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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PIAUÍ. Processo n°: xxx PEREBA, já qualificado nos autos em epígrafe, por intermédio de seu advogado, legalmente habilitado, através de instrumento probatório em anexo, nos autos da ação que move em face do Ministério Público, vem respeitosamente a presença de vossa excelência, não se conformando “data vênia” com o acórdão, que de forma não unânime, manteve a condenação proferida pelo Juízo “a quo”, tempestivamente, tendo em vista a respeitável sentença de folhas n° xxx, OPOR: EMBARGOS INFRINGENTES com fundamento no artigo 609, parágrafo único, do Código de Processo Penal, conforme razões em anexo. Requer que o presente recurso seja recebido e processado com as inclusas razões. Termos em que, Pede e aguarda deferimento, Teresina – Piauí, DATA Advogado OAB RAZÕES RECURSAIS EMBARGANTE: Pereba EMBARGADO: Tribunal de Justiça do Piauí ACÓRDÃO n°: xxx PROCESSO n°: xxx EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PIAUÍ. COLENDA CÂMARA CRIMINAL DOUTO PROCURADOR “Data Vênia” é cabível os presentes embargos infringentes para que o voto vencido seja reconhecido, por ser medida de justiça a ser aplicada no caso em questão, pelas razões a seguir expostas: I – DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE O Embargante, após interposição de apelação da sentença condenatória pelo Juízo “a quo”, teve mérito julgado pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Piauí, a qual, por maioria de votos, teve sua sentença integralmente mantida. Diante disso, o presente recurso torna-se cabível, conforme artigo 609, parágrafo único, Código de Processo Penal, vez que investe contra decisão de mérito não unânime, prolatada pelo respeitável Juízo “ad quem” nestes autos de ação criminal. II – DA TEMPESTIVIDADE Além disso, o presente recurso é tempestivo, vez que a legislação processual vigente no parágrafo único do artigo 609, do Código de Processo Penal, dispõe que os embargos infringentes poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias. Portanto, tempestivo o presente recurso. III – DA JUSTIÇA GRATUITA Requer o benefício da justiça gratuita, admitindo a este a qualidade descrita no artigo 5, inciso LXXIV, da Constituição Federal de 1988, tendo em vista ser pobre no sentido legal, com isso, constata-se que o autor da apelação não possui condições de arcar com as custas processuais, podendo isto afetar o sustento próprio e de sua família. Artigo 5, Constituição Federal Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. Portanto, a conta dos fundamentos apresentados, requer ao recorrente, o benefício da justiça gratuita. IV – DOS FATOS Pereba, primário e de bons antecedentes, foi preso na capital Teresina-Piauí com vários papelotes de cocaína. Após audiência de custódia, o juiz transformou a prisão em flagrante, em prisão preventiva e encaminhou o Embargante para casa de custódia, prisão provisória em Teresina. O Ministério Público ofereceu a denúncia pela prática do crime de tráfico de drogas. Após a instrução, inclusive com realização do interrogatório, ocasião em que o acusado confessou os fatos, Pereba foi condenado, na forma do artigo 33, parágrafo 4, da Lei n° 11.343/2006, à pena de 1 ano e 8 meses de reclusão, a ser cumprido em regime fechado. Dessa forma, o advogado de Pereba interpôs o recurso de apelação da sentença condenatória. Em julgamento pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, a sentença foi integralmente mantida por maioria de votos. Onde, ao contrário do entendimento dos demais desembargadores, o desembargador revisor votou no sentido de manter a pena de 1 ano e 8 meses de reclusão, assim como o regime, mas foi favorável à substituição da pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos, no que restou vencido. V – DO MÉRITO O Juízo “a quo” aplicou a pena de 1 ano e 8 meses em regime fechado, a qual foi apelada a presente sentença condenatória, e a partir dessa, a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, manteve integralmente a sentença por maioria de votos. Ademais, o desembargador revisor, ao contrário do entendimento dos demais desembargadores, votou no sentido de manter a pena de 1 ano e 8 meses de reclusão, mas foi favorável à substituição da pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos, no que restou vencido. A partir da análise do presente caso, e observando o disposto no artigo 44, inciso I e II, do Código Penal, que trata das penas restritivas de direitos, onde aponta respectivamente, que quando aplicada pena restritiva de liberdade não superior a 4 anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça, outrossim, quando o réu não for reincidente em crime doloso, este será detentor do direito a substituição da pena privativa de liberdade em privativa de direitos. Portando, presentes os requisitos necessários do artigo 44, incisos I e II, do Código penal, requer a este Egrégio Tribunal, o reexame da questão de mérito apontada, e consequentemente, a conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos. VI – DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer, respeitosamente à esta Colenda Câmara Criminal, que seja recebido, autuada e processada o presente recurso de Embargos Infringentes, bem como apreciada as presentes razões de mérito, com intuito de reexaminar a sentença condenatória prolatada, e assim substituir a pena restritiva de liberdade por restritiva de direitos. Nestes termos, Pede e aguarda deferimento, Teresina - Piauí Data Advogado OAB n° xxx