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Slides de Aula - Unidade III


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Profa. Ma. Monica Buratto
UNIDADE III
Dualismo Religioso
 O início do século XVI foi um momento de grandes transformações na história e que 
desencadeou novas perspectivas culturais, científicas, econômicas, políticas, 
geográficas e religiosas.
 A Idade Média foi a matriz da civilização ocidental cristã. Certo está que surgiu com os seus 
pilares na cultura greco-romana e na filosofia da Antiguidade, mas reformulou à luz do 
cristianismo muito dos conceitos, até hoje, trabalhados.
 O período histórico que foi o cenário do desenvolvimento de 
Santo Agostinho, foi um prelúdio para o que, hoje, chamamos 
de Idade Média. Datada entre os séculos V e XV, tem, no seu 
início, a queda do Império Romano do ocidente e termina com 
uma sucessão de eventos, como a Reforma Protestante.
Dez séculos entre Agostinho e Martinho Lutero
 Para explicar esse período devemos compreender o arcabouço que formou essa instituição. 
Com as invasões bárbaras no Império Romano, fatores estruturais modificaram o sistema 
romano de colonos, clientes e precários para o sistema de servidão e isolamento impostos 
pela insegurança das invasões. Esses aspectos, associados à descentralização do poder, 
que estava nas mãos dos senhores de cada feudo, contribuíram para que houvesse uma 
submissão dos servos ao seu senhor. Isso, facilitou o domínio político e religioso do período.
A Idade Média e as suas épocas
 As bases germânicas, ou seja, bárbaras, são outra peça fundamental. Os germânicos eram 
tribos do norte, inicialmente divididos em diversas nações, como escandinavos, vândalos, 
godos, francos, alemanos, anglo-saxões, entre outros. Provinham da Ásia ocidental e, por 
falar línguas indo-europeias, tinham certa afinidade com os gregos e os romanos. As 
invasões bárbaras no Império Romano foram, lentamente, deixando as influências nos 
romanos e deixando-se influenciar, uma vez que eram absorvidas no império, seja no 
exército, seja na administração.
A Idade Média e as suas épocas
 Do ponto de vista econômico, a produção feudal era autossuficiente, isto é, eles produziam 
tudo o que consumiam, a produção era baixa, devido à carência de inovações técnicas que 
pudessem aumentar a oferta de produtos e o sistema jurídico social era comandado pela 
nobreza, assim como as relações de suserania e vassalagem.
 A Igreja Católica, como a cúpula da sociedade feudal, influenciou sobremaneira a 
mentalidade dos moradores dos feudos com os seus dogmas e fundamentos religiosos, 
como a proibição do lucro e da usura (juros), muito comuns na época, e foi a responsável 
pela perpetuação das estruturas de exploração feudal.
A Idade Média e as suas épocas
 A crença cristã entrou no Império Romano pelos apóstolos Paulo e Pedro, que difundiram os 
ensinamentos de Cristo. As perseguições aos cristãos começaram dentro do império, uma 
vez que estes eram contrários ao paganismo e a divindade atribuída ao imperador romano. 
As perseguições só pararam com Constantino, que introduziu a liberdade religiosa com o 
Edito de Milão (313 d.C.).
A Idade Média e as suas épocas
 Em Bizâncio, Constantinopla ou Império Romano do oriente, Justiniano (395 d.C.) se 
transformou em um imperador com poderes divinos (cesaropapismo): combateu as heresias 
e uniu o monofisismo, corrente que atribuía apenas a natureza divina a Cristo, com os seus 
poderes políticos. 
 A intromissão do poder político na vida monástica medieval determinou várias 
transformações na doutrina cristã. Esse evento, chamado de cesaropapismo, já tinha se 
iniciado com a proteção do Império ao cristianismo e teve grande influência do imperador 
de Bizâncio, Justiniano.
A Idade Média e as suas épocas
 Apesar disso, a igreja cristã no Império Bizantino e no Império Romano do ocidente era bem 
diferente, uma vez que as transformações ocorridas na Europa com as invasões bárbaras, 
proporcionaram o êxodo urbano e o confinamento populacional em torno do feudo, ao 
contrário do mundo oriental (Constantinopla ou Império Bizantino), que o cristianismo 
permaneceu livre e a sua mentalidade pautada no mundo clássico e no mundo helenístico.
 Com o tempo, a Igreja Católica passou a dominar a vida social medieval na Europa, uma vez 
que era protegida pelo Estado (que era descentralizado). O batismo de Clóvis (rei bárbaro), 
marca o relacionamento entre o poder religioso e o poder temporal.
A Idade Média e as suas épocas
 Foi no Sacro Império Romano Germânico que o poder papal enfraquecido permitiu a 
dominação da Igreja pelo Estado, pois os imperadores controlavam o papado e o bispado na 
medida em que os religiosos eram a base para o poder militar desses imperadores.
 Na Querela das Investiduras (século XI) ocorreu a luta entre a Igreja e o Império, 
principalmente no que diz respeito à indicação dos bispos alemães. O papado começou a 
indicar os bispos, o imperador alemão teve o seu poder diminuído e a força espiritual dos 
papas retornaram à vida política na Europa. De acordo com a Concordata de Worms, o 
cesaropapismo ficaria proibido, assim como a simonia (venda de cargos eclesiásticos).
A Idade Média e as suas épocas
 Ainda no século XI, com o Cisma do Oriente, por volta de 1054, ou seja, a separação do 
cristianismo em duas vertentes: Igreja Católica Apostólica Romana (capital Roma) e Igreja 
Ortodoxa (capital Constantinopla) houve a cisão dos princípios doutrinários cristãos, uma vez 
que os ortodoxos não acreditavam nos santos e na Virgem Maria, não pregavam o celibato, 
como na Igreja Romana, e elegiam os seus próprios patriarcas.
 Nesse período, o patriarca de Constantinopla (atual cidade de Istambul), rejeitou, 
definitivamente, a hegemonia do papado romano e passou a se considerar o chefe supremo 
da Igreja do Império Bizantino, provocando uma autonomia religiosa na região.
A Idade Média e as suas épocas
 O sistema feudal era um sistema baseado em trocas – proteção e usufruto da terra por 
trabalho, mas era um sistema desigual e ilusório, onde as pessoas eram manipuladas pela 
Igreja Católica a perpetuarem-se os seus costumes e valores nessa condição. Apesar disso, 
esse sistema começou a apresentar sinais de enfraquecimento com a introdução de novos 
elementos que desmontaram a sua estrutura.
