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Apostila do curso "Nutrição Estética"

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1 
 
 
2 
 
INSTITUTO ANA PAULA PUJOL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professora Drª Ana Paula Pujol 
Nutricionista – CRN10 0559 
 
 Doutorado em Educação pela Universidade Católica de Santa Fé 
 Especialização em Nutrição e Qualidade de Vida pela Faculdade Dom Bosco 
 Diretora de ensino do Instituto Ana Paula Pujol. Co-autora do livro Nutrição em 
Estética (editora Atheneu), Autora do livro "Nutrição Aplicada à Estética", Editora 
Rúbio, RJ 
 
ELABORAÇÃO: 
3 
 
SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO 1 – INTRODUÇÃO À ESTÉTICA E NUTRIÇÃO .......................................................................................... 6 
2.2.8 ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA ÁREA DE ESTÉTICA E MERCADO DE TRABALHO ..................... 6 
2.2.9 LEGISLAÇÃO ................................................................................................................................. 11 
2.2.10 CORPO E MODA .......................................................................................................................... 13 
2.2.11 Evolução da moda ....................................................................................................................... 13 
2.2.12 Evolução no padrão de beleza e mídia ....................................................................................... 13 
MÓDULO 2 – BASES EM RECURSOS MANUAIS, MECÂNICOS E COSMÉTICOS EM ESTÉTICA ............................. 15 
2.1 RECURSOS MANUAIS .................................................................................................................. 16 
2.1.1 Massagem modeladora ............................................................................................................... 16 
2.2 Drenagem Linfática Manual ........................................................................................................ 16 
2.1.3 Crioterapia .............................................................................................................................................. 17 
2.2 RECURSOS MECÂNICOS .............................................................................................................. 17 
2.2.1 Ultrassom terapêutico ................................................................................................................ 17 
2.2.2 Sonoforese .................................................................................................................................. 17 
2.2.3 Frequência do Ultrassom ........................................................................................................................ 18 
2.2.4 Manthus ...................................................................................................................................... 18 
2.2.5 Eletrolipoforese ........................................................................................................................... 19 
2.2.6 Endermoterapia .......................................................................................................................... 19 
2.2.7 Corrente Russa (Eletroestimulação) ........................................................................................... 19 
2.2.13 Carboxiterapia ............................................................................................................................. 19 
2.2.14 Radiofrequência (Accent, Thermacool, Termage, Spectra) ........................................................ 20 
2.2.15 Peeling ......................................................................................................................................... 20 
2.3 BASES EM COSMETOLOGIA ......................................................................................................... 21 
2.3.1 Definições e Conceitos ................................................................................................................ 21 
2.3.2 Evolução da Cosmetologia .......................................................................................................... 22 
2.3.3 Formulações Cosméticas ............................................................................................................. 22 
2.3.4 Veículos ou Excipientes ............................................................................................................... 22 
2.3.5 Princípio ativo ............................................................................................................................. 23 
2.3.6 Aditivos ........................................................................................................................................ 24 
2.3.7 Procedimentos estéticos que modificam a permeabilidade cutânea......................................... 24 
MÓDULO 3 - ALIMENTAÇÃO, NUTRIÇÃO NAS DESORDENS ESTÉTICAS .............................................................. 24 
3.1 ACNE 24 
3.1.2 Tratamento da permeabilidade intestinal .................................................................................. 26 
 
file://///instsrv01/Cursos%20On-Line/0.%20Cursos%20Antigos/Curso%20NE002/6.%20Material%20de%20Apoio/NE002%20-%20Nutrição%20Estética/Apostila%20-%20INTRODUÇÃO%20À%20NUTRIÇÃO%20ESTÉTICA.docx%23_Toc447274360
file://///instsrv01/Cursos%20On-Line/0.%20Cursos%20Antigos/Curso%20NE002/6.%20Material%20de%20Apoio/NE002%20-%20Nutrição%20Estética/Apostila%20-%20INTRODUÇÃO%20À%20NUTRIÇÃO%20ESTÉTICA.docx%23_Toc447274366
file://///instsrv01/Cursos%20On-Line/0.%20Cursos%20Antigos/Curso%20NE002/6.%20Material%20de%20Apoio/NE002%20-%20Nutrição%20Estética/Apostila%20-%20INTRODUÇÃO%20À%20NUTRIÇÃO%20ESTÉTICA.docx%23_Toc447274419
4 
 
3.1.3 Dieta Anti-inflamatória ............................................................................................................... 26 
3.1.4 Índice Glicêmico .......................................................................................................................... 27 
3.1.5 Dieta Hiperlipídica ....................................................................................................................... 27 
3.1.6 Acne e Leite ................................................................................................................................. 28 
3.1.7 Acne e Micronutrientes .............................................................................................................. 28 
3.2 FOTOPROTEÇÃO ........................................................................................................................................ 29 
3.2.1. Antioxidantes .............................................................................................................................. 30 
3.2.2 Vitamina C e E ............................................................................................................................. 30 
3.2.3 Carotenoide - Betacaroteno ........................................................................................................ 31 
3.2.4 Ômega ......................................................................................................................................... 32 
3.2.5 Óleo de Macadâmia e de Prímula ............................................................................................... 32 
3.2.6 Flavonoides ................................................................................................................................. 32 
3.2.7 Chá Verde .................................................................................................................................... 33 
3.2.8 Selênio ......................................................................................................................................... 33 
3.2.9 Fibro edema geloide ................................................................................................................... 33 
3.2.10 Alguns alimentos funcionais para tratamentodo FEG: .............................................................. 35 
3.3 CABELOS 
3.3.1 Proteínas ..................................................................................................................................... 36 
3.3.2 Cisteína e Cistina ......................................................................................................................... 36 
3.3.3 Colágeno Hidrolisado .................................................................................................................. 36 
3.3.4 Silício ........................................................................................................................................... 37 
3.3.5 Zinco ............................................................................................................................................ 37 
3.3.6 Ferro ............................................................................................................................................ 37 
3.3.7 Dieta Anti-inflamatória ............................................................................................................... 37 
3.3.8 Biotina ......................................................................................................................................... 38 
3.3.9 Selênio ......................................................................................................................................... 38 
3.3.10 Manganês .................................................................................................................................... 38 
3.3.11 Água ............................................................................................................................................ 38 
3.4 UNHAS 40 
3.4.1 Fisiologia da Unha ................................................................................................................................... 40 
3.4.2 Unhas Quebradiças ..................................................................................................................... 40 
3.4.3 Colágeno hidrolisado................................................................................................................... 41 
3.5 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO ..................................................................................................... 41 
3.5.2 Vitamina C ................................................................................................................................... 42 
3.5.3 Vitamina E ................................................................................................................................... 42 
3.5.4 Flavonoides ................................................................................................................................. 43 
MÓDULO 4 - SUPLEMENTOS E FITOTERÁPICOS EM ESTÉTICA ........................................................................... 44 
file://///instsrv01/Cursos%20On-Line/0.%20Cursos%20Antigos/Curso%20NE002/6.%20Material%20de%20Apoio/NE002%20-%20Nutrição%20Estética/Apostila%20-%20INTRODUÇÃO%20À%20NUTRIÇÃO%20ESTÉTICA.docx%23_Toc447274466
5 
 
4.1 ACNE ............................................................................................................................................ 45 
4.2 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO ..................................................................................................... 46 
4.3 CABELOS E UNHAS ...................................................................................................................... 48 
4.4 FOTOPROTEÇÃO .......................................................................................................................... 49 
4.5 FIBRO EDEMA GELÓIDE ............................................................................................................... 50 
4.6 FITOTERÁPICOS EM ESTÉTICA ..................................................................................................... 51 
4.6.1 ALGUMAS DEFINIÇÕES ................................................................................................................ 51 
CeluDrain® ........................................................................................................................................................... 54 
Slim Life® ............................................................................................................................................................. 54 
Maxxi 30® ............................................................................................................................................................ 54 
Collagen Life® ...................................................................................................................................................... 55 
4.6.2 EXEMPLO DE PRESCRIÇÃO .......................................................................................................... 55 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................................... 91 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A Nutrição Estética é o novo campo no cenário da saúde, campo este que consegue aliar o 
cuidado nutricional por meio dos requisitos fundamentais da dietoterapia, prevenindo e tratando 
não apenas as doenças crônicas não transmissíveis, mas também as desordens estéticas que 
acometem nossos clientes/pacientes. 
 Nessa apostila da disciplina de Introdução à Nutrição Estética você será apresentado ao 
mercado de trabalho na área de Nutrição Aplicada à Estética como novo segmento de trabalho 
para o nutricionista, além de conhecer a legislação vigente pertinente ao Nutricionista, 
promovendo assim, o conhecimento das distintas áreas de atuação no âmbito da Nutrição 
Aplicada à Estética. 
 No decorrer da apostila, também será possível refletir sobre os padrões de beleza impostos 
pela mídia, bem como conhecer a evolução da moda e dos padrões de beleza ao longo dos 
tempos, para assim termos uma visão crítica e global desse contexto no qual a Nutrição Estética 
está envolvida e, diretamente, influenciada. 
 Além disso, nesse âmbito, será descrito os fundamentos da cosmetologia e os recursos 
eletroterápicos envolvidos, tanto os recursos manuais quanto os mecânicos, pois estes fazem 
parte do universo da estética e são potenciais coadjuvantes nos tratamentos das desordens 
estéticas. E, por último, será abordada a conduta nutricional para o tratamento das desordens 
estéticas, como dieta anti-inflamatória, índice glicêmico, além dos micronutrientes e 
nutricosméticos envolvidos no tratamento nutricional. 
 Nesse sentido, ratifica-se a importância da Nutrição Estética e seu papel fundamental para 
oferecer ao cliente/paciente saúde e bem-estar, já que a “Beleza começa de dentro!” 
 
