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Priscilla Prado – turma 22 B 1 Anemias carenciais ® Leva à sídrome anêmica crônica ® São anemias hipoproliferativas. › Se normo normo : ferropriva ou doença crônica › Se hipo micro : ferropriva ou doença crônica › Se macro : megaloblástica Síndrome anêmica crônica § Paciente pode ser pouco sintomático, uma vez que seu organismo se adaptou ao cenário anêmico. § São vistos sinais carenciais, prostração, sonolência, falta de concentração e indisposição. § Se a anemia for mais grave, os sintomas podem ser tão exuberantes como nas agudas. Mecanismos compensatórios Quando um paciente apresenta Hb < 8 ou um Ht < 24%, já apresenta alguma sintomatologia. • Aumento do débito cardíaco → precórdio hiperdinâmico • Redução da afinidade da Hb com o oxigênio pela 2,3-DPG → facilita a oxigenação dos tecidos • Aumento da EPO → favorece a eritropoiese = sobrecarga medular = anemia hiperproliferativa. Só ocorrerá a hematopoiese se não faltar os elementos essenciais, como Fe, ácido fólico e B12 (anemias carenciais). Quadro clínico • Dispneia aos esforços • Taquipneia e palpitações • Cansaço e indisposição • Anorexia • Tontura postural • Pode descompensar doenças crônicas prévias do paciente Priscilla Prado – turma 22 B 2 Exame físico • Unhas distróficas: frágeis, quebradiças, irregulares • Língua despapilada • Quelite angular • Cabelo fraco Anemia ferropriva É o tipo de anemia mais comum no mundo. Acomete mulheres em período gestacional ou com grande fluxo menstrual, além de idosos e crianças com deficiência nutricional. Anemia ferropriva é um sintoma. Anemia ferropriva decorre de sangramento crônico. Ferro : 75% presente na Hb (só será perdido caso o paciente sangre) e 25% presente nas reservas: ferritina e hemossiderina Mesmo que ocorra uma diminuição na ingesta de ferro, ainda sim as reservas serão mantidas pois todo o ferro corporal é reaproveitado, apenas pequenas quantidades são eliminadas. Os enterócitos protegem o organismo contra possíveis sobrecargas de ferro, evitando a intoxicação. De toda a ingesta de ferro, apenas 50% é absorvido. Perfil de ferro 1) FERRO SÉRICO : ferro ligado à transferrina 2) FERRITINA : ferro intracelular. É um marcador inflamatório. ↓ - anemia ferropriva ↑ - inflamações, tuberculose, doença de Crhon, esteatose hepática (obesos - inflamação), neoplasia [ainda pode ser anemia ferropriva]. 3) TRANSFERRINA : transportador do ferro no plasma ↑ - na falta de ferro (gestação, anemia ferropriva) ou por hormônios circulantes Priscilla Prado – turma 22 B 3 ↓ - inflamação, desnutrição INFLAMAÇÃO -> AUMENTA FERRITINA E DIMINUI TRANSFERRINA. 4) SATURAÇÃO DA TRANSFERRINA : indica quantos % dos sítios de transferrina estão ocupados 5) TIBC : capacidade total de ligação do ferro = somatório de sítios de ligação de toda a transferrina existente. É uma forma indireta de calcular a transferrina. Total - sítios ocupados + sítios livres. Latente - apenas sítios livres. O fígado produz a apoferritina, circulante no sangue, que se liga ao ferro e forma a ferritina, dentro nos tecidos. No plasma, sem ferro ligado : apoferritina. No plasma, com ferro ligado : ferritina → tecido Na dosagem de ferritina, estamos na verdade obtendo a quantidade de apoferritina, e não de ferritina propriamente dita, pois esta última não encontra-se circulante no sangue. Então NÃO podemos relacionar seu valor com a quantidade disponível de RESERVA FÉRRICA. Ciclo do ferro Absorção no duodeno e jejuno, facilitada por laranja/limão, e dificultada por grãos/leite/coca. Ferro HEME é melhor absorvido que o ferro não HEME. Absorção para o enterócito → ferroportina → sangue Excesso de ferro no enterócito = hepsidina fecha a ferroportina, ocorrendo então a descamação intestinal, deixando as fezes escuras -> excreção de ferro. Na doença crônica : inflamação → libera hepsidina → inibe absorção sanguínea de Ferro. Priscilla Prado – turma 22 B 4 Quadro clínico • Sintomas de anemia carencial (queilite angular, distrofia ungueal, glossite atrófica), coiloníquia (unha em forma de colher) • Astenia, lipotimia, anorexia, amenorreia, diminuição da libido • PICA (vontade de comer coisas não nutritivas), geofagia • Síndrome de Plummer Vinson (raro – anel esofágico secundário a anemia ferropriva grave) Diagnóstico • Índices hematimétricos : normo normo (mais comum) → hipo micro (mais característico) • Reticulócitos : ↓ • Perfil de ferro (Fe sérico e ferritina reduzidos, transferrina aumentada, saturação de transferrina reduzida, TIBC aumentado). • Hemoscopia com hemácias em charuto • Hemograma com anisocitose (↑RDW) Diagnóstico diferencial Doença crônica : as citocinas reduzem a vida média das hemácias, inibem a EPO, promovem fibrose medular e reduzem a disponibilidade de Fe por liberação de hepsidina. Seu hemograma é normo normo e a clínica é referente à doença de base. Priscilla Prado – turma 22 B 5 Investigação etiológico • Problemas gastrointestinais: doença celíaca, parasitoses, bariátrica (íleo e jejuno removidos -> sem sítio de absorção), angiodisplasia e doença diverticular do colon (hemorragia), câncer, úlcera. Fazer endoscopia (até jejuno), colonoscopia (até íleo terminal), cápsula endoscópica (jejuno e íleo - incomum de ter câncer, tecido pouco proliferativo). • Criança: prematuro, baixo peso, ingesta insuficiente, verminose. • Mulheres jovens: menstruação, gravidez. • Jovens: doenças inflamatórias intestinais, doença celíaca, parasitose, úlcera péptica (sangramento crônico). • Idosos: angiodisplasia de cólon, diverticulite, neoplasia. Tratamento • Sulfato ferroso VO : tomar junto com suco de laranja, de preferência sem comida. Tem resposta mais lenta. 