 Gradativamente, foram introduzidas melhorias no sistema produtivo com o aperfeiçoamento 
das técnicas agrícolas, pequenas novidades como o surgimento da charrua, um tipo de 
arado de ferro que facilitava o cultivo, além da rotação dos campos de produção, por 
exemplo. Dessa forma, a produção aumentou e houve um significativo aumento da 
população.
A Idade Média e as suas épocas
 Alimentando-se melhor devido às inovações, as pessoas passaram a viver mais, 
favorecendo o aumento demográfico. Isso facilitou a fuga de parte dos camponeses para as 
cidades, já que, estas, não apresentavam mais o perigo de invasões. Ocorreu um verdadeiro 
êxodo rural. Formaram-se as cidades.
 Com o desenvolvimento das cidades medievais, a burguesia, habitante dos burgos, entrou 
em ascensão devido à grande movimentação comercial, com a venda de mercadorias vindas 
do oriente. Formou-se uma classe de mercadores e de artesãos que desenvolveram os seus 
negócios e, muitos destes últimos, conseguiram abrir as suas oficinas. As manufaturas 
produzidas nas oficinas eram vendidas pelos comerciantes, 
que distribuíam o produto tanto localmente, quanto 
internacionalmente.
A Idade Média e as suas épocas
 Os mercadores e banqueiros (comerciantes que guardavam dinheiro) pressionavam os 
monarcas para que tomassem providências em relação à proteção, à segurança e à 
organização das trocas comerciais e, isso, resultou no fortalecimento do poder real, nas 
monarquias nacionais. É o desmantelamento das estruturas feudais, a partir do renascimento 
urbano e comercial, da acumulação do capital pela nova classe de mercadores, 
comerciantes e banqueiros, e da reintrodução da moeda como base de troca. A partir dos anos 1300, as instituições feudais passam a decair devido a essas várias 
transformações ocorridas no campo. As novas instituições procuram se afastar das 
características feudais, imprimindo novas feições à civilização europeia, no que se passa a 
denominar de Renascença, dentro de um arco temporal de 1300 até, cerca de, 1650. 
A Idade Média e as suas épocas
 Nesse período, ocorreram várias renascenças em diversos lugares da Europa, filósofos 
clássicos foram revisitados, como Cícero, Virgílio, Aristóteles, e esse período conheceu um 
grande desenvolvimento em vários campos, como na arte, literatura, ciência, filosofia, 
política, educação e religião. 
 As transformações ocorridas nesse período irão determinar o surgimento das novas 
estruturas sociais, econômicas e políticas e trazer inovações nas formas de pensar, nos 
debates e no comportamento humano como resultado de um novo ciclo.
 Do legado filosófico grego, destacamos a ideia de que o conhecimento verdadeiro deve ser 
demonstrado por meio de provas e argumentos racionais, a ideia da não casualidade da 
natureza, mas sim das leis naturais que a governam, a ideia das leis universais que podem 
ser conhecidas pelo pensamento humano, a ideia de que a ação moral humana depende da 
sua vontade e da sua liberdade, dentre outros conhecimentos e silogismos. 
 Ocorre que os saberes adquiridos em cada época são amálgamas dos saberes anteriores e 
podem ser construídos de acordo com os novos problemas e questionamentos. Os filósofos 
medievais empenharam-se em estabelecer uma coerência que envolvia a fé e a razão, a 
teologia e a metafísica.
A filosofia na história
 As concepções sobre a busca metódica da verdade, inaugurada pelos filósofos gregos, foi 
substituída, com o surgimento do cristianismo, pela procura pela verdade interior, proposta 
por Santo Agostinho. 
 Esse filósofo representa o que, hoje, chamamos de filosofia patrística. Essa filosofia 
relaciona-se com a passagem do mundo Antigo ao Medieval. Tem esse nome porque foi 
obra não só dos apóstolos Paulo e João, e suas epístolas e evangelhos, mas também dos 
padres da Igreja, como eram conhecidos os primeiros dirigentes espirituais e políticos 
do cristianismo.
 A patrística grega predominou na região de Bizâncio, uma vez que as indagações e dúvidas 
humanas do pensamento grego associaram-se aos questionamentos cristãos e às suas 
várias correntes de pensamento sobre o cristianismo, quando as primeiras comunidades 
cristãs foram infiltradas por ideias gnósticas, ou seja, o conhecimento místico das verdades 
divinas e transcendentes que se referem à condição espiritual do ser humano. 
A filosofia patrística latina introduziu ideias desconhecidas e até rejeitadas pelos filósofos 
greco-romanos: a ideia de criação do mundo a partir do nada, de pecado original do homem, 
de Deus como trindade una, de encarnação e morte em Deus, de juízo final ou de fim dos 
tempos e ressurreição dos mortos, entre outros. Essa filosofia 
enfrentou um dos grandes problemas do dualismo filosófico na 
época: como o mal pode existir se tudo foi criado por Deus?
 A partir de Agostinho e Boécio, introduziu-se a discussão e a ideia de “homem interior”, ou 
seja, da consciência moral e do livre-arbítrio da vontade. Dessa forma, eles tentam resolver o 
problema do conflito do bem e do mal, pois o homem, por ser dotado de liberdade para 
escolher entre o bem e o mal, é o responsável pela existência do mal no mundo.
 A patrística gira em torno do dualismo entre a razão e a fé, e de como se pode conciliar 
essas duas posições. O pensamento filosófico da patrística e a da escolástica, que 
conciliou a tradição grega do platonismo e do aristotelismo com a fé cristã, constituem o 
núcleo da filosofia medieval e se caracteriza pelo fortalecimento da concepção cristã, uma 
vez que, ainda no século III, ela não estava completamente difundida em função das várias 
correntes míticas de interpretação do cristianismo.
Sobre a filosofia medieval é correto afirmar que:
a) É uma amálgama entre os saberes gnósticos e metafísicos.
b) Havia um empenho dos filósofos medievais em estabelecer uma coerência que envolvia a 
fé e a razão, a teologia e a metafísica.
c) A busca metódica pela verdade foi substituída pela procura pela verdade metafísica.
d) Agostinho, representante da filosofia patrística, buscou os evangelhos de Paulo e João.
e) Os apóstolos Paulo e João eram conhecidos como os bispos da Igreja.
