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1 PARAMENTAÇÃO E PREPARO DA MESA CIRÚRGICA Professora Ana Cristina Kovalik Ao final desta aula você deverá saber todos os passos a serem realiza- dos para o preparo da mesa ou bancada utilizada na cirurgia. Paramentação Paramentação é o termo designado para o ato de vestir adequadamente o avental cirúrgico e as luvas esterilizadas antes de iniciar a montagem da me- sa para o procedimento cirúrgico. Para isso, o cirurgião-dentista e o ASB de- vem estar utilizando gorro, máscara e óculos de proteção. Após o paciente chegar e confirmar a realização do procedimento, o ci- rurgião-dentista irá lavar as mãos com PVPI degermante (ver item 3.2 do mate- rial complementar Controle da infecção – biossegurança na Odontologia), es- covando as mãos e antebraços. O ASB estará neste momento realizando a desinfecção com gaze embebida em álcool 70 onde colocará o pacote de cam- pos esterilizados apresentado ao dentista os mesmos após ser aberto pela (o) ASB sem tocar a parte interior em nenhuma hipótese. O cirurgião secará as mãos com a toalha esterilizada, usando para cada mão um lado da toalha, que será em seguida desprezada em superfície que não será utilizada durante o procedimento. Pacote de campos esterilizados http://gnatus.com.br/2005/mars/downloads/biosseguranca.pdf 2 O próximo passo será vestir o avental cirúrgico (ver item 2.2.3 do mate- rial complementar Controle da infecção – biossegurança na Odontologia) sem tocar na parte externa. Após vestir as mangas o ASB aproxima-se de suas cos- tas puxando o avental pela porção interna na região dos ombros em direção ao pescoço de forma a adaptar as mangas corretamente aos braços e punhos. Neste momento, amarra as alças do pescoço e da cintura tocando apenas nas pontas. A partir deste momento o cirurgião-dentista permanecerá com as mãos voltadas para cima sem tocar no avental, quando então irá vestir o par de luvas cirúrgicas. O auxiliar irá abrir a embalagem externa para exibir a embalagem interna onde consta o par de luvas cirúrgicas. A colocação (ver item 4 do mate- rial complementar Controle da infecção – biossegurança na Odontologia) é rea- lizada sem tocar a porção externa com as mãos até cobrir os punhos do aven- tal. Com a paramentação concluída o profissional está pronto para iniciar o preparo da mesa cirúrgica. Preparo da mesa cirúrgica A mesa cirúrgica já recebeu desinfecção e os campos estão abertos so- bre a mesma, de onde o cirurgião-dentista já utilizou uma toalha e vestiu o avental. Os campos protetores da alça do refletor e de mangueiras de sucção e alta rotação (também esterilizada) devem ser colocados cuidadosamente. O restante dos campos é transferido para outra superfície já desinfectada, per- manecendo apenas o campo duplo de brim sobre a mesa. A auxiliar apresenta ao profissional a embalagem com os instrumentais esterilizados, abrindo-a so- bre a mesa cirúrgica de modo que todo conteúdo “caia” sobre o campo esterili- zado. Caso os instrumentos tenham sido esterilizados em caixa metálica, esta deverá ser tampada após a remoção dos instrumentais que e os demais per- maneçam livres de contaminação. http://gnatus.com.br/2005/mars/downloads/biosseguranca.pdf http://gnatus.com.br/2005/mars/downloads/biosseguranca.pdf 3 Gazes esterilizadas devem ser depositadas sobre a bancada. Tubetes anestésicos deverão estar imersos em álcool iodado durante 30 minutos antes da cirurgia para que o profissional remova com uma pinça e seque cada um antes de serem depositados sobre a mesa, pois campo molhado é considerado contaminado. Também deverão ser removidos de sua embalagem e depositados sobre o campo a lâmina de bisturi (normalmente 15, 15C, 12 e 11), o fio de sutura e o sugador de plástico descartável. O invólucro da agulha deverá ser rompido girando para um dos lados e removendo-se a sua parte menor. Segurando firmemente a (o) ASB deverá direcionar a parte da agulha exposta que penetra na seringa em direção ao dentista, que encaixará e rosqueará a carpule já carregada com os tubetes (al- guns colocam os tubetes depois de adaptar a agulha). A parte maior da agulha correspondente à tampa deverá ser removida pelo auxiliar. A carpule está pron- ta para o uso. Os instrumentais deverão ser distribuídos sobre a mesa de acordo com a ordem do procedimento cirúrgico (diérese, exérese, síntese e hemostasia): exame clínico (tríade), anestesia (carpule), diérese, exérese, hemostasia e sín- tese, na seguinte ordem: 1 - O canto superior direito é chamado área do auxiliar, e irão se localizar a pinça Backaus, pinça Allis e o afastador Minnesota. 