2.2.8 ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NA ÁREA DE ESTÉTICA E MERCADO DE TRABALHO 
 
 A preocupação com a beleza nos dias atuais vem aumentando constantemente em paralelo à 
evolução da área Estética Corporal e Facial que evolui de maneira rápida e contínua nos últimos 
anos, juntamente com a indústria da beleza que faz grandes investimentos em busca de técnicas 
cada dia mais avançadas e que possibilitam às pessoas atenuar sensivelmente os sinais do tempo. 
 MÓDULO 1 – INTRODUÇÃO À ESTÉTICA E NUTRIÇÃO 
 
 
7 
 
 Por isso, é crescente a demanda de serviços ligados à beleza e à melhoria da aparência física, 
provocando, nos últimos anos, um forte impacto na demanda de bens e serviços que contribuem 
para a beleza aliada à saúde. 
 O Brasil atualmente até 2011 era o terceiro maior mercado consumidor de produtos 
cosméticos, segundo dados do Euromonitor International. Em 2012 o País ultrapassou o Japão e 
se tornou o segundo lugar. O país também impera como segundo lugar no ranking mundial de 
plásticas, perdendoapenas para os EUA (SOCIEDADE INTERNACIONAL DE CIRURGIA PLÁSTICA, 
2011). No quesito, consumo de produtos de beleza, no Brasil 79% das mulheres usam artigos de 
beleza todos os dias. E gastam em média R$ 80 por mês com esses produtos (ABIHPEC,2012). 
 Atualmente, há uma nova tendência para a busca de procedimentos estéticos menos 
invasivos com pouco ou nenhum corte, como por exemplo, um lifting ao invés de cirurgia plástica 
ou ultracavitação ao invés de uma lipoaspiração, como confirmação em um estudo que 
demonstra as tendências atuais neste campo com o seguinte perfil de pacientes: menos 
procedimentos invasivos, porém, com atenção total ao corpo, envolvendo o máximo de recursos 
tecnológicos disponíveis de atenção com um mínimo de riscos e mesma eficiência. 
 Neste sentido, aumenta a busca popular pelas “Cápsulas da Beleza” conhecidas como 
Nutricosméticos, nutrientes ou compostos de drogas vegetais ou uma mistura deles 
apresentados em formas farmacêuticas como cápsulas, sachês, gomas, shakes, entre outros. 
 A popularização dos “nutricosméticos” desperta o interesse de profissionais como mais uma 
ferramenta para atingir saúde e resultados estéticos, e dos pacientes pela praticidade da compra 
e por ser mais uma opção para melhorar a aparência na exclusão de procedimentos invasivos. 
 A tendência dos “nutricosméticos” teve início na Europa e EUA utilizando o termo “Beauty 
from Within”, traduzindo, “A beleza começa de dentro”. A associação de grandes empresas como 
Loreal®, em cosméticos, e a Nestlé®, em alimentos, desenvolvem suplementos nutricionais com 
fins estéticos reforçaram a relação de nutrientes com a beleza. 
 A obtenção destes produtos pode ser tanto por indicação profissional, quanto por conta 
própria o que traz a falsa sensação à população leiga de total segurança e nenhuma 
contraindicação. Neste sentido, amplia-se a necessidade da formação de profissionais 
especializados com domínio dos princípios técnico-científicos e éticos; um profissional atento às 
novas tendências e munido de conhecimentos científicos, abandonando o senso comum que 
algum tempo atrás era tão comum na área da Estética e Beleza. 
 Do mesmo modo, a literatura nacional e internacional cada vez mais elucidado a relação da 
nutrição com a estética corporal e facial contemplando acne, envelhecimento cutâneo, fibro 
edema geloide (celulite), flacidez, cabelos e unhas. Paralelo, os recursos manuais, cosméticos e 
eletroterápicos em estética, também podem ter resultados otimizados com uma conduta 
nutricional aplicada a cada objetivo estético. 
 A busca por orientação nutricional tem crescido de forma exponencial. Não há registro sobre 
o incremento e a dimensão dessa demanda, mas observa-se que ela tem aumentado em diversos 
8 
 
cenários, que vão desde a rede básica de saúde até clínicas e consultórios. Adicionalmente, o 
contínuo e crescente reconhecimento da Ciência Nutrição tem contribuído para o 
desenvolvimento de pesquisas que evidenciam seu caráter interdisciplinar. Os estudos da 
nutrição contemplam diversas áreas e tendem a desenvolver nos profissionais, a escolha de uma 
linha de pesquisa, aperfeiçoamento e área de atuação específica. São exemplos de estudos na 
área da nutrição: cardiologia, nefrologia, oncologia, esportiva, entre outras e, adicionalmente, a 
linha de NUTRIÇÃO APLICADA A ESTÉTICA. 
 O nutricionista, por sua vez, não pode se manter alheio ao conhecimento produzido e às 
novas possibilidades de produção de pesquisa, nem tampouco às necessidades manifestadas pela 
sociedade em busca de conhecimentos científicos que abranjam a nutrição e a estética. A 
prescrição dietética e promoção de práticas alimentares saudáveis devem estar contextualizadas 
com a influência que o público recebe do meio midiático, especialmente na área de estética e 
beleza. 
 
1.1.1 Áreas em Nutrição Estética 
 O nutricionista atuante em nutrição estética é o profissional que aplica a ciência da nutrição 
com o objetivo de tratar, atenuar ou prevenir desordens estéticas como: 
 Fibro Edema Geloide (celulite) 
 Flacidez dérmica 
 Flacidez muscular 
 Hipercromias 
 Alopécias 
 Desidratação cutânea 
 Acne 
 
 A nutrição estética abrange a proteção da pele contra os efeitos nocivos da exposição solar 
por meio da fotoproteção oral, a conduta nutricional no pré e pós-operatório de cirurgias 
plásticas, bem como nos tratamentos estéticos. 
 
1.1.2 Locais de atendimento 
 Por meio da experiência de 13 anos atuando na área de Nutrição e Estética, tenho observado 
que o mercado de trabalho está cada vez mais amplo, abrindo um leque de diversos segmentos 
que podem ser explorados na área de nutrição e estética, a saber: 
 Consultório 
 Clínica de Estética 
 Centro Estético 
 Consultório de dermatologia 
9 
 
 Cirurgia Plástica 
 Academias 
 Personal Estetic Diet 
 Farmácia de Manipulação 
 Nutricosméticos (desenvolvimento de produtos e SAC) 
 Salão de Beleza 
 
 a) Atuação em clínicas de Estética e Spa´s 
 O nutricionista em consultório pode atuar individualmente desenvolvendo a conduta 
nutricional específica ao objetivo estético e necessidades do paciente ou desenvolvendo 
parcerias na clínica, incluindo o tratamento nutricional no Programa de Tratamento Estético 
Personalizado (“pacote de serviço”). Essa inclusão pode envolver a avaliação nutricional 
(perimetria, adipometria, análise da composição corporal, peso e estatura) e o Plano Alimentar. O 
Programa de Tratamento Estético Personalizado tem como objetivo otimizar o resultado 
proposto do tratamento estético escolhido. Sendo assim, o plano alimentar deve ser elaborado 
respeitando os métodos e horários escolhidos do tratamento. Como por exemplo, se o paciente 
escolheu o tratamento para redução de celulite, é interessante a prescrição de um plano 
alimentar com uma dieta anti-inflamatória, com baixo índice glicêmico e hipossódica. Nesse local, 
o nutricionista pode trabalhar com o atendimento convencional com hora marcada, ou apenas 
oferecendo orientações nutricionais enquanto realiza atendimento com outros profissionais. 
 
 b) Atuação em clínicas de Dermatologia, Fisioterapia e Medicina Estética 
 A nutrição pode potencializar e atuar como coadjuvante nos tratamentos estéticos procurados 
nesses locais, principalmente para acne, alopecia, dermatites, doenças de unhas, fibroedema 
geloide, lasers, peelings dentre outros. Nesse local de atuação, o nutricionista pode firmar 
parcerias com o médico e o fisioterapeuta para oferecer ao paciente um tratamento completo e 
com resultados mais rápidos. 
 
 c) Atendimento domiciliar (Personal Estetic Diet) 
 Nesse tipo de atendimento, o nutricionista realiza visitas na residência do paciente para 
verificar os hábitos e preferências alimentares, bem como a rotina da família. É feita também a 
avaliação física e estética, para então, a partir da análise desses dados, planejar o cardápio 
semanal de acordo com o objetivo. Além disso, o nutricionista elabora a lista de compras, realiza 
o acompanhamento no mercado demonstrando as melhores formas de compras e escolha dos 
produtos e ainda ensina a melhor forma de obter o aproveitamento dos nutrientes, 
armazenamento e tipos de panelas utilizados. 
 