Interatividade
Sobre a filosofia medieval é correto afirmar que:
a) É uma amálgama entre os saberes gnósticos e metafísicos.
b) Havia um empenho dos filósofos medievais em estabelecer uma coerência que envolvia a 
fé e a razão, a teologia e a metafísica.
c) A busca metódica pela verdade foi substituída pela procura pela verdade metafísica.
d) Agostinho, representante da filosofia patrística, buscou os evangelhos de Paulo e João.
e) Os apóstolos Paulo e João eram conhecidos como os bispos da Igreja.
Resposta
 Com a dominação romana no oriente e a posterior queda do Império, por volta do século III 
d.C., a filosofia ocidental conheceu as transformações e as adaptações que se relacionam 
com as indagações, os problemas e as questões mais relevantes de acordo com as 
condições materiais de existência da nova era que estava surgindo: o período medieval. 
Nesse período, a Igreja Católica teve uma influência fundamental na cultura europeia, 
atuando como mediadora nos costumes comuns e mantendo o monopólio da cultura.
A filosofia medieval
 A Idade Média compreendeu os séculos VIII ao XIV e abrangeu os pensadores europeus, 
árabes e judeus. Nesse período, a Igreja Romana dominava a Europa, nas esferas políticas 
e sociais. Proclamava reis, organizava Cruzadas à Terra Santa, mas também, ao mesmo 
tempo, criou, em torno das catedrais, as primeiras universidades e escolas desse período. A 
partir do século XII, por ser ensinada nas escolas, a filosofia medieval também ficou 
conhecida como escolástica.
A filosofia medieval
 Nesse período, nasce a filosofia cristã, que é representada pela teologia. Tinha, como tema 
principal, as provas da existência de Deus e da imortalidade da alma. O raciocínio teológico 
utilizava os métodos e os argumentos da metafísica para chegar ao conhecimento cristão e 
vice-versa, ou refutar uma tese com os argumentos da Bíblia.
 O problema da fé em contraponto à razão e à existência de Deus, como o princípio de tudo, 
subsidia as discussões e os dualismos da época: a diferença e a separação entre o infinito 
(Deus) e o finito (homem e mundo), a diferença e a separação entre o corpo (matéria) e a 
alma (espírito), o Universo como uma hierarquia de seres, em que os superiores dominam e 
governam os inferiores, e a subordinação do poder temporal 
dos reis e dos barões ao poder espiritual de papas e bispos.
A filosofia medieval
A filosofia medieval pode ser dividida da seguinte forma:
a) Filosofia dos Apóstolos: teve como expoente Paulo de Tarso (século I e II d.C.), que 
pretendeu difundir o cristianismo mais primitivo.
b) Apologética: defesa das escrituras sagradas contra o paganismo 
(discurso de São Cipriano).
c) Patrística: igreja agostiniana onde surgia a possibilidade de se aprofundar 
nas questões existenciais, mas a partir da inteligibilidade divina.
d) Escolástica: cisão entre a fé e a razão defendida por São Tomás de Aquino. 
 A filosofia medieval, no contexto da sua existência, procurou 
explorar os temas religiosos e, até mesmo, psicológicos 
averiguando a influência de Deus no indivíduo: a percepção 
do mundo só poderia ser desvendada pela inteligência divina, 
tendo os seus pensadores e teólogos como intermediários. 
As coisas mundanas eram explicadas através da 
providência divina.
A filosofia medieval
 Novos tempos marcaram as transformações profundas na Europa desde o século XII, 
assinalando a crise do feudalismo e o início do capitalismo. Ainadequação da Igreja Católica 
frente ao poder nas mãos dos reis, a centralização do poder político, o surgimento da 
burguesia, o crescimento do comércio, do mercantilismo, da urbanização das cidades 
medievais e, principalmente, as novas correntes humanistas antropocêntricas que estavam 
surgindo, dentre outras mudanças, caracterizaram a emergência do mundo moderno.
 O poder real foi se fortalecendo, juntamente com a adoção de medidas para facilitar o 
desenvolvimento do comércio, e para obter e preservar as riquezas em suas nações. Isso se 
deveu aos descobrimentos e à colonização de terras capazes de 
oferecer produtos primários através da sua exploração.
Pré-capitalismo
 O capitalismo comercial que se desenvolveu com a prática mercantilista, ajudou a avançar 
para a etapa seguinte, a do capitalismo industrial, e na conquista da burguesia pelo poder 
político. Essa classe social adquiriu o prestígio mediante a conquista de riquezas 
provenientes do comércio.
 O Renascimento foi uma verdadeira revolução cultural que caracterizou a emergência da 
burguesia ao poder, uma vez que esse movimento quebrou com o monopólio intelectual 
imposto pela Igreja Católica. O Renascimento teve início na Itália, justamente onde o 
pré-capitalismo estava se desenvolvendo, com o ativo comércio mediterrâneo.
Pré-capitalismo
 O equilíbrio de poderes entre os Estados italianos com a influência de intelectuais vindos de 
Bizâncio, foi fundamental para o surgimento do Renascimento italiano. As características 
renascentistas são encontradas no antropocentrismo, no humanismo e no racionalismo que 
se manifestaram a partir da crítica dos valores cristãos medievais, principalmente porque o 
Renascimento voltou-se para a observação e o estudo da natureza, e para a sua 
comprovação científica.
 A filosofia da Renascença (século XIV ao século XV), procurou a leitura das obras de Platão, 
do neoplatonismo e dos livros de magia natural. A filosofia do período buscou, também, o 
humanismo, a valorização do homem e a visão crítica de sua própria sociedade.
A filosofia da Renascença
 Nesse período, cresceram as manifestações e as críticas contra a Igreja Católica. Alguns 
filósofos como Thomas Morus e Erasmo de Roterdã foram críticos contumazes em relação à
Igreja Católica, principalmente em relação ao poder da Igreja e ao apego aos bens materiais.
 Já as reformas religiosas do século XVI, foram as grandes revoluções espirituais da época 
moderna, uma vez que rompeu com o cristianismo ocidental, encarou e transformou os 
dogmas cristãos e modificou a doutrina da salvação. A Reforma Protestante regenerou os 
aspectos sombrios e mundanos do cristianismo romano, quebrou alguns paradigmas 
católicos e modificou a forma de culto.