325mg 3x/dia VO • Noripurum VO : melhor ferro do mercado, não sofre interferência das refeições. Exame Doença crônica Ferropriva ADC + Ferropriva Ferro Diminuído Diminuído Diminuído Transferrina Normal ou Diminuído Pode estar aumentado? Aumentada ou normal Diminuído TIBC Normal Aumentado Normal ou aumentado IST Diminuído Diminuído Diminuído Ferritina Normal ou aumentada Diminuído Normal, diminuida ou aumentada Nível de citocinas Aumentados Normais Aumentados Priscilla Prado – turma 22 B 6 • Ferro EV : é perigoso pois pode ter sobrecarga de ferro no organismo. Dose única de 10 ampolas de Noripurum. 125mg a cada 10min Resposta ao tratamento : pico reticulocitário em 7 d + aumento de 1g de Hb e 3% do Ht em 3 semanas Refazer hemograma após 1 mês de tratamento para comparar evolução. HEMOCROMATOSE -> Excesso de ferro • Primária: genética familiar • Secundária: administração de ferro quando suspeita de ferropriva mas paciente não tem sangramento (forma relevante de excreção do ferro) OU em transfusão sanguínea OU em anemia hemolítica. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: ↑ ferritina, ↑ saturação da transferrina, saturação > 50% CLÍNICA: pele escurecida (cinza), hipogonadismo e disfunção erétil, cirrose e carcinoma hepático, panhipopituarismo. TRATAMENTO: sangria terapêutica com sanguessuga, quelante de ferro. Anemia megaloblástica ® Tal subtipo de anemia carencial decorre da deficiência de folato ou vitamina B12. ® Hemograma: anemia macrocítica, hipoproliferativa e com alto RDW. ® Fator de risco: desnutrição, alcoolismo, gravidez. MEGALOBLASTOSE -> defeito na produção da hemácia = hematopoiese ineficaz O megaloblasto é uma célula de tamanho maior que o percursos eritróide normal. Metil tetra hidrofolato - metionina sintetase -> tetra hidrofolato -> bases pirimidinas Homocisteína - B12 -> metionina -> bainha de mielina Metil-malonil CoA - B12 -> succinil CoA A ativação da metionina sintetase depende diretamente de vitamina B12. Quando nãoocorre a formação de metionina, acumula-se homocisteína Priscilla Prado – turma 22 B 7 Quando não ocorre a formação de succinil CoA, acumula-se ácido metilmalônico A falta de metionina impossibilita a formação da bainha de mielina dos nervos, levando à neuropatia. As bases pirimidinas mal sintetizadas devido a falta de tetra hidrofolato, levam à uma macrocitose por uma mitose ineficiente -> célula displásica -> medula mata tais células O DHL indica tanto a proliferação quanto a destruição de hemácias. Na anemia megaloblástica, encontra-se aumentado, juntamente com a homocisteína e o ácido metilmalônico. Por deficiência de folato • Presente em vegetais verdes, aveia e fígado • Reabsorvido no duodeno e jejuno proximal • Forma ácido glutamânico, glicina e metionina (bases pirimidinas) • CAUSAS: desnutrição, etilismo, doença celíaca (má absorção), idosos, medicações anti-folato (bactrin, melotrexano). • DIAGNÓSTICO: ↑ VCM (>125), ↑ DHL e ↑ Br, alta hemocisteína, hemoscopia com macroovalócitos e neutrófilos segmentados, ↓ folato • TRATAMENTO: reposição de folato VO ou EV 1mg/dia -> endofolin, leucovorin. Por deficiência de vitamina B12 • Presente em alimentos de origem animal. Demora muito tempo para encontrar suas reservas relevantemente baixas • Reabsorvido no íleo terminal sendo cálcio dependente. Para ser absorvido no íleo, deve-se ligar ao fator intrínseco, produzido pelas céls principais do estômago. Tal fator irá proteger a vitamina da digestão, entregando-a íntegra à transcopolamina • CAUSAS: acloridria (omeoprazol - inibidor da bomba de prótons), baixa ingesta crônica de B12, tuberculose intestinal e doença de Crhon (inflamação do íleo – reduzida absorção), bariátrica (reduzida absorção). Priscilla Prado – turma 22 B 8 • CLÍNICA: polineuropatias periféricas, demência, psicose, síndrome combinada (cordonal posterior e piramidal), síndrome cordonal posterior (sensibilidade vibratória e propriocepção consciente alterada), síndrome piramidal (acometimento do 1º neurônio motor), marcha atáxica, sinal de Romberg + . • DIAGNÓSTICO: ↑ VCM (>125), ↑ DHL e ↑ Br, alta hemocisteína e ácido metilmalônico, hemoscopia com macroovalócitos e neutrófilos segmentados, ↓ B12. • TRATAMENTO: repor B12 IM 1000mcg/semana por 4semanss Anemia perniciosa : doença autoimune que consiste na destruição das céls principais do estômago, não produzindo fator intrínseco, deixando a vitamina B12 ser digerida. Também pode ter anticorpos anti-FI.
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