 
10 
 
 d) Cirurgia plástica 
 Na área de cirurgia estética, o trabalho interdisciplinar (cirurgião plástico, enfermagem, 
anestesista, fisioterapeuta ou tecnólogo em estética) pode envolver a atuação do nutricionista, o 
qual desenvolve o Plano Alimentar Pré e Pós-Cirúrgico promovendo a recuperação e redução dos 
danos da cirurgia. A atuação do nutricionista nesse contexto abrange a avaliação nutricional 
anterior ao procedimento cirúrgico, o acompanhamento nutricional, bem como a elaboração e 
supervisão de cardápios. Nesse tipo de paciente, é necessário conferir se o mesmo está com 
todos os exames laboratoriais normais antes da cirurgia, incluindo basicamente: hemogramacompleto, coagulograma, glicemia de jejum, ureia, cretinina, proteínas totais e frações e 
sorologia para hepatite e HIV. Para o nutricionista que escolher atuar nessa área, é necessário 
que ele tenha conhecimento sobre os tipos de cirurgia plástica (lipoaspiração, abdominoplastia, 
mamoplastia, gluteoplastia, dentre outras), além de compreender o processo de cicatrização, o 
qual envolve várias fases: inflamatória, epitelização, fibroplasia e remodelação, considerando que 
a partir dessas fases será elaborado o plano alimentar específico. 
 
 e) Consultoria 
 O nutricionista pode prestar serviços a empresas de nutracêuticos ou nutricosméticos por meio 
da realização de pesquisas em laboratório e/ou campo, atendimento ao consumidor, 
treinamento técnico para vendedores e representantes e desenvolvimento de produtos. Pode 
também atuar na área educacional aplicada a profissionais das áreas de Estética e de Nutrição. 
 
 f) Academias e clubes desportivos 
 Os frequentadores de academia e clubes necessitam aliar o exercício com a alimentação para 
atingir seus objetivos e melhorar o desempenho. Nesse contexto, o nutricionista deve adaptar o 
plano alimentar com os objetivos, horários e modalidade praticada pelo paciente. Muitas vezes, 
além do plano alimentar, será necessário uma suplementação nutricional, que caberá ao 
nutricionista também prescrever. Além disso, esportistas tendem produzem maior quantidade de 
radicais livres e, dependendo da modalidade, ainda estão sujeitos à maior exposição de radiação 
ultravioleta, devendo o profissional nutricionista atuar nessas questões. 
 
 g) Centro estético 
 Os centros de estética tem por objetivo o tratamento corporal e facial por meio de protocolos 
que envolvem cosméticos e terapias, sendo que a legislação exige que o proprietário seja um 
profissional de estética, devidamente qualificado e credenciado. Nessa área de atuação, o 
nutricionista possui atividades semelhantes àquelas desenvolvidas na clínica de estética, sempre 
objetivando a otimização dos tratamentos estéticos escolhidos. Nesse local, o nutricionista 
também pode trabalhar com o atendimento convencional com hora marcada ou apenas 
11 
 
oferecendo orientações nutricionais enquanto o cliente realiza atendimento com outros 
profissionais. 
 
i) Farmácias de manipulação 
 A atuação do nutricionista nessas áreas é de suma importância, considerando que o 
nutricionista especializado em estética possui conhecimento técnico e prático para contribuir no 
desenvolvimento de produtos e nutricosméticos, tanto para a melhora da saúde como para o 
tratamento e prevenção das desordens estéticas. Além de atuar na linha de desenvolvimento, o 
nutricionista pode realizar atendimento no Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) para 
sanar as dúvidas dos clientes em relação aos produtos oferecidos. 
 
j) Salão de beleza 
 O nutricionista que atua nesse local possui atividade semelhante ao atendimento da clínica e 
do centro de estética, já em nesses locais os indivíduos buscam por bem-estar e beleza. Porém, 
nesse caso, sua atividade está mais direcionada à saúde dos cabelos e unhas, considerando que 
uma alimentação adequada, bem como o uso de nutricosméticos, é responsável pela melhora 
desses anexos cutâneos tão valorizados por mulheres e homens. Nesse local, o nutricionista 
também pode trabalhar com o atendimento com hora marcada ou apenas oferecer orientações 
nutricionais durante o atendimento com outros profissionais. 
 
2.2.9 LEGISLAÇÃO 
 A nutrição estética é um novo campo no cenário da saúde, voltada para a implementação de 
um cuidado nutricional que, além dos requisitos fundamentais da dietética e dietoterapia 
aplicadas à prevenção ou ao tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, atenda também 
às “necessidades estéticas” dos pacientes (SCHNEIDER, 2009) 
 A partir disso, a atuação do nutricionista é amparada segundo a Lei nº 8.234, de 17 de 
Setembro de 1.991, Art. 3º, a qual afirma que é atividade privativa ao Nutricionista a “assistência 
e educação nutricional a coletividades ou indivíduos, sadios ou enfermos, em instituições 
públicas e privadas e em consultório de nutrição e dietética. 
 Ainda nesse contexto, a Resolução nº 380, de 28 de dezembro de 2005, dispõe sobre a 
definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições e dá outras providências, como 
no caso da Nutrição Clínica. O nutricionista atuante nessa área é responsável pelas atividades de 
alimentação e nutrição realizadas nos hospitais e clínicas, nas instituições para idosos, nos 
ambulatórios e consultórios, nos bancos de leite humano, nos lactários, nas centrais de terapia 
nutricional, nos spa’s e em atendimento domiciliar. Sendo assim, o nutricionista com 
especialização em Estética, enquadra-se nessa atuação área de atuação. 
 Ainda na área de atuação da Nutrição Clínica, inclui-se também o atendimento do Personal 
Diet. De acordo com a Resolução nº 380, de 28 de dezembro de 2005, o atendimento domiciliar 
12 
 
caracteriza-se pela assistência a clientes ou pacientes que necessitem de cuidados nutricionais 
específicos, realizado em ambiente domiciliar. No caso do Personal Estetic Diet, o nutricionista 
presta uma consultoria domiciliar individual ou familiar que oferece um plano alimentar 
completo, envolvendo todas as etapas do processo alimentar, desde a aquisição do alimento até 
seu consumo, contemplando um programa de mudanças gradativas no sentido da adoção de 
uma alimentação saudável que atenda as queixas de saúde e estética dos pacientes/clientes. 
 Em relação às denominações atribuídas ao nutricionista com pós-graduação em Nutrição 
Estética, podem-se utilizar as seguintes formas: Nutricionista Clínico Estético, Nutrição Clínica 
Estética, Nutrição em Estética e Nutrição Aplicada à Estética. Porém, caso o nutricionista queira 
obter o título de especialista pela ASBRAN, segundo a Resolução do CFN nº. 416/200, o registro 
do título pode ser instituído nas seguintes áreas de atuação: Alimentação Coletiva, Saúde 
Coletiva, Nutrição em Esportes e Nutrição Clínica, sendo que nesta insere-se o nutricionista pós-
graduado em Estética. 
 O título de especialista pode ser obtido por mérito, caso atinja o mínimo de 70 pontos na 
análise curricular. Caso a pontuação do currículo atinja entre 56 e 69 pontos, é necessário prestar 
a prova da ASBRAN. 
 Ainda nesse contexto, vale a pena salientar a diferença entre especialização e especialista, já 
que há muitas dúvidas a esse respeito: 
 - Especialização: curso de especialização em uma área específica, que pode estar ligada a 
graduação em nutrição ou não. Profissional deve utilizar a expressão “Especialização em Nutrição 
Hospitalar”, por exemplo. 
 - Especialista: profissional graduado que acumula conhecimentos de uma área específica, por 
atuação identificada com sucesso na referida área e reconhecida por entidade técnico-científica. 
Profissional deve utilizar a expressão “Especialista em Nutrição Clínica”, por exemplo. 
 No que diz respeito à solicitação de exames laboratoriais no âmbito da Nutrição Estética, a lei 
nº 8.234/91 dispõe que o nutricionista pode fazer solicitação de exames laboratoriais necessários 
ao acompanhamento dietoterápico, desde que relacionados com a alimentação e nutrição 
humanas. A resolução do CFN nº 236/2000 complementa essa lei estabelecendo critérios 
sobre a solicitação de exames laboratoriais na área de Nutrição Clínica, ratificando que compete 
ao nutricionista a solicitação de exames laboratoriais com a finalidade de acompanhamento do 
tratamento dietoterápico e evolução do estado nutricional do paciente. 
 Quanto à solicitação de exames laboratoriais pelos planos de saúde, de acordo com a 
resolução nº 211/2010 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o plano ambulatorial 
inclui cobertura de consulta e sessões com nutricionista. 
 
 
 
 
13 
 
 
 
2.2.10CORPO E MODA 
 
2.2.11 Evolução da moda 
 Desde os primórdios da existência humana, o corpo foi fabricado pela cultura. Os padrões 
estéticos consensualmente adotados pela cultura sempre dizem respeito aos conceitos vividos 
num dado período sócio histórico, sendo que parte do sonho de consumo em relação à moda é a 
construção estética do corpo para integrar-nos ao padrão de imagem vigente (PUJOL, 2011). 
 A evolução da moda acompanha os padrões estéticos e vice-e-versa, fazendo com que o corpo 
assuma diferentes características em diversos períodos da história. Na Grécia antiga qualquer 
preocupação com o corpo era proibida, devendo o corpo estar sempre coberto. Já na metade do 
século XIV, a moda surge a partir do seu aspecto comercial, com homens e mulheres usando 
roupas que marcassem mais o corpo, com vestimentas mais elaboradas, salientando o tórax e os 
ombros marcados (PUJOL, 2011). 
 Na década de 50/60, era da eclosão das musas de Hollywood e de Marilyn Monroe, 
considerada a mulher mais sexy do mundo do século XX, da consagração das louras, da 
sensualidade das roupas com cavas, fendas e decotes, o “corpo ideal”, com manequim 42, cintura 
72/74 centímetros e quadril 98, na virada do século XXI, o tipo considerado “ideal”, que antes era 
da atriz hollywoodiana, hoje o “padrão” é de top model, vestindo manequim 36, com cintura 
50/60 centímetros e quadril 80 (BRANDINI, 2007). 
 Assim, a moda possui função importante na mudança do ideal de corpo no transcorrer do 
tempo, funcionando com uma carteira de identidade e de afirmação, sendo que esse 
comportamento sempre foi um fenômeno presente na relação homem-mundo (LIPOVETSKY, 
1989). 
 
