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Resumo Imunologia - parte 10

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IMUNOLOGIA (Artigo – Dengue) Gabriela Chioli Boer – T9 
IMUNOLOGIA – DENGUE 
A dengue é uma doença infecciosa não contagiosa de 
etiologia viral. Ela pode apresentar duas formas clínicas 
principais: a febre da dengue (FD ou Dengue Clássica), 
e a febre hemorrágica da dengue (FHD ou síndrome do 
choque da dengue). 
 
ESTRUTURA DO VÍRUS DA DENGUE 
Vírus integrante da família flavírus e classificado como 
arbovírus (transmitido por insetos ou outros 
artrópodes). 
É um vírus esférico e envelopado, composto por RNA 
de fita simples + (semelhante a um RNAm) e possui 3 
proteínas estruturais: 
I. Proteína do capsídeo (C), que envolve o núcleo; 
II. Proteína do envelope (E), mais externamente; 
III. Proteína da membrana (PRM), que está junto 
com a do envelope. 
O núcleo capsídeo é icosaedrico; possui proteínas não 
estruturais (produzidas pelo vírus apenas durante sua 
replicação, no interior de uma célula hospedeira), como 
NS1, NS2a, NS2b, NS3, NS4a, NS4b, NS5. NS1 é a 
proteína usada na sorologia. 
Esse vírus se divide em cinco sorotipos (Den-1, Den-2, 
Den-3, Den-4 e Den-5), e todos podem causar as duas 
formas da doença. O Den-3 é o mais virulento (causa as 
formas mais graves da doença) 
O vírus da dengue se liga ao hospedeiro com as 
proteínas do envelope, que se ligam na heparan sulfato, 
DC-sign, receptor de manose e CD14 do hospedeiro 
 
INFECÇÃO E RESPOSTA IMUNE CONTRA O 
VÍRUS DA DENGUE 
As células infectadas pelo vírus são as DCs e 
macrófagos da derme, monócitos, linfócitos, células de 
Kupffer e macrófagos alveolares. A infecção ocorre pela 
ligação a receptores celulares; o fígado é o principal 
órgão da infecção 
Na picada do mosquito, as glicoproteínas do envelope 
do vírus interage com os receptores DC-sign das DCs 
residentes na pele (células de Langerhans) e outras DCs. 
A DC-sign é responsável por mediar a entrada do vírus, 
permitindo subsequente infecção viral, o que leva à 
liberação de vírions dentro da célula 
A resposta imune inicial (inata) contra o vírus é 
realizada por macrófagos, monócitos, mastócitos e 
células NK. 
 
ATIVAÇÃO DA IMUNIDADE INATA: 
Produção de IFN-I (inibe a replicação viral): a célula 
infectada, DCs e plasmócitos produzem IFN-I e 
citocinas que iniciam o processo inflamatório (TNF, IL-
1, IL-6). O mal estar e a febre são causados pela liberação 
de toxinas 
Células NK: vão matar as DCs e outras células infectadas 
(granzimas e perforina) 
Ativação de mastócitos que liberam mediadores 
inflamatórios 
Há colaboração do sistema complemento, que opsoniza 
proteínas virais livres e liberam anafilotoxinas (C3a e 
C4a), que ativam mastócitos a secretarem histamina e 
mediadores lipídicos que causam vasodilatação e 
permeabilidade vascular aumentada 
Quando o vírus se liga ao heparan sulfato das células 
endoteliais, os anticorpos se ligam a eles e atraem 
proteínas do complemento, que promovem lesões 
RESPOSTA ADAPTATIVA À INFECÇÃO 
PRIMÁRIA DA DENGUE: 
A migração de DCs como Langerhans para os linfócitos 
permite a apresentação do vírus à célula T 
Ativação de células TCD4+ que vão produzir intérferon; 
na reação T-dependente, auxiliam as células B a 
produzir anticorpos 
Ativação de células TCD8+, que matam as células 
infectadas 
Ativação de células B, que produzem anticorpos (IgM e 
IgG), os quais realizam a neutralização do vírus 
Ativação do complemento pela via clássica + 
anafilatoxinas + histamina 
IMUNOLOGIA (Artigo – Dengue) Gabriela Chioli Boer – T9 
MECANISMOS ENVOLVIDOS NA RESPOSTA 
IMUNE A UMA NOVA INFECÇÃO 
Quando a nova infecção é pelo mesmo sorotipo da 
infecção primária, o IgG garante a efetividade da 
resposta imune. No entanto, quando a infecção é por 
um sorotipo diferente, ao invés de ajudar ele acaba 
atrapalhando a resposta imune, pois há um atraso das 
respostas imunes e uma ineficiência; por isso é difícil 
fazer vacinas. 
Amplificação dependente de anticorpo (ADE): anticorpos 
gerados pelas células B de memória se ligam com baixa 
avidez ao antígeno → esse complexo é reconhecido pelo 
fagócito através de receptor Fc e fagocitado → como a 
afinidade é fraca, o vírus se solta, libera seu envelope, 
atravessa o endossomo e cai no citoplasma para se 
reproduzir. Com aumento da carga viral, produz mais 
citocinas – “tempestade de citocinas” – e, por 
conseguinte, a segunda infecção pela dengue torna-se 
pior. 
Tempestade de citocinas: liberação exacerbada ou 
descontrolada de citocinas pró-inflamatórias na 
infecção pelo vírus da dengue, que leva ao 
extravasamento de plasma e vasodilatação que pode 
levar ao choque. 
 
EXEMPLO: 
Infecção do sorotipo I, irá produzir IgG específicos 
a ele; quando o hospedeiro entra em contato com o 
sorotipo I, o anticorpo neutraliza a infecção. 
Quando ele entra em contato com o sorotipo II, os 
anticorpos do tipo I tentam neutralizar o sorotipo II 
através da ligação cruzada, mas essa ligação é fraca, 
o que favorece a entrada do vírus na célula, 
ocorrendo uma amplificação da infecção e essa 
célula cheia de vírus leva a uma alta produção de 
citocinas. Além delas, também há ativação de 
mastócitos e macrófagos e células NK que 
produzem mais citocinas pró-inflamatórias 
(tempestade de citocinas), que resulta em efeitos 
vasculares que leva a hipotensão que pode evoluir 
para um choque séptico

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