 A Reforma Protestante é o resultado da nova realidade econômica que se estabeleceu na 
Europa, no século XVI, com o desenvolvimento comercial e urbano. Ela estimulou a 
acumulação do capital entre os fiéis que estavam cativos nas doutrinas católicas que 
proibiam a usura e o lucro. 
 A mudança na consciência religiosa dos fiéis possibilitou o incremento do poder de crítica, 
capacitando-os na defesa de seus interesses antes controlados e manipulados pela Igreja 
Católica. Ao contrário, as mudanças sociopolíticas e econômicas se constituíram em um 
cenário fundamental para que a Reforma surgisse.
A Reforma Protestante
 É importante salientar que a mentalidade do homem europeu do século XV e XVI conservava 
a crença em Deus e em Cristo; entretanto, com o surgimento da imprensa criada por 
Gutemberg e a edição da Bíblia, os fiéis aumentaram o seu poder de análise do mundo 
material e divino. Outros críticos da igreja medieval surgiram a partir do século XIV, como o 
inglês John Wycliffe, que pregava o confisco dos bens da Igreja, e o pensador reformador 
boêmio John Huss, que inspirou o sentimento nacionalista na região, e contribuíram para 
renovar as necessidades espirituais dos fiéis.
A Reforma Protestante
 Os reformistas foram indivíduos que conseguiram furar o bloqueio imposto pela Igreja 
Católica, pois outros movimentos que se iniciaram no século XII foram, fervorosamente, 
combatidos pela igreja medieval, através da Inquisição (tribunal eclesiástico) como é o caso 
dos cátaros franceses que possuíam a visão dualista do mundo (bem e mal) e os valdenses 
que faziam voto de pobreza.
 Apesar da evidente expansão da fé cristã na Europa medieval, as crises religiosas 
resultantes da divergência entre as necessidades espirituais dos indivíduos e a organização 
clerical, causaram vários problemas aos fiéis e colaboraram para as mudanças que irão 
ocorrer entre a passagem do feudalismo para o capitalismo.
A Reforma Protestante
 A crise religiosa da Igreja Católica e os rápidos avanços da Reforma Protestante 
favoreceram as reformas internas que resultaram na chamada Contrarreforma. A solução 
encontrada foi a recuperação de áreas de influência protestantes que estavam prestes a 
entrar na Itália e na Península Ibérica, por meio de colégios confessionais e a difusão do 
catolicismo em regiões de povos não cristãos, como foi o caso brasileiro, com a vinda da 
Companhia de Jesus ao Brasil, no século XVI, para a evangelização dos indígenas. Outra 
solução para conter o protestantismo foi reforçar os tribunais da Inquisição.
A Contrarreforma
 Um dos pais dos reformistas foi Martinho Lutero. O monge agostiniano Martinho Lutero 
nasceu em 1483, na cidade de Eisleben, na Alemanha. Foi criado no campo, mas como o 
seu pai gostaria que se tornasse funcionário público, levou Lutero a estudar em escolas na 
cidade. Com 17 anos, entrou na Universidade de Erfurt, onde estudou Filosofia e foi 
influenciado por Ockham. Esse teólogo seguia a ideia de que as palavras designam as 
coisas como elas são e não os “universais”, a ideia da coisa perfeita; por isso, nada poderia 
ser conhecido, com certeza, pela razão humana, fora a realidade como ela é.
Martinho Lutero
 Em 1512, Martinho Lutero terminou seu doutorado em Teologia. Em 1515, foi nomeado 
vigário de sua ordem, tendo sob a sua autoridade onze monastérios. Foi durante esse 
período, que estudou grego e hebraico para conhecer e entender a Bíblia, e, com isso, era 
conhecido como o “doutor da Bíblia”. No período de sacerdócio, ele percebeu o problema do 
oferecimento das indulgências aos fiéis. A indulgência é a remissão do castigo que uma 
pessoa deve receber por causa dos seus pecados e deve ser aplicada a uma pessoa que 
esteja arrependida de todos eles. Essa prática começou a incomodar Martinho Lutero. Ele via 
isso como um abuso e considerava que, tal prática, poderia confundir as pessoas, que 
deixariam de lado a confissão e o arrependimento verdadeiros para pagar pela indulgência. 
Martinho Lutero
 Por conta desse processo interno de questionamento das indulgências, escreveu as famosas 
95 Teses e afixou esse documento na porta da Catedral de Wittenberg (cidade onde 
morava), convidando as pessoas para a discussão acadêmica sobre o significado 
das indulgências.
 As 95 Teses foram traduzidas para o alemão e foram divulgadas através da impressão por 
toda a Alemanha e, logo depois, por toda a Europa.
Martinho Lutero
 Em 1518, o papa Leão X tomou ciência da polêmica gerada a partir do documento de 
Martinho Lutero e começou, então, a debater academicamente com Lutero. Esse debate não 
chegou a um resultado que a Igreja em Roma considerasse adequado. Nesse processo, 
Lutero se firmava, cada vez mais, contrário às indulgências e a outras atitudes da 
Igreja Católica.
 Frente à resistência e à oposição da Igreja, Lutero se colocou em posição perigosa e foi 
acolhido pela nobreza culta da Alemanha, mesma nobreza que também estava cansada de 
enviar riquezas a Roma e, de certa forma, apoiava o pensamento de Lutero. Foi o imperador 
Carlos V que chamou Lutero para participar de sua primeira Dieta real, em 1521. 
Martinho Lutero Nessa reunião, Lutero foi indagado sobre a sua obra, que já era amplamente conhecida e 
que não só questionava o papa, mas também argumentava que ele estava errado. Ele não 
retirou os seus argumentos. Antes do final da reunião, Lutero abandonou a cidade de Worms
e, no seu regresso à Wittenberg, desapareceu. Foi declarado fugitivo e herege pelo 
imperador Frederico, o Sábio, que ordenou que Lutero fosse capturado. Este foi levado para 
o castelo de Wartburg, em Eisenach, onde ficou por quase um ano e assumiu o pseudônimo 
de Jörg. 
 Foi nesse período de afastamento que Lutero trabalhou na tradução da Bíblia para o alemão. 
Até então, todas as escrituras e outros documentos da Igreja eram escritos em latim, o que 
fazia com que grande parte da população cristã não conhecesse, de fato, a palavra de Deus.
 Em setembro de 1522, o Novo Testamento foi impresso em 
alemão, tornando acessível, a todos, a leitura e o 
entendimento das escrituras. 