2.2.12 Evolução no padrão de beleza e mídia 
 Atualmente estão sendo expressos em vários meios de comunicação em massa “novos 
padrões corporais” e a sociedade sofre um grande impacto ao tentar se adaptar a estes novos 
modelos. Neste contexto, a mídia tem um papel fundamental ao enfatizar ao mesmo tempo uma 
capacidade de consumo associada a uma crescente responsabilização do indivíduo perante o seu 
corpo (ANDRADE, CEZAR, & NAVARRO, 2007; SUDO, LUZ, 2007). 
 Baseando-se no fato que o ser humano recorre ao corpo como critério de identidade, a mídia 
recorre ao excesso de investimentos com temas relacionados à beleza e à aquisição do corpo 
perfeito, padrões de estética corporal que são largamente difundidos em campanhas geralmente 
acompanhadas de personalidades famosas com seus depoimentos e dicas de como manter a 
forma ou de como resistir a “tentação” da comida, de imagens da mulher moderna, atrelando a 
elas, de forma subliminar, sucesso, felicidade, dinamismo, bem-estar pessoal, e outras 
14 
 
características dotadas de simbolismo. Assim, o corpo e todo o instrumental utilizado para 
projetá-lo como símbolo de poder passam a ser perseguidos como bens simbólicos, na tentativa 
de neutralizar o mal-estar gerado pela fragmentação da identidade (ANDRADE, BOSI, 2003; 
SANTOS, 2007; RUSSO, 2005). 
 Em estudo exploratório, os autores identificaram que as dietas estavam presentes com 
diferentes propósitos em diversos sites: sites de dietas tradicionais já popularmente conhecidas, 
como a dieta da Lua, dieta das proteínas; oferta de programas de dietas balanceadas ou 
específicas para promover o emagrecimento, dietas para patologias específicas, como diabetes e 
doenças coronarianas; sites de dicas em geral sobre dieta; sites de receitas light, tabelas de 
calorias, matérias correlacionadas e depoimentos em alguns sites pessoais; spas; simpatias; 
informações sobre temas como os perigos das dietas rigorosas, bulimia e anorexia; psicologia 
comportamental relacionada com dieta e obesidade; atividade física em geral esportes - 
fisiculturismo - e academias; cirurgias para obesidade mórbida; transtornos alimentares; software 
para avaliação nutricional; grupos terapêuticos de emagrecimento; da Associação Brasileira dos 
Gordinhos; venda de produtos como refeições congeladas, produtos naturais, dietéticos e 
fitoterápicos para emagrecer; kits-emagrecimento; como também sites contrários ao movimento 
de culto ao corpo, e inúmeros outros (SANTOS, 2007). 
 Segundo um estudo de Auricchio & Massarollo (2007), verificou-se predomínio do sexo 
feminino sobre o masculino com 88,64%. As mulheres são mais estimuladas, pela sociedade, a 
estimar seu valor pessoal como dependente da sua atração física, gerando assim, maior 
insatisfação corporal. A idade média predominante foi de 47,5 anos, onde nesta faixa etária 
desejam restaurar a aparência física que reflita juventude e vigor. 
 Sabemos que a baixa autoestima e a insatisfação com a imagem corporal são fatores de risco 
para transtornos alimentares, levando a um julgamento de si indevidamente baseada na forma 
física, cuja avaliação se encontra comprometida por uma distorção cognitiva da percepção da 
autoimagem, debilitada por práticas inadequadas de controle de peso e comportamentos 
alimentares anormais (ANDRADE, BOSI, 2003). 
 Sendo assim, a insatisfação com a imagem corporal aumenta à medida que a mídia expõe 
belos corpos, fato este que tem determinado, nas últimas décadas, uma compulsão a buscar a 
anatomia ideal. (DAMASCENO, 2006). 
 O Brasil, no quesito insatisfação corporal aparece dente os primeiros colocados. Um estudo 
envolvendo 3.200 mulheres, entre 18 e 64 anos de idade, de dez países (entrevistas realizadas 
entre fevereiro e março de 2004), EUA, Canadá, Inglaterra, Itália, França, Portugal, Holanda, 
Brasil, Argentina e Japão) mostrou o Brasil como segundo lugar em insatisfação com a aparência 
física, perdendo apenas para o Japão (ETCOFF et al.,2004). 
 Outro estudo, realizado em 2011 revelou que apenas 4% das mulheres em todo o mundo 
consideram-se bonitas, e que a ansiedade sobre a aparência começa em uma idade precoce. Em 
um estudo com mais de 1.200 jovens de 10 a 17 anos, a maioria das meninas (72%) disseram que 
15 
 
sentiram uma enorme pressão para ser bonita. O estudo também constatou que apenas 11% das 
meninas de todo o mundo se sentem confortáveis usando a palavra bonita para descrever sua 
aparência, mostrando que há um aumento da pressão universal de beleza e uma diminuição na 
confiança das meninas à medida que envelhecem. Adicionalmente, 80% das mulheres concordam 
que toda mulher tem algo lindo na aparência física, mas não o veem na sua própria beleza 
(ETCOF, 2010). 
 Para o nutricionista que trabalha com saúde, bem estar e, atualmente, acrescenta ao rol de 
benefícios a melhora da aparência física e autoestima, é necessário que trabalhe a autoestima 
dos pacientes/clientes a fim de que sejam mais generosos com o seu biotipo, por muitas vezes 
incoerente aos padrões de beleza estabelecidos pela sociedade moderna. É necessário atuar na 
linha tênue entre a saúde, beleza e autoestima com base em conceitos fundamentados na ciência 
da nutrição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A aliança multidisciplinar entre o psicólogo e o nutricionista é fundamental em alguns casos, pois 
ao psicólogo cabe auxiliar o indivíduo a melhorar sua autoestima, habilidades sociais, conhecer a 
si mesmo e suas reais motivações, e auxiliar a pessoa a se aceitar e se sentir bem como ser 
humano acima de tudo. 
 
 
 
 
 
 
 Os recursos manuais, mecânicos e cosméticos são diversificados e complexos. A indústria, 
cada vez tem investido em pesquisas e novas tendências de recursos para tratamento e 
prevenção de desordens estéticas. 
 Para tanto, apresentarei algumas técnicas utilizadas em estética no que concernem os 
recursos manuais, mecânicos e cosméticos. 
 
MÓDULO 2 – BASES EM RECURSOS MANUAIS, MECÂNICOS E 
COSMÉTICOS EM ESTÉTICA 
 
 
 
“Antes da estética ou padrões de beleza estabelecidos pela sociedade a 
nutrição aplicada à estética deve priorizar a saúde e melhora da 
autoestima” 
 
16 
 
2.1 RECURSOS MANUAIS 
 
2.1.1 Massagem modeladora 
 A pressão, a direção e a quantidade de manobrasna massagem modeladora, podem 
proporcionar efeitos sobre os sistemas nervoso, circulatório e muscular (TACANI, 2004). 
 A massoterapia produz a estimulação mecânica dos tecidos, por meio da aplicação rítmica 
de pressão e estiramento. A pressão comprime os tecidos moles e estimula os receptores 
sensoriais, produzindo sensação de prazer ou bem-estar. (WOOD, BECKER, 1990). 
 A massagem tem efeito mecânico local decorrente da ação exercida na área massageada e 
de uma ação reflexa, indireta, por liberação local de substâncias vasoativas. 
 Em termos de circulação sanguínea localizada, a massagem produz efeitos de deslocamento 
intermitente do líquido nos vasos e aumento da velocidade do fluxo e da troca de substâncias 
com as células tissulares. Como efeito secundário, há aumento de irrigação sanguínea periférica, 
da concentração de eritrócitos e da excreção renal da água (DE DOMENICO, 1998). 
 Na circulação sanguínea ocorre também o chamado efeito reflexo, verificado principalmente 
na manobra de deslizamento. Ele proporciona vasodilatação capilar por desencadeamento dos 
mecanismos vaso-reflexos que intensificam a circulação e melhoram as condições de trocas 
iônicas nos tecidos. Por ação nervosa, produzem sedação. 
 
2.2 Drenagem Linfática Manual 
 A Drenagem Linfática Manual (DLM) é um método de massagem altamente especializado, 
realizado por meio de pressões suaves, lentas e rítmicas, que seguem o trajeto do sistema 
linfático. Isto proporciona a drenagem de líquidos e a estimulação de defesa imunológica, 
aumentando a diurese, a eliminação de toxinas e desenvolvendo com isso o equilíbrio do 
organismo (GUELFI; SIMÕES, 2002) 
 A técnica de DLM é complexa, representada por um conjunto de manobras muito 
específicas, que atuam basicamente sobre o sistema linfático superficial, visando drenar o 
excesso de líquido acumulado no interstício, nos tecidos e dentro dos vasos, através das 
anastomoses superficiais linfo linfáticas axilo-axilar e axilo-inguinal (MARX; CAMARGO, 2000). 
 Na prevenção e tratamento do fibro edema geloide (celulite), por exemplo, o objetivo da 
drenagem é drenar o excesso de líquido acumulado nos espaços intersticiais, mantendo o 
equilíbrio das pressões tissulares e hidrostática. A pressão mecânica da massagem elimina o 
excesso de fluido e diminui a probabilidade de fibrose, expulsando o líquido do meio tissular para 
os vasos venosos e linfáticos. 
 Indicações: A massagem de drenagem linfática é indicada nos casos de: edemas, linfedemas, 
fibro edema gelóide, queimaduras, enxertos, acne; 
 Contraindicações: casos de: processos infecciosos, neoplasias, trombose venosa profunda, 
erisipela (GUIRRO; GUIRRO, 2002). 
17 
 
 
2.1.3 Crioterapia 
 A crioterapia consiste em uma técnica à base de princípios ativos que promove uma 
sensação de frio no organismo. É usada como coadjuvante nos tratamentos de gordura localizada 
e tem como objetivo ativar o catabolismo nos tecidos adiposos, com base no princípio de que um 
corpo, ao sofrer resfriamento, reage para manter sua temperatura normal, estimulando a 
utilização de lipídios depositados nos adipócitos (células de gordura) como fonte de energia. 
 O hipotálamo estimula a liberação hormonal para ativar a termogênese e manter a 
temperatura em níveis normais. Os ácidos graxos livres são, então, utilizados como substratos 
energéticos pelas mitocôndrias para produção de calor, aumentando, dessa forma, o dispêndio 
energético (BACELAR et al. 2005) 
 Os vasos cutâneos contraem-se até a temperatura de 15º C. Nesse ponto alcança-se a 
máxima vasoconstrição, proveniente do aumento da sensibilidade dos vasos à estimulação 
nervosa, que se deve a um reflexo que atinge a medula e regressa até os vasos. Com 
temperaturas inferiores a 15º C, os vasos começam a dilatar-se. A dilatação depende de um 
efeito local direto do frio sobre os próprios vasos. 
 Essa redução na temperatura local gera uma reação defensiva local ou de termogênese, 
devido à vasodilatação superficial (que provoca aceleração do metabolismo local). 
 
