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➜ Pancreatite é dividida em aguda e crônica. – Pâncreas: Localizado no flanco esquerdo, por trás do estômago e possui uma grande interligação com os ductos hepáticos. ➜ Funções: Endócrina: Produção de insulina, glucagon e somatostatina (tem como função equilibrar os níveis sérios de glicose no sangue). Obs: Hormônios responsáveis pelo metabolismo da glicose. Exócrina: Produção de amilase pancreática (carboidrato), lipase pancreática (lipídeos) e tripsinogênio (secretada na forma de zimogênio, que é uma enzima inativa, que vai ser ativada pelo bicarbonato, transformando em tripsina para digestão de proteína). ➜ Histologia: – Pâncreas é formado por 2 tipos de células: • 1. Células de langerhans: Produz os hormônios (Insulina, glucagon e somatostatina), onde são produzidos e são direcionados para a corrente sanguínea. • 2. Células secretórias (Ácinos pancreáticos): Formam “bolsinhas” e secretam para o centro da bolsinha para armazenar, quando há alimentação, a CCK e gastrina estimula o pâncreas a liberar as enzimas que estão dentro das bolsinhas, seguindo pelos ductos pancreáticos, até chegar no duodeno. • Definição: É caracterizada quando há a ativação prematura das enzimas ainda dentro dos ácinos pancreáticos (antes de chegar no intestino – autodigestão do pâncreas), começando a digestão, processo inflamatório e necrose do pâncreas. • Causas: Medicação, álcool (Tóxico para o pâncreas), doenças genéticas, infecções (crônicas e virais), diabetes, doenças do trato biliar. Obs: Pancreatite é responsável pela resposta inflamatória sistêmica. (Quando o pâncreas possui uma inflamação e não é retirado o fator causador, começa a haver inflamação em outros órgãos, como coração, pulmão, podendo ocasionar uma falência múltipla dos órgãos). ➜ Fisiopatologia: - Relação do fígado com o pâncreas: O colédoco liga os ductos biliares ao duodeno e também se junta aos ductos pancreáticos. Quando o paciente possui muitos cálculos biliares (litíase), o cálculo pode se soltar e obstruir o colédoco, impossibilitando da enzima pancreática chegar ao duodeno, retornando ao pâncreas, juntamente com a bile (pH básico), que ativa as enzimas pancreáticas, causando a pancreatite. - Colangite (inflamação do colédoco): Essa inflamação pode levar a obstrução desse canal, ocasionando à pancreatite. - Sobrecarga de cálcio: Medicação, toxinas, bactérias, vírus causam o aumento do cálcio nos ácinos biliares, que provoca ativação das enzimas ainda dentro do pâncreas. - Estresse metabólico do álcool: Metabólito acetaldeído é tóxico do pâncreas, ocasionando a ativação da enzima ainda no pâncreas. - O fator complicante é o aumento do gasto energético, pois paciente fica altamente catabólico (aumenta processo oxidativo). Leva à desnutrição. - Uma das poucas patologias que requerem o jejum (Pois quanto mais alimento for ofertado, mais o pâncreas será estimulado a produzir enzimas, aumentando a inflamação e dor do paciente). • Sinais clínicos: - Dor de alta intensidade no flanco esquerdo (Próximo ao estômago). - Febre - Taquicardia - Distensão abdominal - Sede - Débito urinário reduzido - Hipersensibilidade abdominal - Agitação (Devido à dor) • Diagnóstico: - Presença de dor abdominal. - Aumento das enzimas pancreáticas (Amilase e lipase séricas, pois quando há a morte celular, as enzimas são liberadas na corrente sanguínea). - Ultrassonografia abdominal - Tomografia computadorizada do pâncreas (Necrose e acúmulo de líquidos). TERAPIA NUTRICIONAL NA PANCREATITE AGUDA GRAVE – Inicialmente, quando houver a dor: Jejum – Dieta ZERO (2 a 5 dias) (Não é indicado pois o risco para implantar uma parenteral não é indicado para poucos dias, apenas se for > 1 a 2 semanas sem previsão de melhora do quadro). – Quando melhorar do quadro: Dieta líquida e hipolipídica (Pois a absorção é mais rápida/tolerável, digestão facilitada, promove repouso do GI. Hipolipídica para não estimular o pâncreas exócrino a produzir enzimas, retornando a dor do paciente). – Evolução da dieta: De acordo com os sintomas e aceitação do paciente (Pastosa, branda, geral); – Objetivo da TN: Minimizar o catabolismo, evitando instalação da desnutrição proteica energética. • Kcal: 25 a 35 kcal/kg de peso ideal/dia. (Normo à hipercalórica) • Proteínas: 1,2 a 1,5 g/kg/dia (Hiperproteica – Suplementação com glutamina) (Nos 3 estágios). • Carboidratos: 35 a 65% (Hipo à normoglicídica). • Lipídios: 1 a 1,5 g/kg/dia (+ TCM, pois absorção é mais rápida). Observações! • Dieta enteral: Se o paciente não aguentar uma dieta oral. Sonda deve ser colocada no jejuno, após o ângulo de Treitz (Junção do duodeno e do jejuno). Estimula menos o pâncreas. • Fórmula oligomérica: Nutrientes se encontram mais hidrolisados (Ex: Tanto terão peptídeos, quanto pequenas proteínas). • Iniciar com baixa velocidade e volume. • Dieta parenteral: Apenas quando paciente não tiver com previsão de retorno à alimentação. • Em último caso! Pois a chance de infecção é muito elevada. E se o TGI não é utilizado, ele atrofia. ➜ Destruição progressiva do pâncreas exócrino. ➜ Pâncreas endócrino também é afetado, ocasionando diabetes no paciente. • Fatores causadores: - Álcool. - Cálculos ou neoplasias nos ductos biliares. - Hipercalcemia (Excesso de cálcio no sangue). - Hiperlipidemia. - Doenças autoimunes (Ex: Lúpus). - Associado à fibrose cística. • Desnutrição: - Hipermetabolismo/Hipercatabolismo (Por causa da inflamação). - Ingestão alcóolica. - Redução das enzimas (Má digestão e má absorção). • Sintomas: - Dor abdominal - Náuseas e vômitos - Emagrecimento - Esteatorréia - Hiperglicemia (Pode haver diabetes) • Tratamento: - Reposição das enzimas pancreáticas (Para melhorar o aproveitamento dos macronutrientes). - Insulina. - Não consumir álcool. - Eliminação de obstruções (Retirar os cálculos biliares se houverem). - Pancreatectomia subtotal ou total (Retirar cirurgicamente a parte do pâncreas lesionado para diminuir a inflamação). TERAPIA NUTRICIONAL NA PANCREATITE CRÔNICA ➜ Objetivos da TN: - Fornecer uma terapia nutricional para recuperar o EN do paciente. - Corrigir o desequilíbrio hidroeletrolítico. - Aliviar má absorção de gorduras (esteatorréia). • Kcal: 30 a 35kcal/kg/dia (Hipercalórica – Iniciar com 20kcal/kg). • Proteínas: 1 a 1,5 g/kg/dia (Hiperproteica). • Carboidratos: 50 a 60% (Normoglicídica – Monitorar a glicemia, se tiver ficado diabético). • Lipídios: < 30% (Se bem tolerado – Esteatorréia: < 20% e rica em TCM). Obs: Monitorar deficiência de micronutrientes. - Vitaminas lipossolúveis - Vitamina C, B1 e B2 - Cálcio, magnésio e zinco Obs²: Suplementar enzimas pancreáticas para oferecer dieta de melhor qualidade ao paciente.
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