Martinho Lutero
São causas da Reforma Protestante:
a) O capitalismo comercial desenvolvido no oriente, principalmente em Bizâncio.
b) O Renascimento que provocou a emergência da aristocracia cristã europeia.
c) A transformação dos dogmas cristãos e da doutrina da salvação.
d) É o resultado da mentalidade bíblica do homem europeu do século XVI.
e) As mudanças sociopolíticas e econômicas que se estabeleceram na Europa, no século XVI. 
Interatividade
São causas da Reforma Protestante:
a) O capitalismo comercial desenvolvido no oriente, principalmente em Bizâncio.
b) O Renascimento que provocou a emergência da aristocracia cristã europeia.
c) A transformação dos dogmas cristãos e da doutrina da salvação.
d) É o resultado da mentalidade bíblica do homem europeu do século XVI.
e) As mudanças sociopolíticas e econômicas que se estabeleceram na Europa, no século XVI. 
Resposta
 Martinho Lutero enfrentou os seus questionamentos importantes em relação à postura da 
Igreja Romana, no que se refere à condução ética da moral dos cristãos. Esses 
questionamentos eram dele mesmo, fruto de seus estudos e da experiência na vida 
monástica.
 Esses questionamentos em relação à Igreja culminaram na afixação das 95 teses sobre as 
indulgências papais. As 95 teses, formuladas para iniciar uma discussão acadêmica, se 
referiam às indulgências papais e à cobrança de indultos para comprar um lugar no céu ou 
para pagar os pecados. Martinho Lutero via pessoas com delitos graves que pagavam pelos 
indultos, mas não estavam, de fato, se arrependendo das suas atitudes. Lutero dizia que isto 
era uma “lenta degradação moral das consciências”. Lutero não 
pretendeu desencadear uma divisão da Igreja, mas, 
simplesmente, discutir teologicamente o assunto.
Martinho Lutero
 Lutero atacou as indulgências não como abuso, mas como algo de verdade da religião. As 
teses poderiam ter sido debatidas apenas na academia. Foram escritas em latim e de forma 
moderada, questionando os poderes papais. Assim que os alemães entenderam o poder 
desse questionamento, traduziram essas teses para o alemão e, através da imprensa, as 
distribuíram por todo o território. O interesse que suscitaram foi geral, súbito e inesperado.
Martinho Lutero
 Lutero não se deixou tranquilizar pelos méritos da disciplina eclesiástica. O ideal monástico 
tornou-se, cada vez mais, difícil de alcançar. A contradição que ele observou nesse tipo de 
espiritualidade rigorista e na doutrina escolástica em geral é que, quando o ser humano 
falha, face às exigências da justiça divina, fica sozinho com a sua culpa e merece a 
condenação. Lutero não entendia como Deus poderia ser uma vez um Deus de amor e outra 
vez um Deus de justiça implacável. Essa contradição da teologia escolástica o angustiava de 
tal modo que não se deixava tranquilizar com soluções mediadas pela instituição 
eclesiástica. Precisava de uma relação pessoal com Deus, algo contrário à imaginação 
escolástica medieval, que considerava Deus absoluto, onipotente e distante, uma imagem de 
Deus fortemente desenhada nos termos ontológicos da filosofia aristotélica.
Martinho Lutero
 O dualismo religioso de Lutero sofre a influência de Paulo e, portanto, do cristianismo 
primitivo. Entretanto, é possível que Lutero tenha tido uma formação escolástica, mesclando 
os seus conhecimentos entre a fé e a razão, apesar de não ter absolutamente aceito a 
interferência da filosofia platônica em muitos de seus diálogos. Também Filipe Melanchthon, 
íntimo amigo de Lutero e o seu principal colaborador, percebeu as deformações sofridas pela 
teologia decorrentes da influência da teologia grega.
Martinho Lutero
 O dualismo religioso prossegue com Lutero, com a ideia da soberania de Deus que exerce 
sobre todas as fases da existência, incluindo a ordem política, uma vez que a sua doutrina foi 
importante no desenvolvimento do nacionalismo alemão. Ele cria o conceito de dois reinos -
o de Deus e do mundo, embora os dois reinos estejam sujeitos à vontade de Deus. 
 É importante saber como a relação entre a religião e o trabalho se desenvolveu no 
pensamento de Lutero, uma vez que esta questão se tornou o prelúdio da secularização da 
Igreja, isto é, a perda de prestígio das organizações religiosas na vida do indivíduo e na vida 
coletiva, assim como as suas influências nas instituições, como ocorria na era medieval. 
 O progresso científico e as verdades políticas, culturais e 
filosóficas irão facilitar o desenvolvimento de um modo de 
vida não mais baseado na religiosidade, como aquela 
vivenciada no mundo feudal.
Martinho Lutero
 O que se assiste na modernidade é a consolidação do “declínio da religião” de sua condição 
estruturante da sociedade, não exercendo nenhuma influência significativa na cultura 
contemporânea, eclipsada pela ciência (Renascimento), esta sim responsável pelos 
“milagres” impactantes do nosso cotidiano.
 O desenvolvimento da secularização está absolutamente relacionado com o fenômeno 
moderno como resultado dos fatores que provocaram o seu surgimento. A Reforma 
Protestante foi precursora nesse episódio. As ideias reformistas foram auxiliadas pela 
invenção da imprensa, que propiciou a impressão dos textos reforçados pela circulação 
dessas ideias.
Martinho Lutero
 Evidentemente, o fenômeno reformista provocou uma maior liberdade individual e de espírito 
como resultado da nova ordem social que estava nascendo. Com a abertura do 
conhecimento devido ao contato do fiel com as escrituras sagradas, quando a Bíblia foi 
traduzida para o alemão, tornou-se possível garantir ao indivíduo, uma maior subjetividade e 
criticidade, em contraponto com a manipulação religiosa medieval. 
 A emancipação do indivíduo, isto é, libertá-lo das superstições medievais e do domínio 
político norteou o surgimento das “novas verdades”, ou das novas posições filosóficas 
surgidas com o “Século das Luzes” ou o Iluminismo. 
Martinho Lutero
 Pela sua trajetória, Lutero avança em termos da modernidade que o contexto exigia, se 
libertando das amarras medievais quando defende a sua liberdade enquanto cristão, além 
de ter uma dimensão crítica à tradição judaico-cristã. Todavia, Lutero apoiou os príncipes 
alemães na captura do líder dos camponeses Thomas Müntzer e na condenação 
dos revoltosos.