2.2 RECURSOS MECÂNICOS 
 Dentre os recursos mecânicos, descreverei o ultrassom terapêutico, eletrolipoforese, 
endermoterapia e a corrente russa. 
 
2.2.1 Ultrassom terapêutico 
 Caracterizado por produção de vibrações mecânicas acústicas de alta frequência que se 
propagam através dos tecidos biológicos (GUIRRO et al. 1996; LONGO, 2001; ROBERTSON; 
BAKER, 2001). 
 O ultrassom terapêutico tem efeito térmico e mecânico: 
 Térmico: produção de calor decorrente da agitação das moléculas dos tecidos. (YOUNG, 
1998). 
 Mecânicos: cavitação; Correntes acústicas; Ondas Estacionárias; Micro massagem 
(MACHADO, 1991). 
 
2.2.2 Sonoforese 
 Técnica que utiliza o ultrassom terapêutico para aumentar a penetração de princípios ativos 
através da pele e dos tecidos subcutâneos. A vibração de alta frequência promovida pelo 
equipamento de ultrassom potencializa a absorção destas substâncias. 
18 
 
 
2.2.3 Frequência do Ultrassom 
 A frequência do Ultrassom no Brasil é de 1 MHz ou 3 MHz (cada cabeçote de tratamento 
apresenta apenas uma frequência de emissão). Entretanto em Estética, a frequência de 3 MHz é 
mais utilizada. (HAYES, SANDREY e MERRICK, 2001) 
 A frequência de 1 MHz: penetra muito além da pele nos tecidos biológicos (até 6,5 cm de 
profundidade) e a de 3 MHz: penetra toda a extensão da pele (epiderme, derme, hipoderme) e 
tecido adiposo (cerca de 2,5cm de profundidade) (GUIRRO et al., 1996b; YOUNG, 1998). 
 Dentre as modalidade e Emissão do Ultrassom, há a emissão contínua e a pulsada. 
 Emissão contínua: produz aquecimento dos tecidos biológicos. Este efeito fisiológico 
favorece o tratamento da celulite (FUIRINI; LONGO, 1996). 
 Emissão pulsada: não produz aquecimento dos tecidos, apenas vibração. Emissão indicada 
para o pós-cirúrgico imediato. (GUIRRO et al., 1996b). 
 Já a Intensidade pode variar de 0,3 a 0,6 W/cm² e (atinge cerca de 2 cm de profundidade) 
(GUIRRO et al., 1996). A intensidade do ultrassom também determina a profundidade de 
penetração do princípio ativo. 
 Contraindicações: o ultrassom pode ser uma terapia efetiva, ou um risco potencial, 
dependendo de como é aplicada esta modalidade. Existem listas de contraindicações e 
precauções como: áreas isquêmicas, tromboflebite e varizes, diretamente sobre endopróteses e 
implantes metálicos, sobre útero gravídico, tumores cancerígenos, sistema nervoso, áreas 
anestesiadas, infecção ativa, gônadas, área cardíaca, olhos, hemofílicos não tratados e placas 
epifisárias (YOUNG, 1998; STARKEY, 2001; FUIRINI e LONGO, 1996; LOW e REED, 2001; GIRRO e 
GUIRRO, 2002). 
2.2.4 Manthus 
 Reúne três importantes mecanismos: correntes elétricas estereodinâmicas de média 
frequência (que estimulam o sistema linfático), eletroporação (ondas eletromagnéticas que 
abrem os poros para facilitar a penetração de princípios ativos específicos contra a gordura 
localizada) e ultrassom (ondas de calor que aceleram o metabolismo local). 
 Umas das vantagens do aparelho é que no aplicador existem 3 cabeçotes de ultrassom, 
aumentando a área de atuação e a potência total do tratamento. Através da transmissão de uma 
corrente elétrica, o aparelho atinge até 4 cm da camada de gordura abaixo da pele. 
 O Manthus, aparelho computadorizado, é colocado diretamente sobre a pele, após aplicação 
de um gel lipossomado. Programado para expor a paciente por menos tempo à incidência das 
ondas eletromagnéticas, é seguro e indolor e sua sensação das correntes vai de acordo com a 
sensibilidade da cliente. 
 
19 
 
2.2.5 Eletrolipoforese 
 Trata-se de um procedimento que consiste em veicular ondas elétricas de intensidade e de 
frequência definidas. Vários pares de agulhas finas (0,3mm) e longas (5 a 15cm), desempenhando 
o papel de eletrodos, são ligadas a correntes de baixa intensidade, criando um campo elétrico 
entre elas (GUIRRO; GUIRRO, 2002; PARIENTI, 2001).As correntes elétricas polarizadas de baixa intensidade e grande largura de pulso atingem a 
curva de estimulação do Sistema Nervoso Autônomo Simpático (SNAS), estimulando a liberação 
de catecolaminas (adrenalina). Dessa forma, a lipólise da gordura central ocorre pela estimulação 
de receptores β-adrenérgicos. 
 A intensidade da corrente utilizada varia de 5 a 40 mA e a frequência é escolhida entre 5 e 
500 Hz. A duração da sessão é de 50 minutos, sendo realizada uma vez por semana. O número de 
sessões varia de 3 a 6, sendo que a implantação das agulhas pode ser alterada a cada sessão de 
acordo com a localização dos enchimentos celulíticos (PARIENTI, 2001). 
 Atribui-se ao tratamento uma modificação do meio intersticial, que favorece trocas 
metabólicas, e ainda lipólise. (GUIRRO; GUIRRO, 2002). 
 
2.2.6 Endermoterapia 
 Método de tratamento que utiliza equipamentos que produzem aspiração (sucção), 
acrescidos de uma mobilização tecidual efetuada por rolos motorizados localizados no cabeçote. 
Produz uma mobilização profunda da pele (tecido tegumentar), permitindo um aumento na 
circulação sanguínea superficial e consequente hiperemia. (LOPES, 2003; SILVA, 2002) 
2.2.7 Corrente Russa (Eletroestimulação) 
 De acordo com Weineck (1991), na eletroestimulação, a contração muscular não ocorre 
devido a um impulso comandado pelo SNC (sistema nervoso central), mas devido a um estímulo 
elétrico. 
 As correntes russas consistem em uma corrente de média frequência homogeneamente 
alternada de 2.500Hz, aplicada como uma série de disparos separados. Ocorrem, assim, 50 
períodos de 20ms de duração que consistem em um disparo de 10ms e um intervalo de 10ms. 
Cada disparo de 10ms contém 25 ciclos de corrente alternada, ou seja, 50 fases de 0,2ms de 
duração. 
 Indicação: estimulação e/ou fortalecimento da musculatura em condições patológicas (ex: 
pós-operatório), fortalecimento no esporte de alto nível; fortalecimento muscular tecidual na 
área da estética corporal (ex.: flacidez abdominal, glútea, membros superiores/ inferiores). 
 
2.2.13 Carboxiterapia 
 A Carboxiterapia é o termo conhecido na terapêutica subcutânea (hipodérmica) do Anidro 
Carbônico - CO2 – Gás Carbônico através da infusão nos tecidos com pressão controlada. 
20 
 
 A ação da carboxiterapia é baseada em dois mecanismos: vasodilatação e aumento do fluxo 
sanguíneo. O gás carbônico aumenta o fluxo de oxigênio para os tecidos (pele, gordura) ao 
melhorar a circulação no local da aplicação. Um tecido melhor oxigenado aumenta a taxa 
metabólica local e estimula síntese de colágeno pelos fibroblastos, contribuindo para cicatrização 
e firmeza da pela. 
 O segundo mecanismo de ação se deve à distensão da pele pelo gás, isso leva a uma 
retração do tecido distendido e consequente melhora da flacidez. Uma vez que a carboxiterapia 
também estimularia a formação de colágeno e novas fibras elásticas, ela também pode ser 
indicada para o tratamento de estrias, olheiras e rejuvenescimento facial e corporal. 
 
2.2.14 Radiofrequência (Accent, Thermacool, Termage, Spectra) 
 A radiofrequência tripolar é um tratamento indicado tanto para o rosto como para o corpo. 
Consiste no uso de um laser especial que eleva a temperatura da pele de 36 a 42º C, 
aproximadamente, atingindo a derme, tecido gorduroso subcutâneo e muscular. 
 Esta tecnologia tem a capacidade de estimular a produção de colágeno e o remodelamento 
da pele, melhorando a flacidez cutânea, o aspecto da celulite flácida e o contorno corporal. 
Assim, a Radiofrequência tem como objetivo obter uma lesão térmica controlada na derme com 
o estímulo subsequente da neocolagênese e síntese de elastina pelos fibroblastos, dando mais 
elasticidade à pele. Desta forma, a radiofrequência promove: 
 Vasodilatação e aumento da circulação sanguínea; 
 Aumento da atividade metabólica e enzimática; 
 Diminuição da viscosidade dos líquidos; 
 Alteração no tecido colagenoso; 
 Estimulação nervosa com efeito analgésico; 
 Contração das fibras de colágeno. 
 
