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Resenha - Super Size Me

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Produção de Textos Midiáticos
Resenha crítica: “Super Size Me”- A dieta do palhaço
Em pleno século XXI, em meio ao estilo de vida caótico levado pela maioria das pessoas, – especialmente quando falamos de grandes cidades – a obesidade não é um assunto inédito. Entretanto, apesar da quantidade de informações a quais temos acesso sobre o tema, será que paramos para pensar na informação nutricional daquilo que ingerimos? Conseguimos compreender como o marketing coercivo das grandes empresas influencia, às vezes inconscientemente, as nossas escolhas?
É isso que Morgan Spurlock decide investigar. Durante 30 dias, o americano encara o desafio de abandonar sua dieta comum e saudável para ingerir apenas alimentos do McDonald’s, famosa rede de restaurantes fast-food com unidades espalhadas por todo o mundo. Spurlock passa então por uma bateria de exames com diferentes médicos – um cardiologista, um clínico geral e um gastroenterologista, além de um preparador físico e uma nutricionista – que constatam que seu peso e saúde se encontram acima da média, apresentando bons níveis de colesterol, vitaminas no sangue e funcionamento dos órgãos vitais. Ele inicia a radical dieta sem nenhuma resistência de nenhum de seus médicos, que conjecturam apenas um aumento razoável nos níveis de açúcar no sangue e algum ganho de peso ao longo dos 30 dias. Os resultados previstos pelos médicos, no entanto, não começariam nem mesmo a descrever os efeitos da dieta no corpo de Spurlock. 
No decorrer dos 30 dias, o cineasta passa a experienciar sintomas como fadiga, dificuldade de respiração, dores no peito, dificuldade de ereção, dores de cabeça e letargia, além ainda do aumento progressivo do peso, chegando a pesar 95 kg no final da dieta, em contraste com os 84 kg apresentados antes do início do experimento. Fazendo três refeições por dia, ele chega a ingerir até 5.000 kcal diariamente, mais do que as 2.000 recomendadas por profissionais. Seu fígado passa a não conseguir administrar a alta quantidade de gordura ingerida por ele, e seus médicos comparam esse efeito colateral de sua dieta aos efeitos causados pelo alcoolismo. Apesar das recomendações médicas de que não prosseguisse com o experimento, ele vai até o fim, comprovando as consequências de uma dieta nada saudável combinada à falta de exercícios físicos. 
 Além dos resultados obtidos em seu experimento, Spurlock entrevista diversas autoridades da indústria alimentícia, e nos mostra de perto as estratégias de marketing utilizadas pelas grandes redes para nos fazer consumir. As crianças, que são expostas à tais informações desde muito cedo, costumam associar esse tipo de comida com a imagem criada pelo restaurante: um palhaço engraçado, um playground onde pode se divertir, os brinquedos que levará de brinde para casa ou mesmo o tempo de qualidade que passará com a família. 
O documentário promove uma importante discussão sobre a comida não-saudável e o marketing, investigando a fundo a resposta para a pergunta “por que ingerimos alimentos que sabemos não fazer bem à nossa saúde?” Os exemplos mostrados no filme comprovam ainda que é possível seguir na contramão dessa tendência moderna à ingerir alimentos tóxicos ao nosso corpo, e priorizar uma dieta saudável e benéfica ao organismo, assim como, por exemplo, os alunos de uma escola pública que, contrária aos alimentos gordurosos geralmente fornecidos às crianças, obteve ótimos resultados no comportamento de seus alunos a partir da mudança do cardápio, introduzindo-os à uma dieta saudável e orgânica sem grandes diferenças no orçamento. Com todo o dinheiro obtido com o consumo desenfreado de seus produtos, a saúde dos consumidores não é algo que interessa as grandes empresas, mas ainda temos em nossas mãos a chance de seguir um caminho contrário à essas influências e, mais importante do que o peso, a estética ou os padrões de beleza impostos pela sociedade, viver uma vida saudável.

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