Martinho Lutero
 Thomas Müntzer teve um papel muito mais importante no período do que se imagina, 
embora não teve a relevância merecida. Esse teólogo, ao contrário das revisões teológicas 
encontradas no próprio Martinho Lutero e em Felipe Melanchthon, considerado um 
importante pedagogo da Reforma.
 A própria Reforma Protestante, na Alemanha, também representou uma revolução social e 
não apenas religiosa, em função das transformações ocorridas no mundo feudal e com o 
surgimento da burguesia. Ocorre que a nobreza alemã pressionava os camponeses, o que 
provocava muitos conflitos e revoltas sociais.
Thomas Müntzer
 O teólogo Müntzer, nascido por voltade 1489, aproximou-se da doutrina de Lutero, mas logo 
se afastou, principalmente devido a Lutero ter sido protegido pela nobreza. Além disso, 
Müntzer criticava a riqueza da Igreja e da nobreza, e pregava o milenarismo, ou seja, a 
eliminação de todos os não crentes (cristianismo primitivo), assim como a divisão dos bens 
materiais entre todos.
Thomas Müntzer
 Suas ideias reuniam os princípios religiosos e políticos, e colocavam Müntzer em uma 
postura bastante radical. Ele representava os anabatistas, grupo que defendia o batismo na 
idade adulta e compôs o grupo para liderar as revoltas camponesas.
 Os anabatistas eram um grupo heterogêneo, formado por camponeses e intelectuais 
humanistas, que encontraram, na nova igreja reformada, um meio para combater a situação 
social em que viviam. Se esse grupo tivesse nascido no período da Alta Idade Média, seria 
perseguido e morto como herege.
Thomas Müntzer
 A revolta camponesa liderada por Müntzer, por volta de 1523, pretendia a abolição da 
servidão no campo. As revoltas camponesas na Alemanha foram veementemente 
condenadas por Lutero. Seus líderes, principalmente Müntzer, foram decapitados. 
 De qualquer forma, Martinho Lutero teve uma importância incontestável nas transformações 
ocorridas no século XVI, em sua doutrina da justificação pela fé, atuando, juntamente com 
outros teólogos, nas mudanças estruturais do cristianismo medieval, principalmente na 
hierarquia eclesiástica que estava corroída devido a vários anos de dominação e poder. 
Lutero é um dos personagens principais no movimento de regeneração da Igreja Católica.
Thomas Müntzer
 O filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard (1813-1855) se manifestou sobre a questão da fé 
dizendo que ela era fundamental para a solução dos problemas éticos que afligiam os seres 
humanos e que a espiritualidade dava sentido à vida. Conhecido pelo seu existencialismo 
cristão, isto é, pensadores que defendiam a ideia que vinculava a existência humana por 
meio de Deus, onde o homem vive em consonância com o absoluto, Kierkegaard foi um 
crítico ávido aos preceitos e à burocracia luterana.
Soren Kierkegaard
 Os pressupostos que separam as doutrinas de Agostinho e de Lutero podem ser 
encontrados nos fatos históricos distintos e nas diferentes sociedades em que viveram. 
Ambos conheceram uma sociedade em transformação e as suas concepções foram 
influenciadas por essas mudanças. Entretanto, algumas diferenças podem ser 
encontradas nestes dois grandes pensadores, uma vez que foram “homens de seu tempo”.
 Lutero, ex-monge agostiniano, provocou uma grande ruptura na igreja medieval, 
principalmente na influência que esta tinha na vida social. Além disso, promoveu uma 
revolução léxica ao traduzir a Bíblia para o alemão, o que colaborou para a unificação da 
língua e, consequentemente, a unificação do império alemão.
Agostinho e Lutero
 As diferenças entre Agostinho e Lutero estão no desprezo desse último à filosofia aristotélica 
e escolástica, apesar de Agostinho ter influenciado, sobremaneira, o pensamento de Lutero, 
e, até mesmo, de Calvino. Esses reformadores instrumentalizaram os escritos de Agostinho. 
Por isso, os séculos que separam Agostinho, de Lutero, são genuínos potencializadores para 
a aproximação entre os dois.
Agostinho e Lutero
As diferenças entre Agostinho e Lutero são encontradas:
a) Nas diferenças econômicas que permeavam a vida de ambos.
b) No desprezo que Agostinho possuía diante da filosofia aristotélica e da escolástica.
c) Na influência que tinham na vida social dos fiéis. 
d) Eram homens de seu tempo e, portanto, de tempos diferentes.
e) Nas questões políticas que ambos defendiam ao lado dos príncipes alemães.
Interatividade
As diferenças entre Agostinho e Lutero são encontradas:
a) Nas diferenças econômicas que permeavam a vida de ambos.
b) No desprezo que Agostinho possuía diante da filosofia aristotélica e da escolástica.
c) Na influência que tinham na vida social dos fiéis. 
d) Eram homens de seu tempo e, portanto, de tempos diferentes.
e) Nas questões políticas que ambos defendiam ao lado dos príncipes alemães.
Resposta
 Conhecido em português como João Calvino, o reformador religioso nasceu em 10 de julho 
de 1509, na cidade de Noyon, na região da Picardia, na França. Calvino se converteu ao 
protestantismo luterano quando estudava Direito na Universidade de Orleans. Em 1536, ele 
publicou um estudo em latim sobre a religião cristã intitulado As instituições da religião cristã. 
Após a primeira tradução e interpretação da Bíblia, por Martinho Lutero, surgiram, na Europa, 
outras interpretações. Calvino reescreveu, pelo menos, três vezes essa obra, completando-a 
para se tornar a sua herança intelectual. 
 Calvino rompeu com a religião católica aos 24 anos.
Jean Calvin 
 Calvino desenvolveu um sistema da Teologia Cristã, mais tarde conhecido como 
calvinismo, quando a doutrina cristã inclui as ideias de predestinação e da soberania 
absoluta de Deus na salvação da alma humana da morte e da condenação eterna. Essas 
ideias que Calvino desenvolveu estavam fortemente ligadas às primeiras tradições cristãs 
inspiradas por Santo Agostinho. Atualmente, na Igreja Protestante, várias manifestações 
como a Igreja Congregacional, a Reformada e a Presbiteriana veem, em Calvino, o principal 
pensador de sua crença.