2.2.15 Peeling 
 Quando um agente esfoliativo ou produto químico específico é aplicado na pele, as camadas 
superiores renascem e, após alguns dias, descamam. Isto expõe uma camada nova, com uma 
textura mais lisa e coloração mais uniforme. Somado a isso, a esfoliação estimula o crescimento 
de novas células, esticando a pele, diminuindo as rugas. 
 Portanto, pode efetivamente melhorar a textura da pele, eliminar sardas e manchas 
irregulares, dano solar (incluindo lesões pré-cancerosas, rugas finas) e diminuir cicatrizes de acne. 
 Os peelings são classificados como físicos/mecânicos e químicos, tendo como objetivo 
descamar a pele para promoção da renovação celular. (GOMES; SANTOS, 2005). 
21 
 
 O Peeling físico ou mecânico submete a pele ao esfregaço com substâncias abrasivas, já os 
peelings químicos promovem a retirada da camada da pele com substâncias químicas específicas 
que atingem camadas superficiais até camadas mais profundas da pele. 
 De acordo com a profundidade da pele em que agem os peelings são classificados em: 
 Peeling muito superficial – age estrato córneo; 
 Peeling superficial – age na epiderme; 
 Peeling médio – age na derme papilar, só deve ser realizado por médico; 
 Peeling profundo – age na derme reticular, só deve ser realizado por médico. 
 Dentre as funções da técnica destacam-se: 
 Redução da coesão entre as células; 
 Alteram o pH da pele levando a ruptura das ligações de queratina; 
 Desobstrução do folículo; 
 Aumento da permeação; 
 Aumento da renovação celular; 
 Os AHAS promovem umectação do extrato córneo; 
 Estimulam os fibroblastos; 
 Redução de manchas superficiais; 
 Aumento do metabolismo basal local. 
 
2.3 BASES EM COSMETOLOGIA 
 
2.3.1 Definições e Conceitos 
 Cosméticos são produtos que atuam na superfície da pele com a finalidade de higienizar, 
limpar, lubrificar, hidratar, nutrir, retardar o envelhecimento e embelezar o ser humano. São 
formulados com as mais diversas substâncias e elaborados de forma a não causar reações 
indesejáveis. 
 Cosmetologia é a ciência que estuda a formulações cosméticas e os produtos para higiene 
adequados ao tipo cutâneo, a fim de preservar a beleza e a saúde da pele e dos cabelos. 
 Os produtos cosméticos são os recursos técnicos adequados para a manutenção e o 
aperfeiçoamento da estética do corpo humano. (PEYEREFITTE; MARTINI; CHIVOT, 1998). São 
produtos considerados de efeito físico e não fisiológico, são formulações de uso tópico que, 
quando adequadamente utilizados sobre a pele ou cabelos sadios, proporcionam resultados 
satisfatórios sem interferir nos processos normais do metabolismo celular. Pelo contrário, devem 
colaborar para que esses processos ocorram com o intuito de melhorar a qualidade da pele e de 
seus anexos. 
 
 
22 
 
2.3.2 Evolução da Cosmetologia 
 Ao longo dos anos a cosmetologia tem evoluído e se associado a outras áreas do 
conhecimento, como fitoterapia, aromaterapia, aromacologia, e cronobiologia, além de se 
subdividir em varias vertentes, como cosmecêutica, fitocosmética ,neurocosmética e outras, o 
que torna a cosmetologia cada vez mais uma ciência multidisciplinar. 
 
2.3.3 Formulações Cosméticas 
 As formulações cosméticas destinam-se ao cuidado, melhoramento da pele e seus anexos, 
sem causar efeitos indesejáveis (BARATA, 2001; CARVALHO, DRAELOS,1999). 
 Veículos ou excipientes, princípios ativos e aditivos compõem as formulações cosméticas. 
Essas substâncias podem ser formadas por um ou mais componentes de origem vegetal, animal 
ou mineral e podem se naturais ou sintéticas. 
 
2.3.4 Veículos ou Excipientes 
São substancias inertes com a finalidade de dar a forma final ao cosmético, transportar, favorecer 
ou abrandar os efeitos dos princípios ativos. 
 
a) Emulsão 
As emulsões apresentam-se na forma de cremes, leites e loções cremosas. São classificadas como 
A, O (água,óleo), A, O, A, (água, óleo ,água) e O, A, O (óleo, água, óleo). 
 
b) Gel 
 É um sistema coloidal formado por duas fases, sendo uma fase dispersora liquida (água, 
álcool, propilenoglicol, acetona) e outra fase dispersa sólida (agentes gelificantes). Existem dois 
tipos principais de gel: aquoso e gel-creme. As características e funções do gel são determinadas 
pela base veicular, mais precisamente a fase dispersora. Quando adicionado ao álcool, o gel 
torna-se adstringente, e os ativos definirão sua ação. 
 
c) Líquido 
 Veículo simples, em que o principal componente é a água. É utilizado na formulação de 
loções cosméticas. Há dois tipos de loção: Loção aquosa, Loção adstringente ou hidro alcoólica. 
 
 
 
 
d) Pó 
 Veiculo indicado para produtos preparados e conservados em estado seco sem qualquer 
umidade, como talco, pó facial, maquiagem em pó e máscaras argilosas secativas. 
23 
 
 
 
 
e) Veículos vetoriais 
 São estruturas projetadas para carrear ativos hidrossolúveis ou lipossolúveis até as camadas 
mais profundas da epiderme. São lipossomos, nanosferas e silanóis. 
 Lipossomas ou Lipossomos são pequenas vesículas compartilhadas sólidas, cujo 
revestimento é formado por uma camada biomolecular de glicerofosfolipidios, muito similar à 
estrutura da membrana plasmática. Os lipossomos liberam seu conteúdo de princípios ativos na 
primeira célula viva que encontram. 
 Nanosferas são estruturas poliméricas porosas e inertes, capazes de fixar em sua superfície 
ou armazenar em seu interior ativos de natureza diversa, liberados lenta e gradativamente, à 
medida que o vetor vai sendo absorvido pelo tecido, em um processo que leva em torno de 12 
horas. 
 Silanóis ou silício orgânico, devido à afinidade do silício com organismo, o silanol é um vetor 
cosmético com grande capacidade de penetração cutânea e absorção celular. Outro efeito 
benéfico é que ele opõe-se a formação de radicais livres, pois torna a membrana celular mais 
resistente aos ataques das moléculas reativas, normalizando a bioatividade celular, reduzindo a 
oxidação e o processo de involução cutânea e acelerando o processo de hidratação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.3.5 Princípio ativo 
 É uma das substâncias químicas ou biológicas que atua sobre as células teciduais de várias 
maneiras. Em uma formulação é o elemento com ação ou efeito mais acentuado (MAGALHÃES, 
2000). 
 
É importante salientar que não basta que o princípio ativo seja eficaz no 
tratamento da celulite, por exemplo, mas ter a garantia que chegará ao tecido alvo (tecido 
gorduroso subcutâneo e/ou derme), seja através dos veículos vetoriais ou de recursos 
elétricos, como o ultrassom, que favorecem a permeabilidade dos princípios ativos. 
24 
 
2.3.6 Aditivos 
 São substâncias usadas nas formulações cosméticas, com ação aromatizante, corante ou 
conservante. Os aditivos conservantes podem ser classificados em bactericidas, fungicidas ou 
oxidantes. 
 
2.3.7 Procedimentos estéticos que modificam a permeabilidade cutânea 
 Os principais procedimentos estéticos que alteram a permeabilidade cutânea são: 
 Limpeza de pele profunda: a desobstrução dos ostios (via de penetração transanexial) 
aumenta a permeabilidade cutânea. 
 Hidratação: a pele hidrata tem maior permeabilidade. 
 Peeling: os peelings físicos e químicos diminuem a hiperceratinização, os peelings 
químicos também amolecem o cimento que une as células de queratina, facilitando a 
permeação dos ativos. 
 Alteração do pH: como o pH da pele é normalmente ácido, a aplicação de trietanolamiba 
com vapor de ozônio (O), ou com alta frequência ( de 3 a 5 minutos), torna a pele mais 
alcalina, aumentando sua permeabilidade. 
 Outros procedimentos: massagem vapor de ozônio, calor, alta frequência e produtos 
hiperemiantes aumentam o fluxo sanguíneo, a hidratação e a permeabilidade cutânea. 
 
 
 
 
 
 3.1 ACNE 
 Acne vulgar é a doença de pele mais comum nos Estados Unidos, afetando aproximadamente 
17 milhões de pessoas. Isso significa 80% das pessoas entre 11 e 30 anos, sem distinção de raça, 
etnia ou gênero (KRANING; ODLAND, 1979). A acne tem importante impacto econômico e social 
em visitas a médicos, medicações, absenteísmo, assim como no efeito negativo à autoimagem e 
padrão de beleza, especialmente durante o período emocional crítico da adolescência. Pessoas 
com acne podem julgar-se com menor valor que as outras e socialmente inaceitáveis. 
A acne severa pode causar desfiguração e cicatrizes, agravando o quadro psicossocial já presente 
nesta condição. Por causa da natureza multifatorial da acne, os tratamentos tentam modificar um 
pouco mais destes fatores patogênicos. A experiência clínica tem mostrado que as combinações 
de terapias, que afetam múltiplos aspectos da fisiopatologia são elaboradas para atingir o 
objetivo e ajudar na administração e resolução do problema (BERSON et al., 2003). 
 
