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Ventilação Mecânica Não Invasiva - Neonatologia e Pediatria

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Ventilaçã� Mecânic�
Nã� Invasiv�
Introdução
– A VNI é definida como uma técnica que fornece um suporte ventilatório sem a
necessidade de instituir uma via aérea artificial, como o tubo endotraqueal ou
traqueostomia.
– Para sua administração é necessário o uso de um aparelho mecânico e de uma
interface paciente-ventilador.
– O ventilador é conectado a um circuito de VNI e fornece a pressão positiva necessária
ao paciente, que será administrada por uma interface a ser escolhida.
Objetivos Principais
• facilitar as trocas gasosas;
• reduzir a fadiga muscular com a diminuição do trabalho respiratório;
• reduzir a dispneia;
• melhorar a capacidade residual funcional;
• melhorar a ventilação alveolar;
• melhorar a complacência pulmonar.
Vantagens da VNI
• Previne a intubação orotraqueal ou a traqueostomia
• Reduz o risco de infecções nosocomiais
• Possibilita a alimentação e a comunicação
• Reduz a necessidade de sedação
• Facilita a deambulação
• Elimina o trabalho imposto pelo tubo endotraqueal
• Previne a reintubação
• Reduz a incidência da atrofia muscular respiratória
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Indicações
– As principais indicações da VNI são as insuficiências respiratórias hipercápnicas,
embora também possa ser utilizada em doenças hipoxêmicas e em outras situações,
como o desmame ventilatório.
• Exacerbação aguda de DPOC
• Alterações da caixa torácica
• Doenças neuromusculares
• Hipoventilação central
• Apneia obstrutiva do sono
• Pneumonia
• Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA)
• Pós-operatório
• Edema agudo pulmonar
• Desmame da VMI
• Prevenção da intubação endotraqueal
• Trauma torácico sem pneumotórax
Condições clínicas que se beneficiam de VNI
• Doenças neuromusculares
• Fibrose cística
• Obstrução de vias aéreas
• Atelectasia
• Doenças respiratórias crônicas
• Hipoventilação central
• Malformação de Arnold Chiari
• Síndromes craniofaciais
• Doenças respiratórias decorrentes da prematuridade
• Broncomalácia
• Asma, bronquiolite, pneumonia, trauma
• Alterações da caixa torácica (p. ex., cifoescoliose)
• Apneia obstrutiva do sono
• Doença da membrana hialina
• Apneia da prematuridade
• Síndrome da aspiração de mecônio
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Contraindicações
• Cirurgia, queimaduras, trauma ou deformidade facial
• Obstrução total das vias aéreas superiores
• Ausência de reflexo de proteção de via aérea
• Hipersecreção pulmonar
• Náusea e vômitos
• Hemorragia digestiva alta
• Pneumotórax não drenado
• Hemoptise e epistaxe maciça
• Coma grave
• Arritmia cardíaca e instabilidade hemodinâmica
• Agitação, confusão, ansiedade
• Intolerância ao tratamento por parte do paciente
– Deve-se levar em consideração que algumas dessas contraindicações são relativas e
que, em alguns casos, deve-se verificar quais são os riscos e os benefícios reais do seu
uso, sempre de comum acordo com a equipe médica.
MODOS VENTILATÓRIOS MAIS UTILIZADOS EM PEDIATRIA
CPAP (Continuous positive airway pressure)
– Usada para neonatos, lactentes e crianças com síndrome do desconforto respiratório.
– É mais usada com prongs nasais em neonatologia (CPAP nasal) e com as diferentes
máscaras em pediatria .
– CPAP nasal é indicada para neonatos com doença da membrana hialina, apneia da
prematuridade, síndrome da aspiração do mecônio, prevenção da intubação orotraqueal
e para facilitar o desmame da ventilação mecânica invasiva.
– É usado predominantemente com o objetivo de manter os pulmões expandidos em
condições em que os alvéolos tendem a colapsar ou estão repletos de fluidos.
Efeitos gerais da CPAP
• Aumento da capacidade vital
• Redução da frequência respiratória
• Melhora da saturação arterial de O2
• Melhora da relação ventilação/perfusão
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• Aumento da capacidade residual funcional
• Aumento da pressão transpulmonar
• Prevenção de colapso alveolar
• Melhora da complacência pulmonar
• Diminuição do trabalho respiratório
• Conservação do surfactante
• Aumento do diâmetro das vias aéreas
• Estabilização da caixa torácica
– Precauções para o uso de CPAP incluem fraturas faciais, lacerações, anastomoses
traqueais ou esofágicas recentes, doenças pulmonares associadas ao aprisionamento
aéreo ou com formações císticas, aumento da pressão intracraniana e instabilidade
hemodinâmica.