Jean Calvin
 Quando as tensões religiosas na França se tornaram violência generalizada contra os 
cristãos protestantes, Calvino fugiu para a Basileia, na Suíça, onde, em 1536, publicou a 
primeira edição das Institutas. No mesmo ano, Calvino foi recrutado pelo francês William 
Farel para ajudar a reformar a igreja em Genebra. Levou para lá as suas ideias e tentou 
transformar a sua forma de pensar a religião cristã na interpretação hegemônica da cidade. 
Mas os católicos reagiram aos seus sermões, fazendo o conselho de governo da cidade 
resistir à implementação de suas ideias, até que Farel e Calvino fossem expulsos de lá.
 Calvino encontrou refúgio na cidade francesa de Estrasburgo, onde se tornou ministro de 
uma igreja que recebia franceses perseguidos por sua opção religiosa. Ele continuou a 
apoiar o movimento de reforma em Genebra e, em 1541, foi convidado a voltar para assumir 
a igreja daquela cidade. Naquele tempo, cada cidade assumia uma forma única de religião 
cristã, e aqueles que confessavam credos cristãos diferentes, eram obrigados a mudar de 
cidade. 
 Após o seu retorno a Genebra, Calvino introduziu novas formas de condução da igreja e 
apesar da oposição de várias famílias poderosas na cidade, os adversários de Calvino 
foram obrigados a sair e Calvino passou a promover a Reforma tanto em Genebra como 
em toda a Europa. 
 O processo reformista na Suíça teve início com o teólogo Ulrich Zwinglio e com a 
independência da Suíça do Sacro Império Romano Germânico, do século XVI. Esse 
processo histórico foi fundamental para a independência das várias cidades comerciais da 
região e para o fortalecimento da burguesia ascendente.
 A Suíça, naquele período, vivia muitos problemas similares aos da Alemanha. Ulrich Zwinglio 
(1484-1531), foi o iniciador da Reforma na Suíça. Foi influenciado pelo humanismo de 
Erasmo de Roterdã e a sua doutrina era próxima a de Lutero, porém mais radical. A partir de 
Zurique, ganhou a simpatia de outros cantões suíços do Norte e pretendeu fundar um Estado 
teocrático cristão. Os católicos levantaram-se contra ele, o que originou uma guerra civil. Foi 
derrotado na batalha de Kappel, na qual morreu, em 1531.
Ulrich Zwinglio
 Apesar da falta de unidade ideológica na região, Zwinglio colaborou para uma maior 
independência de costumes, na medida em que esse teólogo rompeu com muitos preceitos, 
tanto da Igreja Católica quanto com os teólogos reformistas; foi contrário aos anabatistas, 
inicialmente, e à predestinação e à confissão; entretanto, se aproximou das ideias de Lutero, 
emboranão conseguisse refutar as suas ideias luteranas. As ideias polêmicas de Zwinglio
provocaram uma guerra civil, em 1531. Ele teve importante influência no protestantismo 
primitivo nesta região.
Ulrich Zwinglio
 Genebra era uma cidade independente do Sacro Império Romano Germânico e era habitada 
por pequenos comerciantes e artesãos. A população de comerciantes independentes temiam 
um poder político forte e ansiavam por um sistema religioso e político independente.
 As ideias de Lutero e Zwinglio já haviam surgido na região e essas ideias vieram a coincidir 
com o modo de vida dos habitantes da cidade e de suas crenças cristãs que estavam 
abaladas pelos problemas com as estruturas eclesiásticas e com a administração da igreja. 
A cidade era dividida em católicos e protestantes, mas com o passar do tempo a população 
passou a se identificar com as ideias calvinistas.
As influências presentes no pensamento de João Calvino
 A vinda de Calvino com apenas 27 anos, à Genebra, em 1536, combinou os interesses da 
população com as ideias humanistas e luteranas recém-adquiridas por esse pensador que 
viria transformar a localidade que temia uma mudança radical. Lá, Calvino idealizou um 
projeto reformista com o apoio das instâncias civis e implantou as Ordenações Eclesiásticas, 
conjunto de leis rígidas e intolerantes. 
 As ideias de Calvino como a predestinação, a salvação pela fé e o hábito da poupança 
através do trabalho, moralmente edificado, receberam uma rápida adesão, uma vez que 
muitos comerciantes eram ligados aos costumes morais cristãos.
 A igreja medieval combatia a obtenção de lucros excessivos em relação a todos os tipos de 
preços adotados com o comércio e as outras formas de renda: isso era chamado de justo 
preço. Isso impedia o acúmulo de capital que estava em franca ascensão na Baixa Idade 
Média. Os valores morais propagados pela Igreja estavam impedindo que as recém-criadas 
atividades financeiras pudessem se desenvolver. 
 Os judeus europeus emprestavam dinheiro aos indivíduos que precisassem sanar os seus 
problemas relacionados com a produção e com o pré-capitalismo; os empréstimos bancários 
eram a tônica do momento. A Igreja Católica condenava o lucro, principalmente os 
empréstimos a juros. Com o aumento do volume de negócios, a Igreja ficou menos rígida, no 
século XI, com as regras da usura e do juro. 
 As ideias calvinistas viriam tomar corpo na Suíça, em virtude de que, apesar de rígidas, 
libertavam os comerciantes do “pecado” do lucro e da usura, e colocavam as práticas 
burguesas comerciais fora das transgressões católicas, onde os colocaria no caminho da 
predestinação, ou seja, os escolhidos por Deus, devido à vida próspera e sem ostentação.
 O dualismo religioso em João Calvino envolve a questão da ética, que provém da tradição 
cristã e das ideias agostinianas. Para ele, Deus é absoluto sobre todas as coisas terrenas e 
universais, e o ser humano foi criado à sua imagem e semelhança. Essa concepção é 
percebida por Calvino, por meio do sentido ético e moral, ou seja, o ser humano tem o livre-
arbítrio para fazer a vontade de Deus, dentro de seus limites naturais. 
 Calvino diz que a salvação depende, exclusivamente, da soberania de Deus; a predestinação 
depende da graça divina. Esse pensamento está no raciocínio agostiniano: o conceito de 
dualidade fica determinado entre a imortalidade da alma, do pensamento platônico e a sua 
ressurreição, do pensamento cristão. Dessa forma, percebe-se que o pensamento de 
Calvino não suplantou o raciocínio de Agostinho.