 O problema fundamental é a diferenciação da célula sebácea, subjacente à produção 
de sebo. A acne não irá desenvolver-se sem sebo, e o sebo não será produzido sem a 
estimulação hormonal de androgênio às células sebáceas. A estimulação do hormônio 
MÓDULO 3 - ALIMENTAÇÃO, NUTRIÇÃO NAS DESORDENS ESTÉTICAS 
 
 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 A inflamação da acne aumenta quando há uma grande secreção de hormônio, na 
adolescência. Em mulheres, esta é a causa de metade dos casos de acne que persiste até a idade 
adulta. O excesso de androgênio nestas mulheres se dá por desequilíbrios hormonais, como a 
síndrome do ovário policístico (SOPC) (ZOUBOULIS et al., 2005). 
 Acredita-se que a hiperinsulinemia seja a alteração bioquímica, central e, provavelmente, 
hereditária da SOPC, já que é reconhecida a associação do hiperandrogenismo com a resistência 
à insulina (RI). Existem três tipos de acne: o comedonal (presença de comedão aberto e ou 
fechado), o papilopustular (presença de pápulas e ou pústula) e o nodular (presença de nódulos). 
 Cada tipo resulta de um processo de fisiopatologia multifatorial na unidade pilo sebácea: 
produção de sebo, hiperqueratinização folicular, proliferação e colonização por 
Propionibacterium acnes e liberação de mediadores inflamatórios. A severidade da acne é 
diagnosticada de acordo com o Tratado de Classificação da Severidade da Acne, que classifica a 
acne em branda, moderada e severa, baseado no número e tipo de lesões. A determinação do 
tipo de acne e sua severidade servem como guia para o tratamento (DAVID; LIAO, 2003). 
 De acordo com os autores, o grau de severidade da acne pode ser avaliado a partir dos 
sistemas de classificação de Habif e de Leeds modificada, que consiste na determinação do grau 
de severidade de acordo com: 
• Quantidade das lesões inflamatórias: 
- Ligeira: algumas (<10) pápulas/pústulas e ausência de nódulos; 
- Moderada: muitas (10-20) pápulas/ pústulas e/ou alguns nódulos; 
- Severa: numerosas (>20) pápulas/pústulas e/ou muitos nódulos; 
• Presença de cicatrizes; 
• Persistência de drenagem purulenta; 
• Presença de fístulas; 
• Outros fatores: repercussões psicossociais, dificuldades laborais e resposta inadequada a 
terapêutica. 
 Apesar de alguns médicos dermatologistas afirmarem que não há relação entre a acne e a 
nutrição, diversos estudos científicos tem elucidado esta relação na prevenção e como 
coadjuvante no tratamento da acne. É importante ressaltar que a principal causa da acne é a 
hipersecreção sebácea, devido à alteração hormonal (principalmente hormônios andrógenos), 
que pode ser mediada por diversos fatores, entre eles o nutricional. Através dos estudos 
26 
 
analisados, a relação da nutrição com a acne ocorre principalmente em nível de lesões 
papilopustular. 
 
3.1.2 Tratamento da permeabilidade intestinal 
 A relação entre a pele e intestino ocorre no momento do desenvolvimento embrionário, já 
que os dois órgãos são provenientes do mesmo folheto embrionário. O aumentoda 
permeabilidade intestinal pode gerar aumento da absorção de toxinas e macromoléculas como já 
visto. Essas substâncias contribuirão para gerar radicais livres que geram uma resposta imune 
associada à alergia. O aumento da permeabilidade também reduz a absorção de nutrientes, 
sendo que a carência de alguns nutrientes poderia influenciar no quadro da acne, 
 Lembrando que uma das principais causas do aumento da permeabilidade é a constipação e 
disbiose intestinal. Portanto, para tratamento da permeabilidade intestinal indica-se prebióticos, 
probióticos, fibras solúveis, insolúveis, glutamina, gordura e água. 
 Dentre os prebióticos, destacam-se a inulina e fruto oligossacarídeos (FOS), que são 
fermentados pelo cólon, dependendo da população bacteriana que varia de um indivíduo para o 
outro. Essa fermentação dá origem a AGCC (ácidos graxos de cadeia curta), como o acetato, 
propianato e butirato, interferindo no metabolismo da glicose e dos lipídeos, os quais são 
desencadeadores da liberação de toxinas e desordens como a acne vulgar. 
 Exemplos de probióticos (alimentos enriquecidos com lactobacilos vivos): Danone Activia®, 
Yakult®, Biofibras®, entre outros. Por isso, é importante incluir alimentos ricos em fibras, como 
frutas e verduras cruas, sementes (linhaça, aveia, gérmen de trigo) e óleos (ricos em Ômega 3),os 
quais que além de favorecer o deslizamento do bolo fecal é um potente nutriente anti-
inflamatório. 
 
3.1.3 Dieta Anti-inflamatória 
 As lesões clínicas da acne (pápula, pústula, nódulos e cistos) são processos inflamatórios e, 
através da dieta, podemos modular a inflamação. 
 Estudos averiguados por autores Werbach (2001); Danby (2005); Jibaja & Léon (2006); Smith 
et al.,(2007); Vázquez e Sandoval (2008), observaram que nas sociedades tribais (não 
ocidentalizadas) como Inuit e Oquinauana Islanders, cuja alimentação era rica em fibras, ômega-
3, mediadores anti-inflamatórios de baixo (IG) estavam praticamente ausentes da acne vulgar, 
mas ao aderirem à dieta ocidental passaram a surgir os primeiros focos da doença. 
Estudos piloto realizados por Costa (2007) e colaboradores, envolveram uma suplementação rica 
em AGE (Ácidos Graxos Essenciais) (Liviten® L- cápsulas gelatinosas moles contendo 1.000 mg de 
ácidos graxos poli-insaturados de origem vegetal e 3mg de vitamina E). Referentes aos fatores 
etiopatogênicos próprios da acne vulgar e percebeu-se: 
 Alteração nos componentes do sebo dos portadores de Acne vulgaris, em comparação 
aos indivíduos sãos. 
27 
 
 Alteração do ácido linoleico (AL), ômega-6 que desprotege a parede epitelial glandular, 
atacado pelos ácidos graxos livres, obtidos pela hidrólise das triglicérides através das lípases 
do P. acnes, acarretando hiperqueratinização infundibular e inflamação dérmica. 
 Observaram que os indivíduos que fizeram uso do produto rico em AGE (Liviten® L) 
tiveram uma insignificante melhora histopatológica do que aqueles que usaram placebo. O 
sebo manifesta-se sempre que um antígeno ou estímulo inflamatório apareça na forma de 
TNF-α (fator alfa de necrose tulmoral), IL-1(interleucina-1), IL-6 (interleucina-6). 
 Desta forma, o consumo de Ômega 3 para prevenção e tratamento da acne consiste, então, 
em estabelecer uma dieta rica em ácidos graxos ômega-3 capazes de reduzir a liberação de 
prostaglandinas pró-inflamatórias (Prostaglandinas 2 e Leucotrieno B4) e favorecer a liberação de 
prostaglandinas anti-inflamatórias (Prostaglandinas 3). 
 
3.1.4 Índice Glicêmico 
 Dietas de alto índice glicêmico provocam hiperinsulinemia (excesso de insulina no sangue). A 
hiperinsulinemia favorece a liberação do hormônio IGF1 que age diretamente na glândula 
sebácea aumentando a produção de sebo. 
 Smith e colaboradores (2007) aplicaram uma dieta de baixo (IG) a 32 homens, na faixa etária 
de 15 a 25 anos. Ao final de 12 semanas, constatou-se o decréscimo de 59% da acne. Jibaja & 
Léon (2006); Smith et al.,(2007); Vázquez et al., (2008) observaram em populações como o Japão, 
Zâmbia e Nigéria, cujas dietas priorizam a comida típica, de baixo (IG), houve poucos vestígios da 
acne, apresentado sob uma boa genética, população magra, ausente de hipertensão, rara 
resistência insulínica e de alto índice de expectativa de vida. 
 Dietas de IG, segundo Jibaja & Léon (2006), causam hiperinsulinemia aguda, ativando o 
sistema endócrino mediante a queratinização folicular das glândulas sebáceas e o fator de 
crescimento insulínico (IGF-1) no transportador protéico (IGFBP- 3), aumentando desta forma, 
diretamente, a produção de sebo. Explicando assim a fisiopatologia, de uma das manifestações 
cutâneas do hiperandrogenismo: a acne, que acomete estruturas-alvo dos andrógenos, a unidade 
pilossebácea e a pele (YARAK et al., 2005). 
 
3.1.5 Dieta Hiperlipídica 
 Trabalhos realizados por Katsuda e colaboradores (2005) foram publicados exaltando as 
fontes do substrato do lipídio sebáceo provir de uma dieta gordurosa. Já que esses ácidos graxos 
livres estocam-se no infundíbulo glandular por um vasto período de tempo, irritando o epitélio, 
passando de uma hiperqueratinização à inflamação alterando a etipatogênese da acne vulgar. 
 Entretanto, autores conservadores ao definirem seu respaldo sobre o tema insistem em 
garantir que uma alimentação lipídica não causa acne, e sim o estresse psicológico gerado pelo 
ato da ingestão. Porém, contradizem-se ao anunciar soluções paliativas para acne como dietas de 
eliminação e afastamento de ambientes gordurosos (REVEES & MAIBACH, 2000; MACEDO, 2005). 
28 
 
 Borelli (2004) vincula a piora da acne a determinados produtos ingeridos, resultando em 
alergia alimentar a determinados alimentos. 
 
3.1.6 Acne e Leite 
 Alguns estudos tem relacionado a acne ao consumo de leite por dois fatores: 
1. Hormônios derivados da progesterona e da di-idrotestosterona 
2. Hormônios aplicados nos animais. 
 De acordo com estudos realizados por Danby (2005), há um vínculo do consumo de leite e 
produtos lácteos ao surgimento da acne, a ingestão exacerbada de leite animal, expõe desta 
forma o homem aos hormônios produzidos por vacas “prenhas”. 
 Estes hormônios são intoleráveis ao organismo humano, principalmente aos adolescentes em 
fase de intensa atividade hormonal. Para o autor, o leite contém hormônios derivados da 
progesterona como também da di-idrotestosterona (DHT) e seus precursores mediam mudanças 
no “homem pilossebáceous”. O autor estimava que estes precursores ao chegarem ao folículo 
piloso humano, fossem detidos pela inibição da 5α-redutase, porém sua ação é totalmente 
bloqueada, devido ao fato de já terem sofrido desta ação ainda na glândula mamária bovina. 
Exibindo o homem a potentes agonistas para os quais não estão preparados. 
 
