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CHOQUES De início é necessário saber que choque é a expressão clínica da hipóxia celular, tecidual e orgânica e é causado pela incapacidade do sistema circulatório em suprir as demandas de O2, seja pela oferta inadequada ou pelo aumento do consumo do O2. Choque é uma síndrome, que deve ser identificada rapidamente para tratar a hipoxemia e investigar a etiologia. Existem quatro mecanismos de choque não exclusivos (pode haver mais de um mecanismo de choque em um mesmo paciente), tendo várias etiologias possíveis dentro de cada mecanismo. Resumidamente são eles: • Distributivo • Hipovolêmico/hemorrágico • Cardiogênico • Obstrutivo O choque deve ser suspeitado em pacientes com sinais de hipoperfusão tecidual (bons métodos de avaliação são avaliar a PA, débito urinário, nível de consciência, TEC, perfusão pele, cianose de extremidades, pH arterial e BIC, pCO2 venoso, etc). Cuidado especial com a hipotensão arterial, pois pode estar ausente em pacientes com HAS. A combinação de TEC>2s + livedo + frialdade da pele pode predizer baixo índice cardíaco, tendo especificidade para choque de 98%. Existem três janelas de perfusão tecidual que identificam os danos que o choque causou no organismo: • Pele: fria e úmida, cianose, palidez, livedo, TEC prolongado • Rim: débito urinário < 0,5mL/kg • SNC: estado mental alterado, torpor, desorientação, confusão Além das três janelas, outras disfunções orgânicas são importantes indicativos de choque no organismo. • Respiratório: dispneia, uso de musculatura acessória, relação Pa/FiO2 < 400 • CV: hipotensão, taquicardia, hiperlactatemia • Hepática: icterícia, encefalopatia, aumento de bilirrubinas • Hematológica: sangramentos, petéquias, alargamento de RNI, plaquetopenia CHOQUE HIPOVOLÊMICO Acontece por redução de volume intravascular (redução da pré-carga), o que reduz o DC. Pode ser dividido em choque hemorrágico (trauma, hemorragia varicosa, úlcera péptica, entre outras) e não hemorrágico (redução de volume por perda de líquidos que não sejam sangue). CHOQUE CARDIOGÊNICO É causado por patologias que levem à falência da bomba e redução do DC. As causas de falha de bomba cardíaca são diversas e podem ser divididas em cardiomiopatias (IAMs, ICC, ECMO, etc), arrítmicas (taquiarritmias atriais e ventriculares) e mecânicas (insuficiências valvares aórtica ou mitral, ruptura de músculos papilares, dissecção de aorta, etc). CHOQUE DISTRIBUTIVO Caracterizado por vasodilatação periférica grave, com queda de RVS. São o choque séptico (definido como resposta desregulada do hospedeiro à infecção, resultando em disfunção orgânica com o risco de morte), neurogênico (vitimas de TRM com disfunção autonômica e alteração de tônus vagal) e anafilático (exposição a alérgeno com instalação súbita). CHOQUE OBSTRUTIVO Causado por causas extracardíacas que resultam em insuficiência cardíaca. Podem ser vasculares pulmonares (devido à insuficiência ventricular direita decorrente de tromboembolismo pulmonar hemodinamicamente significativo [TEP] ou hipertensão pulmonar grave [HP]) ou mecânicas (apresentação clínica similar ao choque hipovolêmico, com diminuição da pré-carga, podendo ser pneumotórax hipertensivo, tamponamento cardíaco, pericardite construtiva, e cardiomiopatia restritiva).
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