Dualismo religioso
 Calvino propôs reformas mais radicais do que as de Lutero; simplificou o culto e apenas os 
sacramentos do batismo e da comunhão eram aceitos, segundo a sua doutrina. As Sagradas 
Escrituras eram as bases de sua crença. Suas ideias difundiram com rapidez com o teólogo 
Teodoro de Beza e pela França, Holanda e Inglaterra, país onde o calvinismo chamou-se de 
puritanismo.
 O calvinismo penetrou na França católica e os seus adeptos receberam o nome de 
huguenotes, em homenagem à Besançon Hugues, líder religioso suíço. Eles foram vítimas 
de perseguição em um momento em que a França lutava contra o protestantismo no século 
XVI. Os huguenotes foram massacrados na “Noite de São Bartolomeu”. Posteriormente, 
Henrique IV decretou o Édito de Nantes, concedendo a liberdade religiosa aos huguenotes. 
Jean Calvin
 O contexto histórico em que os reformadores apareceram era, predominantemente, 
humanista. O humanismo (séculos XIV até XV) propagava uma postura humana mais 
independente da visão religiosa como resultado das críticas que a Igreja Católica vinha 
recebendo. A discordância em relação aos preceitos católicos era severamente punida com 
prisões, julgamentos e fogueiras (Inquisição).
 Os filósofos humanistas tinham uma postura antropocêntrica (o homem como centro do 
mundo), ao invés do comportamento teocêntrico defendido pela Igreja Católica, que colocava 
Deus como o fundamento de tudo. O pensamento humanista procurou, nos valores 
clássicos, incrementado com os avanços técnicos e científicos, a justificativa para tratar a 
teoria antropocêntrica.
O contexto histórico e religioso 
 O filósofo holandês e clérigo Erasmo de Roterdã (finais do século XV) se beneficiou com a 
invenção da prensa de Gutenberg para difundir as suas ideias. Ele estava vinculado ao 
humanismo cristão que pleiteava uma igreja renovada. Em sua obra O elogio da loucura, 
Erasmo de Roterdã criticou as indulgências (perdão), a venda das relíquias religiosas, a 
ganância, a imoralidade, dentre outros problemas encontrados nessa instituição.
 Martinho Lutero se aproximou das ideias de Erasmo em função das suas críticas ao clero, 
pois ambos dialogavam com o pensamento e as concepções reformistas e com a nova 
consciência religiosa que estava surgindo, apesar de Erasmo combater a noção de 
predestinação defendida por Lutero, porque acreditava no livre-arbítrio do ser humano. 
Erasmo de Roterdã
 O calvinismo foi amplamente estudado pelo sociólogo e economista alemão Max Weber 
(1864-1920). Ele encontrou conexões entre o protestantismo e o capitalismo.
 Weber recorreu à explicação de que a essência do capitalismo está no racionalismo 
econômico da classe dirigente e na classe dirigida, e nas crenças religiosas da Baixa Idade 
Média: elas teriam exercido um papel importante no espírito capitalista. Ele buscou 
compreender uma ética peculiar que existia na valorização da vocação, no cumprimento do 
dever, já encontrados nos escritos de Martinho Lutero. Segundo Lutero, o conceito de 
vocação dependia da ordem divina e cabia ao indivíduo se adaptar a isso. Como Weber 
não aceitava essa ideia, procurou em outras formas de protestantismo e da 
racionalização do trabalho.
Protestantismo e capitalismo
 Weber irá encontrar, no calvinismo, os conceitos que necessitava para explicar a sua tese: a 
consideração de que o trabalho moralmente virtuoso levava o indivíduo à salvação. O 
trabalho era um dever humano e a sua prática austera levaria à sua predestinação, à 
realização dos desígnios divinos. Para Calvino, o ser humano é apenas um instrumento de 
Deus e cabia ao indivíduo servir a ele por meio de um trabalho digno, a salvação encontrava-
se no sucesso econômico. 
 Essa ética calvinista e o seu ascetismo, ou seja, o trabalho e a abstenção dos prazeres 
mundanos para atingir o equilíbrio espiritual, foram considerados por Weber como os 
pressupostos básicos para a explicação do espírito capitalista, 
ou seja, “o ethos protestante foi uma forma de racionalização da 
vida que contribuiu para formar o que ele chama de 
“espírito capitalista”.
Max Weber
 Para o calvinista, não existiam confortos humanos e amigáveis, não havia perdão pelos 
momentos de fraqueza ou de descuido, mesmo se ele aumentasse as suas boas ações, 
como o católico e, mesmo, o luterano. O Deus do calvinismo exigia de seus crentesnão boas 
ações isoladas, mas uma vida de boas ações.
 Assim, a conduta moral da pessoa comum foi impedida de viver de forma errática, pois ficou 
submetida, como um todo, a um método de conduta. Puritano era aquele que vivia uma vida 
racionalmente, escolhendo agir de forma ética, mesmo quando isso fosse ameaçado pelas 
emoções que sentia. O cristão deveria ter uma vida alerta e inteligente, sem um 
contentamento espontâneo e impulsivo, e ter uma vida moral rígida.
 Para Weber, portanto, a doutrina calvinista foi fundamental para a explicação sobre o espírito 
capitalista: a conduta ascética colaborava para uma lógica racional comanda pela vontade 
divina, e o êxito profissional deveria ser monitorado para que o indivíduo não caísse em 
tentações da carne e no ócio. Uma maior produtividade no trabalho, o controle de gastos, 
uma vida simples possibilitou o desenvolvimento capitalista.
A ética protestante para o desenvolvimento do capitalismo pode ser encontrada em:
a) Uma conduta ascética que colaborava para uma conduta religiosa.
b) Uma conduta ascética que colaborava para a lógica racional segundo a vontade divina.
c) Uma vontade divina que influenciaria uma conduta ascética.
d) A racionalização da vida pública.
e) A racionalização dos costumes errantes.
Interatividade
A ética protestante para o desenvolvimento do capitalismo pode ser encontrada em:
a) Uma conduta ascética que colaborava para uma conduta religiosa.
b) Uma conduta ascética que colaborava para a lógica racional segundo a vontade divina.
c) Uma vontade divina que influenciaria uma conduta ascética.
d) A racionalização da vida pública.
e) A racionalização dos costumes errantes.
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!