2 - Abaixo irão se localizar sequencialmente, da esquerda para direita: espelho clínico, pinça clínica, sonda exploradora, seringa carpule, cabo de bisturi, espá- tula Molt, sindesmótomo, cinzéis (goivo ou monobizelado), fórceps que serão utilizados na extração, alavanca que será utilizada na extração, alveolótomo, limas, cureta Lucas, pinça mosquito, pinça Allison, porta agulha, e tesoura. Na parte superior poderão ser posicionadas também as pinças hemostáticas curva 4 e reta para eventuais casos de hemorragias, porém, em odontologia é menos frequente; cubas metálicas para soro fisiológico e gazes esterilizadas. Após o posicionamento a mesa deverá ser coberta pelo campo fenestrado para que o paciente não visualize os instrumentais, o que pode gerar mais ansiedade e tensão. Fonte: http://www.g3h.com.br Neste momento, o paciente é convidado a entrar na sala de cirurgia, acomoda- se na cadeira odontológica, recebe bochecho de clorexidina a 0,12%, o campo fenestrado é colocado sobre o paciente dobrado ao meio para a realização da anti-sepsia extrabucal com PVPI de uso tópico embebida em gaze (ver item 5.2.2.1 do material complementar Controle da infecção – biossegurança na Odontologia) presa à pinça, anestesia e finalmente tem seu rosto coberto pelo campo, ficando apenas a boca visível. A próxima etapa será adaptar a mangueira do sugador à vácuo passan- do-a sob os anéis da pinça Backaus, para que não caia durante o procedimen- to, uma vez que a pinça fica adaptada ao campo fenestrado do paciente. Somente neste momento o ASB poderá lavar suas mãos com sabão de- germante, secar e vestir o avental e as luvas conforme descrito anteriormente para auxiliar o cirurgião-dentista. http://www.g3h.com.br/ http://gnatus.com.br/2005/mars/downloads/biosseguranca.pdf http://gnatus.com.br/2005/mars/downloads/biosseguranca.pdf 5 O procedimento é iniciado, sempre com muita calma e paciência, sem menos- prezar os sentimentos de dor e tensão emocional do paciente. Todos os teci- dos (gengiva, dentes, lesões, etc.) removidos da boca do paciente no momento da etapa de exérese deverá ficar sobre a mesa cirúrgica até o final da cirurgia. Após a etapa de síntese e hemostasia, o paciente permanece sentado na ca- deira por um tempo para recuperar-se, enquanto a equipe remove as luvas (ver itens 2.2.4 e 4.1 do material complementar Controle da infecção – biossegu- rança na Odontologia). Após a saída do paciente o ASB deverá imediatamente remover da me- sa todos os instrumentais que ficarão imersos em sabão enzimático em até 20 minutos para pré-lavagem ou podendo ainda utilizar a cuba de ultra-som (ver item 6 a 6.2 do material complementar Controle da infecção – biossegurança na Odontologia). http://gnatus.com.br/2005/mars/downloads/biosseguranca.pdf http://gnatus.com.br/2005/mars/downloads/biosseguranca.pdf http://gnatus.com.br/2005/mars/downloads/biosseguranca.pdf http://gnatus.com.br/2005/mars/downloads/biosseguranca.pdf 6 REFERÊNCIAS MILORO, A.; ROSA J.C.; SOUZA I.F. Princípios de Cirurgia Bucomaxilofacial de Peterson, 2ª ed., Ed. Santos, São Paulo, 2006. LOBAS,C.F.S; RITA, M.M.; DUARTE, S.; ROMERO, M.; ORTEGA, K.L.O. Técnico em Higiene Dental e Auxiliar em Saúde Bucal. 2ª ed., Ed. Santos, São Paulo. GUANDALINI, S.L.; SANTOS, E.C.P. Biossegurança na Odontologia- Controle da infeccção. Disponível em http://gnatus.com.br/2005/mars/downloads/biosseguranca.pdf. http://gnatus.com.br/2005/mars/downloads/biosseguranca.pdf