Exemplo de mal posicionamento da CPAP
– Introdução excessiva no nariz causando hiperemia da asa, columela nasal e obstrução
da narina por edema.@f
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BIPAP (Bilevel positive airway pressure)
– O BIPAP fornece dois níveis pressóricos: a pressão inspiratória ou IPAP (Inspiratory
positive airway pressure) e a pressão expiratória ou EPAP (Expiratory positive airway
pressure).
– Dessa forma, existe uma variação de pressão na fase inspiratória que gera uma
variação de volume e, por isso, é possível alterar o volume corrente, o volume minuto e
como consequência, os níveis de dióxido de carbono (CO2).
– A pressão inspiratória auxilia a inspiração e favorece o recrutamento alveolar; a
pressão expiratória também ajuda no recrutamento alveolar e, o mais importante,
mantém os pulmões expandidos.
– O BIPAP é indicado em qualquer caso de insuficiência respiratória, principalmente
quando ocorre fraqueza muscular respiratória, hipercapnia e hipoventilação. Os efeitos
fisiológicos são semelhantes aos da CPAP
– Para iniciar essa modalidade, devem ser escolhidos um ventilador, um circuito e uma
interface
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MAS QUAL A DIFERENÇA ENTRE CPAP E BIPAP?
CPAP
(Pressão Positiva Contínua das Vias Aéreas)
– É mais conhecido por oferecer um fluxo de ar constante em períodos noturnos para
evitar que o paciente pare de respirar enquanto dorme.
– Também é usado para pacientes com doenças neuromusculares e problemas
respiratórios.
BIPAP
(Pressão Positiva em Vias Aéreas a Dois Níveis)
– É uma máquina de ventilação não invasiva que oferece dois níveis de pressão: IPAP e
EPAP
– Usado para tratar apneia central do sono e apneia obstrutiva do sono grave. Também
é prescrito para pacientes com dificuldade respiratória e doenças cardíacas.
INTERFACES
– Dentre os dispositivos mais usados há os prongs nasais, que são mais utilizados em
neonatos, e as máscaras nasal, orofacial e facial que são mais utilizadas em pediatria.
Exemplos
• Neonatologia: Prong nasal
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• Pediatria: Máscara nasal
CUIDADOS RELACIONADOS À FISIOTERAPIA
• confirmar junto à equipe médica a indicação do uso de VNI;
• escolher o aparelho e a modalidade a serem utilizados;
• checar o bom funcionamento do aparelho;
• posicionar corretamente o paciente e escolher a melhor interface;
• adaptar a máscara ou o prong ao paciente de maneira confortável e de modo que haja
o menor escape de ar possível;
• promover sincronia paciente-ventilador;
• umidificar corretamente o sistema;
• monitorar as variáveis hemodinâmicas e respiratórias;
• avaliar a gasometria arterial;
• verificar sinais de intolerância e de desconforto respiratório;
• treinar o paciente antes da instituição da terapêutica ;
• manter a permeabilidade das vias aéreas.
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Cuidados educacionais e de suporte
• explicar ao paciente e à sua família tudo o que será realizado e o equipamento
utilizado, bem como os objetivos a serem atingidos;
• descrever detalhadamente todos os procedimentos e tratamentos instituídos;
• explicar a importância da colaboração do paciente para a eficácia da técnica;
• orientar quanto à higienização correta das mãos e de todo o sistema de VNI para o
controle de infecção;
• esclarecer todas as dúvidas do paciente e de seus familiares em relação ao
procedimento.
MONITORIZAÇÃO DO PACIENTE SOB VNI
– A avaliação clínica deve ser realizada minuciosamente e inclui: nível de consciência,
presença de distensão abdominal, uso de musculatura acessória, movimentação da
parede torácica, conforto do paciente, sincronia paciente-ventilador, frequência
respiratória, frequência cardíaca, pressão arterial, saturação arterial de oxigênio,
presença de cianose, tiragens, retrações, grau de dispneia ehipersecreção pulmonar.
– Exames como a gasometria arterial e o raio X de tórax também são importantes para
avaliar a melhora progressiva do paciente.
– Além disso, durante a ventilação o fisioterapeuta e toda a equipe devem estar atentos
às medidas de volume corrente, volume minuto, frequência respiratória e às curvas do
ventilador para observar a sincronia paciente-respirador, o conforto do paciente e se a
ventilação está adequada.
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