de higiene; 
Processamento térmico e adequado dos alimentos; 
Eliminar cuidadosamente a fonte alimentar suspeita; 
Não oferecer mel para crianças com menos de um ano. 
Jamais comprar ou consumir alimentos com a embalagem estufada ou degradada, porque é muito provável que esteja contaminado.
Não beber água ou alimentos que contenham líquido com aparência turva e duvidosa.

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