3.1.7 Acne e Micronutrientes 
 ZINCO - Para Werbach (2001), os níveis de zinco no sangue costumam estar diminuídos em 
indivíduos que possuem acne do que em pessoas de pele normal. Autor reforça que o nível de 
zinco, mesmo estando adequado no sangue, pode estar reduzido na pele, pois a pele detém 20% 
do zinco total do organismo (FILGUEIRA & FILGUEIRA, 1984). Porém para Neto (2003), sua 
deficiência pode ser decorrente de doenças intestinais (como a constipação e a 
hiperpermeabilidade intestinal), estando associada a lesões da pele, cicatrização retardada e 
resposta imunológica alterada. 
 SELÊNIO - em estudo-piloto, este micronutriente apresentou ser efetivo no tratamento de 
pústulas devido à sua função de combater infecções. Em indivíduos nos quais os níveis 
 
sanguíneos de peroxidase de glutationa (enzima selênio-dependente) estavam baixos, 
aumentou e melhorou o aspecto da acne. 
 VITAMINA A - tem-se revelado uma grande aliada contra acne, estudos sugerem que seu 
uso em concentrações altas, responde rapidamente. Mas em doses elevadas demais pode tornar-
se perigosa devido à sua toxicidade, apresentando defeitos congênitos (quando utilizadosna 
gravidez), aumento da gordura no sangue, fígado e inflamação intestinal (WERBACH, 2001). 
Entretanto Azevedo (2007) enfatiza a importância da vitamina A na prevenção da acne e 
manutenção da pele, indicando o uso de suas fontes diariamente. 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2 FOTOPROTEÇÃO 
Tipos de Radiação Ultravioleta: 
 
 
UV-A 
É a radiação que tem o maior comprimento de onda, penetra na pele a atinge a derme. 
Contribui para a pigmentação da pele, envelhecimento precoce da pele e 
imunossupressão. A radiação UV-A quase não é filtrada pela camada de ozônio 
presente na atmosfera e chega facilmente a superfície. 
UV-B 
Pode provocar queimadura na pele (vermelhidão), supressão do sistema imunológico, 
diversos problemas dermatológicos, entre eles o câncer de pele e o envelhecimento 
precoce. A radiação UV-B é filtrada pela camada de ozônio, mas uma parte chega a 
superfície. 
 
 Com a exposição ao sol há o estímulo para produção de melanina, pigmento que protegem as 
células dos efeitos nocivos do sol. Quanto mais clara a pele, menor a produção de melanina, 
apesar dos números dos melanócitos não alterarem significativamente entre peles claras e 
escuras. 
 A exposição excessiva ou prolongada da pele à radiação ultravioleta resulta em várias 
alterações cutâneas chamadas de foto envelhecimento. A severidade deste envelhecimento 
depende principalmente da duração e intensidade da exposição solar e da cor da pele e sua 
capacidade de bronzear: quanto maior a intensidade e duração da exposição solar e quanto mais 
clara e mais difícil de bronzear, maior será o dano que o sol poderá causar. 
 Clinicamente o foto envelhecimento pode provocar alterações na textura e na cor da pele, 
uma vez que colágeno e elastina são lesados, deixando-a áspera, seca e amarelada. Também 
pode induzir o surgimento de manchas, dilatar pequenas veias, rugas, flacidez, ressecamento 
entre outros. Por fim, não se pode omitir a participação UV em induzir o câncer de pele. 
 A utilização de uma dieta apropriada com uso de nutrientes antioxidantes, como pró-vitamina 
A, carotenóides, flavonóides, vitamina E, vitamina C e minerais, como o selênio, em doses 
adequadas e principalmente com a hidratação constante, protegem a pele e outros tecidos 
30 
 
contra os efeitos dos radicais livres produzidos naturalmente no organismo gerados pela radiação 
ultravioleta da luz solar e pela poluição ambiental. 
 Desta forma, por meio da alimentação, podemos reduzir os efeitos maléficos do sol como 
eritema, câncer e envelhecimento. 
 Os principais nutrientes envolvidos são 
* Antioxidantes (Vitamina C, Vitamina E, Selênio 
* Beta caroteno 
* W3 
* Flavonoides (Proantocianidinas, Antocianinas) 
 
3.2.1. Antioxidantes 
 Os alimentos, principalmente as frutas vermelhas e legumes, também contém agentes 
antioxidantes, tais como as vitaminas C, E, e A, a clorofilina, os flavonóides, carotenóides e outros 
que são capazes de restringir a propagação das reações em cadeia e as lesões induzidas pelos 
radicais livres. 
Algumas fontes de antioxidantes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2.2 Vitamina C e E 
 Ao ser absorvida pelo organismo, a radiação UV induz a formação de radicais livres. A vitamina 
C e vitamina E atuam estabilizando estes radicais e impedindo os danos nos tecidos. 
 A Vitamina C protege melhor o dano dos raios UVA, e a vit. E dos raios UVB, sendo que este 
tem demonstrado inibir o eritema produzido por UVB. 
 A exposição ao sol pode destruir o colágeno (fibras que dão sustentação a pele) e a Vitamina C 
é fundamental para síntese do colágeno, o que ressalta a importância desta vitamina. 
 Considerando que a radiação solar pode causar envelhecimento, a Vitamina E é um forte 
protetor da membrana celular, melhora a microcirculação cutânea, inibe a peroxidação dos 
 
Alimento 
 
Antioxidante 
 
Mamão 
Brócolis 
Laranja 
Chá 
Cenoura 
Tomate 
Salsa 
Espinafre 
-caroteno 
Flavonóides 
Vitamina C 
Catequinas 
-caroteno 
Carotenóides 
Flavonóides 
Clorofilina 
31 
 
 
 
SUCO PARA BRONZEAMENTO 
Ingredientes 
1 manga 
½ mamão papaia 
suco de 4 laranjas (somente o suco) 
1 cenoura pequena cozida 
200 ml de água 
Modo de Preparo 
Bater todos os ingredientes no liquidificador 
Rende 4 porções 
1 copo de 250 ml fornece 15 a 20 mg de betacaroteno. 
 
 
 
lipídeos cutâneos, ocasionado principalmente pelos Raios Ultravioletas B (UVB), além de 
aumentar o valor da dose mínima eritematosa (DEM) e melhorar a eficácia dos produtos solares 
(HERNANDEZ; FRESNEL, 1999). 
 
3.2.3 Carotenoide - Betacaroteno 
 O betacaroteno é um carotenoide e não atua na produção de melanina, e sim é armazenado 
nos queratinócitos (células da epiderme), no mesmo local que o pigmento melanina e 
armazenado. 
 Com a radiação solar, os carotenóides atuam como refletores parciais dos raios UVA e UVB, 
diminuindo a absorção e estabilizando radicais livres liberados. A oxidação do betacaroteno 
promove também um aspecto de bronzeado dourado e contribui para duração do bronzeado. 
Portanto, o betacaroteno não acelera o bronzeamento, mas a coloração amarelada que dá à pele 
pode proteger contra os raios ultravioleta. 
 É importante ressaltar que o consumo de betacaroteno deve ser diário, ao menos 20 dias 
antes da exposição ao sol, porque ele se armazena nos queratinócitos, havendo a necessidade da 
renovação celular para que chegue à superfície e desenvolva seu papel fotoprotetor. Este 
período é necessário para que haja renovação celular, ou seja, os queratinócitos que estavam em 
baixo migrem para a superfície. 
 O betacaroteno e encontrado em verduras como cenouras, tomates, vegetais verdes e em 
frutas como laranja, mamão e manga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 RECEITA 
32 
 
3.2.4 Ômega 
 O uso do óleo do peixe contendo Ômega 3 impede a ativação da proteína C quinase, 
diminuindo assim a produção de fatores responsáveis pela lesão cutânea, melhorando o eritema, 
infiltração e descamação da pele (SADTMAN, 1990) 
 
3.2.5 Óleo de Macadâmia e de Prímula 
 Uma das consequências da exposição ao sol é o ressecamento da pele. O óleo de macadâmia 
e de prímula tem sido relacionado ao aumento da hidratação cutânea. O óleo de macadâmia é 
rico em Ômega 7(ácido palmitoléico) e pode ser encontrado na secreção sebácea natural da pele, 
principalmente nos bebês, crianças e adolescentes. 
 O consumo de 1 dose de 1500 mg via oral de óleo de Prímula, duas vezes ao dia, junto com as 
refeições, melhora hidratação e parâmetros de elasticidade da pele (MUGGLI, 2005). 
 
3.2.6 Flavonoides 
 Os flavonoides apresentam uma série de atividades biológicas antioxidantes, quimioprotetora, 
anticarcinogênica, anti-inflamatória (redução de eritema, que é a vermelhidão causada pelos 
raios UVB na pele). Os flavonoides e catequinas são encontrados no chá verde e chá preto, sendo 
que vários estudos vem sendo desenvolvidos por pesquisadores em várias regiões do mundo 
para comprovar a eficácia da ação desses chás como quimioprotetor e antioxidante (BRASH et al, 
1996). As principais fontes de flavonoides são: 
 
Frutas Uva, cereja, amora, morango, laranja, jabuticaba entre outros 
Vegetais Batata, couve-flor, repolho branco, cebola, alho e outros 
 Sementes e grãos Soja, cacau, castanhas, feijão e outros 
 
 Alimentos ricos em flavonoides como o cacau, podem fornecer fotoproteção e redução do 
eritema, aumento do fluxo sanguíneo dos tecidos cutâneos e subcutâneo e aumento na 
densidade e hidratação na pele (redução da aspereza da pele). 
 A ingestão de cacau pode promover a fotoproteção e manutenção da saúde da pele, porque 
aumenta o fluxo sanguíneo dos tecidos cutâneos e subcutâneos; aumenta a densidade da pele e, 
portanto, a sua hidratação; aumenta também a espessura da epiderme; diminui a perda de água 
e a aspereza e descamação da pele. 
 As proantocianidinas (extraídas da uva) apresentam forte

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